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fevereiro 5, 2014
Stephen Dean na Triângulo, São Paulo
Stephen Dean, Casa Triângulo, São Paulo, SP - 11/02/2014 a 15/03/2014
Casa Triângulo tem o prazer de anunciar a nova exposição individual do artista franco-americano Stephen Dean na galeria. Inspirando-se nas últimas pinturas abstratas de Picabia, Dean apresenta trabalhos que enchem a galeria com pontos e manchas de tons saturados. Internacionalmente conhecido por seus vibrantes vídeos em grande escala, Dean escolheu um dos elementos chave da pintura: a cor, e a transforma em um meio por si só, que excede os seus trabalhos em papel e em suas instalações.
Intitulados Portraits [Retratos], 14 trabalhos se espalham pelas paredes do térreo da galeria. Esta série de trabalhos é feita de discos de vidro dicroico - material desenvolvido pela NASA para os visores dos trajes espaciais - montado sobre papel kraft marrom ou papel de alumínio preto. Estas composições geométricas, enganosamente simples, às vezes parecem máscaras de um período arcaico, às vezes expressões minimalistas de uma realidade escondida. Os trabalhos quase retangulares apresentam os discos em combinações de 3 e, como se fossem pequenas janelas que nos conectam com o mundo da cor, o vidro muda de cor de acordo com a luz e o movimento do espectador. Já familiarizado com as características do material, Stephen Dean explora as possibilidades deste raro meio técnico justapondo os complexos pedaços de cor mutante com um papel de embalagem cotidiano. Graças ao contraste de materiais, a atenção do espectador é focalizada diretamente ao que parece uma miragem de tons. A visão do espectador fica amarrada a um artefato hipnótico de qualidades instáveis em que apenas a cor permanece.
No primeiro andar da galeria, a celebração da cor continua com o vídeo Olé, que parte da serie Fever. O artista, que sempre grava cenas com uma forte carga ritualística, junta imagens filmadas nas touradas de San Fermines. As câmeras térmicas usadas pelo artista são as mesmas usadas pela medicina e militares. Com a crescente ansiedade pelas pandemias e o terrorismo, as câmeras térmicas tem aparecido para detectar a presença de febre nos corpos. Na era da globalização estas câmeras são também instrumentos de guerra, repressão e vigilância, pois elas são ferramentas para “fazer recuar as fronteiras espaciais” e acrescentar conhecimento para “fazer visível o invisível”. Esta mesma ferramenta é a que permite a Stephen Dean fazer arte e até. Sob a lente da câmera térmica, estas imagens perdem a sua qualidade figurativa e tornam-se manchas vermelhas, amarelas, verdes e azuis em movimento, puro material artístico.
Tanto nas séries em papel, como no vídeo Ole, Stephen Dean insinua uma alteridade de cores raramente vistas em estado puro.
STEPHEN DEAN
Nasceu em 1968, Paris/França. Vive e trabalha em Nova York/EUA e Paris/França.
Exposições recentes selecionadas
2014 The Beautiful Game, Los Angeles County Museum of Art 2013 Stephen Dean: Works on Paper and Edges, Baldwin Gallery, Aspen; Junkie's promises, Paul Kasmin Gallery, New York
2012 Shock of the News, National Gallery of Art, Washington DC; Masters of Chaos, Musée du Quai Branly, Paris 2011 Car Fetish, Tinguely Museum, Basel; Mary Poppins is a junkie, ShowRoom gallery, New York 2009 Stephen Dean: Watercolors and Videos, Baldwin Gallery, Aspen - Stephen Dean, Silent Pictures; Sara Meltzer Gallery, New York
Publicações Selecionadas
2012 Shock of the News, National Gallery of Art; Masters of Chaos, Musée du Quai Branly/RMN; Emily Sessions, Art=Text=Art, Works from the Sally and Wynn Kramarsky collection 2011 Jessica Stockholder, The Jewel Thief, Tang Teaching Museum, NY; Betty Sue Hertz, Audience as Subject, Yerba Buena Center for Art, San Francisco 2010 Eric de Chassey, I Mutanti, Villa Medici, Rome; Jean Hubert Martin, Against Exclusion, Moscow Biennial 2009 Roberta Smith, Stephen Dean, Silent Pictures, New York Times