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setembro 11, 2015

Zip'Up: Zé Vicente na Zipper, São Paulo

“Pela Rua com Recortes”, primeira individual de Zé Vicente reúne fotografias, esculturas e vídeo

Um projeto iniciado no Instagram que mistura colagem, fotografia e intervenções urbanas é tema da primeira individual do paulistano Zé Vicente na Zipper Galeria, no espaço Zip’Up. Com curadoria de Cauê Alves, a mostra Pela Rua com Recortes reúne um conjunto de 12 fotos, além de assemblages e um vídeo mostrando os trajetos do artista pelas ruas de São Paulo.

Iniciada em 2014, a série é feita a partir de imagens retiradas de livros e revistas. Carregando-as no bolso, Zé Vicente sai pela cidade em busca de cenários para encaixar os recortes e depois fotografar a cena, explorando a questão da escala para sugerir situações improváveis e fictícias. De acordo com o artista, trata-se de uma procura incessante pelos “não lugares, aqueles que quase ninguém vê”. Em uma dessas imagens, por exemplo, dois meninos são vistos em uma espécie de cachoeira que se confunde com as pedras da calçada. Em outra, uma mulher vestindo um collant de bolinhas aparece misturada ao lado exterior de uma janela enferrujada, que lembra um cenário de ruínas. “É um constante diálogo com a rua, um ruído causado por pequenos tesouros incrustados em brechas e buracos”, complementa o artista.

O projeto original que deu origem a série exibida na galeria pode ser visto no perfil do artista no Instagram, @zevicent.

Zé Vicente (1978) vive e trabalha em São Paulo. É bacharel em Artes Plásticas pela UNICAMP e possui mestrado em Poéticas Visuais pela UFRGS. Em 2011, participou da mostra “ColetivaA3”, no Clube Alberta #3, com os ilustradores Adão Iturrusgarai, Daniela Hasse, Andrés Sandoval e Luiza Pannunzio, entre outros. Em 2013, participou de duas exposições internacionais, a coletiva “Utropica”, em Poznan, Polônia, com Regina Silveira, Guto Lacaz, Juliana Kase, Alice Shintani, Eduardo Verderame e Manuela Eichner, com quem exibiu “Vi Teu Nome Num Peixe” na galeria Pony Royal, em Berlim. Em 2014, participou com o fotolivro “Eu Múltiplo” da Feira Plana II no MIS SP e em 2015, com publicação sobre o início de seu projeto “Pela Rua com Recortes”. No mesmo ano, participou, com outros artistas e coletivos, da mostra coletiva organizada por Felipe Morozini por ocasião da Virada Cultural paulistana.

Cauê Alves é professor do Departamento de Arte da Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes da PUC-SP e coordenador do curso de Artes Visuais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. É mestre e doutor em filosofia pela FFLCH-USP e, desde 2006, curador do Clube de Gravura do Museu de Arte Moderna de São Paulo. Realizou, entre outras curadorias, “MAM[na]OCA: arte brasileira do acervo do Museu de Arte Moderna de São Paulo” (2006), a mostra “Quase líquido”, Itaú Cultural (2008), “Da Estrutura ao Tempo: Hélio Oiticica” (2009), no Instituto de Arte Contemporânea. É autor do livro “Mira Schendel: avesso do avesso” (Bei Editora/ IAC, 2010) e da mostra homônima. Foi um dos curadores do 32o. Panorama da Arte Brasileira do MAM-SP (2011) e curador-adjunto da 8a Bienal do Mercosul (2011). Fez a cocuradoria de “Para Além do Arquivo” (2012), no Centro Cultural BNB, em Fortaleza e, no mesmo ano, de “Más Allá de la Xilografía”, no Museo de la Solidaridad Salvador Allende, em Santiago, Chile. Integrou a equipe do projeto LAB VERDE: Experimentações Artísticas na Amazônia como curador e orientador (2013). Publicou texto no catálogo da exposição de Mira Schendel na Tate Modern, Londres (2013); Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto, e Pinacoteca do Estado de São Paulo (2014). Foi curador assistente do Pavilhão Brasileiro da 56a Bienal de Veneza (2015).

Posted by Patricia Canetti at 9:59 AM