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junho 4, 2014
Poder provisório: debate e lançamento de catálogo no MAM, São Paulo
MAM promove debate sobre mostra fotográfica poder provisório que mescla registros históricos e obras conceituais
No sábado (7/6), às 15h, o Museu de Arte Moderna de São Paulo realiza debate sobre a mostra de fotografia Poder provisório que conta com 86 obras do acervo que visam a discutir a instância do poder em diferentes esferas da vida social, retratando momentos como o 11 de Setembro, a ditadura no Brasil e as manifestações de junho de 2013. O bate-papo conta com a participação do curador da exposição Eder Chiodetto; do curador do MAM, Felipe Chaimovich; da professora e pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ivana Bentes; e da pesquisadora do Departamento de Antropologia da Unicamp, Fabiana Bruno.
Entre os temas a serem discutidos estão questões identificadas pela curadoria durante a organização da mostra como quem diz o que pode ou não entrar no acervo de um museu, fotografias de registro podem ser consideradas obras de arte? Quem tem o poder de legitimar o que é ou não é arte? E qual o poder do curador? Além da conversa sobre conceito curatorial, o evento marca o lançamento do catálogo da poder provisório, que conta com design de Milena Galli, e surpreende ao ser apresentado em formato sanfona em que todas as 85 fotografias da exposição surgem em escala mimetizando a mostra. Os catálogos serão distribuídos gratuitamente a todos os participantes do debate. Depois, o mesmo será vendido na loja do MAM por R$32,00.
Com projeto expográfico de Marta Bogéa, a mostra é esteticamente inspirada no poema construtivo Cidade/City/Cité, de Augusto de Campos. Assim como no poema, as obras estão dispostas em linha contínua (não cronológica), sem espaços entre uma e outra e com grande alternância de temas, séries e autores, colocando todas as obras e artistas em pé de igualdade. “É como uma ladainha. Uma aparente sucessão que na verdade é uma repetição enfadonha e um tanto sombria”, conta Chiodetto. Para ver a mostra, o visitante passa por um portal que dá espaço a um zigue-zague, diferente da concepção da sala original, dando lugar a uma outra arquitetura que convida a seguir a linha de fotos apresentadas, "reforçando a ideia de convulsão e entropia que salta das obras e se manifesta no espaço expositivo", diz o curador.