|
abril 11, 2014
Chelpa Ferro, Cinthia Marcelle & Tiago Mata Machado e Henrique Cesar na Vermelho, São Paulo
Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 16/04/2014 a 24/05/2014:
Chelpa Ferro - Aquário Suave Sonora
Cinthia Marcelle & Tiago Mata Machado - O Século e Rua de mão única
Henrique Cesar - O Informante
[Scroll down to read in English]
A Vermelho apresenta, de 15 de abril a 10 de maio de 2014, as exposições “Aquário Suave Sonora” do coletivo Chelpa Ferro, “O Informante” de Henrique Cesar, e as instalações “O Século” e “Rua de mão Única” de Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado.
“Aquário Suave Sonora”, nova exposição do Chelpa Ferro na Vermelho, combina música experimental, com esculturas, instalações, e performance. Para a sala 1 da Vermelho, o coletivo criou um estúdio de gravação composto por duas cabines com tratamento acústico, que durante o período da mostra serão usadas como local de ensaio por bandas convidadas pelo coletivo.
Criado em 1995 pelos artistas Barrão, Sergio Mekler e Luiz Zerbini, o Chelpa Ferro trabalha com a pesquisa de fontes sonoras acústicas e eletrônicas, por meio da construção de máquinas e mecanismos sonoros não convencionais combinados a instrumentos musicais tradicionais. Seu trabalho utiliza a tecnologia para explorar possibilidades multi-disciplinares de diálogo com o cinema, o vídeo e com a performance.
Para a 25ª Bienal de São Paulo, em 2002, o coletivo criou polêmica com a performance “Auto-Bang”, realizada durante a abertura do evento. Nela, um Maverick ornamentado com signos e referências visuais dos artistas, foi completamente destruído. Posteriormente, partes do carro foram transformadas em esculturas sonoras. O coletivo participou ainda da 8ª Bienal de Havana, em 2003, da 26ª Bienal de São Paulo, em 2004, e da 51ª Bienal de Veneza, em 2005.
As exposições individuais e concertos do Chelpa Ferro possibilitam experiências únicas para o observador. É o caso de “Jungle Jam”, obra comissionada e apresentada em 2006 no FACT (Foundation for Art and Creative Technology), de Liverpool. “Jungle Jam” é uma instalação composta por trinta motores dispostos em linha horizontal sobre as paredes do espaço expositivo. Cada motor é conectado a um pino, e este a uma sacola plástica. Quando ativados por um sincronizador, os motores fazem girar os pinos e, com eles, as sacolas plásticas, que produzem sons ritmados.
O coletivo já realizou exposições individuais no Museu de Arte da Pampulha, no Museu de Arte Moderna da Bahia (2008), na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009), e no The Aldrich Contemporary Art Museum (2011), EUA.
A proposição de um estado de curiosidade e disposição contemplativa para a escuta e discussão das relações entre som e espaço são ideias sobre as quais se apoiam os trabalhos do Chelpa Ferro, sugerindo por meio de procedimentos distintos, um embaralhamento dos sentidos.
O Informante
Henrique Cesar
Instrumento utilizado para registrar simultaneamente a temperatura e a umidade relativa do ar, o termohigrógrafo é comumente usado em museus e espaços expositivos para medir a umidade do ar, como forma de controlar o desgaste natural decorrente das variações climáticas sobre pinturas, papéis ou esculturas. Por meio de um sistema que conta com um relógio, sensores mecânicos e canetas, a máquina gera um gráfico para cada ciclo de vinte quatro horas.
Temperatura e umidade são propriedades de um fenômeno e podem ser expressas quantitativamente. Em “O Informante”, Henrique Cesar emprega o termohigrógrafo como ferramenta de materialização do invisível e do impalpável. Durante os 26 dias de apresentação da instalação, na sala 2 da Vermelho, as informações transcritas pelo termohigrógrafo sobre folhas de papel quadriculado, serão apresentadas lado a lado sobre as paredes do espaço expositivo, criando um grande gráfico.
Tornando as condições e circunstâncias atmosféricas do ambiente visíveis, “O informante” pretende revelar a massa invisível do espaço expositivo, transformando-a em trabalho.
Cinthia Marcelle e Tiago Mata Machado
A artista Cinthia Marcelle e o cineasta Tiago Mata Machado apresentam na exposição dois vídeos criados em parceira.
“O Século”, de 2011, que já participou de várias exposições internacionais, como a última edição da Bienal de Istambul, em 2013, sugere uma metáfora acerca da vida nos grandes centros urbanos. O filme começa apenas com sons de pessoas correndo até que um objeto é arremesado para dentro do plano de visão. O filme evolui para um crescendo no qual objetos de todos os tipos vão sendo arremessados. A rua, pano de fundo da ação, torna-se um quadro desolado de objetos acumulados, poeira e fumaça, desprovido, entretanto, da presença humano. O conflito que ocorre por trás da câmera, é evidenciado apenas por meio de seus vestígios. Sem oferecer soluções para o que parece ser um loop eterno de luta, “O Século” aponta para a necessidade de imaginar novas estratégias políticas para romper o impasse da democracia nos dias de hoje.
Colaboração mais recente entre Marcelle e Mata Machado, “Rua de Mão Única”, de 2013, teve premiere mundial no festival de cinema de Rotterdã [Holanda]. O filme, segundo palavras dos artistas, constitui um contra plano para “O Século”. Ele revela o conflito físico entre manifestantes ausente em “O Século”.
Em ambos os trabalhos, “O Século” e “Rua de Mão Única”, apontam para o constante conflito entre política e sociedade.
Galeria Vermelho, São Paulo, SP - 16/04/2014 til 24/05/2014:
Chelpa Ferro - Aquário Suave Sonora
Cinthia Marcelle & Tiago Mata Machado - O Século e Rua de mão única
Henrique Cesar - O Informante
From April 15 to May 10, 2014, Galeria Vermelho is presenting the exhibitions Aquário Suave Sonora [Smooth Sound-Making Aquarium] by the artist collective Chelpa Ferro, O Informante [The Informer] by Henrique Cesar, and the installations O Século [The Century] and Rua de Mão Única [One Way Street] by Cinthia Marcelle and Tiago Mata Machado.
Aquário Suave Sonora, a new exhibition by Chelpa Ferro at Vermelho, combines experimental music with sculptures, installations and performance. For Vermelho’s hall 1, the artist collective created a recording studio consisting of two booths with acoustic treatment that will be used as a place for rehearsals by bands invited by the collective.
Created in 1995 by the artists Barrão, Sergio Mekler and Luiz Zerbini, Chelpa Ferro works with the investigation of acoustic and electronic sound sources, through the construction of unconventional sound-producing devices combined with traditional musical instruments. Their work uses technology to explore the multidisciplinary possibilities of dialogue with cinema, video and performance, creating partnerships with artists such as Debora Colker, for whom the collective created, in 2002, the installation Mesa [Table], part of the choreographer’s piece 4 x 4.
For the 25th Bienal de São Paulo, in 2002, the collective sparked controversy with the performance Auto-Bang, presented at the event’s opening. In it, a Maverick car decorated with marks and signs referring to the artists, was completely destroyed. The parts of the car were later transformed into sound-producing sculptures. The collective also participated in the 8th Bienal de Havana, in 2003, the 26th Bienal de São Paulo, in 2004, and the 51st Venice Biennale, in 2005.
Chelpa Ferro’s solo shows and concerts provide the observer with unique experiences. This is the case of Jungle Jam, a commissioned work presented in 2006 at FACT (Foundation for Art and Creative Technology), in Liverpool. Jungle Jam is an installation made up of thirty motors arranged in a horizontal line on the walls of the exhibition space. Each motor is connected to a shaft, which spins a plastic bag. When activated by a synchronizer, the motors rotate the shafts, thus moving the plastic bags, which in turn produce rhythmic sounds.
The collective has also held solo shows at the Museu de Arte da Pampulha, at the Museu de Arte Moderna da Bahia (2008), at the Pinacoteca do Estado de São Paulo (2009), and at the Aldrich Contemporary Art Museum (2011).
The proposal of a state of curiosity and contemplative willingness for listening and discussing the relations between sound and space provides the basis for Chelpa Ferro’s works, suggesting a shuffling of the senses through different procedures.
O Informante
Henrique Cesar
An instrument used to simultaneously record the temperature and relative humidity of the air, the thermohygrograph is commonly used in museums and exhibition spaces to measure the humidity of the air, as a means of controlling the natural deterioration from climatic variations on paintings, papers or sculptures. By way of a system that involves a clock, mechanical sensors and pens, the machine creates a graph for each 24-hour cycle.
Temperature and humidity are properties of a phenomenon and can be expressed quantitatively. In O Informate, Henrique Cesar uses the thermohygrograph as a tool for materializing the invisible and the intangible. During the 26 days of the installation’s exhibition, in Vermelho’s hall 2, the information transcribed by the thermohygrograph on sheets of graph paper will be presented side-by-side on the walls of the exhibition space, creating a large graphic.
By making the atmospheric circumstances and conditions of the environment visible, O informante aims to reveal the invisible mass of the exhibition space, essentially transforming it into an artwork.
Cinthia Marcelle and Tiago Mata Machado
At the exhibition, artist Cinthia Marcelle and filmmaker Tiago Mata Machado are presenting two videos made in partnership.
O Século [The Century], 2011, which has participated in various international exhibitions, including the last edition of the Istanbul Biennial, in 2013, suggests a metaphor about life in the large urban centers. The film begins with only the sounds of running people, until the first object is thrown into the camera’s view. The film develops to a crescendo in which objects of every sort are being thrown into the field of view. The street, the backdrop of the action, becomes a desolate painting of accumulated objects, dust and smoke, though bereft of human presence. The conflict that takes place behind the camera is evidenced only by way of scraps from the clash. Without offering solutions for what appears to be an endless loop of fighting, it suggests the need to imagine new political strategies to break the current impasse of democracy.
A more recent collaboration between Marcelle and Mata Machado, Rua de Mão Única [One Way Street], 2013, had its world premiere at the Rotterdam Film Festival in Holland. The film, according to the artist, works as a reverse shot for O Século. It reveals the physical conflict between the unseen protesters in O Século. Both the works, O Século and Rua de Mão Única, point to the constant conflict between politics and society.