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setembro 27, 2013
Mariana Sissia na Baró, São Paulo
Na mostra El Templo como Microcosmos, a artista argentina apresenta um painel inédito de 15 metros, criado a partir da incorporação da técnica de observação remota
Mariana Sissia, Baró Galeria, São Paulo, SP - 01/10/2013 a 30/11/2013
A argentina Mariana Sissia inaugura a individual El Templo como Microcosmos na Baró Galeria no próximo sábado (28/9). Na exposição, a artista mostra um único desenho-instalação inédito de 15 metros, feitos utilizando a técnica de grafite sobre papel e erguido sobre uma estrutura de madeira.
Para desenvolvê-lo, Sissia recorreu a técnicas de percepção remota, explorando imagens imperceptíveis ao olho humano, como as espaciais ou as microscópicas. “A impossibilidade física de perceber tais imagens e de nos vermos obrigados a crer que existem foi meu foco de interesse”, explica. O resultado é um mapeamento panorâmico que remete às múltiplas camadas de significações atribuídas ao que não pode ser visto.
Sissia conta que o estímulo adotado para desenvolver o desenho exposto em El Templo como Microcosmos surgiu em meados de 2012. Foi neste ponto de sua carreira que a artista passou a deslocar seu interesse pela paisagem, característica presente desde o começo de sua produção, para uma paisagem agora ficcional ou “uma paisagem mental”, como prefere explicar.
Segundo a artista, o disparador conceitual da nova abordagem foi pensar nas técnicas de percepção remota, que nos levam a compreender as imagens fotográficas tanto espaciais quanto microscópicas. Ou seja, imagens impossíveis de serem detectadas pelo olho humano. Apesar de não existir a possibilidade física de enxergarmos tais imagens, desenvolvemos a crença de que elas existem. “Baseando-me nesta ideia, construo uma paisagem micro e macroscópico sem referência fotográfica, e a apresento com uma paisagem real”, conta Mariana Sissia.
Na nova série de obras, Sissia incorporou mudanças relativas à forma e ao processo. Além disso, expandiu o desenho do plano ao espaço mediante instalações, ao adotar o uso de estruturas de madeira que dão corpo ao papel. “Reproduzo a textura dos objetos a fim de ativar a imagem a partir dos dados obtidos. Incorporo também variações no procedimento gráfico, como pressão e velocidade, e utilizo elementos como a parede e a mesa para que meu corpo adote diferentes posições frente ao papel”, completa.