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setembro 4, 2015
Regina Silveira na Chácara do Céu, Rio de Janeiro
Regina Silveira lança no Museu da Chácara do Céu, a gravura Blue Skies, como parte do projeto “Os Amigos da Gravura”. O lançamento acompanha as exposições Grafias e Bordados e Duelo.
A exposição Grafias e Bordados reúne obras gráficas recentes, realizadas sobre diversos suportes, que vão da gravura tradicional aos meios digitais usados para imprimir e recortar.
Os vários conjuntos de obras que formam a exposição mostram aspectos comumente ligados à poética da artista, como a exploração do universo de significados das sombras e sua capacidade de transformar imagens de objetos do cotidiano. Nas últimas produções onde se inclui a nova gravura editada especialmente para o projeto Os Amigos da Gravura dos Museus Castro Maya, surge também o uso inusitado que Regina Silveira vem fazendo dos bordados em ponto de cruz, como ferramenta gráfica para codificar diversos tipos de imagens. Com elas, a artista tem composto obras extensas para revestir arquiteturas de grande porte, como o MASP e o pórtico interior do Museu Amparo, em Puebla, México. Essas obras, de duração efêmera, comparecem nesta exposição na forma de maquete ou vídeo documentário.
Paralelamente, a artista apresenta a instalação Duelo, que revela, por meio da projeção de luz sobre lâminas de acrílico fatiadas a imagem que dá título à obra.
Regina Silveira (Porto Alegre, 1939) desde os anos 1960 realiza exposições individuais e participa de coletivas selecionadas no Brasil e exterior. Foi artista convidada da Bienal de São Paulo (1981, 1983, 1998), Bienal do Mercosul (2001, 2011), 6th Taipei Biennial (2006), Bienal Mediations em Poznan (2012) e da Bienal Internacional de Curitiba (2013, 2015). Algumas exposições recentes são: Lumen, (Palácio de Cristal, Museu Reina Sofía, Madrid, 2005), Sombra Luminosa (Museo Banco de la República, Bogotá, 2007), Tropel Reversed (KøgeArtMuseum, Dinamarca, 2009), Linha de Sombra (Centro Cultural Banco do Brasil, RJ, 2009), Abyssal (Atlas Sztuki, Lodz, 2010), 1001 Dias e Outros Enigmas (Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, 2011) e El sueño de Mirra y otrasconstelaciones(Museo Amparo, Puebla, México, 2014). Foi bolsista da Guggenheim Foundation (1990), da Pollock-Krasner Foundation (1993) e da Fulbright Foundation (1994). Algumas premiações recentes são o Premio Bravo Prime (2007), Prêmio Fundação Bunge (2009), Prêmio ABCA pela carreira (2012) e o Prêmio MASP (2013).
Sobre o projeto Os Amigos da Gravura
Raymundo de Castro Maya criou a Sociedade dos Amigos da Gravura no Rio de Janeiro em 1948. Na década de 1950 vivenciava-se um grande entusiasmo pelas iniciativas de democratização e popularização da arte, sendo a gravura encarada como peça fundamental a serviço da comunicação pela imagem. Ela estava ligada também à valorização da ilustração que agora deixava um patamar de expressão banal para alcançar status de obra de arte. A associação dos Amigos da Gravura, idealizada por Castro Maya, funcionou entre os anos 1953-1957. Os artistas selecionados eram convidados a criar uma obra inédita com tiragem limitada a 100 exemplares, distribuídos entre os sócios subscritores e algumas instituições interessadas. Na época foram editadas gravuras de Henrique Oswald, FaygaOstrower, Enrico Bianco, Oswaldo Goeldi, PercyLau, Darel Valença Lins, entre outros.
Em 1992 os Museus Castro Maya retomaram a iniciativa de seu patrono e passaram a imprimir pranchas inéditas de artistas contemporâneos, resgatando assim a proposta inicial de estímulo e valorização da produção artística brasileira e da técnica da gravura. Este desafio enriqueceu sua programação cultural e possibilitou a incorporação da arte brasileira contemporânea às coleções deixadas por seu idealizador. A cada ano, dois ou três artistas plásticos são convidados a participar do projeto com uma gravura inédita. A matriz e um exemplar são incorporados ao acervo dos Museus e a tiragem de cada gravura é limitada a 61 exemplares, sendo 50 destinados à Associação Cultural de Amigos dos Museus Castro Maya para comercialização. A gravura é lançada na ocasião da inauguração de uma exposição temporária do artista no Museu da Chácara do Céu. Neste período já participaram cerca de 50 artistas, entre eles Iberê Camargo, Antonio Dias, Tomie Ohtake, Daniel Senise, Emmanuel Nassar, Carlos Zílio, Beatriz Milhazes e Waltercio Caldas.