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junho 12, 2013
Flávia Junqueira - Estudo para Diversão na Baró, São Paulo
Real ficção de carrosséis e crianças
Flávia Junqueira - Estudo para Diversão, Baró Galeria, São Paulo, SP - 18/06/2013 a 20/07/2013
No sábado (15/6), Flávia Junqueira inaugura na Baró Galeria a maior mostra individual que já fez até hoje. Em Estudo para Diversão, a artista exibirá duas séries inéditas de fotografias ampliadas, além de uma instalação, a sua primeira.
Na série Cartografia Afetiva, imagens dos carrosséis de Paris feitas originalmente em Polaroid são redimensionadas e apresentadas juntamente a seus dados de localização. Já a série Criança e sua Família reúne ampliações de fotografias de famílias antigas, encontradas pela artista em sebos parisienses. Cada imagem ganha como detalhe pequenas fotografias de parques de diversão franceses. Completando a exposição, uma instalação montada no centro da galeria traz um carrossel que gira ao contrário, ao som de música também invertida.
Estudo para a Diversão marca uma nova fase na produção de Flávia, que já explorou as fronteiras entre real e ficção promovendoentre esses dois polos encontros quase abruptos. Agora,a artista combina a abordagem ao estudo da representação, tornando essas fronteiras mais sutis e indistintas. “A representação passa pelo crivo do afeto e altera a realidade”, diz.
Detalhes e monumentos
Foi durante um período de residência artística em Paris há cerca de um ano que Flávia reparou nos carrosséis da cidade. Quis comprar um guia que apontasse onde estavam, e descobriu que não existia nada parecido. “Então resolvi mapeá-los. Fiz um mapapara localizar essesobjetos extremamente fantasiososno meio do mundo real”, lembra. Os carrosséis mapeados por Fláviaem Paris foram registrados em Polaroid e agora, redimensionados nas ampliações, compõem a série Cartografia Afetiva.
Ainda em Paris, a artista se deparou com fotos antigas de crianças em um sebo.E delas nasceu o estímulo de pensar a criança e o primeiro grupo que a ela proporciona estruturas monumentais de fantasia, a família. “Muitas vezes, a família dá à criança essa estrutura como ferramenta de compensação”, observa Flávia, que deu às fotos de família uma escala monumental. Edeu a elasimagens de parques monumentais transformados em detalhe.
É também a primeira vez em que Flávia se dedica a uma instalação.Ou à manipulação de um grande objeto, como prefere definir o carrossel. Nele, conduz uma intervenção mínima ao inverter os fluxos de movimento ede som.“Há uma certa frustração, um vazio... Mas, ainda assim, o objeto é bonito. O ambiente da fantasia sempre tem lados”, conclui a artista.