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novembro 3, 2014
Zip'Up: Daniela Seixas na Zipper, São Paulo
Também com abertura prevista para 4 de novembro, no piso superior da galeria, a Zipper apresenta no projeto Zip’up a individual da artista Daniela Seixas, que se intitula “Drawing error”. Trata-se da apropriação do nome de erro dado por um software no momento em que a artista se colocava no árduo desafio de reorganizar seu portfolio. A partir do encontro de um erro da informática com uma das linguagens mais exploradas em sua pesquisa, o desenho, Daniela se pôs atenta a outros momentos em que a máquina enviava mensagens a partir da relação entre uso e falha. Nesse sentido, “about: blank” e “Out of memory” são outras mensagens a compor a exposição e que contribuem com uma problematização do desenho (e do design) pelo viés da escrita.
Junto aos três impressos ocorrerá uma ação, um duelo/dueto. A ideia de um desenho errado é algo que também permeia nossa infância e experiências em sala de aula, onde geralmente aqueles que desenham de modo realista são tidos como bons desenhistas. Para permitir copiar de modo supostamente fidedigno uma imagem, popularizou-se nas nossas infâncias o brinquedo do espelho mágico, e é com ele no meio, portanto, que artista e curador se colocarão frente a frente na galeria e tentarão também errar desenhando; ela a partir dos primeiros textos escritos na infância por Raphael Fonseca e ele tendo como estopim alguns desenhos e primeiros trabalhos de Daniela Seixas.
Mais do que uma exposição sobre as diversas possibilidades que o desenho pode trazer para a produção contemporânea – seja literalmente, digitalmente ou no campo da performance –, é possível também ver essa exposição como uma celebração à indagação, à troca de erros e cumplicidade entre artista/curador e entre dois amigos que se conhecem há exatos dez anos.
Daniela Seixas vive e trabalha no Rio de Janeiro. Graduada e mestre em Artes Visuais pela UERJ. Professora da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). Dentre as exposições recentes destacam-se as individuais: Como habitar palavras ou outros objetos (Flip – Sesc Paraty, 2013), Tarefas rarefeitas (Galeria Ibeu - Rio de Janeiro, 2013) e A riscar (Paço das Artes – São Paulo, 2012); e as coletivas: Deslize (MAR – Rio de Janeiro, 2014), Through the surface of the page (DRCLAS, Harvard University – Massachusetts, 2013), City as a process (2nd Ural Industrial Biennial of Contemporary Art – Rússia, 2012), Prêmio EDP nas Artes (Instituto Tomie Ohtake - São Paulo, 2011), entre-vistas (Programa Aprofundamento EAV Parque Lage – Rio de Janeiro, 2011) e Tração (Centro Cultural da Justiça Federal – Rio de Janeiro, 2011).
Raphael Fonseca vive e trabalha no Rio de Janeiro. Trabalha como crítico, curador e historiador da arte. Doutorando em Crítica e História da Arte (UERJ). Professor do Colégio Pedro II. Escreve periodicamente para as revistas Art Nexus, Das Artes e Performatus. Trabalha como curador de exposições e mostras de cinema com destaque para “Derek Jarman – cinema é liberdade” (Caixa Cultural Recife, 2014); Água mole, pedra dura (I Bienal do Barro, Caruaru, PE, 2014); Deslize
Sobre o Projeto Zip’up
Idealizada por Fábio Cimino, a sala Zip’Up é um espaço experimental reservado para receber novos artistas e curadores, nomes emergentes e talentos ainda não representados por galerias paulistanas. O objetivo do projeto é manter a abertura a variadas investigações e abordagens, além de possibilitar a troca de experiência entre artistas, curadores e público, dando oportunidade e visibilidade a talentos em iminência e/ou amadurecimento. O projeto é coordenado pelo curador Mario Gioia.