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novembro 13, 2007
As multidões da 6ª Bienal do Mercosul, por Juliana Monachesi
O Canal Contemporâneo visita a 6ª Bienal do Mercosul entre os dias 13 e 16 de novembro e promove aqui no "Quebra de Padrão" uma cobertura expandida do evento; à maneira da cobertura a várias mãos que o Canal promoveu do Grand Tour 2007, convidamos outros integrantes desta comunidade digital de arte brasileira a enviar suas impressões sobre a mostra em Porto Alegre
As multidões da 6ª Bienal do Mercosul
JULIANA MONACHESI
Depois de um dia inteiro visitando os armazéns do Cais do Porto onde acontece a Bienal do Mercosul (a maior parte dela, melhor dizendo), volto para o hotel e encontro aquele simpático bombom em cima do travesseiro; estava um tanto quanto sem idéia do que falar -ou de por onde começar a falar- sobre a Bienal e, vendo o pequeno chocolate embrulhado em papel dourado sobre o aparentemente macio travesseiro branco pousado, por sua vez, sobre a visivelmente confortável cama com lençóis branquinhos, tive aquele insight salvador: me ocorreu que a última sala que eu visitara da exposição, uma impressionante videoinstalação de William Kentridge, era também uma espécie de bombom sobre o travesseiro. Um pouco como as "salas finais" da Bienal passada, em que eram exibidas obras de Ilya Kabakov, Marina Abramovic, Pierre Coulibeuf e Stephen Vitiello.
(...)
Um dado que chamava bastante a atenção hoje no Cais do Porto era a quantidade de grupos de alunos de diferentes escolas visitando a Bienal, o que comprova a ênfase que o evento vem dando ao seu projeto educativo sobretudo desde a edição passada. Mas não eram os estudantes a única multidão presente na mostra. Da anti-sincrética "parada Leirner" -a instalação A Lot(e), que foi apresentada na galeria Brito Cimino, em São Paulo, no ano passado- aos participantes da ação Cuando la Fe Mueve Montañas, obra de Francis Alÿs, passando pela multidão de vozes que são postas para falar o Marulho de Cildo Meireles, uma noção de coletividade atravessa diversos trabalhos expostos na Bienal do Mercosul, além de atravessar o próprio conceito curatorial, que partilha o projeto da exposição entre vários curadores. Não se trata de uma presença dominante nas obras, mas por ora é o que consigo articular; em uma segunda e mais detida visita ao Cais do Porto amanhã tento apreender melhor a tal "terceira margem do rio" que norteia a concepção do trabalho do curador-geral Gabriel Pérez-Barreiro nesta 6ª edição da bienal e volto a escrever aqui no Quebra. Hora de comer o bombom...
q merda isso
Posted by: ricardo fronteira at outubro 19, 2009 7:57 AM