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novembro 5, 2014
Thomaz Farkas na Luciana Brito, São Paulo
Luciana Brito Galeria tem o prazer de ser a primeira galeria a representar (desde 2013) e, agora, a realizar uma exposição individual de Thomaz Farkas. Sua carreira tem sido foco de várias individuais e coletivas antológicas com variados recortes desde os anos 40, além de um extenso trabalho de pesquisa e preservação realizado pelo Instituto Moreira Salles desde 2007. No entanto, esta seleção, com curadoria de Sergio Burgi e João Farkas, reúne um panorama especialmente amplo da obra do artista. Seus segmentos - dedicados a sua produção como fotógrafo, cineasta e empreendedor cultural - reúnem trabalhos de sua produção inicial (incluindo imagens inéditas da célebre série feita em 1946 com bailarinos), filmes (na maturidade artística, seu interesse pelo cinema documentário o levaria a criar a Caravana Farkas, responsável por uma produção icônica dedicada à cultura brasileira), e documentos. Uma rara série em cor também será exibida.
Thomaz Farkas é um dos principais nomes na fotografia brasileira moderna, ao lado de artistas como Gaspar Gasparian e Geraldo de Barros. Ele criou sua primeira série autoral em 1942, quando de seu ingresso no Foto Cine Clube Bandeirante, de que Farkas se tornaria um dos membros mais destacados. O grupo criou obras relacionando os avanços da arte moderna à fotografia, e é considerado pioneiro nessa linguagem no Brasil. Partindo criticamente do pictorialismo e da fotografia baseada nos gêneros tradicionais da pintura (retrato, paisagem, etc), os artistas enfocaram aspectos do meio fotográfico em si, distanciando-se do tratamento de fotografias como meras reproduções.
Nascido em Budapeste e radicado em São Paulo desde os 6 anos de idade, Thomaz Farkas era filho do fundador da Fotoptica, empresa pioneira na comercialização de equipamentos fotográficos no Brasil. Sua primeira exposição individual aconteceu em 1949, no Museu de Arte Moderna de São Paulo. No mesmo ano, o fotógrafo teve trabalhos selecionados para mostra no MoMA de Nova York, que naquele momento também adquire sete de suas obras. Quatro vezes eleito o representante do Brasil na Photographic Society of America, Farkas foi também central na criação dos departamentos de fotografia do MASP e do MAM-SP. Além do Musem of Modern Art de Nova York, a obra do fotógrafo pode ser encontrada em acervos como os da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Maison Européene de la Photographie e Instituto Moreira Salles (que lhe dedicou um livro antológico editado em 2010-11), entre outras instituições. Farkas faleceu em São Paulo, em 2011.
Como parte da mostra será lançado um amplo catálogo, com design de Kiko Farkas e textos dos curadores e de Rubens Fernandes Junior, além de reproduções da obras expostas.