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agosto 26, 2013
Max Gómez Canle na Triângulo, São Paulo
Casa Triângulo tem o prazer de apresentar El devenir de una memoria, segunda exposição individual de Max Gómez Canle na galeria.
Max Gómez Canle - El devenir de una memoria, Casa Triângulo, São Paulo, SP - 30/08/2013 a 21/09/2013
Diante do paralisado sossego da fixação histórica, gerações de artistas se dedicaram a projetar variáveis. Variações. Recorrências do detalhe. Tensões. Pacientes – e muitas vezes virtuosas – defasagens. Não com o fim de alimentar o glossário de formas, mas a fim de detectar os caminhos anunciados e ainda não percorridos. Um artista contemporâneo e destacado deste clã é sem dúvida Max Gómez Canle.
Mais que uma retórica da variável, o que ele parece nos propor é uma propedêutica. Uma imagem fechada fatalmente implica um número acidental de métodos e instrumentos de leitura que contêm – ao mesmo tempo em que restringem – a potência da mesma. A ação de Gómes Canle não atua sobre esses instrumentos, e sim na confecção da própria imagem.
Nesta exposição, Max Gómez Canle propõe três tipos de recursos não excludentes: primo, um fator de intromissão – que observamos na morfologia de sombras e nos reflexos aquáticos geométricos-; secondo, um fator de superposição – presente no tríptico de nuvens-; e terzo, um último fator, talvez mais amplo, que denominamos provisoriamente como cotejo de materiais, reunindo obras tão diversas como um estudo sobre Torres de Babel pintadas no século XVI (nada menos que um século de Torres de Babel), um cone tridimensional que altera a bidimensionalidade do papel e, finalmente, uma investigação sobre as distintas tonalidades da cor negra (assim como os esquimós reconhecem distintos tons de branco, Gómez Canle ensaia a interação de diferentes densidades da obscuridade).
Com a soma de proposições de cada um desses fatores – dos presentes nesta exposição e dos que vem propondo desde o início da década passada, Max Gómez Canle constrói um mundo, isto é, um estilo. Sua alusão propedêutica não é nenhuma outra coisa: na intimidade de seu método, cada imagem não é apenas um capricho, mas também uma enciclopédia visual que esquadrinha os ensinamentos de uma tradição inesgotável.
Max Gómez Canle [Buenos Aires, 1972. Vive e trabalha em Buenos Aires], especialista em pintura pela Escuela Nacional de Bellas Artes Prilidiano Pueyrredón, foi recentemente premiado no concurso “50ª Aniversario del Fondo Nacional de las Artes” e no “Salón Nacional de Rosario”. Recebeu o 2º Premio do certame “10 años de Bola de Nieve” votado por artistas e o Premio Ignacio Pirovano, outorgado pela Asociación Argentina de Críticos de Arte. Suas pinturas, vídeos e objetos foram expostos nas galerias Braga Menéndez Arte Contemporáneo, Ruth Benzacar e Centro Cultural Recoleta, em Buenos Aires e Casa Triângulo em San Pablo, entre outros espaços nacionais e internacionais.