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março 29, 2012
Piratagem Federal - Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2011 - Atos Visuais Funarte Brasília
Piratagem Federal - Krishna Passos
Prêmio Funarte de Arte Contemporânea 2011 - Atos Visuais Funarte Brasília
PROGRAMAÇÃO
Abertura, 12 de abril, 19h com:
• Pré-lançamento do CD Volume 4 do grupo 2Finos e um Grave - O Bom Bando, novo trabalho de K-Torrent, Camboja e Natinho.
• Lançamento do Videoclipe de estreia do grupo.
• Relançamento do LP Tatudróide - Paulo Tovar (1994). Homenagem póstuma ao poeta e compositor.
• Discotecagem de Megaton Dub e convidados.
Ações Encadeadas:
15/04
16h às 21h
Discotecagem de Megaton Dub, Mungo’s Hi Fi (UK) e convidados.
28/04
12h às 18h
• Escambo Digital – Feira de Trocas Digitais (de Atari a filmadora, de pendrive a placa de som).
• Discotecagem – Megaton Dub, K-Torrent, Missigena Sound (RN), e convidados.
Às 19h
• Debate: Debate Transfusão de Informação – Controle e censura X Regulamentação. Prejuízo empresarial X Distribuição de renda e trabalho informal.
Sobre as participações e artistas
2Finos e um Grave – O Bom Bando: (K-Torrent, Natinho e Camboja). O caminho desses musicais samurais errantes sempre se esbarravam por encruzilhadas, quadras e espaços dessa cidade planeta avião (Brasília). K-Torrent (Krishna Passos), estudou música de erudita a popular, se embrenhou em sertões conhecendo mestres, tocou em bandas e compõe trilhas sonoras. Além disso inventa intervenções, vídeos, objetos, cria pontes fomentadoras de intercâmbio e encontros, a exemplo do 2Finos e um Grave e do Piratagem Federal. Inventa pequenas pipas que voam presas à ventiladores, disfarçado de farsante inventa o à favor, inventa o contra. Do outro lado, Natinho, o Nonato dente de ouro, que também carrega uma coleção de amores nas trincheiras das artes. Poeta, MC, ator, serígrafo e decorador de ruas, em uma dessas encruzilhadas do avião (BSB), em combustão espontânea, começaram a se reunir com K-Torrent em prol dos 2Finos e um Grave, se afinando em ideias e nas frequências das ondas sonoras.
Como na variedade de linguagens, no gosto musical, também são bastante ecléticos bebendo música brasileira, afro, étnica, jazz, rock, música negra e a música universal misturando tudo em programações, sampler’s e poesias. Rebatendo batidas, a brincadeira deles é: experimentar, recortar, costurar e dar outras cores às mesmas texturas cerzindo de acordo com outros acordes.
Um dia Pedro Paulo Carneiro, (Diretor artístico-RJ) fez o seguinte relato encantador enquanto fazia uma gravação com Zabé da Loca. Ele perguntou-lhe sobre seu processo criativo, e ela disse que a música passava logo acima de sua cabeça, a uma distância de um palmo mais ou menos, e que ela a capturava com seu pífano.
Então é isso mesmo, por dentro e por fora, a música fica o tempo todo ao nosso redor, como nuvens de algodão doce cor de rosa a nos envolver. Então vamos capturá-la para depois libertá-la, arranjada com laranjada, composta com emoção custo nada, mixada com jangada, programada com amor e com tomada. É a música simplesmente cada vez mais livre pra nos digitalizar e nos espalhar por aí.
Natinho: Nonato Dente de Ouro, do interior do Ceará, desembarcou de Kombi no Distrito Federal em 1970. Entre a informalidade de pequenos bicos e vendas cresceu com as ruas nos bons tempos de uma Brasília em construção. Sua sobrevivência está no vício das tintas e de suas serigrafias em belas camisetas disseminadas pela cidade desde 80, década que se envolveu definitivamente com a arte, no teatro, música, palhaçada, poesia, serigrafia e kendô (arte dos samurais). Nesse trilho fundou o Grupo de Teatro Retalhos e o Mamulengo Presepada. Além de intervenção urbana com lambes de insetos gigantes e de atuações no cinema, formou na música, o Arroto Provisório (Punk), Radical Sem Dó (Hip Hop), Nonato Dente de Ouro e o Esquadrão de Ébano (Ragga Hip Hop). Suas parcerias musicais também falam alto junto à artistas de peso dentre os quais se destacam: Assassinos Socais (GOG e Natinho), Adorela (Natinho e DJ Dolores - PE), O Bilhete (Dino Black), Digoró (Autoramas – RJ), Ninguém ajuda Ninguém e Margareth (Detrito Federal), Eu quero ser seu Tamogochi e Elianny e Fred Aster (Lucy and The Pop Sonics). Agora em sua última armação é 2Finos e um Grave, projeto em parceria com K-Torrente e Camboja.
Krishna Passos: Em atividade desde 1997 em Brasília, Krishna Passos, vulgo K-Torrent (Krixnah Torrent) é artista, pesquisador, produtor (por exigência da sua própria arte) e gestor cultural. Mestre em Arte e Tecnologia, com formação em artes visuais e audiovisual, esquadrinhou o teatro, o cinema, a música e se situou no hibridismo e liberdade da arte contemporânea. Nela, catalisa essa diversidade ao trabalhar com uma amplitude de linguagem, que abrange desde o desenho e performance, até a música, arte sonora, instalações e videoarte, passando por trilhas sonoras e intervenções urbanas, dentre outras miscigenações possíveis pela arte. Inquieto e sempre atento aos movimentos urbanos e socioculturais espontâneos se firma conquistando prêmios, participando de salões e residências artísticas. Também por isso, desenvolve desde 2005 o Projeto Fora do Eixo, e, dente outras ações coletivistas. A partir de 2008 retorna a música baseando suas pesquisas poéticas no som (musica), seus campos de ativação e suas translações culturais mediadas pela tecnologia. Agora em Piratagem Federal e no2Finos e um Grave, em parceria com os guerrilheiros Natinho e Camboja, apresenta-lhes despretensiosamente parte dessas reflexões colhidas nas pistas de dança e de asfalto.
Megaton Dub: Formado em 2006, MEGATON DUB carrega cerca de 15 anos de pesquisa sobre o reggae e suas vertentes. Em seu repertório encontram-se diversos títulos em compactos de 7″, 10″, 12″ e LPs dentre esses, inúmeras raridades e exclusivos dubplates! Nesses 6 anos, o Megaton proporciona ao público de Brasília sessões com um sistema de som nos típicos moldes maranhenses sendo anfitriões para outros coletivos, DJs e artistas como Digitaldubs (RJ), Iration Steppas (UK), Buguinha Dub (Recife), DJ Stranjah (USA/SP), e agora para 2Finos e um Grave – Um Bom Bando e o os convidados do Piratagem Federal.
DJ Oops: Residente da festa Criolina, Integrante do coletivo Só Som Salva, é produtor de áudio, músico, designer. Além de produzir tracks autorais, remixes, trilhas para cinema e teatro, também estudou artes cênicas na Universidade de Brasília tornando-se diretor de teatro e ator.
Em seu set passeia por variados ritmos, produz e coleciona remixes que valorizam a musicalidade, difundindo a música eletrônica no universo da música negra, regional, brasileira e, fugindo do óbvio, une o tradicional ao contemporâneo. Já abriu para bandas como The Skatalites e Super Stereo Surf, em festivais e festas espalhadas por mais de 10 cidades brasileiras, e mais Dinamarca, Holanda, Espanha, Portugal, Alemanha, França, Inglaterra, entre outros.
Todas as atividades tem classificação etária livre e entrada franca
Sobre o projeto
“Não existe nada mais subversivo do que um subdesenvolvido erudito...” Geraldo Vandré
Quais os limites entre a legalidade e ilegalidade no acesso ao conhecimento, à arte, às informações e aos meios de produção dos mesmos?
No caso da arte, cinema e música principalmente, é evidente que o mundo passa por transformações decisivas no embate entre as mega corporações se opondo às células e grupos espalhados pelo mundo, que contestam os monopólios, principalmente aqueles que perpetuam dependência e a ignorância.
A música sempre obteve um papel fundamental na sociedade como meio propagador de ideias e sonhos, sendo ela ao mesmo tempo produto e produtora de inovações épicas. Foi assim com a descoberta dos sistemas de gravação, o LP, o Rádio e, atualmente o MP3, seus sistemas de produção e difusão. Neste trajeto para o futuro as formas de materialização da música se transformarão ainda mais e tendem a continuar contribuindo para toda uma revolução nas comunicações.
Assim, como os procedimentos e campos hoje são totalmente diferentes de 10, 15 anos atrás, a música e a arte serão consumidas de uma forma totalmente diferente no futuro. Pagaremos por tudo, inclusive os programas simples como editores de texto que usamos (nem sempre os originais) para escrever e ler até este mesmo texto, ou, simplesmente acessaremos a informação e aos meios de produzi-la???
Baseado em estratégia e prática do “Faça você mesmo” (Do it yoursel), no trânsito, margem e contágio das questões acima e outras provocações, o artista e pesquisador Krishna Passos concebeu o Projeto Piratagem Federal, premiado no Premio Atos Visuais da Funarte. Para tal, conta com a importante parceria de Natinho (Nonato Dente de Ouro), além da participação musical de Renato Matos, Chico Correa (PB), Sacal (PB), Loop B (SP/NY), Higo Beliz, PC Cascão, DJ Jamaika, Ellen Oléria, DJ Oops, Megaton Dub, dentre outros sonoros convidados.