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abril 2, 2014
A questão do espaço na arte na EAV Parque Lage, Rio de Janeiro
Resultado do curso Projeto de Pesquisa, coordenado por Glória Ferreira e por Luiz Ernesto Moraes
A questão do espaço na arte, Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro, RJ - 05/04/2014 a 04/05/2014
A Escola de Artes Visuais do Parque Lage – espaço da Secretaria de Estado de Cultura – abre, no dia 4 de abril (sexta), às 19h, a exposição “A questão do espaço na arte”, com obras recentes dos artistas integrantes do curso Projeto de Pesquisa, programa avançado da EAV Parque Lage, iniciado em 2012.
A mostra apresenta o resultado da segunda edição do programa e tem como temática a utilização do espaço na arte. Projeto de Pesquisa objetiva fomentar trocas e interfaces com convidados de diferentes campos de estudo e pesquisa, bem como com outros professores da EAV. O curso é destinado a artistas e pesquisadores de várias áreas e promove a reflexão teórica e prática sobre questões que permeiam o meio da arte em sua relação com o mundo.
A exposição – que ocupa diversos espaços da EAV Parque Lage, como a área verde, o casarão, o platô e as galerias – mostra trabalhos dos artistas AoLeo, Carolina Martinez, Eduardo Masini, Evandro Machado, Fernanda Terra, Marcelo Jácome, Nana Pôssa, Solange Venturi e Úrula Tautz.
As técnicas utilizadas são variadas, pinturas, esculturas, instalações, objetos e luzes, como a intervenção ‘plano vazado’, de AoLeo. Carolina Martinez usa a imaginação e a proposta da mostra no trabalho sem título em tinta acrílica sobre madeira, bem como na instalação ‘Rotação’, imitando o desenho do chão da sala onde fica a obra, nas paredes. A sensação é de que este elemento arquitetônico está em rotação gerando uma ideia de movimento no espaço construído.
Evandro Machado propõe utilizar luzes, demonstrando a presença da iluminação no espaço. A obra (“O registro do desenvolvimento do meu esquecimento”) de Eduardo Masini só pode ser vista no escuro. É porque envolve uma projeção de slides com intervenções variadas e intencionais, onde o som também se faz presente, se unindo às fotografias transmitidas. Já Fernanda Terra utiliza montagem fotográfica (“Não é casa e também não habita”), que investiga a articulação entre o corpo e o espaço/tempo e a dinâmica inventiva que esta relação pode proporcionar a todos, construindo, desconstruindo e propondo novas articulações corpóreo/espaço-temporal. Trata-se de camadas geológicas de tempo/ espaço acumuladas. São bilhões de anos da história da terra condensados em centímetros. É possível observar e escutar o que estas camadas têm a dizer e se relacionar diretamente com o tempo e espaço presentes. Marcelo Jácome vai construir uma teia de fitas tafetá, linhas de algodão, poliamidas e lã, com diferentes larguras e cores, na instalação ‘Seções espaço-temporais’. Nana Pôssa utiliza a Galeria EAV (fundo da parede) para demonstrar sua maneira de utilizar o espaço na arte. “Saturno devorando um lho II” é uma grande foto-instalação que consiste na produção de uma imagem com a fonte do Parque Lage jorrando água vermelha. Uma imagem escura remetendo a imagem de Goya.
Solange Venturi, outra aluna/ artista do Projeto de Pesquisa, pretende cobrir toda a parede frontal da Galeria 2 (na entrada do Casarão) com cabelo humano. Esse cabelo é colado diretamente na parede de forma a preenchê-la completamente. Ursula Tautz utiliza o hall da entrada principal (em frente à escadaria) para apresentar uma montagem fotográfica a partir de 7 imagens individuais-impressões fine art sobre papel algodão em caixa de acrílico (2009/2010), da série “Mesmo depois de agora, nada será como nunca foi”. A partir de montagens fotográficas abstratas de lugares em transformação, Úrsula cria o vazio. Tridimensionalizando-o, transforma em objeto penetrável, construído em alumínio (frio e reflexivo). Assim, ela obstrui a passagem, obrigando o espectador a conviver com o vazio e convidando-o à experiência de nele penetrar. A artista apresenta também um outro trabalho intitulado “Primeiros Atravessamentos”, da série Atopos, a utopia do topos, no Cofre da EAV. Trata-se de projeção de registro in loco, terra e folhas da Alemanha e do Brasil (2013/2014).
A exposição tem como centro o espaço, e convida o público a participar desta questão.