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abril 11, 2014
Deserto do céu: Tomás Ribas e Vicente de Mello nas Cavalariças da EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Luz e imagem se encontram na nova exposição de Tomás Ribas e Vicente de Mello
Deserto do céu, EAV Parque Lage, Rio de Janeiro - 17/04/2014 a 01/06/2014
Os artistas Tomás Ribas e Vicente de Mello estarão juntos, a partir do dia 16 de abril, em uma exposição que promete despertar a curiosidade dos visitantes que passarem pelas Cavalariças da Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura. Batizada de Deserto do Céu, a mostra reunirá luz e imagem por meio de dois trabalhos que se complementam e lidam com os sentidos humanos e seus mecanismos de compreensão: Paredes e Death Valley.
Em uma sala vazia e escura, a obra Paredes, de Tomás Ribas, se forma a partir da interação de luz com fumaça, que faz com que planos pareçam sólidos ao olhar do público apesar de poderem ser atravessados. Esses planos - ou paredes - aparecem e desaparecem em lugares diferentes da sala, mudando a relação do visitante com o espaço. “Esse é um trabalho que ativa a percepção dos visitantes e chama a atenção para o modo como vemos o mundo”, destaca Tomás Ribas.
Ao mesmo tempo, Death Valley, instalação de Vicente de Mello, reveste as paredes da sala central das Cavalariças, até o teto, com impressões “lambe-lambe” que remetem aos gráficos de som e sua onda vibratória. “A ideia é a projeção de luzes coloridas sobre as paredes, que alteram a cromaticidade das cores da imagem pelo acender e apagar de refletores coloridos, em um ritmo específico, levando a um efeito hipnótico. Assim, a fotografia é desfigurada e o resultado são os efeitos de desaparecimento, redução, transformação e vibração da cor como um Big Bang enigmático”, afirma Vicente.
A ideia da exposição Deserto do Céu surgiu após o sucesso de outro trabalho em parceria dos artistas: a peça de teatro Deus é um DJ, dirigida por Marcelo Rubens Paiva, em 2011. Na ocasião, foi criado um cenário que transportava o espectador para o interior de uma galeria de arte. “Agora, com Deserto do Céu, entramos em áreas pouco conhecidas da nossa consciência, um vasto deserto tocável e infinito, e usamos a intuição como guia”, explica Vicente.
Concomitante à exposição, os artistas estarão com dois outros trabalhos na Capela, da EAV. Tomás Ribas apresentará a série Chamex, onde fará um trabalho com resmas, intercalando diferentes tipos de papel; e Vicente de Mello lançará o gibi Sete dias, que será impresso em papel de jornal.
Tomás Ribas é artista plástico e iluminador. Trabalha há dezoito anos com teatro, tendo ganhado três prêmios Shell de melhor iluminação. Esse ano ganhou os prêmios Cesgranrio, Shell e Questão de Crítica de melhor iluminação com a peça Moi Lui.
Vicente de Mello tem sua pesquisa fotográfica apresentada desde 1992. Desde então, já publicou o livro Aspera imagem, ganhou prêmio de melhor exposição de fotografia da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e foi o primeiro brasileiro a ser convidado a participar da residência de artista no Espace Photographique Contretype, em Bruxelas, Bélgica.