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março 18, 2014
Carlos Cruz-Diez na Casa Daros, Rio de Janeiro
A Casa Daros faz uma programação especial em torno do artista Carlos Cruz-Diez, um dos pioneiros da arte cinética, com uma exposição sobre sua pesquisa com a cor, e a intervenção urbana “Pasos Peatonales”.
A Casa Daros apresenta a exposição “Didática e a Dialética da Cor”, que vai detalhar para o público a pesquisa sobre a cor feita pelo artista Carlos Cruz-Diez, um dos pioneiros da arte cinética, nascido em 1923 em Caracas, e radicado desde 1960 em Paris. A pesquisa sobre a cor é um dos elementos centrais da obra do artista, que afirma que“a cor, ao atuar com o observador, se converte em um acontecimento autônomo, capaz de invadir o espaço sem ajuda da forma, sem narrativas, desprovido de símbolos”.
A pesquisa sobre a cor deu origem a emblemáticas séries de Carlos Cruz-Diez, como as estruturas espaciais “Chromostructure”, ou o que chama de “acontecimentos espaciais”, presente nos trabalhos “Physichromie”, “Transchromie”, “InductionChromatique”, “CouleurAdditive”, e “Chromosaturation”.
A exposição vai abranger cerca de 50 painéis com imagens e ilustrações, o documentário “Carlos Cruz-Diez– avida em cores”, de Oscar Lucien, e um aplicativo interativo desenvolvido pelo artista para tablets e celulares, que será visto pelo público em um tablet. A mostra traz ainda cinco desenhos do artista, em acrílica sobrepapel, com 40cm x 40cm, do álbum “Color aditivo – didactica y dialecticadel color”, de 1959, pertencentes ao Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Cruz-Diez descreve a si mesmo como um artista que pratica a disciplina do investigador. “Em minhas obras, nada foi feito ao acaso; tudo está previsto, programado e codificado. A liberdade e o afeto só contam na hora de eleger e combinar as cores, tarefa à qual imponho uma única restrição: ser eficaz no que quero dizer. É uma integração do racional e o afetivo. Eu não me inspiro, eu reflito”.
Ao longo da exposição, em data ainda a ser definida, será realizada a intervenção efêmera “Pasos Peatonales” (“Faixas de pedestres”), em frente à Casa Daros, e no cruzamento das ruas General Severiano e da Passagem. Cruz-Diez afirma que “as ruas são suportes ideais para trabalhos efêmeros não-institucionais”. “O artista pode criar para o transeunte o impacto de situações de carinhos, surpresa, divertimento e ruptura pela excitação de sua imaginação”, diz. Ele iniciou essas intervenções em faixas de pedestres em 1975, e até o momento já realizou diferentes instalações nas cidades de Caracas, Cáli e Barranquilha, na Colômbia, Marselha, na França, Houston e Miami, nos EUA, Colchester, Inglaterra, e na Cidade do México. No Brasil, versões deste trabalho foram realizadas em Fortaleza, em 1986, por ocasião da Primeira Exposição Internacional de Esculturas Efêmeras, e na 20ª Bienal de São Paulo, em 1989.