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novembro 13, 2015
Maria Nepomuceno na Baró, São Paulo
Natureza e fortes referências culturais brasileiras da artista são traduzidas em cinco obras inéditas em que as cores se destacam
A Baró Galeria apresenta em 14 de novembro, sábado, a partir das 16h, a abertura da exposição Universo em Expansão, assinada pela artista Maria Nepomuceno. A mostra permanece em cartaz até 19 de dezembro, no endereço Rua da Consolação, 3417 – Jardins. Em “Universo em Expansão”, a artista mostra um passo na pesquisa que vem experimentando há alguns anos, em que as relações com tempo, origem, natureza, manufatura, arquitetura, objetos simbólicos e materiais cotidianos, são estreitadas a cada obra.
São cinco obras inéditas em que a cor tem atenção especial. "Cor é um assunto que sempre me interessou, herança do começo da minha atividade artística quando estudava pintura. Nessas esculturas, as passagens de uma cor para outra se dão por sequências em que a conta é a unidade mínima”, comenta Nepomuceno.
Em seu trabalho, as contas são mais do que pontos de cor nas obras, são também referência às raízes indígenas e africanas. Os trabalhos que Maria Nepomuceno apresenta são o exercício dessa matemática da construção de cores e movimento aplicada em matéria viva. Sua inspiração parte de plantas, frutos, órgãos e planetas incorporados por materiais como palha, barro, madeira, cerâmica, contas de colar, cordas e pigmento.
Maria Nepomuceno é carioca, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Nascida em 1976, estuda arte desde os 13 anos, quando ingressou em cursos livres de desenho, pintura, escultura e teoria na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Desenho Industrial é sua formação superior. Dedica-se principalmente à escultura há alguns anos. Suas obras estabelecem uma relação entre o corpo e a natureza do micro ao macrocosmos, e trançam as memórias de suas próprias origens e experiências, promovendo o encontro entre presente, passado e futuro. É atualmente representada pela galeria A Gentil Carioca e também pela galeria londrina Victoria Miro.
A Baró Galeria abriu suas portas em 2010 e desde então se estabeleceu como referência em arte internacional no circuito brasileiro. Dirigida pela espanhola Maria Baró, a galeria busca aprofundar o diálogo entre artistas, curadores, colecionadores e instituições culturais através, principalmente, de trabalhos site-specific. Em sua nova fase, a galeria volta sua atenção para grandes artistas que despontaram entre os anos 1970 e 1980, como o filipino David Medalla, o mexicano e ex-integrante do grupo Fluxus Felipe Ehrenberg, o brasileiro Almandrade, o chinês Song Dong e agora o francês Christian Boltanski.