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outubro 12, 2015
Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998-2013 no Paço Imperial, Rio de Janeiro
Exposição Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998-2013 chega ao Rio de Janeiro
Mostra no Paço Imperial reúne trabalhos de 35 artistas brasileiros contemplados nos editais do programa do Itaú Cultural por 16 anos. Entre os destaques, obras de Berna Reale, Caio Reisewitz, Laerte Ramos e Rodrigo Braga
Depois de apoiar a produção de mais de mil artistas e pesquisadores de todas as regiões do Brasil, o Itaú Cultural, por meio do Rumos Itaú Cultural, plataforma de fomento do Itaú Cultural à produção artística brasileira, faz uma homenagem aos selecionados desde o primeiro edital até a 16ª edição, quando o programa passou por uma reformulação. O resultado é a mostra Singularidades/Anotações: Rumos Artes Visuais 1998-2013, que estará em cartaz no Paço Imperial de 15 de outubro a 29 de novembro.
Com equipe curatorial formada por Aracy Amaral, Regina Silveira e Paulo Miyada, a exposição, apresentada ano passado em São Paulo, reúne cerca de 50 trabalhos de 35 artistas contemplados de 1998 a 2013 nos editais de Artes Visuais, Arte e Tecnologia, Transmídia e Novas Mídias. O público poderá conferir um conjunto bastante heterogêneo de obras, parte delas inédita, entre pinturas, gravuras, fotografias, instalações, vídeos, performances e projetos interativos. “É uma mostra muito rica em termos de linguagens e abordagens, dispositivos e recursos”, explica Regina Silveira. A expografia é do escritório Álvaro Razuk Arquitetura.
Entre os artistas selecionados estão representantes de todas as regiões do país. “Focamos naqueles que construíram um lugar próprio para a sua obra. A arte contemporânea pode qualquer coisa, é verossímil que tenha qualquer formato. É a trajetória de cada artista que vai delimitar o que o trabalho dele pode ser”, diz Paulo Miyada.
A mostra conta com nomes de carreira internacional já consolidada, como a paraense Berna Reale, que representa o Brasil na Bienal de Veneza deste ano. A artista apresenta a série MMXIII, produzida durante as manifestações de rua de 2013. São cinco fotografias sobre alumínio em que ela aparece vestida com a farda da Tropa de Choque e elementos do cotidiano.
O manauaense Rodrigo Braga, que já expôs em lugares como a Maison Européenne de La Photography, em Paris, mostra fotos da natureza densa do litoral de Pernambuco e do Rio de Janeiro. Já o artista paulistano Laerte Ramos apresenta o trabalho Acesso Negado & Acesso Negrado, série de 46 esculturas de cerâmica (23 brancas e 23 pretas).
Caio Reisewitz, de São Paulo, utiliza fotos que mesclam realidade com subjetividade na obra Autoridade. A paulistana Raquel Kogan apresenta O.lhar (2012), instalação interativa com três câmeras em forma de monóculo dispostas em pedestais pretos de diferentes alturas.
O mineiro João Castilho aposta na videoinstalação Emboscada. Na obra, quatro TVs passam imagens de estradas de terra bucólicas no sertão de Minas, mas a quietude e o silêncio são quebrados por tiros e explosões. O trabalho cria a ilusão de um tiroteio alternando momentos de calma e tensão.
Graças ao Rumos Itaú Cultural, inúmeros artistas conseguiram divulgar seus trabalhos nacionalmente. “A importância do programa e sua vigência por tantos anos reside sobretudo na acolhida desse projeto por artistas de regiões distantes de grandes centros do Brasil. A aceitação de seus trabalhos traz a possibilidade de sua visibilidade em outras regiões” diz Aracy Amaral.
Rumos Legado
Principal programa de apoio à produção cultural brasileira do Itaú Cultural e uma das plataformas mais longevas de incentivo do país, ao chegar à sua 16ª edição, em 2013, o Rumos Itaú Cultural passou por mudanças estruturais e de conceito, eliminando, entre outras modificações, a divisão de categorias por áreas de expressão. Desde então, podem ser inscritos projetos de todas as áreas de expressão e iniciativas híbridas, sem limitação dos campos de investigação, com grande liberdade para artistas, produtores e pesquisadores definirem as regras de produção e apresentação de seus trabalhos.
A iniciativa estimulou o instituto a buscar o que os contemplados até aquela edição produziram, com a proposta, segundo Eduardo Saron, diretor do Itaú Cultural, de lançar um olhar sobre estes 16 anos de trajetória do programa. Assim, desde 2014, o instituto vem apresentando um recorte da produção realizada pelos artistas selecionados, em um total de 1.130 projetos em Artes Visuais, Arte e Tecnologia, Cinema e Vídeo, Dança, Educação, Jornalismo Cultural, Literatura, Música, Pesquisa Acadêmica e Teatro.
O instituto anunciou no passado 1 de setembro a abertura das inscrições para o edital do Rumos 2015-2106. Seguindo a política das edições anteriores, as inscrições são gratuitas. Neste ano, elas devem ser efetuadas no período de 1 de setembro a 6 de novembro, até as 23h59 (horário de Brasília), exclusivamente no site www.rumositaucultural.org.br. Os projetos começam a ser avaliados logo após o fechamento das inscrições e o trabalho da Comissão de Seleção será concluído até maio de 2016. Os contemplados serão informados por e-mail, no dia 10 daquele mês. Em seguida, o site do Itaú Cultural e os meios de comunicação divulgarão os resultados.