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setembro 17, 2015
Jimson Vilela no CCSP, São Paulo
Artista toma partido da espacialidade local e inaugura obra com 1 tonelada de papel que sai de um único livro em espaço próximo à bilbioteca
O Centro Cultural São Paulo – CCSP inaugura no dia 19 de setembro, sábado, às 15 horas, a instalação Adaptável ao espaço que as palavras ocupam, do artista Jimson Vilela. Situada na ala 23 de maio do Piso Flávio de Carvalho, a obra consiste em seis estantes de ferro entrecortadas por bobinas de papel branco contínuo, pesando uma tonelada, que saem de um único livro.
Acostumado a números considerados megalomaníacos para alguns, Jimson não se surpreende com a tonelada de celulose, afinal a matéria-prima de sua produção pesa mesmo. Aqui, são usadas 160 bobinas de papel de 300 metros cada uma. “Essas seis estantes suportariam mais ou menos esse peso em livros”, declara. O ponto de partida é sempre o livro, objeto simbólico de onde a maioria de suas instalações em papel brota, dele efluindo para ocupar espaços diversos.
Entretanto, não é só papel e tampouco um livro. Em “Adaptável ao espaço que as palavras ocupam”, as escolhas do artista quanto ao posicionamento da instalação dentro do edifício, sua volumetria dentro do enorme vão, a luminosidade, o acúmulo e, sobretudo, a reconfiguração espacial que instalação proporciona, são fundamentais para sua a compreensão da obra.
Sobre sua escolha, escreve “(...) o lugar onde está é uma ‘passarela’ sobre a biblioteca. (...) Comecei a imaginar os pavimentos do CCSP enquanto nichos de uma estante. Certamente, essa imagem foi deflagrada pelas estantes de livros da própria biblioteca do CCSP e também pelos vãos que marcam aquela arquitetura”.
Ainda no texto de apresentação, assinado pelo artista e Liliane Benetti, “a instalação expande-se como um corpo escultórico em proliferação: as páginas de um livro alastram-se pelo lugar, escalam estantes e aceleram-se em quedas”, contrariando a distribuição sistemática das fileiras de livros avistadas no piso inferior.
“Adaptável ao espaço que as palavras ocupam” foi contemplada no ano de 2014 pelo Proac Artes Visuais da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de São Paulo.
Jimson Vilela (Rio de Janeiro, 1987), vive e trabalha em São Paulo, Brasil. É mestrando em Poéticas Visuais (ECA/USP, 2014) e Bacharel em Artes Visuais (IART/UERJ, 2010). Entre suas principais exposições destacam-se as individuais “Sintomas e Efeitos Secundários da Sintonia” (Casa Modernista, 2013), “Cambio” (Nuevo Museo Energía Arte Contemporáneo, Buenos Aires, 2012) e “Laboratório” (Fundação Cultural de Criciúma, 2011); as coletivas “Convite à viagem” (Rumos Itaú Cultural, 2012 e 2013), e 6ª e 7ª Bienal Internacional da Bolívia (SIART, 2009 e 2011).
Possui trabalhos em coleções públicas como MAC Niterói, MAM-RJ e Pinacoteca do Estado de São Paulo. Foi premiado com a Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em Artes Visuais 2012. Em 2013, recebeu o Prêmio Honra ao Mérito Arte e Patrimônio do IPHAN/Centro Cultural Paço Imperial/MinC e o Prêmio de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça – 6ª Edição. Em 2014, recebeu o Prêmio Aquisição Centro Cultural São Paulo pela exposição “Sintomas e Efeitos Secundários da Sintonia”.