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junho 20, 2013
Bem-vindos + Layla Motta na Zipper, São Paulo
Zipper Galeria, São Paulo, SP - 24/06/2013 a 03/08/2013:
Coletiva Bem-vindos
Zip’Up: Layla Motta - Rastros
No dia 22 de junho, das 12h às 17h, a Zipper Galeria promove a abertura da exposição “Bem-vindos”, coletiva que apresenta os artistas que acabam de integrar o time de representados da galeria: Adriana Duque (Colômbia), Camille Kachani (Líbano), Daniel Escobar (Brasil), Marcelo Amorim (Brasil), Ricardo Rendón (México) e Rodrigo Oliveira (Portugal). A exposição, com curadoria de Paula Braga, permanece em cartaz até 3 de agosto.
A colombiana Adriana Duque fotografa personagens perturbadores e atraentes ao mesmo tempo: crianças vestidas luxuosamente em cenários barrocos que parecem se sobrepor, como numa fantasia, ao real de interiores domésticos humildes. Posando como pequenos monarcas, as crianças têm o mesmo par de olhos azuis e envergam uma coroa que marca a contemporaneidade por ser também um fone de ouvido. O luxo dessa coroa sonora mantém-nas em um secreto mundo de sons (ou silêncio abafado), que só elas ouvem e que sustenta a fantasia alienada.
Do México, Ricardo Rendón nos envia feltros que são pacientemente furados e fazem uma síntese entre artesania e processos mentais. A partir de um retângulo de feltro, o artista produz dezenas de variações ao esvaziá-lo de matéria, extraindo centenas de rodelas do tecido, que surpreendentemente não desaparece, mas fortalece-se na nova forma.
De Portugal, Rodrigo Oliveira olha para o Brasil e explicita, pela menção à arquitetura moderna e a itens industriais estereotípicos (como sandálias de borracha e bolsas que falsificam grifes), os paradoxos de uma sociedade que amalgama plenitude de recursos e carência social.
O brasileiro Daniel Escobar apropria-se de produções gráficas como guias de viagem ou pedaços de outdoors publicitários, feitos para comunicar uma mensagem inequívoca, e transforma-os em obras abertas que incitam a crítica a métodos da sociedade do controle.
Marcelo Amorim, também brasileiro, invoca a infância em imagens também apropriadas de manuais e fotografias que ditam regras de comportamento, reproduzindo-as à mão e velando-as com uma camada leitosa, que as torna difusas, exatamente indefinidas, como os processos de assimilação de padrões de conduta antes da idade adulta.
Camille Kachani, libanês, faz reviver a madeira morta dos cabos de vassouras e enxadas, dos bancos e caixas, como se a árvore derrubada para confecção de objetos utilitários voltasse à vida, negando-se a uma função servil.
Zip’Up apresenta primeira exposição individual de Layla Motta
Também no dia 22, o projeto Zip’Up recebe a exposição “Rastros”, primeira individual de Layla Motta. Após participação de destaque no mais recente Salão dos Artistas sem Galeria, a artista exibe fotografias de variadas séries. A produção de Layla versa sobre o tempo e faz do fotográfico a matriz para uma investigação intimista sobre o efêmero, o vestigial, o construído e o natural, este visto de modo denso. A curadoria é de Mario Gioia.