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maio 9, 2013
Oscar Oiwa - Clima tempestuoso na Nara Roesler, São Paulo
Recém-incorporado à lista de artistas da Galeria Nara Roesler, Oscar Oiwa exibe obras inéditas sobre o mundo contemporâneo globalizado em sua primeira individual na galeria
Oscar Oiwa - Clima tempestuoso, Galeria Nara Roesler, São Paulo, SP - 15/05/2013 a 15/06/2013
No dia 14 de maio, às 19h, Oscar Oiwa inaugura sua primeira exposição na Galeria Nara Roesler. A mostra Clima tempestuoso conta com 12 pinturas criadas nos últimos dois anos, todas inéditas no país. A mostra fica em cartaz até 15 de junho.
As obras retratam desastres (naturais ou causados pelo homem), violentos episódios climáticos, equívocos políticos e estados de calamidade com o traço fantasioso de Oscar Oiwa.
É possível reconhecer nas telas a influência de grandes mestres do ukiyo-e, estilo de pintura desenvolvido no Japão entre os séculos XVII e XIX. Em Rescue Boat, por exemplo, ondas gigantescas ameaçam engolir um grande navio, lançando mão da estética e do tema tipicamente nipônicos.
Esta homenagem aos mestres japoneses, porém, é aliada a questões absolutamente globais e contemporâneas, como a alusão ao Superdome que abrigou as vítimas do furacão Katrina na obra de sugestivo título Swirl (Redemoinho), de 2012, ou as menções a grandes obras de arte de muitas cifras indo para debaixo da ponte no mundo pós-crise da tela Occupy everywhere, em aberta citação ao movimento Occupy.
O trabalho de Oscar Oiwa é fruto direto de sua itinerância: filho de Japoneses, o artista nascido em São Paulo mudou-se para Tóquio durante o ápice da crise econômica. Em seguida para Londres e, em 2002, ao receber a Guggenheim Fellowship, estabeleceu-se em Nova Iorque, onde vive e trabalha até hoje. Essas diferentes estadias implantaram sua familiaridade com histórias de fantasmas, notícias cotidianas, filmes e quadrinhos de terror na sua visão do mundo urbano.
No texto crítico sobre a mostra, Marilyn Zeitlin conclui: ”Oiwa não desvia o olhar do mundo ao seu redor; ele nos faz ter sentimentos diferentes e pensar de maneira distinta sobre esse mundo. Ele usa sua consciência da imensidão do mundo, sua sagacidade, sua imaginação, sua tremenda habilidade artística para transformar o terrível em algo sobre o qual conseguimos refletir.”
SOBRE O ARTISTA
Oscar Oiwa nasceu em São Paulo (1965). Vive e trabalha em Nova Iorque, EUA, desde 2002.
Recebeu o prêmio de residência artística do Delfina Studio Trust, em Londres, assim como prêmios das instituições Pollock-Krasner Foundation, Asian Cultural Council e John Simon Guggenheim Memorial Foundation.
Participou da 21ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1991) e de mostras coletivas em instituições como El Museo del Barrio (Nova Iorque, EUA), Instituto Tomie Ohtake (São Paulo), Art Arsenal (Kiev, Ucrânia) e Kunsthalle Dusseldorf (Dusselfdorf, Alemanha).
Seus trabalhos foram recentemente exibidos em mostras individuais no Museu Nacional de Belas Artes (Rio de Janeiro, 2011), Takamatsu City Museum of Art (Takamatsu, Japão, 2009), Tokyo Museum of Contemporary Art (Tóquio, Japão, 2009), Arizona State University Art Museum (Tempe, EUA, 2006) e Centre for Contemporary Art (Leiden, Holanda, 2000).
Suas obras estão importantes coleções públicas, como a do National Museum of Modern Art (Tóquio, Japão), Museum of Contemporary Art (Tóquio, Japão), Phoenix Museum of Art (Phoenix, EUA) e a do Príncipe Albert II de Mônaco.
SOBRE A GALERIA
Há mais de 35 anos, Nara Roesler promove arte contemporânea junto a um conjunto nacional e internacional de colecionadores, curadores e intelectuais. Em 1989, fundou a Galeria Nara Roesler em São Paulo, como um espaço para expandir as fronteiras da prática artística no Brasil e fora dele. Representando alguns dos mais interessantes artistas da atualidade, a galeria direciona seu interesse à justaposição de trabalhos dos anos 60 em diante e suas ramificações contemporâneas, representando nomes históricos ao lado de um seleto grupo de artistas em ascensão.
Em 2012, a galeria teve seu espaço expositivo dobrado, totalizando uma área 1600m² e revitalizou o projeto curatorial Roesler Hotel, iniciado em 2004, com propostas inovadoras como as mostras coletivas Lo bueno y lo malo, sob curadoria de Patrick Charpenel (diretor da Fundacción/Colección Jumex), e Buzz, mostra dedicada à op art idealizada por Vik Muniz com obras de Bridget Riley, Josef Albers, Marcel Duchamp e Yayoi Kusama.