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fevereiro 3, 2015
Sarah Morris na Fortes Vilaça e White Cube, São Paulo
Galeria Fortes Vilaça e White Cube São Paulo têm o prazer de apresentar a primeira individual de Sarah Morris no país. Para essas exposições simultâneas - que incluem doze pinturas na White Cube, além de um filme e uma série de trabalhos sobre papel na Fortes Vilaça - a artista lança seu olhar para as duas principais cidades brasileiras, com suas complexas camadas de leitura.
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Sarah Morris - Galeria do Rock, White Cube, São Paulo, SP - 10/02/2015 a 28/03/2015
Sarah Morris - Rio, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 11/02/2015 a 07/03/2015
Sarah Morris examina a cultura e a ideologia do capitalismo tardio e seus efeitos na arquitetura, no planejamento urbano e na burocracia social, dando origem ao que a escritora Bettina Funcke identificou como 'a hiper-intensidade de nosso tempo'*. Ela descreve ainda que seus filmes e pinturas, atividades que a artista desenvolve paralelamente, atuam como uma maneira de investigar, traçar e jogar com as 'tipologias urbanas, sociais e burocráticas'.
Na nova série de pinturas, em exposição na White Cube São Paulo, Morris foca-se na cidade de São Paulo buscando inspiração em uma ampla variedade de fontes, tais como suas construções modernistas, seus marcos icônicos e a paisagem geográfica única. Edifícios de Oscar Niemeyer, e sua influência no vocabulário visual do Brasil como um todo, bem como os trabalhos de Osvaldo Arthur Bratke, Roberto Burle Marx e Lina Bo Bardi, serviram como pontos de partida para Morris, ao lado de referências mais cotidianas como frutas tropicais, placas de rua e capas de LPs da bossa nova.
Nestas pinturas abstratas – todas em tinta esmalte sobre tela -, Sarah Morris emprega duplicação, simetria e compressão para construir a tensão dentro de suas composições, utilizando uma paleta de violeta, laranja, amarelo canário, azul celeste e preto, em padrões que se repetem, se fragmentam e ‘desmoronam’. Assim como seus filmes, as pinturas emergem de uma fusão de influências e transparecem uma energia e movimento constantes.
Formas circulares parecem se proliferar, como reflexões abertas sobre a densidade urbana, ainda que contidas por faixas horizontais de cor ou fragmentadas e bifurcadas, lembrando um calendário lunar. Em algumas obras, como Fura-Fila (São Paulo, 2014), a artista se refere a aspectos específicos da cidade - neste caso, ao monotrilho experimental e controverso que por muitos anos manteve-se como uma presença inacabada e esquelética dentro da capital paulistana.
O filme Rio (89 minutos, 2012), que dá nome à mostra na Galeria Fortes Vilaça, é o décimo primeiro filme da artista e retrata as múltiplas e complexas camadas desta que é a mais contraditória das cidades registradas por ela. Não escapam ao olho de Morris o erotismo organizado e aparente dos cariocas, as diversas realidades da vasta expansão urbana, a sua produção industrial e as minúcias da vida cotidiana. À maneira de um flâneur, a câmera perambula por lugares tão diversos quanto as areias de Ipanema, edifícios-ícones da arquitetura modernista, estádios de futebol e favelas. O trabalho concentra-se na arquitetura, mas procura ir além ao tentar desvendar como a cidade opera sua interação social e por que, afinal, o Rio desempenha papel tão fundamental na construção da identidade do país no exterior.
No segundo andar da galeria, a artista apresenta um conjunto de trabalhos sobre papel. Em destaque, obras que Morris criou a partir de pôsteres de filmes emblemáticos do cinema brasileiro ou de alguma forma ligados ao país.
Sarah Morris nasceu em 1967, no Reino Unido, e atualmente vive e trabalha em Nova York. Ela participou de várias exposições importantes, incluindo a 4a Bienal de Santa Fé (2001); a 25a Bienal de São Paulo (2002); e a Trienal da Tate Gallery (2003), em Londres. Exposições individuais incluem: Nationalgalerie de Hamburger Bahnhof, em Berlim (2001); Kunstforeningen, em Copenhagen (2004); Moderna Museet, Stockholm (2005); Palais de Tokyo, em Paris (2005); Kestner Gesellschaft, em Hannover (2005); Museum Boijmans van Beuningen, em Rotterdam (2006); Fondation Beyeler, em Basel (2008); Lenbachaus, em Munique (2008); MAMbo, em Bolonha (2009); MMK, em Frankfurt (2009); K20 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, em Dusseldorf (2010); Wexner Center for the Arts, em Columbus, Ohio (2012); e Kunsthalle Bremen (2013).
* Bettina Funcke, ‘Shift to Liquid’ in Sarah Morris Bye Bye Brazil, London: White Cube, 2013
Sarah Morris - Galeria do Rock, White Cube, São Paulo, SP - 10/02/2015 til 28/03/2015
Sarah Morris - Rio, Galeria Fortes Vilaça, São Paulo, SP - 11/02/2015 til 07/03/2015
White Cube São Paulo and Galeria Fortes Vilaça are pleased to present new work by Sarah Morris. For these concurrent exhibitions, which include new paintings at White Cube and film and works on paper at Galeria Fortes Vilaça, the artist continues to focus on Brazil and its complex, multi-layered cities Rio de Janeiro and São Paulo at key moments in their history.
Morris’ work examines the culture and ideology of late capitalism as it effects architecture, urban planning and social bureaucracy, engaging with what writer Bettina Funcke has identified as ‘the hyper-intensity of our time’*. She describes Morris’s paintings and filmmaking, parallel activities within her practice, as a way of investigating, tracing and playing with ‘urban, social and bureaucratic typologies’.
In Morris’ new series of paintings she focuses on the city of São Paulo, drawing her inspiration from a wide range of sources such as the city’s urban typology, its modernist buildings, iconic landmarks and unique geographical landscape. Oscar Niemeyer’s architecture, and his influence on Brazil’s visual vocabulary as a whole, as well as the work of Osvaldo Arthur Bratke, Roberto Burle Marx and Lina Bo Bardi, are key starting points, alongside more quotidian references of tropical fruit, street signs and Bossa Nova album covers.
In these abstract paintings, which are all household gloss on canvas, Morris employs doubling, symmetry and compression to build tension within her compositions, using an evocative palette of violet, orange, canary yellow, azure blue and black in forms that repeat, splinter and fall apart. Like her films, the paintings emerge from an amalgamation of diverse influences and have a sense of energy and restless movement, remaining unfixed entities that rely on notions of language, fluidity and play.
Circular shapes seem to proliferate, as if open-ended reflections on urban density either contained within horizontal bands of colour or fragmented and bisected, recalling the patterning of lunar charts. In some works, such as Fura-Fila [São Paulo] (2014), Morris refers to specific aspects of the city – in this case, the experimental and controversial monorail, that for many years remained an unfinished, skeletal presence within the city.
Morris’ approach to producing work is systematic yet always open, unresolved, iconic and dynamic. The film Rio (2012) on display at Galeria Fortes Vilaça, retains the same sense of detachment and openness in its surface projections depicting the multifarious layers of this most contradictory of cities, from its highly orchestrated and eroticised surface image to the infinite realities of its vast urban sprawl. The camera seems to wander, flaneur-like, through Rio’s beaches, fruit stands, hospitals, iconic modernist architecture, football stadiums, factories and favelas, capturing scenes such as the office of the late Oscar Niemeyer, the office of the Mayor of Rio, the legendary ‘City of God’ neighbourhood, as well as the inside of the Brahma beer factory. Rio presents a matrix, reflecting on architecture, spectacle, industry, history and the way these forces engineer social interaction and form Brazil’s outward identity to the rest of the world. Alternating between the micro and macro, the landscape and the detail, day and night, it creates a hallucinatory, parallel visual space that explores the psychology of this city and traces how this identity is embedded into its colourful visual surfaces.
Sarah Morris was born in 1967 in the UK and lives and works in New York. She has participated in many important exhibitions including 4th Site Santa Fe Biennial (2001); 25th São Paulo Biennial (2002) and ‘Days Like These’, Tate Triennial, London (2003). Solo exhibitions include Nationalgalerie im Hamburger Bahnhof, Berlin (2001); Kunstforeningen, Copenhagen (2004); Moderna Museet, Stockholm (2005); Palais de Tokyo, Paris (2005); Kestner Gesellschaft, Hannover (2005) and Museum Boijmans van Beuningen, Rotterdam (2006); Fondation Beyeler, Basel (2008); Lenbachaus, Munich (2008); MAMbo, Bologna (2009) and MMK, Frankfurt (2009); K20 Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Dusseldorf (2010); Wexner Center for the Arts, Columbus, Ohio (2012) and Kunsthalle Bremen (2013).
* Bettina Funcke, ‘Shift to Liquid’ in Sarah Morris Bye Bye Brazil, London: White Cube, 2013