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agosto 2, 2013

Artur Lescher - Pensamento Pantográfico na Nara Roesler, São Paulo

Dez obras inéditas do escultor paulistano serão exibidas na Galeria Nara Roesler. Feitas em madeira, basalto, aço e latão, as obras remetem – física ou conceitualmente – ao pantógrafo (expansível e retrátil) e à sua função (ampliação ou redução)

Artur Lescher - Pensamento Pantográfico, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 12/08/2013 a 21/09/2013

Em 10 de agosto, sábado, das 11h às 15h, a Galeria Nara Roesler inaugura a exposição Pensamento pantográfico de Artur Lescher. A mostra reúne a produção recente do artista, apresentando dez obras inéditas, sendo algumas delas concebidas especialmente para o espaço da galeria. Feitas em madeira, basalto, aço e latão as obras – física ou conceitualmente – apresentam as capacidades de avanço e recuo sobre si mesmas.

As esculturas, instalações e objetos têm capacidade de extensão e contração por meio de suas juntas e dobradiças – característica física também do pantógrafo (do grego pantos= tudo + graphos= escrever), aparelho articulado capaz de copiar, ampliar ou diminuir desenhos mecanicamente.

Não é somente por esse motivo que o paralelogramo articulado dá nome à exposição. Apesar de nem todas as obras guardarem uma relação direta com a forma do aparelho, todas possuem intrinsecamente um princípio pantográfico, já que têm a capacidade de articular ideias e/ou imagens de expansão e retração. Sendo assim, as peças são simpáticas a esse princípio.

“O título alude também à capacidade de escrever/descrever ou, mais propriamente, de ‘desenhar’ que as obras possuem”, comenta Lescher. Trabalhando com madeira, Lescher criou peças em jacarandá com articulações metálicas que sugerem interpretações mínimas e verossímeis de livrosa partir da mais simples dobradura.

A recém-criada série de obras “telescópicas” em alumínio ganha aprofundamento na mostra. São peças que, novamente, remetem à expansão e à retração, cabendo em si mesmas – como os telescópios. Uma delas se abriga dentro da parede da sala de exibição, podendo ser acionada pelos visitantes, reiterando a discussão sobre o dentro e o fora.

Com poética e proporções similares, Ou ou (2013), pêndulo usinado em latão, apresenta uma sequência progressiva de esferas, tendo cada esfera que o forma sido proporcionalmente diminuída (ou aumentada) em relação à anterior.

Faz parte da exposição Pensamento pantográfico uma obra em latão de cerca de cinco metros de altura que retoma pesquisas iniciadas em 2006 pelo artista. Estruturas pontiagudas, similares a agulhas, parecem sair do teto, invertendo os sentidos. “É uma peça sinalizadora, que aponta em direção ao piso, ao concreto em oposição à cúpula”, ressalta.

As questões que se apresentam nesta exposição são desdobramentos de mostras anteriores, como Metaméricos(2008) ou Meta Métricos (2011), e ainda sofrem efeito de Inabsência, sua última exposição individual na cidade de São Paulo, ocorrida em outubro de 2012 na Pinacoteca do Estado de São Paulo. “Percebo que existem infiltrações de questões que ainda não consegui dominar completamente e escapam neste momento. Na verdade, a exposição é um momento no qual este jogo pode ser esclarecido.”

A exposição na Galeria Nara Roesler fica em cartaz de 12 de agosto a 21 de setembro de 2013.

sobre o artista
Nascido em São Paulo em 1962, Artur Lescher participou da Bienal de São Paulo, nas edições de 1987 e 2002, e da Bienal do Mercosul, Porto Alegre, em 2005, todas no Brasil. Participações em exposições coletivas recentes incluem: Circuitos cruzados, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (2013); Paisagem Incompleta, no Centro Cultural da Usiminas, Ipatinga (2010); Ponto de equilíbrio, no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo (2010); Memorial Revisitado – 20 anos, no Memorial da América Latina, São Paulo (2009); Quase líquido, no Itaú Cultural, São Paulo (2008) e 80|90 Modernos Pós-Modernos etc., no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo(2007). Sua mais recente exposição individual foi realizada na Pinacoteca do Estado de São Paulo (Inabsência. São Paulo, 2012). Tem obras em importantes coleções públicas como: Pinacoteca do Estado de São Paulo, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Instituto Itaú Cultural, Centro Cultural São Paulo e Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, todas estas em São Paulo, Brasil; Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro, Brasil; Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires, na Argentina; Houston Museumof Fine Arts e Philadelphia MuseumofArt, ambos nos Estados Unidos.

sobre a galeria
Há mais de 35 anos, Nara Roesler promove arte contemporânea junto a um conjunto nacional e internacional de colecionadores, curadores e intelectuais. Em 1989, fundou a Galeria Nara Roesler em São Paulo, como um espaço para expandir as fronteiras da prática artística no Brasil e fora dele. Representando alguns dos mais interessantes artistas da atualidade, a galeria direciona seu interesse à justaposição de trabalhos dos anos 60 em diante e suas ramificações contemporâneas, representando nomes históricos ao lado de um seleto grupo de artistas em ascensão.

Em 2012, a galeria teve seu espaço expositivo dobrado, totalizando uma área 1600m² e revitalizou o projeto curatorial Roesler Hotel, iniciado em 2006, com propostas inovadoras como as mostras coletivas Lobueno y lo malo, sob curadoria de Patrick Charpenel (diretor da Fundacción/ColecciónJumex), e Buzz, mostra dedicada à opart idealizada por Vik Muniz com obras de Bridget Riley, Josef Albers, Marcel Duchamp e YayoiKusama.

Posted by Patricia Canetti at 8:47 PM