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março 19, 2005
Cartas ao Sistema de Arte por Ana Amorim
www.oxfam.org.au/campaigns/nike/reports/index.html
Post retirado a pedido da artista Ana Amorim. Clique aqui para ler o original "Carta ao Gilberto Dimenstein sobre a Nike" no blog da artista.
Condição da artista para que o post continue no ar:
Com base em seu contrato de arte a Artista Impossível requisitou que todos os seus posts fossem retirados do Canal Contemporâneo a partir do momento que aceitamos o patrocínio da Petrobrás. A Artista Impossível não aceita que seu trabalho esteja associado a uma empresa que considera "ter um papel imperialista e políticas que vão contra tudo que artista defende em sua vida-arte". O Canal por sua vez, requisitou que a artista mantivesse os posts por que estes fazem parte do debate construído no período e também pela impossibilidade de removê-los completamente da internet. A artista aceitou mantê-los, mas registra aqui a sua total oposição a inserção da Petrobrás como mediadora das artes e da cultura do nosso país.
Troca de cartas entre a Artista Impossível e o Canal Contemporâneo:
Cara Patricia Canneti,
Desculpe não ter respondido antes Patrícia, mas viajei quase ininterruptamente nos últimos meses, fazendo as performances da Transcomunicadora. Estou escrevendo em resposta à sua email sobre a renovação da assinatura do Canal que venceu no dia 11 de Novembro e que você generosamente tem mantido desde então, mesmo sem ainda ter recebido pagamento.
Após ter recebido o Canal Contemporâneo de 24 de outubro onde o logo da Petrobrás foi usado pela primeira vez decidi, tendo em vista o meu Contrato de Arte, que iria interromper a minha assinatura e gostaria de lhe pedir que as minhas duas cartas publicadas pelo canal: Carta ao MAM sobre o Roberto Marinho - do Blog Como atiçar a Brasa e Carta ao Gilberto Dimenstein sobre a Nike - do Blog do Canal sejam retiradas do canal, assim como quaisquer outras cartas que possam ter sido publicadas em seu sítio.
Esta carta, na verdade da prosseguimento à nossa correspondência iniciada no início do ano passado sobre o Patrocínio da Petrobrás.
No anúncio em questão o logo da Petrobrás é apresentado juntamente com fotografia do Glauber, e de outras eventos artísticos, e diz:
A Cultura é a maior riqueza de um povo.
Petrobrás a maior patrocinadora de cultura do país.
Se encararmos esse anúncio como uma equação, nele a Petrobrás se torna a maior patrocinadora da maior riqueza do povo desse país. Como artista e como pessoa me recuso a aceitar essa equação, por muitas razões, mas principal e fundamentalmente por não acreditar que a cultura e a arte possam ser mediadas pelo capital, sem que haja uma perda na construção da mesma.
A Petrobrás é uma empresa semi-privatizada que tem um papel imperialista e predatório na América do Sul e não aceito de forma alguma ter qualquer trabalho meu associado direta ou indiretamente a essa empresa.
De qualquer maneira lhe desejo todo sucesso em seus empreendimentos.
Um abraço,
Ana Amorim
América Latina: realineación política e império - James Petras
Vendas das Ações da Petrobrás - Associação dos Engenheiros da Petrobrás - AEPET
Ultimato à Petrobrás - Léo de Almeida Neves
Cara Ana,
Acho que a decisão de tirar as suas cartas do Canal Contemporâneo não fazem muito sentido, já que elas foram publicadas quando ainda não tínhamos a Petrobras como patrocinador. Acho que o seu Contrato de Arte, como todo contrato, não vigora retroativamente. Sendo assim, acho que deveríamos respeitar o tempo e o processo de nossos trabalhos e deixar as suas cartas como testemunho desta época em que o Canal Contemporâneo e a Artista Impossível eram compatíveis.
Quanto a perda que você coloca :
"Se encararmos esse anúncio como uma equação, nele a Petrobrás se torna a maior patrocinadora da maior riqueza do povo desse país. Como artista e como pessoa me recuso a aceitar essa equação, por muitas razões, mas principal e fundamentalmente por não acreditar que a cultura e a arte possam ser mediadas pelo capital, sem que haja uma perda na construção da mesma."
Acredito que ela é inerente ao mundo do possível, aonde negociamos os interesses das partes envolvidas para viabilizar as ações. E como sempre, ganha-se de um lado e perde-se de outro. Construímos a História da Arte negociando estes interesses, a cada momento com um novo representante do poder e do capital - igreja, monarquias, repúblicas, mecenas, colecionadores, patrocinadores, intermediários vários - designado pela história paralela da humanidade...
Sempre te disse que nossos trabalhos são opostos e complementares. O Canal Contemporâneo busca a transformação a partir do possível e acredito que tratar um patrocinador como membro de nosso sistema e, portanto, integrante de nossa comunidade, pode resultar em novas visibilidades e mudanças.
Um abraço,
Patricia Canetti
Ola Patrícia,
Voce se importa que eu publique a sua resposta no meu weblog?
A questão das cartas que já foram publicadas não é retroativa na medida em que, quando alguém "hoje" acessa o Canal Contemporâneo, encontra o meu material publicado sob o patrocínio da Petrobrás - sob o logo da Petrobrás, isso para mim é inaceitável e vai contra o que o contrato de arte determina! Porisso volto a insistir em que todas as publicações que incluam o meu trabalho que são: o Contrato de Arte, o meu Currículo, e as duas cartas já mencionadas, sejam removidos do seu site.
Exatamente por que o seu trabalho e o meu são parte de um mesmo universo maior de reflexão é que considero fundamental que todo o meu material seja removido do seu site a partir do momento em que este passou a apresentar o logo da Petrobrás.
Agradeço a sua compreenção.
Um abraço,
Ana Amorim
Oi Ana,
Quanto a permissão para publicar a nossa correspondência no seu blog, ela está dada, mas gostaria de poder fazer o mesmo nos posts que ficarão vazios com a retirada de suas cartas. Não posso eliminá-los por completo, porque os linques estão vivos passeando pela internet e um dos posts ainda foi comentado por várias pessoas. Portanto, vamos priorizar o respeito às características de rede e interatividade de nossos trabalhos.
Em relação ao seu trabalho publicado nos e-nformes, é impossível mexer neles, já que o banco de e-nformes guarda o histórico original de todos os e-nformes publicados pelo Canal.
Espero que você compreenda a IMPOSSIBILIDADE de TODO o seu material ser retirado do Canal Contemporâneo.
Abraço,
Patricia Canetti
Ola Patrícia,
Tendo em conta a IMPOSSIBILIDADE de que TODO o meu material seja retirado do Canal Contemporâneo como você afirma, para que esse material continue no seu site eu necessito que a seguinte nota seja adicionada a cada um dos posts:
Com base em seu contrato de arte a Artista Impossível requisitou que todos os seus posts fossem retirados do Canal Contemporâneo a partir do momento que aceitamos o patrocínio da Petrobrás. A Artista Impossível não aceita que seu trabalho esteja associado a esta empresa semi-privatizada cujo papel imperialista e políticas vão contra tudo que artista defende em sua vida-arte. O Canal por sua vez, requisitou que a artista mantivesse os posts por que fazem parte do debate construído no período e pela impossibilidade de removê-los completamente da internet. A artista aceitou mantê-los, mas registra aqui a sua total oposição a inserção da Petrobrás com mediadora das artes e da cultura do nosso país.
Sem essa nota eu não posso aceitar que o canal mantenha os meus posts por que estaria violando o meu contrato e um compromisso artístico de mais de 15 anos, que tem sido respeitado por curadores e instituições independentemente das dificuldades que possa ter lhes causado, e acredite, não foram poucas.
Aguardo a sua resposta.
Ana Amorim
Cara Ana Amorim.
Muito justa sua carta, porém ingênua.
Você acredita -e isso é trabalhar no nível da crença- que uma fundação dirigida para os interesses do imperialismo sobre o Brasil vai fazer algo diferente de defender a dominação?
Leia a Folha de S. Paulo para ver como a dominação é bem vinda e legitimada pelo grupo que a comanda.
Uma abraço,
William Golino
Muito lúcida a intervenção da artista Ana Amorim.Tão lúcida que pode levar as pessoas a se perguntarem de quem se trata esta "louca" que vem estragar a festa com as suas inquitações artísticas.
Suas colocações nos fazem refletir sobre a ética ou a falta de ética ou ainda, a falta de uma noção de ética no sistema artístico (artistas, obra de arte, mercado, colelcionadores, instituições museológicas e dos profissionais que lidam com a arte) e destas organizações e intelectuais a quem a carta, neste caso, se destina.
A impressão que tenho, depois de quase vinte anos trabalhando no meio artístico, é de que parece realmente não termos esta noção de ética. Ou ainda, uma situação que dá a idéia de sermos
pessoas
"iocentes", puras demais para percebermos a falta
de ética que permeia as relações empresariais, sociais e culturais ou pior ainda, e deve ser este o caso, fazemos "vista grossa" para esta situação hoje. De que tudo que se faz no país, praticamente, seja financiado pela iniciativa privata (uma mentira, pois o dinheiro é de isenção fiscal, e é o governo que paga indiretamente e de tabela não assume o produto...). E ninguém se pergunta (talvez só esta artista) que dinheiro é este que patrocina as artes e as iniciativas sociais no país? Dinheiro dos bancos de lucros astronômicos em cima da miséria brasileira, das empresas devastadoras dos recursos hidrominerais do país, das que não dão condições adequadas de trabalho para os seus funcionários (caso da Nike).
Não devo me estender muito, mas jogo a questão. Onde está a idéia tão propalada por colegas, do poder transformador da arte? Ficou perdida entre os formalistas?
Não estou desmerecendo a iniciativa destas empresas em apoiar a cultura ou ações sociais. Estou querendo é que elas contribuam de fato. Com recursos próprios e muito, como contrapartida ao seus lucros.
Precisamos mudar esta lógica capitalista do "ganho" sempre e a qualquer custo.
Ricardo Resende
Caro Ricardo Resende.
Interessante sua carta, porque explicita questões radicais para a produção artística: ética e economia.
Existe uma ética muito clara no caso da Nike e as fundações a elas associadas.
A gestão do dinheiro público, impostos e isenções é nossa responsabilidades, ou seja, nós devemos assumir a gerência da economia nacional.
Cada uma na sua? Não. Há, pelo menos, duas vias iniciais: 1)Eleger somente representantes efetivos dos interesses dos trabalhadores nas eleições municipais, estaduais e federais; 2) fazer uma virada radical na política e na economia, ou seja, abandonar o capitalismo e criar outro sistema econômico e político.
No primeiro caso, temos que resolver o problema da legitimidade da representação, porque, via de regra, o representante não representa nada e ninguém além dos interesses pessoais e de seu grupo e classe social; isto significa, para resolver o problema, adotar práticas que mudem as consciências e não ficar acreditando que as consciências vão mudar as práticas.
No segundo caso, temos que ver se os artistas e seus grupos sociais com suas diversas formas de representação das suas classes sociais, estão dispostos a mudar a "lógica do capitalismo", porque isto significa mudar de sistema econômico, uma vez que o capitalismo nunca vai mudar sua lógica de acumulação; só uma visão ingênua, ou "inocente" como você diz, acredita que é possível criar um estado de bem estar social dentro da lógica do capitalismo, isto nunca existiu, não existe e muito provavelmente não existirá, nem no famoso kenesianismo houve o estado de bem estar social e, mesmo nos países europeus, no Canadá, no Japão e nos EUA, este bem estar não é para todos e só existe porque exploram o terceiro mundo, como o Brasil.
Você e outros artistas estão dispostos a abrir mão do capitalismo para criar outro tipo de Estado? Ou como quer uma certa ala do anarquismo, o fim do Estado?
Quanto ao papel social do artista nesse problema: O formalismo não é em si uma mal como você diz. Aliás, foi fazendo uma crítica truncada e mal feita ao formalismo que caímos nesse vale tudo pós-moderno, no qual a arte cedeu lugar para a imitação, para o pastiche, para os modismos e para o discurso. Os formalistas sérios sabem muito bem que arte é forma e que forma crítica é forma revolucionária quando integrada, e não submetida, às práticas e discussões econômicas e políticas, por isto mesmo os sujeitos que fazem obras pós-modernas estão voltados para si e para a reprodução de suas opiniões sobre o mundo e seus casos singulares.
Cabe ao artista que diz querer um mundo mais justo fazer obras de arte e não meras ilustrações de opiniões vagas e isto, obviamente, requer muito trabalho, dedicação e criticidade, coisa rara na maioria dos artistas contemporâneos nossos.
Não se esqueça do que é de fato o capitalismo e leia as notícias com atenção. Nenhuma empresa e nenhuma fundação e nenhuma ong vinculada ao capitalismo vai mudar sua lógica de acumulação e entrelaçamentos políticos e ideológicos, porque, se fizerem isto, estarão quebrando os laços econômicos, políticos, ideológicos e morais de suas classe social, estarão desmontando por dentro a burguesia e eles não farão isto, pode ter certeza, basta ver, por exemplo, como está a atual lei de falências: o primeiro a ter seu dinheiro garantido é o banco e o último a receber é o empregado da empresa falida.
Ou os artistas passam a fazer arte de verdade e abandonam de vez e criticamente as ondas pós-modernas ou em nada eles contribuirão para a mudança que você e Ana Amorim pedem para as relações -entre as classes e entre as pessoas dentro de suas classes sociais.
Um abraço,
William Golino.
Sobre a Lei de falências, para demonstrar inequivocamente como o capitalismo não muda sua lógica de acumulação, leiam na revista "REPORTAGEM da oficina de informações", ano V, nº 65, fevereiro de 2005, (pode-se acessar www.oficinainforma.com.br), nas páginas 7 a 9, a matéria "Primeiro, os bancos: Na hora de receber das empresas quebradas, de acordo com a nova Lei de Falências e Concordatas, que é parte dos acordos com o FMI, os trabalhadores não estarão mais no começo da fila".
Boa leitura.
William Golino
Chamou-me a atenção os adjetivos ingênua e lúcida, que foram usados no início dos dois primeiros comentários, por serem quase antônimos (credulidade e inocência / racionalidade e perspicácia) e, principalmente, por serem características difíceis de coexistirem. A partir daí temos o debate de posições antagônicas a respeito da colocação de Ana Amorim.
Nesse meu comentário, vou falar do ponto de vista da arte e do meu trabalho, especificamente, da trajetória do Canal Contemporâneo, que trabalha com a reunião de elementos e conjuntos historicamente incompatíveis.
Sim, a arte contemporânea talvez manifeste mais singularidades, provavelmente respondendo às necessidades políticas de nosso tempo e também às possibilidades que as ferramentas de comunicação atuais nos colocam. Cartas ao Sistema, na minha opinião, exemplifica muito bem essas duas condições. Ao sermos tragados por uma aceleração promovida pela movimentação global do capital, que nos confere a condição passiva da globalização, respondemos através da internet, como cidadãos e artistas, ajudando a construir a sua faceta ativa.
Trabalho com conjuntos e subconjuntos, mas sempre dando importância aos elementos, os componentes unitários que os formam, pois assim exige a contemporaneidade, assim como a sua arte e seus meios de comunicação. Singularidades se perdem e insistem em se mostrar. A partir da proposição as relações são o espaço, vejo a constituição do espaço cibernético, que através das camadas de informação acionadas (acessadas e trabalhadas) transformam links em vínculos para estruturar a sua profundidade. Esses vínculos são dinâmicos, porque sempre atualizados, respondendo às novas camadas que são agregadas, como na dinâmica dos padrões que formam as individualidades e coletividades.
De maneira muito sintética, temos aí a base para o entendimento do desenvolvimento do Canal Contemporâneo, como também das questões políticas e econômicas que constroem essa comunidade digital.
O Canal, por ser contemporâneo, trabalha o sistema e considera isso uma condição inexorável da contemporaneidade. Seja dentro, fora, com, contra, devido à velocidade com que são acessadas e trabalhadas, vemos todas as posições reunidas num contexto, de onde o sistema é constantemente realimentado. Talvez a humanidade nunca tenha experimentado embates tão violentos advindos de mentalidades diversas conjugando temporalidades distantes vividas em simultaneidade...
Me lembrei de um texto que publiquei num Hora de crescer, de 15 de dezembro de 2002, que achei pela Pesquisa do Canal, de onde retiro o seguinte trecho:
No 11 de setembro pensei que as torres haviam sido derrubadas por esta realidade humana pouco respeitada: vivemos numa temporalidade que abrange vários séculos; e os terroristas numa ação cronologicamente mista, que envolvia o manuseio de facas e a pilotagem dos aviões, conseguiram achar a brecha para ferir o coração do império. Esse para mim é o tempo real social, sempre uma equação de temporalidades diversas que se resolve no momento de uma ação. É com esta diversidade, é na soma dessas individualidades, e aqui penso elas muito mais em relação aos seus tempos, do que as outras características que elas trazem, que trabalhamos a evolução e o desenvolvimento do Canal Contemporâneo.
Não se trata mais de mudar isso por aquilo, o que fatalmente hoje resultaria em trocar 6 por meia-dúzia, mas de transformar através da convivência, mesmo que nada pacífica, do debate de idéias e da contaminação lenta e gradual... Não se trata mais de constatar antagonismos nas diferenças, mas de buscar complementaridades que pavimentem caminhos possíveis.
Um abraço,
Patrícia Canetti
O texto de Ana Amorim, me fez refletir sobre o fenômeno perverso da globalização, o qual algumas pessoas estão se dando conta.
A Nike não foi nesses últimos tempos a empresa que apresentou alguma campanha com a finalidade melhorar sua imagem, perante a opinião pública, como uma organização que pensa em acabar com a pobreza ou ajudar os mais carentes e porque não, propor mais cultura e lazer para o povo brasileiro.
Alguns anos atrás comentou-se que o Mac Donalds teria lançado alguns bonecos para venderem aos clientes da referida cadeia de sanduíche, por algumas notas de dez reais, sendo que esses mesmos bonecos foram confeccionados por rezadeiras no interior do Nordeste, por alguns centavos.
Recentemente o episódio do Banco Santos daqui de São Paulo fechou suas portas sem avisar seus clientes. Ao que parece foi apurado que Banco Santos especulava com dinheiro de clientes no mercado financeiro, para quitar suas dividas e mesmo assim, não consegui honrar seus compromissos, fechando as portas e bloqueando todo o dinheiro dos clientes. O maior acionista do Banco, isto é, o dono do Banco, Sr. Edmar Cid Santos, se apresentava perante a sociedade e a mídia, como maior apreciador e investidor das artes. Patrocinou grandes exposições no Ibirapuera (Oca) para milhões de pessoas, como: Picasso, Guerreiro de Xian entre outras megas exposições
Até mesmo no futebol, recentemente, surgiu um jovem empresário de origem iraniana, com cidadania inglesa Sr. Kia Jaboolhian, (não sei se escreva assim), querendo ser acionista do Clube Corinthians. Está pagando todas as dividas do clube no valor estimado em 50 milhões de reais, comprou o passe de Carlitos Tevis ( jogador argentino) no valor 22 milhões, pagando a vista o referido jogador e agora trouxe o técnico argentino Daniel Passarela para ser técnico do Corinthians. Depois, de pagar o passe do jogador e algumas dívidas, alguns dirigentes do clube questionam a origem do dinheiro desse jovem empresário, se é do armamento da guerra do golfo, se é do narcotráfico ou de algum clube Inglês ou europeu, no qual o mesmo seria supostamente um testa de ferro.
Me estendi um pouco nos exemplos, para dizer que esses episódios, embora sejam locais, isto é, acontecido aqui no Brasil, estão acontecendo em todos lugares do mundo, em virtude dessa globalização, pois, ninguém sabe quem é quem e o que querem. Talvez seja esse o nosso maior desafio no século 21, identificar quem são esse personagem, que estão por detrás dessas grandes organizações o que eles efetivamente querem, para saber exatamente que tipo parceria ou patrocinador que estamos querendo para nossos projetos.
Enfim, o que mais me assusta, não é nem a Nike propor essa parceria com a Cidade Escola Aprendiz e sim a escola aceitar essa parceria com Nike, ainda mais levando-se em conta, que o diretor dessa ong é um formador de opinião.
Parabéns pelo texto Ana Amorim.
Alvaro Augusto Macedo