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Cara Patricia, fiquei um pouco confusa com seu texto sobre o colunista do Globo, Affonso Romano de Santanna. Após um convite para uma palestra dele, no qual o currículo é mencionado, li uma crítica que me pareceu não ter sido concluída. O que tem a ver a possibilidade do desenvolvimento do artesanato pelo Ministério do Trabalho com o que foi abordado pelo palestrante?

Cara Mônica,

O que une o artesanato à fala de Romano de Sant'Anna é a confusão temporal e o equívoco que a mesma repercute na essência da compreensão do que é arte.

Se o nosso país ainda confunde arte com artesanato, isso nos coloca historicamente na Pré-Renascença, ou seja, um retrocesso de 500 anos. Se não somos capazes de entender a diferenciação ocorrida nesse período, é impossível seguir adiante, pois a arte se ligará cada vez mais ao desenvolvimento do pensamento humano, à ciência e à filosofia, deixando a destreza manual e suas implicações para trás.

Achei importante colocar o nosso atraso em relação a compreensão da arte para demonstrar o contexto equivocado em que se dão as palestras de Romano de Sant'Anna. Quando ele próprio se refere a uma "anomia ética e estética em relação ao panorama das artes na atualidade", fica claro a sua total falta de conhecimento da História da Arte, e sua conseqüente inaptidão para tratar a Arte Contemporânea.

Cordialmente,
Patricia Canetti

Cara Patrícia: por que a implicância com o Affonso Romano de Santanna? Será porque ele não gosta da arte contemporânea? O que seria do vermelho se todos gostassem do azul?Eu, particularmente o acho um homem gentil, educado, um escritor maravilhoso e um poeta lindo. Gostaria que me respondesse. Diana

Cara Diana,

Quem implica, com a arte contemporânea, é Affonso Romano de Santanna, que se sente perplexo, confundido, embaraçado e enredado* por ela.

Patricia Canetti

*Palavras encontradas no verbete “implicar” do Houaiss Eletrônico.