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junho 16, 2015
Prêmio CCBB Contemporâneo: Chelpa Ferro no CCBB, Rio de Janeiro
Em 2014, pela primeira vez, o Banco do Brasil incluiu no edital anual do Centro Cultural Banco do Brasil um prêmio para as artes visuais. É o Prêmio CCBB Contemporâneo, patrocinado pela BB Seguridade, que contemplou 10 projetos de exposição, selecionados entre 1.823 inscritos de todo o país, para ocupar a Sala A do CCBB Rio de Janeiro.
O Prêmio é um desdobramento do projeto Sala A Contemporânea, que surgiu de um desejo da instituição em sedimentar a Sala A como um espaço para a arte contemporânea brasileira. Idealizado pelo CCBB em parceria com o produtor Mauro Saraiva, o projeto Sala A Contemporânea já realizou 15 individuais de artistas ascendentes de várias regiões do país desde o ano de 2010.
Sonorama
A temporada do Prêmio CCBB Contemporâneo começa em 16 de junho, às 20h, com o grupo Chelpa Ferro, formado por Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler. Na instalação inédita “Sonorama”, os artistas revestem o espaço com materiais acústicos reaproveitados do cotidiano e transformam a sala de exposição em um grande estúdio musical improvisado, ocupando o ambiente com objetos acústicos construídos pelo grupo e equipamentos de som.
A instalação surge do interesse no imaginário visual de estúdios de música, onde ensaios e gravações acontecem em meio a amplificadores, instrumentos, tapadeiras acústicas, caixas de som, cases e cabos. Com seu “Sonorama”, o Chelpa Ferro remonta esse espaço, explorando visualmente alguns elementos sonoros e criando um ambiente musical, como se ali fosse o estúdio em que costumam trabalhar.
Aos sábados, haverá performances, ensaios abertos e improviso do grupo com convidados. Os encontros serão gravados e os áudios estarão disponíveis para o visitante ouvir durante a semana.
Prêmio CCBB Contemporâneo
A série de exposições inéditas, em 10 individuais, começa com o Chelpa Ferro, seguido das mostras de Fernando Limberger [RS-SP], Ana Hupe [RJ], Jaime Lauriano [SP], Carla Chaim [SP], Ricardo Villa [SP], Flávia Bertinato [MG-SP], Alan Borges [MG], Vicente de Mello [SP-RJ] e Floriano Romano [RJ], até julho de 2016.
Entre 2010 e 2013, o projeto que precedeu o Prêmio, realizou na Sala A Contemporânea exposições de Mariana Manhães, Matheus Rocha Pitta, Ana Holck, Tatiana Blass, Thiago Rocha Pitta, Marilá Dardot, José Rufino, do coletivo Opavivará, Gisela Motta&Leandro Lima, Fernando Lindote, da dupla Daniel Acosta e Daniel Murgel, Cinthia Marcelle, e a coletiva, sob curadoria de Clarissa Diniz.
Chelpa Ferro
Criado em 1995 pelos artistas Luiz Zerbini, Barrão e Sergio Mekler, o Chelpa Ferro trabalha com a pesquisa de fontes sonoras acústicas e eletrônicas, por meio da construção de máquinas e mecanismos sonoros não convencionais, combinados a instrumentos musicais tradicionais.
Para a 25ª Bienal de São Paulo, em 2002, o coletivo criou polêmica com a performance “Auto-Bang”, na abertura do evento. Um Maverick ornamentado com signos e referências visuais dos artistas, foi completamente destruído. Posteriormente, partes do carro foram transformadas em esculturas sonoras. O coletivo participou ainda da Bienal de Havana de 2003, da Bienal de São Paulo de 2004 e da Bienal de Veneza de 2005.
As exposições individuais e concertos do Chelpa Ferro possibilitam experiências únicas para o observador. É o caso de “Jungle Jam”, obra comissionada e apresentada em 2006 no FACT (Foundation for Art and Creative Technology), de Liverpool. “Jungle Jam” é uma instalação composta por 30 motores dispostos em linha horizontal sobre a parede. Cada motor é conectado a um pino, e este a uma sacola plástica. Quando ativados por um sincronizador, os motores fazem girar os pinos e, com eles, as sacolas plásticas, que produzem sons ritmados.
Entre as individuais do Chelpa estão: “Craca”, na Carpe Diem Arte e Pesquisa, Lisboa (2012), “Chelpa Ferro: Visual Sound”, em The Aldrich Contemporary Art Museum, Connecticut (2011), “Jungle Jam”, Sprovieri Gallery, Londres (2010), “Totoro”, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009), Netmage 08, International Live Media Festival – 8th edition, Bologna, Itália (2008), “Acusma”, no Museu de Arte da Pampulha, BH, “Jungle Jam, no Museu de Arte Moderna da Bahia (2008), e “On Off Poltergeist”, na Meskalito Gallery, Londres (2007).