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julho 20, 2014
Gui Mohallem na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
O artista Gui Mohallem apresenta na galeria Luciana Caravello, com curadoria de Paulo Miyada (ler texto), a exposição “Tcharafna” - 15 obras entre vídeos, fotos e objetos, resultado de pesquisa realizada no Líbano, onde coabitam beleza e horror.
Esses trabalhos são fruto de duas viagens ao Líbano, terra-natal dos seus pais. A série exibida na mostra aborda, ao mesmo tempo, questões relativas a conflitos históricos e fortes traços de uma cultura local.
“Nessa etapa de minha pesquisa, busco uma relação não idealizada com o outro”, explica o artista. “Tcharafna” dá sequência à série “Welcome Home”, tendo nesta um ponto de partida para uma nova busca. “Após a experiência da série ‘Welcome Home’, procurei encontrar um caminho novo, mais complexo, em que o lugar de pertencimento não é visto como um paraíso. Depois de encontrar um lugar para chamar de casa num santuário pagão, conquistei o chão para tomar o passo mais importante: o de investigar as raízes culturais da família”, analisa Mohallem.
O título da série atual é um termo de cumprimento similar a quando dizemos “Prazer em conhecê-lo”. A palavra “tcharafna”, contudo, está relacionada à honra, sendo que a tradução literal seria “Estamos honrados”. A presença de sentimentos profundos dentro de um universo cotidiano e corriqueiro se reflete nesses trabalhos de Mohallem, marcados pelo sangue, símbolo, ao mesmo tempo, dos laços familiares e da violência. Nessa exposição, o artista mineiro mescla um conjunto de vídeos e fotografias provenientes do imenso acervo de imagens coletadas ao longo de sua estadia na vila Fakiha, local de origem de sua família, no nordeste libanês. Continuação de sua pesquisa sobre pertencimento, “Tcharafna” não compõe uma única narrativa linear. Assim como seus trabalhos anteriores, a nova série traz uma postura envolvida e emocionalmente conectada.