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maio 26, 2014
Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner na Casa Daros, Rio de Janeiro
Dando sequência à temporada dedicada à pintura na Casa Daros, exposição reúne cerca de cem obras dos dois artistas de gerações e nacionalidades diferentes: o argentino nascido em 1961 e o brasileiro nascido em 1978. Os trabalhos, além de criarem um diálogo entre si, confrontam a mostra “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, também na instituição.
A Casa Daros apresenta para o público a partir de 31 de maio de 2014 a exposição “Guillermo Kuitca + Eduardo Berliner – Pinturas”, com curadoria de Hans-Michael Herzog, que reúne cerca de cem obras, entre pinturas e desenhos, dos dois artistas. Guillermo Kuitca, nascido em Buenos Aires em 1961, é um nome reconhecido no circuito internacional da arte, e no Brasil participou de várias edições da Bienal de São Paulo: a 24ª, em 1998; a 20ª, em 1989; e a 18ª, em 1985; e ainda da I Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, em 1997. Eduardo Berliner, nascido no Rio em 1978, já ocupa um lugar de destaque na cena artística, tendo participado da 30º Bienal de São Paulo, em 2012, e da Bienal de Curitiba, em 2011, entre outras importantes exposições, como a dos finalistas do Prêmio PIPA, também em 2011, e do Prêmio CNI-SESI Marcantonio Vilaça, no MAM Rio, em 2010.
A exposição integra a temporada dedicada à pintura na Casa Daros, iniciada com “Fabian Marcaccio – Paintant Stories”, aberta em março, e em cartaz até 10 de agosto próximo.
Hans-Michael Herzog observa que o trabalho de Guillermo Kuitca e Eduardo Berliner “tem muito em comum”, mas que buscou fazer uma seleção de obras que não colocasse esta analogia de forma tão evidente. Ambos trabalham um universo onírico – “às vezes de pesadelos” –, com elementos infantis, do mundo assombroso das crianças. Ele destaca ainda que o trabalho de ambos contém certo aspecto mórbido, “mais sublimado em Kuitca”. De Guillermo Kuitca estarão pinturas sobre madeira e desenhos, que mostram ao público a iconografia do artista, abrange cubismo e casas, e ainda sua pesquisa recente, em fase ainda experimental. As obras vêm de seu ateliê, em Buenos Aires, e da Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, Suíça. O curador ressalta que os dois artistas são pintores no sentido preciso da palavra, que sabem “exatamente a cor, a forma, o que significa uma tela branca a ser trabalhada”. As obras de Eduardo Berliner virão do ateliê do artista, e serão pinturas a óleo sobre tela e desenhos sobre papel com vários materiais, como nanquim, aquarela e grafite. Hans-Michael Herzog chama a atenção para o “domínio total da técnica, tanto na pintura quanto na obra gráfica” do artista.
Guillermo Kuitca afirma que "a pausa diante da pintura é um modo temporal”. “Estar diante de uma pintura, por mais curto que for o tempo, é uma expressão do tempo”, diz. “Eu gosto de pensar a pintura como um meio muito, mas muito, resistente ao tempo; às mudanças importantíssimas que aconteceram nos últimos séculos, pois, de algum modo, pictoricamente, nós, os pintores, quase que continuamos a trabalhar com meio e modos que atravessam épocas completamente diferentes umas das outras”.
PROGRAMA MERIDIANOS
No dia 31 de maio de 2014, no dia que a exposição será aberta ao público, os artistas Guillermo Kuitca e Eduardo Berliner vão fazer um encontro aberto ao público com a participação do curador Hans-Michael Herzog. O evento será realizado no auditório da instituição com entrada gratuita, mediante distribuição de senhas uma hora antes.