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março 28, 2018
Em crise, MAM do Rio vai vender obra de Jackson Pollock por Roberta Pennafort, Estado de S. Paulo
Em crise, MAM do Rio vai vender obra de Jackson Pollock
Matéria de Roberta Pennafort originalmente publicada no jornal Estado de S. Paulo em 21 de março de 2018.
Para ser autossustentável, museu irá se desfazer da tela 'Nº 16' para arrecadar algo em torno de R$ 82,5 milhões
Pela primeira vez no Brasil, um grande museu vai se desfazer de uma obra de seu acervo para se capitalizar. Em dificuldades financeiras, o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio vai colocar à venda a tela N.º 16, de Jackson Pollock, com a qual pretende levantar US$ 25 milhões (R$ 82,5 milhões). O objetivo é criar um fundo cujos rendimentos tornem o MAM, fundado há 70 anos, autossustentável pelas próximas três décadas.
Segundo o presidente da instituição, Carlos Alberto Chateaubriand, o custo anual do museu - instituição privada cujo acervo é calcado na arte brasileira moderna e contemporânea, e que monta 24 exposições por ano, com público de 181 mil pessoas - é de cerca de R$ 6 milhões. O déficit fica por volta de R$ 1,5 milhão. A medida vinha sendo pensado havia alguns anos.
“Com esse fundo, o MAM poderá fazer planejamentos a curto, médio e longo prazo, melhorias na infraestrutura, aumentar pessoal e atualizar o acervo de arte brasileira, preenchendo as lacunas e adquirindo obras de artistas contemporâneos”, disse Chateaubriand.
Sem apoio de governos, o MAM, como outros museus, se ressente da falta de mecenas (o País ter mais de 40 bilionários, conforme revistas especializadas). “Práticas de doações de recursos para museus, comuns em países de outros continentes, são muito raras no Brasil”, lamentou.
Atualmente em exposição, a tela do pintor expressionista norte-americano, um quadrado de 56,7 centímetros, foi doada pelo milionário Nelson Rockefeller em 1954. Com a venda, o País pode perder seu único Pollock numa coleção aberta à visitação. “Eu choro por essa venda, que é inédita. A prática é comum no exterior, mas geralmente para comprar outra, como fez o MoMA com um Monet (vendido por US$ 15 milhões), que era superposição de acervo. Daqui a dez anos, esse Pollock valerá US$ 50 milhões”, avaliou o galerista e colecionador Max Perlingeiro.
O museu prefere que um comprador brasileiro fique com a obra, para que ela não saia daqui. Mas é pouco provável que isso aconteça, analisou o colecionador Fabio Szwarcwald, hoje diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage.
“Nunca vi pagarem mais de R$ 20 milhões num trabalho”, conta. “A decisão é acertada. Não é um Pollock tão significativo assim; não valia mantê-lo e não ter uma programação educativa bem feita, por exemplo”.
A notícia deve movimentar o mercado internacional de arte, uma vez que praticamente não existem Pollocks à venda. As principais casas de leilão do mundo com representação no Brasil – Sotheby’s, Christie’s e Phillips – serão procuradas. O dinheiro levantado será depositado em instituição fiduciária e sua movimentação auditada.
Quem é:
Jackson Pollock
Pintor norte-americano
Referência no movimento do expressionismo abstrato, Pollock (1912-1956) se tornou conhecido por seu estilo único de pintura por gotejamento, que é feita com rápidos respingos sobre a tela
Iphan diz que MAM pode vender tela de Pollock por Jan Niklas, O Globo
Iphan diz que MAM pode vender tela de Pollock
Matéria de Jan Niklas originalmente publicada no jornal O Globo em 20 de março de 2018.
Órgão afirma que não precisa aprovar leilão, já que obra, estimada em até US$25 milhões, não é tombada
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) afirmou por meio de nota que não possui "competência legal" para se manifestar sobre a venda da tela "Nº16", de Jackson Pollock, anunciada pelo Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio. Como a obra não é tombada pelo órgão (neste caso nem o museu, nem seu acervo é tombado) sua venda não requer autorização federal.
"Conforme a legislação vigente no que se refere à circulação e ao comércio de obras de arte, as competências autorizativas do Iphan limitam-se ao universo dos bens protegidos em nível federal para situações de exportação temporária de bens tombados e produzidos até 1889, desde que para fins de exposições no exterior, com data definida para retorno", acrescentou o instituto.
Segundo afirmou o diretor do MAM em entrevista ao GLOBO, a venda servirá para sustentar o museu e permitir investimentos, já que a instituição enfrenta dificuldades para captar recursos.
VENDA GERA REAÇÕES OPOSTAS
A decisão do MAM, que é uma instituição privada, gerou reações diversas nos órgãos federais de cultura do país. O Instituro Brasileiro de Museus (Ibram) se manifestou contrário à venda. O órgão publicou nota afirmando ter recebido com "surpresa" a decisão e pedindo sua suspensão para "procurar outras soluções possíveis para os desafios enfrentados pelo MAM Rio" . Porém, a autarquia vinculada ao Ministério da Cultura não possui poder jurídico para evitar a transação.
O MinC, por sua vez, se manifestou apoiando a decisão do museu carioca. O órgão afimou que "reconhece e valoriza a autonomia do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro". A nota diz ainda que a venda do quadro de Pollock, de valor estimado em US$ 25 milhões, "irá assegurar a conservação adequada" de todo o acervo remanescente do museu.
março 22, 2018
Associação Brasileira de Críticos de Arte divulga indicados ao seu prêmio, Folha de S. Paulo
Associação Brasileira de Críticos de Arte divulga indicados ao seu prêmio
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 16 de março de 2018.
Vencedores serão anunciados no dia 18 de abril
A Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA) divulgou os indicados ao prêmio destinado aos artistas visuais, curadores, críticos, autores e instituições culturais que mais contribuíram para a cultura nacional em 2017.
Os prêmios são atribuídos após votação de cerca de 150 associados, a partir das indicações que cada um envia para discussão e aprovação em assembleia geral da entidade. Os vencedores serão anunciados no dia 18 de abril.
A premiação foi criada em 1978 e, anualmente, o Prêmio ABCA contempla dez categorias.
O troféu, criado pela artista Maria Bonomi, será entregue no dia 22 de maio, no Teatro do Sesc Vila Mariana.
CONHEÇA OS INDICADOS AO PRÊMIO ABCA
Prêmio Gonzaga Duque (crítico associado pela atuação durante o ano)
Cauê Alves
José Armando Pereira da Silva
Luiz Camillo Osório
Prêmio Sérgio Milliet (crítico por pesquisa publicada)
Fernando Cocchiarale, André Severo e Marilia Panitz – Artes Visuais, Coleção Ensaios Brasileiros Contemporâneos, São Paulo, Edição Funarte, 2017
Mario Ramiro – 3nós3: Intervenções Urbanas, São Paulo, Editora Ubu, 2017
Diego de Matos e Guilherme Wisnik – Cildo estudos, espaços, tempo, São Paulo, Editora Ubu, 2017
Prêmio Mario Pedrosa (artista contemporâneo)
Bruno Faria
Rivane Neuenschwander
Rosana Paulino
Prêmio Ciccillo Matarazzo (personalidade atuante no meio artístico)
João Figueiredo Ferraz
João Moreira Salles
Pedro Mastrobuono
Prêmio Mário de Andrade (crítico de arte pela trajetória – filiado ou não)
Icleia Cattani
Lígia Canongia
Moacir dos Anjos
Prêmio Clarival do Prado Valladares (artista pela trajetória)
Anna Maria Maiolino
Carmela Gross
Nicolas Vlavianos
Prêmio Maria Eugênia Franco (curadoria pela exposição)
Gabriel Pérez-Barreiro e Michelle Sommer, curadores da exposição “Mario Pedrosa - De La Naturaleza Afectiva de la Forma”, Museo Reina Sofía, Madri. 2017
Joana D’Arc pela curadoria da mostra “Daniel Santiago em Dois Tempos", MAMAM, Recife, 2017
Regina Teixeira de Barros pela curadoria de "Anita Malfatti: 100 Anos de Arte Moderna”, MAM, São Paulo, 2017
Prêmio Rodrigo Mello Franco de Andrade (instituição pela programação e atividade no campo da arte)
Bienal Internacional de Curitiba
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia
Usina de Arte de Pernambuco
Prêmio Paulo Mendes de Almeida (melhor exposição)
"Amélia Toledo – Lembrei que Esqueci", apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, 2017
"Histórias da Sexualidade", no Museu de Arte de São Paulo, MASP, 2017
"Levantes", apresentada no SESC Pinheiros, São Paulo, 2017
Prêmio Antônio Bento (difusão das artes visuais na mídia)
Revista Continente
Revista Dasartes
Rádio USP
Brasileira que era radicada em Londres é principal surpresa na Bienal por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Brasileira que era radicada em Londres é principal surpresa na Bienal
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 20 de março de 2018.
Lucia Nogueira está entre os artistas mortos que ganharão homenagens no evento
Estranhos objetos descartados nas ruas de Londres, de geladeiras a móveis surrados, ressurgem com força estranha nos trabalhos de Lucia Nogueira, que construiu sua obra com fragmentos e cacos de seus dias mais cinzentos.
Talvez a maior surpresa da próxima Bienal de São Paulo seja a obra dessa brasileira quase desconhecida em seu país —ela nasceu em Goiânia, mas foi viver na capital britânica em 1975 e lá ficou até a sua morte, há duas décadas.
Nogueira tem obras na coleção da Tate Modern e influenciou uma geração de nomes britânicos, como Tacita Dean e Shelagh Wakely, e brasileiros, entre eles, Tunga, mas o rastro que ela deixou no Brasil foi quase invisível.
Entre os nomes anunciados no recorte principal da mostra que abre as portas em setembro no parque Ibirapuera, o curador Gabriel Pérez-Barreiro escalou Nogueira ao lado de outros 11 artistas de gerações e origens distintas.
Tudo indica que o espanhol que já esteve à frente da Bienal do Mercosul parece estar desenhando uma exposição com pegada política talvez um tanto sutil para os tempos de bangue-bangue em que vivemos, mas com sensibilidade bem aflorada.
Nada, no entanto, é certeza absoluta. Novos nomes estarão nas seleções organizadas por outros curadores trabalhando na mesma mostra.
Mas na mesma linha esparsa da obra de Nogueira, Pérez-Barreiro escolheu peças de Tamar Guimarães, que nos últimos dez anos esteve em duas edições da mostra paulistana, a estreante Maria Laet, que faz vídeos e performances em que costura a areia da praia, entre outros gestos, e Nelson Felix, que flerta com o minimalismo.
Duas exceções notáveis a esse repertório de atos às vezes mais cerebrais ou emudecidos são as pinturas de Siron Franco e Vânia Mignone.
Fãs de cores saturadas e de uma figuração de forte carga dramática, os dois já passaram pela Bienal em décadas anteriores e retornam com alguns trabalhos novos e históricos.
No caso de Franco, os que foram à sua retrospectiva na Biblioteca Mário de Andrade há um ano terão uma sensação de déjà vu ao ver na Bienal a série inspirada no vazamento de césio 137, um dos maiores desastres ambientais na história, que levou pânico a Goiânia três décadas atrás.
Essa mesma série, que denuncia o descaso do governo com a população de sua cidade após a contaminação com material radioativo, parece responder pela ala mais ecológica da mostra, algo que toda Bienal vem fazendo em tempos de catástrofes climáticas.
Mignone, com enormes telas que lembram a estética de desenhos animados mais expressionistas, mergulha em dramas pessoais, dissecando monstros escondidos nos cantos mais escuros de casa.
Nesse ponto, há uma relação com os bordados do paraguaio Feliciano Centurión, artista que morreu de complicações da Aids ainda jovem e que lembra, no gesto de costurar o próprio desespero, aquilo que fez Leonilson, um dos astros da arte brasileira.
Outro artista relembrado na Bienal é o guatemalteco Aníbal López, um dos maiores nomes da performance de seu país —há 11 anos, na Bienal do Mercosul ele contrabandeou 500 caixas vazias para Porto Alegre, num gesto de denúncia contra fronteiras muitas vezes atravessadas pela violência.
López, que morreu há quatro anos, terá agora obras históricas no pavilhão da Bienal.
Uma escolha ousada de Pérez-Barreiro é Bruno Moreschi, artista que vem chamando a atenção do circuito apontando as falhas do mundo da arte —sua obra mais conhecida é um catálogo de artistas de mentira baseado nos estereótipos desse universo.
março 9, 2018
Arte contemporânea ganha galeria online por Leonardo Sanchez, Folha de S. Paulo
Arte contemporânea ganha galeria online
Matéria de Leonardo Sanchez originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 7 de março de 2018.
Plataforma Google Arts and Culture reúne obras de 51 museus, 15 dos quais são brasileiros
O Google lança nesta quarta (7) uma coleção de arte contemporânea totalmente digitalizada, disponível para internautas de todo o mundo, e que reúne obras de 51 museus de 25 países.
A página está disponível no Google Arts and Culture, plataforma de arte e cultura criada em 2011. Nela, é possível ter acesso a cerca de 6 milhões de fotos e vídeos de quadros, esculturas, instalações e documentos históricos de forma gratuita.
É a primeira vez que o Google lança uma página dedicada exclusivamente à arte contemporânea dentro do serviço. O objetivo, segundo Alessandro Germano, diretor de parcerias estratégicas da empresa, é tornar esse tipo de arte mais acessível.
"Nós estamos sempre abertos a todas as formas artísticas", diz. "O Google disponibiliza a plataforma, e os centros culturais, a curadoria."
Câmeras e outros equipamentos necessários para a digitalização dos acervos são oferecidos pela gigante de tecnologia, embora os museus tenham autonomia para decidir o conteúdo que querem disponibilizar no Arts and Culture.
Na coleção de arte contemporânea, os internautas têm à disposição recursos como imagens, vídeos, vídeos em 360°, artigos e experiências em realidade virtual e no Street View —função em que se "caminha" pelos corredores dos museus.
Muitas das obras foram captadas por meio da Art Camera, uma câmera fotográfica desenvolvida pelo Google que é capaz de registrar até os mínimos detalhes de uma tela —de pinceladas a rachaduras.
Mas Germano deixa claro que a experiência não substitui a visita aos acervos: a plataforma serve, na verdade, como um atrativo.
"O grande benefício é o de chamar pessoas para os museus", define Germano.
Ele cita a possibilidade de observar as obras com mais calma e de forma mais aprofundada como alguns dos benefícios do Arts and Culture.
ACESSIBILIDADE
A educação, porém, é o objetivo central da ferramenta.
De acordo com Germano, a ideia por trás da plataforma é justamente descentralizar o acesso à cultura, permitindo que as pessoas conheçam obras e documentos históricos de diversas partes do mundo mesmo estando a quilômetros de distância dos grandes centros culturais.
"A arte está tão em evidência hoje em dia e, ao mesmo tempo é tão combatida e centralizada, que essa plataforma acaba se mostrando útil".
Ele diz ainda acreditar que a nova coleção serve como instrumento de desmistificação para a arte.
"As pessoas têm aquela ideia errada de 'isso [ir a museus de arte contemporânea] não é para mim'", explica.
Conhecer as coleções pela internet, segundo ele, incentiva as pessoas a visitá-las, pois mostra que o ambiente dos museus não é hostil.
BRASIL
Dos 51 parceiros que disponibilizaram seus acervos na coleção de arte contemporânea, 15 são brasileiros.
O Museu Nacional de Belas Artes, no Rio, e o de Museu Arte Moderna de São Paulo estão entre eles, bem como as quatro unidades do Centro Cultural Banco do Brasil.
Entre as mostras disponibilizadas pelo CCBB São Paulo está a instalação "Nemo Observatorium", do belga Lawrence Malstaf, que esteve em cartaz na edição de 2017 do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica.
Um vídeo em 360º dá ao internauta a chance de se sentir dentro da obra, reproduzindo a experiência de quem viu a instalação ao vivo.
Na obra de Malstaf, partículas de isopor flutuavam em volta do visitante, que ficava sentado no centro de um grande cilindro de vidro.
O grande destaque da nova coleção, porém, é o Instituto Tomie Ohtake, que selecionou 50 quadros da artista plástica para serem digitalizados pela primeira vez.
Como o centro cultural não tem acervo fixo, as obras vieram de coleções privadas e da própria família da artista. Algumas delas nunca foram exibidas ao público.
"São obras que as pessoas não poderão ver de outra forma. A ideia é que se tenha acesso a elas através dessa plataforma do Google", diz Ivan Lourenço, diretor de negócios do instituto.
Duas exposições temporárias do Tomie Ohtake também foram digitalizadas e ganharam sobrevida: "Os Muitos e Um" e "Osso". Elas podem ser vistas no link artsandculture.google.com/project/contemporary-art.
New Research Models How Artists Can Benefit from Holding Equity in Their Work by Isaac Kaplan, Artsy
New Research Models How Artists Can Benefit from Holding Equity in Their Work
Artigo de Isaac Kaplan originalmente publicado no Artsy em 1 de fevereiro de 2018.
When a work is sold at auction, several people cash in: Depending on the terms of the contract, typically the seller rakes in the lion’s share, the auction house pockets some fees, and, if there’s a guarantor, she’ll receive a payment for assuming the risk of a no-sale. But with few exceptions, the artist who actually created the work remains wholly removed from the transaction, receiving nothing even if the auction price is significantly higher than what the artist originally sold it for.
But what if the artist continued to hold an equity stake in the artwork after that first sale? In other words, what if they continued to own a slice of the artwork? As the work’s value rises, the value of that equity stake would rise as well, even if the tangible object was held by someone else.
New research conducted by Amy Whitaker, assistant professor at New York University Steinhardt, in conjunction with Luxembourg School of Finance professor Roman Kräussl, quantifies just how lucrative such an equity stake could hypothetically be for an artist with a major secondary market. The pair looked at the returns that Robert Rauschenberg and fellow artist Jasper Johns would have seen had they been able to retain a 10% equity stake in a small sample of works sold by their dealer, Leo Castelli, between 1958 and 1963, the early years of careers that lasted decades. Whitaker and Kräussl then compared those returns to what they would have seen had they invested the dollar value of that 10% stake in the S&P 500 index.
The research is a quantitative test of a model, dubbed “fractional ownership,” that has been long been advocated by Whitaker as a way to bring equity to the art market. Under the outline of the proposed system, an artist would forgo some cash from the primary sale of an artwork, say around 10% of the overall price, and instead retain that stake as equity.
This equity stake provides a different and better way value to early-career works compared to the current system, argues Whitaker, in which artists don’t retain any stake in their early works. While early-career works cost a relatively small amount in dollar terms when first sold (and so don’t bring much income to an artist) they can go on to be some of the costliest pieces in an artist’s oeuvre. The artist doesn’t see any direct financial benefit from the upswing. Artworks are not just creative projects divorced from economics, but amount to investments by artists in themselves—this model aims to give artists benefits similar to those of early investors.
Johns and Rauschenberg are two of art history’s most successful and lucrative artists, so their experience will not be generalizable across the field, Whitaker acknowledged. But the exercise is intended to prompt a conversation about the potential benefits for an equity stake model for living artists, who currently see little direct upside when their early works get sold and resold.
Whitaker and Kräussl sifted through archival material and market data, analyzing both the primary and secondary market sale prices for 10 pieces by Rauschenberg and nine by Johns, selected because they appeared in both the records of Leo Castelli Gallery and in auction data. Their study is among the first to use primary market data in such an analysis.
Examining the returns of each individual work, the pair found that a 10% equity stake in Rauschenberg’s portfolio would have generated returns from 2.8 times to 140.8 times greater than if that money had been invested in the S&P 500, depending on the painting. The scale reflects the range between the artist’s worst-performing and best-performing work included in the research. Johns’s portfolio would have trounced the market by a factor of between 24.9 to 986.8. These results amount to “absurdly strong outperformance of the market,” as Whitaker puts it.
For example, take Rauschenberg’s State (1958), first sold for $300 in 1959. The value of a 10% equity stake ($30) would have become $44,000 as the work’s value increased. That same $30 would have returned only $2,417 over the same time if invested in the S&P 500.
The fractional ownership model might also have prevented one of art market history’s most fabled conflicts.
In 1973, art collector Robert Scull auctioned off Rauschenberg’s Thaw (1958) for $85,000, pocketing a hefty profit on an artwork purchased for only $900 just 15 years earlier. Rauschenberg didn’t see any of the returns from the increased price. The artist was so irked that Scull could profit so handily from his work that Rauschenberg confronted the collector after the auction, shoving him. Had Rauschenberg taken a 10% equity stake in Thaw (foregoing $90 in cash), when the painting hit the auction block, the artist would have made $8,500 and Scull might have been spared a shove (Scull would also made $8,500 fewer dollars from the sale).
The incident sparked proposals in the United States to help ensure artists saw some return for secondary sales of their work. Chief among them was the artist’s resale royalty. The mechanism, which is in effect for member states of the European Union as well as California, entitles living artists to a certain percentage of any resale of their artwork. Federal proposals for a resale royalty have failed through the years, and where the scheme does exist in Europe and California it has proved cumbersome to administer, yielded relatively little benefit and, some economists argue, reduced the competitiveness of the U.K.’s art market.
Fractional ownership, meanwhile, wouldn’t rely on government administration or set fees as a percentage of the overall sale but instead function as a marketplace where equity can be traded. Instead, it would rely on blockchain technology for a leaner, decentralized system. The equity could be traded independently of the piece, with blockchain allowing the work’s history and authenticity to be verified without violating the privacy of the current owner, who may not wish to be identified.
And unlike resale royalties, fractional ownership also provides the potential for gallerists to keep an equity share in work by young artists, incentivising them to adopt the model.
The system also has potential tax benefits, including that the artist can deduct part of the value of the equity stake in a work should it be donated to a museum. But the scenario raises a challenge for any future application of the model, including how a work is valued once it leaves the market and permanently enters a public institution. Even for work held privately, collectors may also have to regularly value their work to create some foundation for the equity price. And the value of an equity stake could suffer if there is mismanagement by an owner—such as if an unexpected divorce forces an ill-advised sale at the wrong time and hurts the work’s value.
Whitaker and Kräussl plan to tackle some of these questions in future studies by modeling larger portfolios that map more heterogeneous performance, and also further explore the tax implications of donations. Future models will also look at a “more dynamic portfolio construction” with frequent buying and selling of art that would more closely resemble how such a market would function in the real world.
While fractional ownership has a long way to go before widespread implication, Whitaker argues that it’s crucial to start a dialogue about equity and value in the art market now—one that thinks about how the status quo functions from the perspective of an artist.
“To see the potential of the outsize gains leads us to believe that this structural intervention in markets for creative work deserves serious consideration,” reads the study, “and that it is perhaps artists themselves who should decide whether to take the risk of retained equity.”