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abril 16, 2014
Colônias Submersas de Paulo Paes na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
“Colônias Submersas” insere-se no campo ampliado da arte contemporânea, e trata do desenvolvimento da pesquisa Fisálias, Continentes Flutuantes do artista Paulo Paes, que nessa etapa foi realizada através da bolsa de estímulo à produção em Artes Visuais da Funarte/Minc, e consistiu na construção de uma rotina de trabalho como objeto, focando o meio-ambiente como fonte de poesia e criação.
São experimentações na região costeira de Cabo frio e Arraial do Cabo, em torno da implantação e monitoramento de artefatos subaquáticos feitos com diversos materiais, que dão suporte a sucessões biológicas espontâneas, explorando a interface entre processos naturais e estruturas artificiais como espaço essencialmente criativo. Transformando o meio-ambiente em protagonista de uma ação cultural.
O horizonte projetado pelas ações envolvidas, abre uma discussão acerca das formas de relacionarmo-nos com a história e o meio-ambiente, dentro de uma perspectiva ética que reconhece a dimensão temporal das ações humanas e a mobilidade de suas soluções adaptativas.
O natural-artificial. Como demarcar esta fronteira? Que potências desconhecidas (naturais) cada ação humana mobiliza? Como elas repercutem no meio-ambiente ao longo do Tempo? O artificial pode se tornar natural pela ação do tempo?
São questões levantadas durante todas as etapas de realização da pesquisa do artista, e que serão discutidas nesse bate papo que será realizado no Parque Lage no próximo dia 24 de abril de 2015 as 19hs, com a participação do artista, do crítico de arte Luiz Camillo Osorio (ler texto crítico) e do webdesigner Marcus Wagner.
Em seus argumentos, Paulo destaca que: “o principal produto de uma rotina será sempre ela própria. Mas seu exercício gera, ao longo do tempo, uma cultura material e outra imaterial. Ou seja, toda a tecnologia, toda ferramental, todo equipamento criado visando atender suas demandas - no meu caso vai da embarcação ao vestuário passando pelas próprias Fisálias. É também o discurso produzido com ela – rotina - (e por ela). Digo com ela pra deixar claro que não houve discurso prévio, mas um que foi construído durante os dias e as ações realizadas, através de seu registro em multimeios.”
Todas essas informações estão publicadas no site www.continentesflutuantes.com.br, criado e desenvolvido pelo artista, ilustrador e webdesigner Marcus Wagner, que será lançado publicamente no Parque Lage. São fotos, vídeos, relatórios, esquemas, desenhos, manuais, mapas, links etc, ou seja, um banco de dados e imagens com gerenciador de conteúdos e mecanismo de buscas para disponibilização dessas informações ao público interessado, organizados em torno de duas linhas de tempo: Uma estática, denominada no menu de histórico, com as etapas/experiências anteriores do projeto, todas já encerradas. E outra dinâmica - a principal - que será alimentada por experiências atuais.
Esta obra foi selecionada pela Bolsa Funarte de Estímulo à Produção em artes visuais 2012.