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maio 9, 2013
Eduardo Climachauska - O fundo do poço na Laura Marsiaj, Rio de Janeiro
“O fundo do poço” é o título da segunda exposição individual de Eduardo Climachauska na Galeria Laura Marsiaj. Desta vez o artista apresenta um conjunto de pinturas inéditas das séries “Rua Belgrado” e “Ilusão à toa” e também algumas esculturas das séries “Ho-ba-la-lá” e “O fundo do poço”.
O conjunto de pinturas a óleo, betume e carvão sobre tela em tons bastante rebaixados são também “quadros onde a geometria existe, mas apenas para indicar, paradoxalmente, uma espécie de clareza na escuridão” (1). Elaborados em parte com materiais incomuns em pintura, aparentemente concordam que “o mais surpreendente em seu trabalho, que parece se mover entre a dormência e a faísca, é uma espécie de coragem para lidar com matéria aparentemente morta – e não à toa Eduardo Climachauska tem predileção por materiais como betume e carvão, que a longuíssima duração do tempo geológico decantou” ( 2).
Os conjuntos escultóricos construídos a partir de materiais como o mármore, o concreto e a madeira aparecem aqui e ali também como a abrir brechas nesse espaço dominado por um cortinado denso. Particularmente as peças que dão título à exposição são conjuntos duais, onde blocos maciços assumem a função de interromper bruscamente a queda natural de prumos esculpidos em diferentes materiais, como se a representação figurada e tensa desse fundo de poço fosse também (e novamente de forma paradoxal), o motor de uma ação afirmativa, de construção de uma outra ordem, embora ainda instável como de resto em todo o trabalho do artista “marcado por tensões irresolvidas entre forças poderosas” (3).
(1) Ohata, Milton. “Noite ativa do sentido” in “Eduardo Climachauska”, Editora Livre, 2009.
(2) Idem
(3) Naves, Rodrigo. “O melhor amigo do.” “Revista Zum”, IMS, nº 3, 2012.