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março 12, 2014
Patrícia Araujo na Zipper, São Paulo
Jovem artista reúne série de fotografias que buscam reflexão sobre o entendimento humano
A Zipper Galeria apresenta no projeto Zip’Up, sala dedicada a projetos experimentais, a primeira individual da jovem cearense Patrícia Araujo. Intitulada “O Corpo é Eu: Diários sobre a Distância”, a artista utiliza o corpo e a fotografia como dispositivos de transformação. A mostra tem curadoria de Galciani Neves.
Patrícia Araujo trata a imagem como dispositivo de transformação da memória em seus mais distintos processamentos: vasculhando lembranças e as reconstituindo à existência, construindo arquivos, tomando o relato como narrativa e o diário como dinâmica para observação. A artista lida com essas questões e constrói a partir do corpo (ou tendo o corpo como suporte) imagens e narrativas, que traduzem e renomeiam o tempo, a distância e o deslocamento.
Nesse sentido, o trabalho da artista nos questiona sobre como convivemos com nossas lembranças, como nosso corpo guarda as marcas da vida, como elaboramos narrativas distintas sempre que revisitamos os acontecimentos e como revivemos e ampliamos nossas percepções sobre a vida. Se o presente nos exige sempre estarmos atentos, o passado e a memória nos chamam à reflexão sobre o que somos e como encaramos aquilo que está, por vezes, demasiadamente perto para entendermos.
Patrícia Araujo tem 26 anos, nasceu em Fortaleza e desde 2009 vive em São Paulo. Concluiu, em 2013, o mestrado de Poéticas Visuais na ECA-USP no qual desenvolveu uma pesquisa que aborda o processo de criação a partir da situação da viagem/deslocamento/ruptura.
Integrou o 61º Salão de Abril com o Projeto Saia, desenvolvido com a bailarina Clarice Lima. Foi contemplada pelo prêmio FUNARTE Artes Cênicas de Rua 2010 para realizar o mesmo projeto em 3 estados do Brasil. Em 2011, participou das exposições coletivas “A 4 graus do Equador”, no ateliê 397 (SP) e “Pernambuco Convida”, na Galeria Arte Plural (PE).
Em 2012 realizou a exposição “Saia”, na Galeria Ímpar (SP); participou das coletivas "A desgraçada Lebre homenageia Pina Bausch", no Alpendre, em Fortaleza; "O horizonte", no Edifício Sheridan, em Fortaleza; e "Arte Agora", na Galeria Lourdina Lourdina Jean Rabieh (SP).
Ainda em 2012 participou de um workshop na escola de arte Gerrit Rietveld Academie, em Amsterdã, em que trabalhou e desenvolveu o projeto “How not to be a stranger anymore” em parceria com alunos da escola.
Em 2013 participou da feira de publicações TIJUANA, que aconteceu na Casa do Povo (SP), com o livro “Pouso” e com a publicação coletiva “Estilhaço”. Também contribuiu com um trabalho para a publicação “Técnicas de Si” lançada pela Editora CONTRA.
Participou do projeto de mediação Colaboratório (de agosto a novembro de 2013), promovido pelo Centro Cultural São Paulo, que tinha como iniciativa a discussão e desenvolvimento de projetos para pensar a cidade. Ao final do processo realizou a ação “Para olhar o outro lado” e desenvolveu o documentário “Luiz Telles e Thales Oliveira - um diálogo sobre o espaço” que foram apresentados em dezembro de 2013.
Em 2014, participou da coletiva Dizer, Fazer, no Estúdio Roberta Goldfarb.
Participa desde 2012 de um grupo de estudos ministrado pela curadora Galciani Neves que visa a discussão e o acompanhamento da produção dos artistas envolvidos.
Sobre a curadora
Galciani Neves
É curadora e possui mestrado e doutorado em Comunicação e Semiótica pela PUC -SP. É professora na PUC – SP e na FAAP.
É membro do Grupo de Pesquisas em Processos de Criação (PUC-SP), coordenado por Cecilia Almeida Salles, e do Conselho Curatorial da Intermeios - casa de arte e livros.
Em 2007-2008, foi assistente de curadoria de Eduardo Brandão no Espaço Tijuana – Galeria Vermelho, assistente de curadoria de Cecilia Almeida Salles na exposição Transitivos na Mostra SESC de Artes e na exposição Redes da Criação no Itaú Cultural.
Em 2010, foi assistente de curadoria, editora do site da 29ª Bienal e fez relatos críticos da mostra.
Em 2011, concebeu o material educativo da exposição Em nome dos artistas, na Bienal de São Paulo, e ministrou as aulas de história da arte no Curso de Formação de Educadores. Também foi crítica residente na Casa tomada.
Em 2012, produziu conteúdo para o site e catálogo da 30a Bienal de São Paulo, concebeu o material educativo da mostra e ministrou as aulas de história da arte no Curso de Formação de Educadores.
Atualmente é uma das críticas do Paço das Artes, realiza atividades de acompanhamento processual de artistas, escreve para a revista acadêmica da Puc – Tessituras & Criação. E está realizando entrevistas com críticos brasileiros para pesquisa de doutorado.