|
julho 20, 2014
Nazareno na Luciana Caravello, Rio de Janeiro
Uma escada feita de imbuia e cordas, pendurada no teto, uma série de desenhos que começa com um papel limpo e chega a um adensamento pesado e telhas em miniatura, quase como uma maquete são algumas das obras que Nazareno vai mostrar na galeria Luciana Caravello, com curadoria de Marco Lucchesi, na exposição “Aqui do lado de dentro!”, onde ele aborda a relação entre os diversos elementos contidos no interior de uma casa.
Os nove trabalhos retratam elementos arquitetônicos e outros mais sutis a partir de desenhos com escritos e imagens, onde o visitante entrará em contato com vestígios de conversas que poderiam ter ocorrido numa sala ou num quarto, ou na cozinha – existe todo um repertório de referências a espaços internos e no que ocorre dentro deles; algumas vezes isso se mostra de maneira direta, em outras se faz necessário o uso de artifícios tais como lentes de aumento e reflexões para se ver o que realmente reside do lado de dentro.
Nazareno quer levar o visitante a imaginar o que seria o “dentro”. “O que é estar dentro de um espaço, dentro de um assunto?”
Ele apresenta ainda uma metáfora para a saudade; um vidro lapidado onde está escrito a palavra “saudade”, que aparece, através de uma luz, projetada na parede. “O que é a saudade? Saudade de quê? Ela pode estar localizada no conhecimento do mundo a coisas que não se vivenciou, até a nostalgias”, explica.
Ao definir a obra de Nazareno para o texto de abertura da exposição, o curador Marco Lucchesi diz que ele é essencialmente um poeta do espaço. “Não do espaço puro, bem entendido, mas do espaço regido por um “deus ludens”, que o faz crescer e diminuir, como se buscasse os gigantes da Antiguidade e as províncias de Liliput.Um poeta do espaço dentro de um cosmos sazonal, retrátil e expansivo: nas variações de escala, na taxa demográfica de objetos, que se nutrem de espaço, que dentro dele se descobrem e com ele se confundem”.