|
maio 9, 2014
Daré e Marcelo Tinoco na Zipper, São Paulo
A Zipper Galeria apresenta a partir de 13 de maio de 2014, ás 19h, a exposição “Era Uma Vez...”, do artista Marcelo Tinoco. A mostra, que traz texto de apresentação do curador Ricardo Resende, é composta por uma série de fotografias que juntam histórias para narrar o tempo. Paralelamente, no Espaço Zip'Up, o artista Daré apresenta pinturas comissionadas que brincam com os alardes do aquecimento global.
“Foto pintura-quadro” de Marcelo Tinoco
Marcelo Tinoco usa da manipulação digital de elementos plásticos e figurativos para explorar a fronteira entre o real e o ficcional. O seu processo artesanal de construir “quadro a quadro” poderia definir sua técnica como uma “foto pintura- quadro”, experimentações que ampliam a noção de linguagem fotográfica.
A produção de Tinoco também tem se destacado pelo uso de uma refinada técnica colorista em suas paisagens, que lembra a luz e o imaginário de artistas flamengos. “Era uma vez...“ é uma maneira de ver e não exatamente a maneira real de como vemos o mundo.
Para o curador Ricardo Resende, as obras de Tinoco criam sensações visuais que buscam destacar expressões e situações humanas, criando uma condição fotográfica que dialoga com nossa memória, com o nosso imaginário de tempos remotos somados à situações atuais.
Daré experimentará na Zipper Galeria as possibilidades atuais do retrato comissionado na pintura
A mostra, que tem curadoria de Josué Mattos, reúne uma série de pinturas nas quais os personagens retratados têm seus olhos escondidos atrás de óculos escuros ou suas faces distorcidas na tentativa de mirar o sol. Trata-se da primeira individual de Daré em São Paulo.
Imaginada em 2008, como uma resposta bem humorada às notícias apocalípticas em torno do aquecimento global, a série ganhou forma e corpo 6 anos depois, tornando-se um campo de experimentação para o artista quanto às possibilidades do retrato e suas relações de poder no mundo atual.
Sendo a série, por definição, formada exclusivamente por retratos comissionados, a exposição abre com todas as obras já vendidas. Mas o artista promete aceitar novas encomendas cujos preços seguirão uma fórmula que levará em conta seu peso corporal e a cotação do ouro do dia - uma discussão paralela à mostra que procura associar artista e obra à racionalidade das commodities de mercado.
Quem olhar o conjunto de telas mais de perto, perceberá que outros assuntos o permeiam. Como a existência e o significado das pequenas comunidades dentro do sistema da arte - todos os retratados são artistas amigos ou colecionadores. E a atenção que o artista dá à descrição de detalhes, texturas e contrastes de transparência e cor, utilizando recursos pictóricos que remetem a antigos mestres, parece um esforço pessoal para entender a pertinência da própria pintura nos dias de hoje.