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julho 16, 2013
Marcos Cardoso - Arquitetura de Vidro no MAM, Rio de Janeiro
Lançamento do catálogo* em 20 de julho, às 16h, e conversa com artista e curadores
O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, a Petrobras, Light e a Organização Techint, apresentam, de 4 de maio a 21 de julho de 2013, a exposição “Marcos Cardoso – Arquitetura de Vidro”, com 37 obras inéditas, produzidas pelo artista entre 2012 e 2013, especialmente para sua primeira exposição individual no MAM Rio. A mostra ocupará um espaço de 600 metros quadrados, no terceiro andar do Museu.
As obras apresentadas nesta exposição fazem parte de uma pesquisa que o artista vem desenvolvendo há cerca de 20 anos, através da manipulação artesanal de objetos da indústria. Inicialmente ele fazia trabalhos com pontas de cigarro e depois com plásticos e rótulos com mensagens de marketing. Nesta exposição, ele mostrará obras de sua mais recente pesquisa feita com tiras de borracha e palitos de fósforos.
Em uma das salas do terceiro andar do Museu, onde não há paredes e sim janelas de vidro, o artista apresentará uma grande instalação, com 30 metros de comprimento por 3,50m de altura, feita com tiras de chinelos de borracha, que formam uma espécie de rede, e que cobrirá toda a janela. Esta obra foi a inspiração para o nome da exposição: “Arquitetura de vidro”. “Depois de longa trajetória de expor em paredes, fui surpreendido por uma das salas onde não havia parede e sim um imenso vidro, separando a área externa da área interna da arquitetura. Este trabalho foi pensado para este espaço, um espaço de transparências e luminosidades”, diz o artista.
Nesta mesma sala estarão 22 esculturas da série “Maquete Visual”, feitas com palitos de fósforos, medindo 1,50m X 0,85m X 0,45m cada. “São tramas tridimensionais onde palitos de fósforo encaixados uns aos outros criam uma espécie de arquitetura ou alegorias do espaço urbano, como um parque de diversão”, explica Marcos Cardoso.
A exposição terá, ainda, seis obras da série "Jackson Pollock do Pandeiro", feitas com dez mil pares de tiras de chinelos de borracha. “Na pintura exploro de novo o dinamismo da indústria em sua multiplicação, utilizando pares de chinelos de borracha, fazendo das tiras, com suas maravilhosas cores, a matéria-tinta”, diz o artista.
Marcos Cardoso trabalha há bastante tempo com gravura, mas os trabalhos nesse suporte nunca foram mostrados ao público. Na exposição, serão apresentadas quatro xilogravuras da série “Pau e Pedra”. Essa pesquisa é “voltada para a pré-indústria, na sua construção física, espaço arquitetônico, onde uso como matriz ordinárias madeiras usadas na construção civil, chamadas tábua de trinta utilizando a técnica de xilogravura”, conta.
“Desde a década de 1990 venho desenvolvendo algumas pesquisas junto à indústria (não preocupado com a logística de produção, mas fazendo uso do seu produto final). No início era ponta de cigarro, depois plásticos de todas as formas, tanto os rótulos quanto as embalagens. Agora me debruço mais diretamente nos tradicionais meios de expressão plástica: a gravura, a escultura e a pintura”, ressalta Marcos Cardoso.
* Catálogo da mostra, com 48 páginas, em formato 21x10,5cm, texto de Luiz Camillo Osorio e fotos de Eduardo Camara e Jaime Acioli.
SOBRE O ARTISTA
Marcos Cardoso nasceu no Rio de Janeiro, em 1960. Graduou-se em 1992 em Educação Artística (Desenho Geométrico) pela Faculdade de Belas Artes da UFRJ. Frequentou a Faculdade de Educação da mesma universidade e o Ateliê de Gravura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
Recebeu os seguintes prêmios: Prêmio IBEU-RJ/Melhor exposição do ano de 2002; Segundo prêmio na II Bienal Internacional de gravura da Espanha, em Santiago de Compostela, Espanha, em 1991; Prêmio Pró-Labore no X Salão Arte Pará, em Belém, PA, em 1990, e Menção Honrosa no Salão Cândido Portinari, no Rio De Janeiro, em 1996.
Possui obras em importantes coleções públicas e privadas, no Brasil e no exterior, tais como: Coleção Gilberto Chateaubriand/MAM Rio; Coleção Esther Emílio Carlos/ MAM Rio; Coleção João Sattamini/MAC-Niterói; Museu Nacional De Belas Artes; Fondation Cartier Pour L’art Contemporain, em Paris, França; Museu da Gravura de Orense, em Santiago de Compostela, Espanha; Universidade de Málaga, na Espanha; Cia. de Cigarros Souza Cruz, no Rio De Janeiro e em Londres, Inglaterra; Instituto Brasil Estados Unidos (IBEU), entre outros.