|
março 19, 2004
Mobilização de Arte Tecnologia
ATA DE REUNIÃO
Mobilização de Arte Tecnologia
Aos quatorze dias do mês de março do ano de dois mil e quatro, tendo por local a alameda Casa Branca, número 604, no bairro dos Jardins, cidade de São Paulo, reuniram-se professores, teóricos, artistas, críticos de arte e curadores em repúdio à portaria do Ministério da Cultura que excluiu a área de Arte e Tecnologia da portaria número 01 de 19 de fevereiro de 2004. Referida portaria regulamenta a habilitação das instituições que irão indicar representantes na Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) e, na prática, definir o acesso às leis de incentivo fiscais federais à cultura. Estavam presentes na mobilização: Angélica de Moraes, Camila Duprat, Christine Mello, Daniela Bousso, Lúcia Santaella, Marcus Bastos, Maria Teresa Santoro, Patrícia Canetti, Priscila Arantes, Raquel Kogan, Raquel Zuannon, Rejane Cantoni, Renata Motta, Tânia Fraga, Wilma Motta e Winfried Noeth. Dando início à reunião, Angélica de Moraes leu a portaria do Ministério da Cultura. A seguir, Daniela Bousso propôs ao grupo presente a criação de uma entidade de arte e tecnologia para representar as necessidades da área junto ao Ministério da Cultura. A idéia foi aceita por unanimidade mas frisou-se que esta é apenas uma solução a médio prazo. Patrícia Canetti lembrou que seria temporalmente inviável a criação de uma nova entidade agora. No momento, há urgência de representatividade do setor no CNIC e, conforme estabelece a portaria 01 de 19/02/2004, as instituições interessadas em solicitar assento no CNIC devem estar em atividade desde 2001. Wilma Motta afirmou que o Instituto Sérgio Motta poderia colaborar mas que o mais importante seria criar um fórum e ter uma representatividade coletiva junto ao Ministério da Cultura. Angélica de Moraes argumentou que seria importante criar um fórum que fosse uma instituição mais abrangente e que pudesse, junto com o Instituto Sérgio Motta, ser a entidade representativa junto ao MinC. Priscila Arantes pergunta se o Cimid ( Centro de Mídias Digitais, da PUC-SP) não poderia ser esta entidade. Tânia Fraga levantou a hipótese, logo aceita por todos, de que essa representatividade do setor fosse feita através da Associação Nacional dos Pesquisadores em Artes Plásticas (ANPAP). A favor dessa solução está a presença da direção da entidade em Brasília, o que facilitará os contatos. Daniela Bousso indica o nome de Tânia Fraga para, a partir da ANPAP, representar o grupo de arte/tecnologia junto ao MinC. Afirma que Tânia Fraga, além de reunir a confiança de todos os membros ali presentes, era um nome com experiência na área de arte/tecnologia e, portanto, capacitada para defender os direitos da classe junto ao MinC. Tânia Fraga propõe ao grupo criar um GT ( grupo de trabalho) de arte/tecnologia na ANPAP, o que foi aceito. Christine Mello lembra o nome de Solange Farkas para integrar o grupo. Daniela Bousso lembra que foi noticiada a ida de Hermano Vianna para um cargo no Ministério da Cultura e que ele, por conhecer as questões relacionadas à área de arte/tecnologia e já ter sido júri do prêmio Sérgio Motta, seria um bom interlocutor para o assunto em pauta. Daniela Bousso sugere que Hermano Vianna receba o documento do grupo, via ANPAP, na pessoa de Tânia Fraga. A proposta foi aceita. Raquel Kogan expôs que a intenção do Ministério da Cultura, de reunir várias entidades para formar a comissão julgadora da Lei Rouanet era boa, mas que havia, em contrapartida, uma falta de conhecimento da área de arte/tecnologia, o que estava nítido na redação da portaria. Patrícia Canetti pergunta quais os passos que o grupo deveria tomar para fazer a modificação na portaria e incluir a arte/tecnologia. A partir deste momento deu-se início às sugestões de modificação no texto da portaria. Conforme ficou estabelecido, deve-se acrescentar à portaria dois itens: o ítem VII e o ítem VIII. O ítem VII deverá se chamar de artes interativas ( hipermídia, games, net arte, web arte, arte telemática, comunidades virtuais e ativismo artístico, ambientes imersivos, ambientes interativos, projetos de realidade aumentada e congêneres). O ítem VIII deverá se chamar arte e ciência (nanoarte, bioarte, arte transgênica, simulação computacional, vida artificial, visualização de efeitos físicos e químicos, robótica e congêneres). No ítem II, relativo ao cinema, deveria se acrescentar cinema digital e internet. No ítem VI, relativo a literatura, deveria se acrescentar ciberliteratura. Lembrou-se da importância do documento, na forma de abaixo-assinado, ser divulgado no site do Canal Contemporâneo para obter maior número de adesões. Lembrou-se da importância de se obter a adesão de entidades representativas tais como Paço da Artes, Prêmio Sérgio Motta, universidades (PUC, UNB, UAM, UFRJ, Universidade de Caxias do Sul, Unicamp, UERJ, Senac e outras) Videobrasil, FILE, Itaú Cultural, PaleoTV, entre outras. Ao final da reunião, foram eleitos três nomes para encaminhar o documento, junto com Tânia Fraga, ao Ministério da Cultura: Lúcia Santaella, Patrícia Canetti e Wilma Motta. Levantou-se a questão das despesas com passagens de avião. Sugeriu-se que associados à ANPAP residentes em Brasília (Suzette Venturelli, Maria Beatriz Medeiros) pudessem encaminhar o documento ao MinC e que os nomes eleitos, de grande representatividade em seus segmentos de atuação, encabeçariam as assinaturas do referido abaixo-assinado. Nada mais havendo a tratar, encerrou-se a presente ata que vai assinada por mim, Priscila Arantes, e pelos demais participantes da reunião.