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abril 8, 2015
Leda Catunda no Galpão Fortes Vilaça, São Paulo
A nova exposição de Leda Catunda no Galpão Fortes Vilaça apresenta pinturas, gravuras, aquarelas, colagens e esculturas, além de um papel de parede estampado desenvolvido especialmente para a mostra. Com o título Leda Catunda e o gosto dos outros, a artista traz para o corpo de suas obras um apanhado de referências pop em que questiona conceitos de beleza, exotismo, o bom e o mau gosto.
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Catunda frequentemente analisa o poder exercido pela cultura pop de converter imagens e objetos em signos de status social e pertencimento. Debruça-se, portanto, sobre o gosto das pessoas e suas relações com conforto, identificação e consumo. Ela se apropria de objetos do cotidiano (em geral toalhas, cobertores e roupas), separando-os por temas ou semelhanças, e então realiza interferências que lhes atribuem novas cores, volumes e texturas. Não escapam ao seu olhar a morbidade das camisetas de rock (presentes nas pinturas Botão e Botão II), a objetificação da mulher na publicidade (em MG - Mulheres Gostosas), a profusão das selfies de férias (em Indonésia), os locais exóticos idealizados pelo universo do surfe (na série Ásia).
Os conceitos de bom gosto e de belo, tão rígidos outrora, são assumidos pela artista como parâmetros dinâmicos na sociedade contemporânea, diluídos em valores que eventualmente englobam o kitsch e o cafona. Leda Catunda, sensível a essas mutações, procura reconhecer esse novo belo presente no gosto dos outros e assim identificar a ânsia desenfreada do indivíduo de ver-se representado em uma imagem.
Todas as obras da exposição foram realizadas tomando por base a estrutura dos desenhos no papel de parede. São padrões que, na prática da artista, geralmente surgem nas aquarelas, multiplicam-se nas gravuras e ganham corpo em pinturas e esculturas. O papel de parede, por sua vez, age como síntese do seu vocabulário particular, marcado por contornos arredondados e macios. A exposição contempla todos esses suportes, sendo possível observar, por exemplo, a gravura Drops transfigurar-se nas pinturas da série Borboleta. Com esse diálogo, Catunda explicita o sentido de unidade entre as diversas linguagens desenvolvidas ao longo de sua trajetória.
Leda Catunda nasceu em São Paulo em 1961, onde vive e trabalha. Entre suas exposições individuais, destaca-se a mostra Pinturas Recentes, no Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2013) e que itinerou também para o MAM Rio (Rio de Janeiro, 2013); além de Leda Catunda: 1983-2008, mostra retrospectiva realizada na Estação Pinacoteca (São Paulo, 2009). Uma das expoentes da chamada Geração 80, a artista esteve nas antológicas Como Vai Você, Geração 80?, Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984); e Pintura como Meio, MAC-USP (São Paulo, 1983). Sua carreira inclui ainda participações em três Bienais de São Paulo (1994, 1985 e 1983), além da Bienal do Mercosul (Porto Alegre, 2001) e da Bienal de Havana (Cuba, 1984). Sua obra está presente em diversas coleções públicas, como: Instituto Inhotim (Brumadinho); MAM Rio de Janeiro; Fundação ARCO (Madrid, Espanha); Stedelijk Museum (Amsterdã, Holanda); além de Pinacoteca do Estado, MAC-USP, MASP, MAM (todas de São Paulo).
The new exhibition by Leda Catunda at Galpão Fortes Vilaça features paintings, prints, watercolors, collages and sculptures, along with a printed wallpaper developed especially for the show. With the title Leda Catunda e o gosto dos outros [Leda Catunda and the Taste of Others], the show involves pop references with the aim of questioning concepts of beauty and exoticism as well as good and bad taste.
Catunda frequently analyzes the power of pop culture to convert images and objects into signs of social status and belonging. She therefore investigates the taste of people and their relations with comfort, identification and consumption. She appropriates everyday objects (in general towels, blankets and clothes), separates them by themes or similarities, and then interferes on them, lending them new colors, volumes and textures. She takes notice of the morbidity of rock music T-shirts (present in the paintings Botão I [Button] and Botão II [Button II]), the objectification of the woman in advertising (in MG – Mulheres Gostosas [HW – Hot Women], the profusion of vacation selfies (in Indonésia [Indonesia]), and the exotic places idealized by the surfing world (in the series Ásia [Asia]).
The concepts of beauty and good taste, which in past times were very rigid, are taken by the artist as dynamic parameters in contemporary society, dissolved in values that eventually include the kitsch and the tacky. Aware of these mutations, Leda Catunda seeks to recognize this new beauty present in the taste of others, and thus identify the individual’s unbridled desire to see him or herself represented in an image.
All of the works in the exhibition were made on the basis of the structure of the drawings on the wallpaper. They are patterns which, in the artist’s practice, generally arise in watercolors to then be multiplied in prints and given body in paintings and sculptures. The wallpaper, for its part, acts as a synthesis of the artist’s unique vocabulary, marked by rounded and soft outlines. The exhibition considers all of these supports. The viewer can observe, for example, the print Drops transfigured in the paintings of the Borboleta [Butterfly] series. With this dialogue, Catunda explains the sense of unity among the various languages developed throughout her career.
Leda Catunda was born in 1961 in São Paulo, where she lives and works. Her solo shows have most notably included Pinturas Recentes, at Museu Oscar Niemeyer (Curitiba, 2013), which traveled to MAM Rio (Rio de Janeiro, Brazil, 2013); as well as Leda Catunda: 1983–2008, a retrospective held at the Estação Pinacoteca (São Paulo, Brazil, 2009). One of the leading figures of the so-called Geração 80, the artist participated in key exhibitions such as Como Vai Você, Geração 80?, Parque Lage (Rio de Janeiro, 1984); and Pintura como Meio, MAC-USP (São Paulo, 1983). Her career has also included participations in three editions of the Bienal de São Paulo (Brazil; 1994, 1985 and 1983), as well as the Bienal do Mercosul (Porto Alegre, Brazil, 2001) and the Bienal de Havana (Cuba, 1984). Her work figures in various public collections, such as those of Instituto Inhotim (Brumadinho, Brazil); MAM Rio de Janeiro (Brazil); Fundação ARCO (Madrid, Spain); and Stedelijk Museum (Amsterdam, Holland); as well as the Pinacoteca do Estado, MAC-USP, MASP, and MAM (all in São Paulo, Brazil).