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novembro 11, 2014
9ª turma do programa de Residência Artística do Red Bull Station inaugura exposição
Amanda Mei, André Feliciano, Arthur Arnold, Daniel Lie, Gustavo Torres e Ricardo Reis apresentam experimentos artísticos criados ao longo de 12 semanas de pesquisas, palestras e workshops
Urbanismo, imagens de protesto, misticismo, individualismo, peregrinação e também um novo período da arte são alguns dos temas trabalhados pela 9ª turma do programa de Residência Artística do Red Bull Station e que terão suas obras abertas à visitação a partir deste dia 15 de novembro, quando ocorre a exposição final da turma.
Desde setembro, os seis artistas Amanda Mei, André Feliciano, Arthur Arnold, Daniel Lie, Gustavo Torres e Ricardo Reis estão ocupando o prédio no Centro de São Paulo e, ao longo dessas 12 semanas, desenvolveram trabalhos artísticos sob curadoria de Paula Borghi. Encontros com curadores, palestras, workshops e studio visits também fizeram parte da formação destes residentes para construção da mostra, que se estende até 15 de janeiro com visitação gratuita.
“Trata-se de um grupo eclético que transita por diversos caminhos, desde a performance, instalação, pintura, apropriação, objeto, fotografia, vídeo até mesmo experimentos científicos ou processos burocráticos. São artistas cujas pesquisas e poéticas se potencializam quando vistas juntas, uma vez que é a partir da diversidade que se soma”, ressalta a curadora.
Os artistas desta 9ª Residência Artística do Red Bull Station foram selecionados pela artista Letícia Ramos e pelos curadores Marcio Harum e Paula Borghi. Os critérios para a seleção foram orientados a partir do caráter experimental dos artistas, a excelência de suas produções, a abertura deles para a troca, assim como a disponibilidade em saírem de suas zonas de conforto e experimentarem novas propostas.
Conheça o perfil de cada um dos artistas da 9ª Residência Artística do Red Bull Station:
Amanda Mei - Sua produção acompanha o ritmo da cidade, que passa constantemente por processos de construção, desconstrução e reconstrução. Destroços de demolição (tijolo, telha, bloco de concreto) e pedaços de mobiliário em madeira (gaveta, treliça, pé de mesa) servem de matéria-prima para a artista, que faz dos resíduos relíquias visuais. Rastros, ruínas e vestígios estendidos no espaço, isto é, rastros daquilo que um dia se foi e que hoje é outro são constantes na obra da artista.
André Feliciano - Vive da/na natureza da arte. Em 2001, nomeou-se moderno, de 2002 a 2005 pós-moderno; em 2006, contemporâneo e a partir de 2007 (até os dias de hoje) florescentista. André viveu quatro períodos da história da arte, sendo o florescimento criado por ele próprio, com quatro livros publicados e indumentárias exclusivas para cada ciclo. Um artista cuja produção se desenvolve a partir da relação entre comportamento, pensamento e poética, quando corpo e obra não se diferenciam.
Arthur Arnold - Pronuncia-se com imagens de protesto, violência, desigualdade, discriminação, abuso de poder, mutações simbólicas, opressão e criminalidade. Sua produção explora com intensidade as camadas políticas e pictóricas da arte. São pinturas que incitam o espectador a refletir sobre aquilo para que muitos preferem “fechar os olhos”, trabalhos que conquistam o espectador através de sua excelência formal (composição, cor e gesto) para então incitar uma meditação conceitual e brutal.
Daniel Lie - Como definir aquilo que é indefinido? Daniel Lie seria uma resposta a esta pergunta, um artista que traduz em imagem aquilo que não é possível palavrear. Daniel trabalha com rituais, energias, misticismo e forças da natureza para então criar objetos, instalações e performances. São trabalhos que se dissolvem no cotidiano, os quais se comportam tal qual atividades diárias, como, por exemplo, comer, dormir e vestir-se. É sob esta experiência que o artista atua, com objetos que podem ser definidos como um colar, um amuleto ou uma escultura.
Gustavo Torres - Em meio a instalações, vídeos e sons, o artista parte da busca pelas essências perdidas: o som do toca-fitas por ele mesmo, o projetor lançando sua própria luz, o questionamento acerca da completude dos aparatos tecnológicos. Por fim, Gustavo trabalha sobre aquilo que foi roubado do homem: a consciência sobre sua própria individualidade, retirada para dar lugar ao dominante patriarcado – branco – hétero – monogâmico – normativo.
Ricardo Reis - Como em uma peregrinação para responder perguntas que dizem respeito a todos os homens, Ricardo Reis desenvolve seu trabalho. A história, a solidão e o vazio são percorridos com o atravessar de passos, do tempo e, a partir desta ideia, Ricardo trabalha o solo. Sua produção passa a sensação de uma longa viagem que está longe de terminar. Entre uma parada e outra são coletados objetos ou capturados por traços em grafite nos cadernos que ele carrega, uma coleção de impressões marcadas.
Sobre a curadora:
Paula Borghi é graduada em Artes Visuais pela FAAP (Fundação Armando Alvares Penteado). Atualmente é curadora da 9ª edição da Residência Artística do Red Bull Station, além de ser integrante do grupo de crítica do CCSP (Centro Cultural São Paulo) desde 2011 e do Paço das Artes desde 2012. De 2011 aos dias de hoje, segue com a investigação Projeto Multiplo, exibido no MOMA – PS1, no Museu de Arte Contemporânea de Quito, na Galeria Meridión ac, na Universidade de Córdoba e no Espacio G. Foi selecionada para o projeto Novos Curadores (2010), para o 15º Festival Cultura Inglesa com a mostra coletiva UnFreeze (2011) e jurada da pré-seleção da Temporada de Projetos do Paço das Artes.
Residência artística no Red Bull Station: Com três edições por ano, a Residência Artística ocupa o piso superior do edifício, onde ficam os ateliês e um espaço conhecido como Galeria Transitória – local em que os artistas podem tanto desenvolver seus trabalhos como observar de que forma cada obra conversa com os demais projetos e com o ambiente. A cada edição são escolhidos seis artistas mediante edital divulgado no site e nas redes sociais da Red Bull.
O House of Art foi um projeto anual de residência artística da Red Bull que ocupou os prédios Hotel Central e Sampaio Moreira, ambos no centro de São Paulo, em 2009, 2010 e 2011. A partir da abertura do espaço de experimentação Red Bull Station, o projeto passa a ser permanente e também muda de nome e de formato: se transforma na Residência Artística no Red Bull Station.