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abril 4, 2014
Abertura tripla na Artur Fidalgo, Rio de Janeiro
A Artur Fidalgo Galeria inaugura três exposições no dia 9 de abril: Cantantes Sedutores, de Malu Saddi; Exército Monarca, de Fábio Carvalho e Rever, de Gabriela Machado.
O espaço principal será dividido entre as individuais de Malu Saddi, que apresenta desenhos e pinturas e Fabio Carvalho que vai expor pratos em faiança, técnica de cerâmica tradicional. A pintora Gabriela Machado vai mostrar pela primeira vez suas esculturas com a instalação Rever exibida no Armazém Fidalgo.
Em seus desenhos Saddi sempre trabalhou com elementos naturais – como animais selvagens, flores e esqueletos –, e recentemente passou a incorporar linhas multicoloridas, círculos e geometria à sua produção. O resultado é um trabalho suave e que flui através dos centros deslocados, mas ao mesmo tempo apresenta uma estética caótica e imprevisível. A artista elegeu a forma cônica para conduzir obras que combinam estruturas orgânicas com elementos geométricos.
Inspirada em Bergson, que também utilizava a forma cônica para ilustrar a relação do ser humano com a memória, a artista inclui cones em várias de suas obras e faz deles guias dos visitantes por sua exposição. Além dos desenhos e das pinturas, a mostra Cantantes Sedutores apresenta duas fotografias, duas esculturas e um vídeo.
Na mostra Exército Monarca, Carvalho apresenta a produção dos pratos de faiança, uma técnica quase extinta de cerâmica, precursora da porcelana. O trabalho expõe o contraponto entre os uniformes camuflados dos soldados e a beleza exuberante e tóxica da borboleta monarca. A ideia é ir além do dualismo entre virilidade e fragilidade, masculino e feminino. O artista prova que os dois podem coexistir. Também traz a oposição entre duas formas de sobrevivência quase opostas, porém igualmente bem sucedidas, a camuflagem e o mimetismo usado por outras borboletas para ludibriar predadores: “Com a camuflagem, procura-se misturar ao ambiente, para não ser visto. Já no mimetismo acontece o oposto, trata-se de chamar muita atenção, para fingir ser quem não é. Mas ambos são estratégias de sobrevivência e proteção.”, explica. As obras foram criadas na recente passagem de Carvalho por Portugal, quando participou como convidado da residência artística na Oficina da Formiga, em Ílhavo.
Gabriela Machado mostra pequenas esculturas de barro canadense na vitrine do Armazém Fidalgo. As esculturas de Rever foram pensadas especialmente para o espaço e seu título propõe uma observação mais atenta do mundo e das relações entre as pessoas, a natureza e os objetos. Ao mesmo tempo, faz referência à nova fase da artista, que deixou momentaneamente a pintura de lado para trabalhar com peças tridimensionais. Nessa nova experiência, Gabriela explora a construção pela retirada e adição de matéria e a expressão moldada à força bruta, típicos do processo construtivo em barro.
SOBRE OS ARTISTAS
Fábio Carvalho
Carioca em atividade desde 1994, já realizou diversas exposições pelo Brasil e pelo mundo. É responsável por um site e dois blogs relacionados a arte em porcelana. Já realizou mais de cem exposições nacionais e internacionais, com destaque para sua recente atuação em Portugal, quando foi convidado para participar de exposições e da Oficina da Formiga, no ano passado. Além do país luso, acumula passagens por Reino Unido, EUA e Equador.
Gabriela Machado
Nasceu em Santa Catarina, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Desde a infância aprendeu a apreciar a riqueza de um trabalho detalhado e bem feito, ao observar seu pai restaurar os afrescos de José Maria Villaronga. De lá para cá, trabalhou em projetos de restauração, cursou Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula (1984), gravura, pintura e desenho e teoria da arte no Parque Lage (1987-1992). Passou a se dedicar exclusivamente às artes plásticas a partir dos anos 80, e desde então vem ganhando cada vez mais projeção no cenário nacional e internacional. Foi ganhadora do Prêmio Mostras de artistas no exterior, do Programa Brasil Arte Contemporânea da Fundação Bienal de São Paulo (2010) e tem exposto com frequência em galerias de destaque do eixo Rio-São Paulo e Nova York.
Malu Saddi
Natural de São Paulo, onde vive e trabalha. É graduada em Artes Plásticas na FAAP (2001). Para desenvolver seus projetos instalativos, utiliza referências da natureza, mostrando uma releitura que se baseia em linhas multicoloridas sobrepostas, vídeos, fotografias e obras sonoras. Já esteve em inúmeras mostras coletivas e individuais dentro e fora do país. Entre suas participações recentes, destacam-se a 17ª Bienal de Cerveira (Vila Nova Cerveira, Portugal, 2013) e a individual Ao que ergue entre linhas (Espaço W de Arte, Ribeirão Preto, 2011).