|
maio 11, 2014
Matriz e Desconstrução na Anita Schwartz, Rio de Janeiro
Anita Schwartz Galeria de Arte apresenta, a partir de 15 de maio de 2014, para convidados, e do dia seguinte para o público, a exposição “Matriz e Desconstrução”, que ocupará todo o espaço expositivo do edifício, com curadoria da crítica de arte Luisa Duarte, que selecionou trabalhos dos artistas Adriano Costa, Ana Holck, Angelo Venosa, Carla Guagliardi, Daisy Xavier, Gustavo Speridião, Waltercio Caldas, Wagner Morales, Nuno Ramos e Matheus Rocha Pitta.
A curadoria da mostra tece diálogos entre obras cuja matriz construtiva é nítida, ou seja, trabalhos cuja visualidade é seca e depurada, de natureza geométrica, e outros nos quais uma narrativa vem à tona, sinalizando uma conversa entre pólos que não são opostos, mas diversos e que fazem parte de uma mesma história da arte brasileira dos últimos cinqüenta anos. Com artistas de diferentes gerações e obras que variam desde uma de Waltercio Caldas de 1967, espécie de desenho escultórico na parede que já sinaliza procedimentos fundamentais que virão reger o processo dos artistas, até outras datadas de 2013 e 2014.
Sem ter como ponto de partida um conceito completamente fechado, a curadora foi alinhavando a ideia da mostra a partir de visitas aos ateliês dos artistas, no contato com os trabalhos e nas conversas com os mesmos. “Numa época em que o conceito, a “explicação”, para o trabalho ou a exposição parece vir quase sempre antes, fica mais rara a chance do publico ter um contato com a arte que guarde o elemento da surpresa, do espanto, da mudança inaudita.”, diz Luisa, que completa dizendo que é importante resgatar a frase de Jean-Luc Godard (Paris, 1930), para quem “cultura é regra, arte é exceção” (do filme “Je vous salue, Sarajevo”, de 1993).
Luisa Duarte ressalta que o crítico precisa ter cuidado ao preservar e alinhavar os sintomas do mundo contemporâneo presentes na arte, mas também dar um passo atrás e “escutar” e “ver” as obras em si.
A curadora pretende ainda trabalhar a iluminação da exposição para reforçar esta ideia de claro x escuro, e limpeza x ruído. “Há obras mais racionais e outras que mostram a brutalidade da vida”, comenta.
SOBRE OS ARTISTAS
Adriano Costa (São Paulo, 1975. Vive e trabalha em São Paulo)
Participou de inúmeras mostras coletivas, incluindo "Imagine Brazil", no Astrup Fearnley Museet, em Oslo, na Noruega (2013/2014); "Correspondências", no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (2013); "Convite à Viagem", Rumos Artes Visuais, no Itaú Cultural, em São Paulo (2012/2013); "April", na Sadie Coles HQ, em Londres (2013); "Time Space Poker Face", no Be-Part, Waregen (2013) e "Mythologies", na Cité Internationale des Arts, em Paris (2011). Dentre suas exposições individuais estão: "Mar Morto Provisório", na Galerie Krinzinger, em Viena; "Crisis doesn`t matter if you love me", na Nuno Centeno, no Porto, em Portugal; "Plantation", na Mendes Wood DM, em São Paulo e o Programa Anual de Exposições, no Centro Cultural São Paulo.
Ana Holck (Rio de Janeiro, 1977. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
A artista possui trabalhos nas coleções Itaú Cultural; MAM São Paulo, MAM Rio de Janeiro (coleção Gilberto Chateaubriand); MAC-Niterói, Ministério das Relações Exteriores (Brasília, DF) e Pinacoteca de São Paulo. Seus trabalhos mais recentes foram uma instalação de grandes proporções no foyer do Gas Hall do Birmingham Museum and Art Gallery e as individuais: “Ensaios não destrutivos”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Bastidor”, apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil, e as intervenções realizadas no acervo do Museu Chácara do Céu, Rio de Janeiro, pelo projeto “Os Amigos da Gravura”, onde também realizou um múltiplo que era uma escultura-joia, ambas em 2010. Em 2011 recebeu o I Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea e, em 2010, o Prêmio Funarte de Artes Plásticas Marcantonio Vilaça.
Angelo Venosa (São Paulo, 1954. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Angelo Venosa surgiu na cena artística brasileira na década de 1980, tornando-se um dos expoentes dessa geração. Desde esse período, lançou as bases de uma trajetória que se consolidou no circuito nacional e internacional, incluindo passagens pela Bienal de Veneza (1993), Bienal de São Paulo (1987) e Bienal do Mercosul (2005). Sua mais recente exposição individual foi no MAM Rio, em 2012. Hoje, o artista tem esculturas públicas instaladas no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Jardim do Ibirapuera); na Pinacoteca de São Paulo (Jardim da Luz); na praia de Copacabana/ Leme, no Rio de Janeiro; em Santana do Livramento, Rio Grande do Sul e no Parque José Ermírio de Moraes, em Curitiba. Possui trabalhos em importantes coleções brasileiras e estrangeiras, além de um livro panorâmico da obra, publicado pela Cosac Naify, em 2008.
Carla Guagliardi (Rio de Janeiro,1956. Vive e trabalha em Berlim e no Rio de Janeiro)
Estudou na EAV do Parque Lage (1987/89); pós-graduação em História da Arte e Arquitetura no Brasil, na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1990/91). Co-fundadora do grupo Visorama, organizador de debates públicos sobre arte contemporânea (1990/95). Dentre suas exposições individuais recentes estão: “Para quem voa descansar”, no Museu do Açude, em 2013; “Os cantos do canto”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “O Lugar do Ar”, no Instituto Mariantonia, USP, em São Paulo, em 2010; “Luogo d’aria, no Castel dell’ovo, em Nápoles, Itália; “O Lugar do Ar”, no MAM Rio, em ; Schwerelos, Haus am Waldsee, em Berlim, ambas em 2009. Dentre as coletivas estão: “Bola na rede”, na Funarte, em 2013; “O desejo da forma”, na Akademie der Kunste, em Berlim, Alemanha, e “The Glass Delusion, The National Glass Centre, em Sunderland, England, ambas em 2010; “7a Bienal do Mercosul”, em 2009, dentre outras.
Daisy Xavier (Rio de Janeiro, 1952. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Dentre suas recentes exposições individuais estão: “Arqueologia da Perda”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Último Azul”, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2011 e “Topologia do Encontro”, na Galeria Florência Loewenthal, em Santiago, no Chile, em 2010. Dentre as exposições coletivas estão: “A primeira do Ano”, em 2012, “Desenhos e Diálogos” e “Em torno da escultura”, em 2011, ambas na Anita Schwartz Galeria de Arte; “Mapas Invisíveis”, na Caixa Cultural, no Rio de Janeiro, em 2011; “Sujeito Corpo”, no Sesc Pinheiros, em 2010; entre outras.
Gustavo Speridião (Rio de Janeiro, 1978. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Apesar de jovem, o artista já ocupa um lugar destacado no panorama da arte contemporânea brasileira, tendo participado de coletivas em instituições importantes, como o MAM Rio, Paço Imperial, Itaú Cultural, MAM Bahia, CCBB, integrado mostras no exterior, e recebido vários prêmios. Em 2013 participou da Bienal de Lyon, na França. Já recebeu os seguintes prêmios: Prêmio Funarte Marcantonio Vilaça [MAC-Niterói], em 2010; Prêmio Rumos Artes Visuais Itaú Cultural 2008-2009, Prêmio FASM de videoarte, São Paulo, Prêmio SPA das Artes, Recife, em 2009; Prêmio Projéteis Funarte de Artes Visuais, Prêmio Conexões Funarte de Artes Visuais, em 2007; Prêmio Intervenção Urbana na Semana de Artes Visuais de Recife – PE, em 2004.
Matheus Rocha Pitta (Tiradentes, Minas Gerais, 1980. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
Dentre as exposições individuais recentes do artista estão a mostra na Fondazione Morra Greco, em Napoli, na Itália, em 2013; as exposições na Giudizio Universale, Solo Project Artissima, em Torino, na Itália, e “Dois Reais”, no Paço Imperial, ambas em 2012. Em 2011 o artista participou da coletiva Rendez Vous, no Institut d’Art Contemporain de Lyon e realizou a individual Provisional Heritage, na Sprovieri, Londres, Reino Unido. Foi também contemplado com o 1º lugar do I Premio Itamaraty de Arte Contemporânea. Em 2012 realizou individuais no Paço Imperial, Rio de Janeiro, e Fondazione Volume!, em Roma.
Nuno Ramos (São Paulo, 1960. Vive e trabalha em São Paulo)
Formado em filosofia pela Universidade de São Paulo, começou sua trajetória artística em 1984, quando passou a fazer parte do grupo de artistas do ateliê Casa 7. Desde então tem exposto regularmente no Brasil e no exterior. Participou da Bienal de Veneza de 1995, onde foi o artista representante do pavilhão brasileiro, e das Bienais Internacionais de São Paulo de 1985, 1989, 1994 e 2010. Em 2006, recebeu, pelo conjunto da obra, o Grant Award da Barnett and Annalee Newman Foundation. Dentre suas recentes exposições iondividuais, destacam-se: “O Globo da Morte de tudo”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Solidão, Palavra”, na Mostra Sesc de Arte 2012; “Fruto Estranho”, no MAM Rio, em 2010; “Mar Morto”, na Anita Schwartz Galeria, em 2009.
Wagner Morales (São Paulo, 1971. Vive e trabalha entre São Paulo/Brasil e Paris/França)
Realizou residência artística no Helsinki International Artist-in-residence Programme, Helsinque, na Finlândia, em 2010; no Pavillon/Palais de Tokyo, em Paris, França, em 2005/2006; no Cité Internationale des Arts, em Paris, França, em 2005/2006; Le Fresnoy – Studio National des Arts Contemporains, Tourcoing, França, em 2004 e na Escuela de Cine y Televisión San Antônio de Los Baños, em Cuba, em 1998. Dentre suas recentes exposições individuais, destacam-se: “Dual Overdrive”, na Anita Schwartz Galeria de Arte, em 2012; “Black Power”, no Paço das Artes, em São Paulo, em 2012; “White Screen”, na Cable Factory Gallery, na Finlândia, em 2010; “Vídeo de artista”, no MAM Bahia, em 2010.
Waltercio Caldas (Rio de Janeiro, 1946. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)
É considerado um dos artistas brasileiros de maior renome internacional, tendo exposto em diversos países: Kanaal Art Foundation (Kortrijk, Bélgica, 1991); Stedelijk Museum (Schiedam, Holanda, 1992); Documenta 9 (Kassel, Alemanha, 1992); Centre d’Art Contemporain (Genebra, Suíça, 1993); e Museum of Modern Art (Nova York, EUA, 1993). Integrou as Bienais de São Paulo em 1983, 1987 e 1996 e representou o Brasil nas Bienais de Veneza de 1997 e 2007. Em 2008, a Fundação Calouste Gulbenkian, em Portugal, e o Centro Galego de Arte Contemporánea, na Espanha, organizaram importantes individuais do artista. Em 2010, a mostra “Salas e Abismos”, no MAM Rio, foi considerada uma das melhores exposições do ano no Brasil pela crítica. Seus trabalhos estão nos acervos dos principais museus do Brasil e do mundo, entre eles, o Museum of Modern Art (Nova York) e a Neue Galerie (Kassel), além dos Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro. Suas esculturas em espaços públicos podem ser vistas em Leirfjord (Noruega), Paseo de las Américas, em Punta del Este (Uruguai) ou ainda na Av. Beira Mar no Rio de Janeiro.