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novembro 22, 2013
Edgar Martins na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
A exposição que a Galeria Laura Marsiaj inaugura em novembro, traz 2 séries fotográficas: This is not a House e A Metaphysical Survey of British Dwellings.
Edgar Martins, Galeria Laura Marsiaj, Rio de Janeiro, RJ - 27/11/2013 a 21/12/2013
Isto não é uma casa
A crise das hipotecas no mercado americano, que tem suas raízes nos anos finais do século XX, tornou-se evidente em 2007, e expôs fraquezas generalizadas na regulação do setor financeiro e do sistema financeiro global.
Este trabalho foi fotografado nos Estados Unidos, entre novembro e dezembro de 2008, no contexto de uma comissão do The New York Times Magazine. Produzido em oito estados separados em dezesseis locais diferentes, esses locais cuidadosamente pesquisados expõem toda a extensão, latitude e impacto desta crise.
O projeto buscou reunir e catalisar novas experiências de uma nova forma de arquitetura americana convocando uma conjunção inquietante de realismo e ficção. Empregando tanto dispositivos analógicos quanto digitais permitiram aumentar as possibilidades paradoxais da imagem fotográfica e reunir contradições insolúveis.
As casas descritas nesta série não se referem apenas ao particular. São imagens de coleções espaciais, de tipos de estágios em que uma série de narrativas completamente diferentes (e talvez incompatíveis) podem ser ordenadas.
“Isto não é uma casa” surge justamente nesse momento em que as palavras claras hesitam, onde a linguagem é perturbada. Ele nos lança para as antinomias de percepção e existência, a exploração de limites e limites instáveis.
Uma pesquisa metafísica de moradias britânicas
Fotografado inteiramente em uma cidade cenográfica, construída em 2003, para treinar as unidades de armas de fogo e de Ordem Pública da Polícia Metropolitana do Reino Unido, esta série trata de urbanismo em toda a sua contradição e ambiguidade.
Este centro de formação especializada, ultrarrealista, não é apenas um simulacro de cidades britânicas contemporâneas, é também uma metáfora para a cidade moderna asocial.
Nada se move dentro ou fora desses edifícios. O tecido urbano desaparece no crepúsculo, obrigando-nos a preencher as ausências que a noite implacavelmente expõe.
Um ambíguo jogo de identidades e de relações está acontecendo, um jogo que engloba um conjunto enigmático da vida cotidiana, transmissão e fluxo, deslocamento, confusão e solidão. Há uma sugestão inquietante de que nem tudo é o que parece.
Edgar Martins nasceu em Évora e cresceu em Macao, mudando-se para Londres aos 18 anos onde se especializou em fotografia. Seu trabalho hoje é conhecido na Europa, Estados Unidos, China e América Latina. Participou de importantes exposições, inclusive da Bienal de Veneza em 2011, bem como foi ganhador de inúmeros prêmios pela sua obra.