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março 17, 2015

Eloá Carvalho + Rodrigo Cunha na Zipper, São Paulo

A próxima individual de Rodrigo Cunha, Jardim Cético, inaugura na galeria Zipper Galeria no dia 24 de março, às 19h. Nascido e residente em Florianópolis, o artista pesquisa a linguagem da pintura há mais de uma década e possui uma trajetória com diversas exposições individuais e coletivas. Sua pintura se destaca pela exploração de figuras humanas em pequena e média escala que habitam interiores semelhantes a residências permeados por objetos que contribuem com um tom por vezes misterioso às narrativas visuais.

Para essa mais nova exposição, o artista apresentará uma nova série de trabalhos que nasceram da tensão entre essa presença humana comentada em suas imagens e paisagens idílicas. Trata-se de um jogo entre essa dicotomia entre cotidiano habitado pelo homem e a natureza que serve como fundo, cenário ou mesmo janela de algumas de suas obras. O que esta entrada da paisagem campestre (por muitas vezes próxima à idéia de Arcádia) por trazer em termos de pintura para sua produção?

Para refletir sobre essa inquietude, o artista tem se dedicado à uma pesquisa iconográfica sobre a inserção de temas bucólicos na pintura ocidental, com destaque para as tradicionais reuniões de pequenos grupos humanos a descansar sobre a relva. Corpos nus, livres em um espaço predominantemente natural, reforçam o propósito da busca pela liberdade e até de uma certa licenciosidade carnal. Por fim, também contrastam com o caráter aparentemente urbano dos corpos que se deparam com essas paisagens e com o próprio percurso de Rodrigo Cunha.

Entre cidade e campo, urbe e rural, contemporâneo e tradicional, o artista compartilha com o público algumas possibilidades de jardins céticos da sua pureza, mas potentes no que diz respeito à sua circunscrição e recodificação de elementos visuais da história da arte.

Rodrigo Cunha nasceu em Florianópolis em 1976, vive e trabalha em sua cidade natal. Estudou pintura e gravura na Universidade do Estado de Santa Catarina. Como exposições individuais ressaltamos O Mundo de Dentro, realizada na Zipper Galeria em 2012 (São Paulo), individual na Galeria Múltipla de Arte em 2009 (São Paulo), e Diálogos com Desterro, no Museu Vitor Meirelles, em 2008 (Florianópolis). Rodrigo participou ainda das seguintes exposições coletivas recentemente: A Figura Humana, na Caixa Cultural em 2014 (Rio de Janeiro), É o que há, Fundação Cultural Bradesco (Florianópolis),13º Salão Nacional de Artes de Itajaí, (Ijataí) e Um Novo Horizonte, na Galeria Tina Zappoli (Porto Alegre), todas em 2013, e ainda, Como o Tempo Passa Quando a Gente se Diverte, na Casa Triângulo em 2011 (São Paulo), Artistas Brasileiros: Novos Talentos, no Salão Branco do Congresso Nacional em 2009 (Brasília) e Caminhos da Pintura Contemporânea e a Figuração, na Galeria FloripaLoft em 2008 (Florianópolis).

Raphael Fonseca vive e trabalha no Rio de Janeiro. Trabalha como crítico, curador e historiador da arte. É doutorando em Crítica e História da Arte (UERJ), professor do Colégio Pedro II e escreve periodicamente para a revista ArtNexus. Trabalha como curador de exposições e mostras de cinema com destaque para Derek Jarman – cinema é liberdade (Caixa Cultural Recife, 2014); Água mole, pedra dura (I Bienal do Barro, Caruaru, PE, 2014); Deslize (Museu de Arte do Rio, 2014); A lua no bolso (Largo das Artes, RJ, 2013) e City as a process (Ural Industrial Biennial, Ekaterinburgo, Rússia, 2012). Atualmente atua como curador-assistente da 10a edição da Bienal do Mercosul, a ser realizada em Porto Alegre, em 2015. Organiza sua produção crítica e curatorial no blog Gabinete de Jerônimo (http://gabinetedejeronimo.blogspot.com).


A temporada 2015 do projeto Zip'Up tem como segunda exposição a individual da fluminense Eloá Carvalho, sua estreia em SP.

Depois de mostras em espaços importantes na cidade do Rio de Janeiro, como o Ibeu e o Museu da República, a artista exibe uma série de pinturas e desenhos em Projetos da minha espera na galeria paulistana. Carvalho extrai de fontes variadas, como a internet, os arquivos e os acervos, registros iconográficos que, por meio de um elaborado processo pictórico ou gráfico, geram novas contextualizações e circunstâncias. Assim, antigos visitantes de vernissages décadas atrás podem coexistir, visualmente, com figuras que podemos encontrar em eventos de hoje, por exemplo. A artista também opta por um tratamento menos ostensivo, mais opaco, nessa representação de espaço-tempo que serve para embaralhar certezas definitivas e abordagens mais estanques.

Eloá Carvalho (1980) vive e trabalha no Rio de Janeiro. Participou das seguintes exposições coeltivas: A escolha do curador, curadoria de RejaneCintrão/Feira PARTE - São Paulo/SP, Figura Humana, curadoria de Raphael Fonseca/Caixa Cultural Rio de Janeiro/RJ, Novas aquisições, Coleção Gilberto Chateaubriand, curadoria de Luis Camilo Osório e Marta Mestre/MAM/RJ,Como se não houvesse espera, curadoria Ivair Reinaldim/Centro Cultural Justiça Federal/RJ, todas em 2014, e Mirante, curadoria de Daniela Name/MUV Gallery/RJ em 2013. Como individual podemos citar: Miseenscène, curadoria de Ivair Reinaldim na Galeria Ibeu - Rio de Janeiro/RJ em 2013.

Mario Gioia é graduado pela ECA-USP (Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo), coordena pelo quarto ano o projeto Zip'Up, na Zipper Galeria. Em 2013, assinou por tal projeto as curadorias das individuais de Ivan Grilo, Layla Motta, Vítor Mizael, Myriam Zini e Camila Soato. No mesmo ano, fez as curadorias da coletiva Ao Sul, Paisagens (Bolsa de Arte de Porto Alegre) e das intervenções/ocupações de RodolphoParigi e Vanderlei Lopes na praça Victor Civita/Museu da Sustentabilidade, em SP. Foi repórter e redator de artes e arquitetura no caderno Ilustrada, no jornal Folha de S.Paulo, de 2005 a 2009, e atualmente colabora para diversos veículos, como a revista Select. É coautor de Roberto Mícoli (Bei Editora), Memória Virtual - Geraldo Marcolini(Editora Apicuri) e Bettina Vaz Guimarães (Dardo Editorial, ESP). Faz parte do grupo de críticos do Paço das Artes, instituição na qual fez o acompanhamento crítico de Black Market(2012), de Paulo Almeida, e A Riscar (2011), de Daniela Seixas. É crítico convidado do Programa de Fotografia 2012/2013 e do Programa de Exposições 2014 do CCSP (Centro Cultural São Paulo).

Posted by Patricia Canetti at 4:39 PM