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julho 16, 2013
Rommulo Vieira Conceição na Casa Triângulo, São Paulo
Objetos, desenhos e uma grande instalação desafiam o visitante a alternar a leitura de tipologias conhecidas, formas e cores improváveis.
Rommulo Vieira Conceição - Qualquer lugar, Casa Triângulo, São Paulo, SP - 23/07/2013 a 17/08/2013
A galeria Casa Triângulo inaugura no dia 20 de julho, sábado, a mostra “Qualquer lugar” do artista Rommulo Vieira Conceição. Em sua primeira individual em galeria em São Paulo, o artista apresenta uma grande instalação da série “Estruturas Dissipativas”, um objeto de chão e outro de parede, quatro desenhos monocromáticos e três desenhos em tinta acrílica sobre papel vegetal.
A série “Estrutura Dissipativas” é resultante dinâmica de uma discussão filosófica e existencial que o artista desenvolve a partir do arranjo de tipologias de cômodos de casas e de outros estabelecimentos na composição de instalações de grandes dimensões, onde as formas e cores conduzem o observador a um impasse. “É um convite a uma batalha constante: a forma, a cor e seus respectivos significados entram em conflito nessa obra”, afirma o artista.
Iniciada em 2009, a série dos desenhos monocromáticos é intitulada “Linha desenhada em água”, curioso nome que é a tradução livre da expressão finlandesa (Vedessä Piirretty Viiva), usada para se referir às discussões inócuas em que os argumentos dos participantes são os mesmos. Quase imperceptíveis, os desenhos do artista demandam um olhar atento. São representações individualizadas dos elementos de uma casa: as calhas são alaranjadas, os pisos são roxos, as paredes são amarelas e as janelas e portas são marrom.
Nos três desenhos sobre papel vegetal e tinta acrílica da série “Representatividade: o óbvio”, Rommulo problematiza a história da representação ao usar simultaneamente diferentes soluções técnicas, desde a japonesa, que coloca o maior na frente e o menor atrás; a clássica, que trabalha com ponto de fuga; até as limitações dos programas de computador que, segundo ele, distorcem a perspectiva clássica para tornar os objetos mais reais do que eles de fato são.
O objeto de chão, por sua vez, é apenas um ícone. Apoiadas sobre um granito preto, as duas pias verdes desse objeto têm o interior azul, que referencia uma lâmina d’água. Elas apontam para a base do trabalho do artista, que é o estudo da relação entre forma e cor a partir de sua articulação improvável na recriação e recomposição de elementos da vida cotidiana.
Rommulo Vieira Conceição
É um artista visual que trabalha com diversos meios, como instalação, objetos, escultura, desenho e fotografia, explorando a percepção do espaço contemporâneo e as relações do homem no espaço. Nasceu em 1968, em Salvador/Bahia, onde começou seus estudos em artes sob a orientação da artista Célia Prata, no atelier da artista. Desde 2000 reside em Porto Alegre/RS, onde teve orientação artística de Jailton Moreira, no Espaço Torreão; e onde desenvolveu seu mestrado em poéticas visuais no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS. Desde 1998 vem realizando exposições individuais e coletivas, além de residências artísticas no Brasil, na Argentina, na Austrália, no Japão e na Finlândia. Em 2006 participou do Rumos Itaú Cultural com o trabalho Quarto-Cozinha (2005/2006; em 2009, realizou uma exposição individual em Ekenäs, na Finlândia, onde iniciou uma série de desenhos monocromáticos. Em 2011 Participou da 8ª Bienal do MERCOSUL, ano em que participou da exposição “Agora/Ágora”, no Santander Cultural de Porto Alegre, com o trabalho “SuperCinema”. Entre os anos 2009 e 2010 fez parte do grupo “Pessoal”, com artistas do Chile e Argentina. Ganhou os prêmios: Rumos Itaú Cultural (2006); FUNARTE (2009 e 2012); PIPA (2010, 2011).