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maio 31, 2011
Ana de Hollanda nega que tenha enfrentado crise grave no MinC por Catarina Alencastro, O Globo
Ana de Hollanda nega que tenha enfrentado crise grave no MinC
Matéria de Catarina Alencastro originalmente publicada no Cultura do jornal O Globo em 31 de maio de 2011.
BRASÍLIA - A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, negou nesta terça-feira que tenha enfrentado uma grave crise em sua Pasta por conta da revisão que propôs da política de direitos autorais iniciada por seus antecessores Gilberto Gil e Juca Ferreira. A ministra passou menos de dez minutos no seminário "A modernização da lei de direitos autorais", que pretende receber as últimas contribuições ao anteprojeto de lei que será encaminhado à Casa Civil. Segundo ela, o processo de discussão sobre o tema não foi retomado, e sim continuado.
- Não vejo essa crise tão grave porque no momento estamos aqui discutindo a lei do direito autoral com todos os segmentos. Este é o momento novo em que a gente está promovendo o que a gente prometeu promover, que é uma discussão para poder mandar o quanto antes para o Congresso - afirmou.
Sobre a carta assinada por mais de cem entidades ligadas ao movimento cultural à presidente Dilma reclamando da condução que Ana fazia da política de direitos autorais, a ministra disse que não sabe o que Dilma respondeu:
- Estou trabalhando com a presidente Dilma naturalmente. Não sei se houve alguma manifestação do Palácio para eles.
Um dos pontos que precisavam ser melhor discutidos antes que a matéria seguisse para apreciação do Congresso, segundo Ana, é o papel da internet e a cópia de arquivos sem autorização do autor.
- Várias áreas como fotografia, design disseram estar insatisfeitas com o que havia sido enviado (pela gestão anterior à Casa Civil) - justificou.
Em sua aparição relâmpago no seminário que se estende até a quarta-feira, Ana cometeu alguns tropeços. Ao ser anunciada pelo mestre de cerimônias para presidir a mesa, ela não apareceu. Todos aplaudiram, mas como a ministra não chegava, os convidados começaram olharam para trás procurando Ana, que só chegou alguns minutos depois, quando outro integrante da mesa era anunciado.
Ao se instalar no palco e vendo que o auditório estava quase vazio, Ana pediu que todos ocupassem lugares mais à frente. Como ninguém se moveu, ela disse que quem quisesse poderia permanecer onde estava. Quando discursava o texto que havia escrito, a ministra se atrapalhou mais de uma vez na leitura, chegando a trocar a palavra abordar por abortar.
Ela citou um artigo do cineasta Cacá Diegues, afirmando que somente quando o autor se torna senhor de sua própria obra ele se torna senhor de si mesmo. Depois de dizer que o Ministério da Cultura apoia a troca e o compartilhamento de arquivos na internet, Ana deu a tônica que deseja ver na proposta que o Executivo enviará ao Congresso:
- O autor é senhor de sua obra e deseja que ela circule. Este é o sentido maior que deve nortear a modernização da lei dos direitos autorais.
O Ministério promete encaminhar o anteprojeto de lei à Casa Civil até o dia 15 de julho.
Histórias de bordados íntimos e pessoais por Júlia Lopes, O Povo
Histórias de bordados íntimos e pessoais
Matéria de Júlia Lopes originalmente publicada no caderno Vida & Arte do jornal O POvo em 30 de maio de 2011.
Costuras de linhas e de histórias no espaço Dança do Andar de Cima começam hoje: a desenhista e bordadeira Simone Barreto inicia oficina em que entrelaça técnica e conceitos, apresentando trabalhos de artistas como Arthur Bispo do Rosário, Leonilson, Nice Firmeza, Rosana Palazyan e Família Dumont, ao mesmo tempo em que oferece agulhas e linhas para o grupo. É através das habilidades da mão que ela discute artesanias e sua força dentro da arte contemporânea. A oficina vai até quinta-feira, sempre às 16 horas.
São as mãos, aliás, ponto inicial para todo o curso. “Já fiz essa oficina duas vezes aqui e uma no Acre”, contou Simone ao O POVO, no final de tarde do último sábado. No Acre ela esteve por conta de residência artística na cidade do Quinari, onde construiu, com um grupo de mulheres seringueiras, biografias bordadas de imagens e histórias. Na casa de uma amiga, na Praia de Iracema, de frente para o mar, ela descreveu as mãos das mulheres acreanas. “Elas nunca tinham bordado antes. Não tinham tido nem contato com lápis. Imagina: elas eram seringueiras. Foi uma semana de oficina só pra elas se acostumarem a pegar num lápis”. Processo mais demorado, cuidados mais atentos com cores e formas.
“Em um momento a gente tentava descobrir na floresta, porque o lugar era bem no meio da floresta, as cores que estavam na escala cromática”. E quando encontravam, era um alvoroço. No Ceará, é tudo bem diferente. Aqui a prática está enraizada no sertão e na praia, as mãos muitas vezes já trazem certa prática, é preciso apenas reavivar aquela habilidade. E as descobertas são outras. “As mais senhoras se reconhecem nos trabalhos da Nice (Firmeza)”, conta Simone, que ensinou a própria mãe a bordar. “É um reconhecimento que ativa o dispositivo da fala. Elas se sentem mais à vontade, se soltam mais. Falam do lugar onde elas estão”.
No decorrer da oficina, ela estimula sempre a feitura de bordados mais íntimos, e, se possível, até, levar uma imagem que sirva de inspiração. “Lembro da dona Maria, do Poço da Draga, que quis bordar o cachorro dela porque disse que era seu grande amigo e queria fazer uma homenagem”. As muitas subjetividades podem encontrar paralelo nos artistas apresentados. Leonilson, por exemplo, apesar da técnica não tanto apurada, explora as muitas vozes do eu. Arthur Bispo do Rosário, primeiro “bordador-artista” explorado pela Simone, que se iniciou na prática sozinha, chama atenção pela palavras tão belamente desenhadas. “É palavra, é desenho. É como se fosse um diário”.
Contextualização
Logo depois da II Guerra Mundial, artistas de diversos lugares, como os Estados Unidos, a Europa, o Japão, se relacionaram com suportes mais duros e com ações mais tencionadas: eles rasgavam, rompiam, torciam madeira, ferro, vidro. Ou usavam de elementos modulares, traziam impessoalidade nas peças e imagens – como na pop art, exemplificada nos retratos multicores de Marilyn Monroe. Nos dois casos, é fácil identificar a lógica industrial fundamentando as ações artísticas sobre o mundo. No Brasil, nem sempre: aqui linhas de costura, desenho, bordado, é que se sobressaíram. A lógica era outra: a pré-industrial. Enquanto bordam, costuram, desenham, esses artistas propõem outra forma de estar no mundo: não agindo sobre ele, mas com o mundo.
SERVIÇO
OFICINA DE BORDADO COM SIMONE BARRETO
Onde: Dança do Andar de Cima (Rua Desembargador Leite Albuquerque, 1523, Papicu)
Quando: Entre os dias 31 de maio e 2 de junho, sempre às 16 horas
Inscrições: dancanoandardecima@gmail.com
entenda a notícia
Com um grupo de amigos, Simone Barreto abriu o Dança no Andar de Cima, onde concentra espaço expositivo, salas para oficinas e escritórios de design. A ideia inicial é deixar o lugar aberto para propostas.
A conversão de Bispo por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
A conversão de Bispo
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 30 de maio de 2011.
Presença de obras de Arthur Bispo do Rosário, morto em 1989, em mostras internacionais o reabilita como artista contemporâneo
Com a presença anunciada na Bienal de Lyon, em setembro, em mostras na Bélgica e na Espanha, também em 2011, e um dos principais destaques da 30ª Bienal de São Paulo, no próximo ano, Arthur Bispo do Rosário parece ocupar o espaço que lhe reivindicavam: o de um artista contemporâneo.
"Ele mesmo dizia que seria um grande artista e as pessoas iriam falar muito dele. Apresentá-lo como um louco é uma glamourização desnecessária", diz Wilson Lázaro, curador do Museu Bispo do Rosário, na Colônia Juliano Moreira, no Rio.
Há anos, trava-se um debate sobre como deve ser vista a obra de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), interno da Colônia Juliano Moreira, um hospital psiquiátrico: como feita por um artista contemporâneo, um "louco" ou um criador popular.
A inserção internacional de Bispo do Rosário como artista contemporâneo teve início em 1995, quando foi apresentado, com Nuno Ramos, na 46ª Bienal de Veneza.
"Até hoje essa presença é lembrada por curadores estrangeiros, mas creio que foi um erro ter incluído o Bispo no módulo "Imagens do Inconsciente", em 2000, levando-o novamente para o gueto dos loucos", diz Lázaro.
Agora, com presença confirmada em duas grande bienais, a conversão de Bispo em artista contemporâneo parece definitiva.
"Bispo está inserido num eixo importante dessa Bienal, que é pensar a produção artística como atividade intelectual que rompe as fronteiras do que se denomina artes visuais", conta a argentina Victoria Noorthoorn, curadora da 11ª Bienal de Lyon, que terá nove brasileiros.
Dessa forma, a curadora retira o debate da obra de Bispo de dentro do campo dos manicômios. "Todos os artistas são loucos, e acho que o Bispo é um dos menos loucos", diz ainda a curadora, que leva 23 trabalhos do artista para a cidade francesa.
"Queria ter apresentado o Bispo já na Bienal do Mercosul, em 2009, mas questões financeiras impossibilitaram essa ideia", afirma.
PÉRIPLO
O périplo de Bispo começa amanhã, no Instituto Valenciano de Arte, na Espanha, onde ele faz parte da mostra "Gigante pela Própria Natureza", com 51 brasileiros, entre eles, Cildo Meireles, Hélio Oiticica e Lygia Clark, e curadoria de Lázaro.
Bispo será tema também de uma mostra individual no museu Art & Marge, em Bruxelas, uma das mostras que restaram da curadoria de Paulo Herkenhoff para o festival belga Europalia, que tem o Brasil como tema.
A institucionalização do artista, porém, corre o risco de reduzir sua transgressão, lembra Lisette Lagnado, que cuidou de um módulo dedicado a ele na mostra "Por que Duchamp", em 1999.
Para ela, isso encobre uma cilada: "A contínua busca de uma racionalidade para uma produção, cujo sentido não pode ficar vagueando sem rumo, assim como são suspeitos aqueles que divagam pelas ruas a esmo."
Dono do Cine Belas Artes é o novo diretor do MIS em SP por Morris Kachani, Folha de S. Paulo
Dono do Cine Belas Artes é o novo diretor do MIS em SP
Matéria de Morris Kachani originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 31 de maio de 2011.
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
O coordenador de Fomento e Difusão da Produção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de SP e ex-proprietário do Cine Belas Artes, André Sturm, foi escolhido como novo diretor do Museu da Imagem e do Som (MIS) em assembléia do Conselho Administrativo da Organização Social responsável pela instituição, realizada nesta segunda-feira (30). A informação foi dada pelo secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo. A ata da assembleia deve ser publicada amanhã.
"Vamos ampliar a abrangência do MIS mantendo-o na vanguarda", comemorou Matarazzo. O secretário havia indicado Sturm para o posto e vinha, nos últimos meses, cobrando da OS mudanças nas diretrizes do museu. "O MIS não pode ser tão hermético. Vamos abrir espaço ao debate das mídias tradicionais. Não se pode disponibilizar a verba de R$ 12 milhões por ano para um público de apenas 80 mil pessoas", disse.
Sturm substitui Daniela Bousso na diretoria executivo. E Jacques Kann substitui Selim Harari como diretor administrativo-financeiro. Otimista, Sturm pretende ampliar o alcance das atividades do museu. "Vamos incentivar o cinema e a produção fotográfica contemporânea. Transformar o MIS novamente em referência no panorama cultural de São Paulo", disse o novo diretor.
CRÍTICAS
A indicação de Sturm não é consenso. Uma petição pública com adesão de mais de 600 pessoas entre artistas, gestores culturais, acadêmicos e estudantes circula na internet desde a semana passada. A entrada de Sturm é vista por este grupo como uma intervenção do governo do Estado na gestão do MIS.
O pano de fundo desta discussão diz respeito ao foco nas novas mídias. Vinha sendo esta a diretriz da antiga diretoria. E os desentendimentos começam na própria definição do termo. Para Sturm, é a arte contemporânea que usa o audiovisual como meio de expressão. O novo diretor reconhece conquistas significativas na área --embora chame-a de "vanguarda da vanguarda"-- e garante sobrevida a esta atividade. Mas a ideia é ampliar o foco.
A pesquisadora e professora da PUC-SP Lucia Santaella, uma das signatárias da petição ao lado da artista plástica Regina Silveira, considera a destituição da antiga diretoria um retrocesso. "É a velha história. Quando muda um governo, a instituição fica ao sabor dos humores do novo secretário. O projeto anterior merecia continuidade", diz.
Para a professora, o trabalho com novas mídias tem outro significado: "Tanta ignorância até me irrita. 'Novas mídias' é o que aconteceu com todas as linguagens depois do computador. É a mídia digital que vem depois da mídia de massa. E hoje vanguarda é trabalhar com isso", diz. "O MIS sempre foi de vanguarda. Foi o primeiro museu a abrigar uma exposição de holografia, por exemplo. A destituição de Daniela significa um retrocesso", lamenta Santaella.
maio 27, 2011
Lygia Pape ganha mostra na Espanha por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Lygia Pape ganha mostra na Espanha
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 27 de maio de 2011.
Exposição com 250 trabalhos no museu Reina Sofía, em Madri, é a maior retrospectiva da artista na Europa
"Livro do Tempo", que ocupa uma sala inteira do local e mostra uma obra para cada dia do ano, é um dos destaques
Lygia Pape (1927-2004) pensava arte como uma questão de pele. Se a ideia não coubesse na superfície da tela, era preciso avançar para o espaço.
Uma das pioneiras na arte que se desmaterializa, ao lado de Hélio Oiticica (1937-1980) e Lygia Clark (1920-1988), Pape partiu de investigações obsessivas da forma geométrica para injetar uma dimensão carnal às obras.
Isso fica claro nos cerca de 250 trabalhos da artista que o museu Reina Sofía, em Madri, expõe agora na maior retrospectiva já dedicada a ela na Europa.
Esse recorte depois deve percorrer o mundo em versão reduzida, indo para a Serpentine Gallery, em Londres, o New Museum, em Nova York, e encerrando a turnê na Pinacoteca do Estado, em São Paulo.
Num paralelo com a evolução da obra de Oiticica, que abandona seus "Metaesquemas" bidimensionais para criar seus "Relevos Espaciais", placas que flutuavam no espaço, Pape também vai além da forma abstrata.
No Reina Sofía, a mostra começa com quatro telas a óleo feitas pela artista em 1953, mas logo avança para um "Poema Luz", chapas translúcidas de cor que fazem versos flutuar no ar.
Outros trabalhos, numa escalada rumo a 1959, quando foi lançado o manifesto neoconcreto, viram uma espécie de esboço para o movimento, que se livra da execução maquinal das formas e descamba para o desbunde estético da performance.
Não sem antes realizar uma enorme série de xilogravuras em que explora, além do geometrismo que pautou os concretistas, também os veios da madeira.
São trabalhos que exacerbam a pele do material, exaltando a matéria-prima que permite forjar seu encaixe de formas.
PELE
Quase uma década depois, a experiência se radicaliza e a pele da obra se estica em ações como "Divisor", em que Pape estendeu um enorme pano branco sobre uma multidão, deixando pequenos buracos para as cabeças.
"Não há obra, somente o desdobrar-se em mil rotas, insuflar de ar juntos a nossa pele imensa", escreveu Pape sobre o trabalho. "É o corpo seguindo uma arquitetura."
Da mesma forma, "Roda dos Prazeres", performance também de 1968, mostrou Pape no meio de bacias de pigmento. Ela prova cada uma das cores, como se deglutisse a pintura, tingindo a língua com um conta-gotas.
Pape queria estar na obra, dilatar seu tempo. Mesmo antes das performances, a artista criou uma espécie de arsenal de ideias, que chamou de livros, para explicar seus objetivos.
No "Livro do Tempo", que ocupa uma sala inteira do museu, Pape mostra uma obra para cada dia do ano, dispostas numa enorme constelação plástica.
Mas o sol parece ter ficado para a última sala da exposição, em que os raios dourados de sua "Tteia"", uma instalação monumental de fios metálicos, têm o impacto de uma tempestade solar, raios que aparecem e desaparecem numa vibração tátil contra a escuridão.
Abaixo-assinado SOS MIS: Primeiras 1400 assinaturas em ordem alfabética
Leia o documento, veja a lista das primeiras 1400 assinaturas em ordem alfabética e faça a sua adesão online no Petição Pública (depois confirme clicando na mensagem que lhe será enviada na sua caixa postal).
Leia também os comentários publicados junto às assinaturas e as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
Abaixo-assinado SOS MIS - Contra a intervenção do Governo do Estado de São Paulo no Museu da Imagem e do Som - MIS-SP
Para: Exmo. Governador do Estado de São Paulo, Sr. Geraldo Alckmin
Estamos indignados com a intervenção que o Museu da Imagem e do Som de São Paulo está sofrendo, por parte da Secretaria de Estado da Cultura e, também, perplexos com o tratamento que o Governo de São Paulo destina à parceria com a sociedade civil nas Organizações Sociais de Cultura.
Uma Organização Social, leia-se a sociedade civil, foi convidada pelo Governo do Estado de São Paulo, para socorrer um museu, que se encontrava em estado deplorável e frente a um escândalo público, com a missão de reposicioná-lo para tornar-se um museu capaz de dialogar com as demandas do século XXI. Em pouco tempo, vimos o MIS atualizar a sua tipologia "imagem e som" para o universo da cultura digital e da arte contemporânea, mostrando exposições de grandes artistas nacionais e estrangeiros, além de fomentar obras, abrir um laboratório, oficinas e tratar de seu acervo. A sociedade civil, portanto, além de arcar integralmente com o ônus das responsabilidades legais da OS, cumpriu a sua parte no compromisso.
E o que faz o Estado de São Paulo? Rompe o compromisso de um contrato de gestão ainda em vigor, por meio de pressões políticas e financeiras, com o objetivo de realocar um funcionário de sua administração direta, para o cargo de Diretor Executivo da OS, que como entidade privada não faz parte da administração pública. Para isso, o Secretário de Cultura apela para argumentações frágeis ao dizer que a atual Diretora Executiva Daniela Bousso "conduziu o MIS a um perfil "muito hermético" e de público limitado". Ainda nas palavras do Secretário, ele concorda que o MIS sempre teve um papel de vanguarda, para em seguida dizer que esta vanguarda não pode ser assim tão radical...
Se São Paulo, a maior e mais importante metrópole do Brasil, não pode se dedicar a experimentações radicais nos campos de cinema, música, artes visuais e arte digital, certamente não é por um problema com o público da cidade, mas da condução de políticas públicas contraditórias, como a do Secretário de Cultura, que almeja uma "vanguarda tradicional" para o MIS de São Paulo.
Sabemos, Exmo. Sr. Governador, que há muito para ser feito para a ampliação e diversificação de público do novo MIS, o que é também um desejo dos profissionais da área. Mas, certamente, isso não passa pelo desrespeito ao contrato assumido com a direção atual do museu e nem tampouco por esmaecer um projeto bem sucedido. Cabe a sua Secretaria de Cultura trabalhar com afinco no sentido de construir parcerias com outras secretarias (Educação, Transporte e Turismo) e também com a prefeitura, para sanar os problemas que afetam a ampliação de público do museu.
Por fim, os signatários deste documento pedem ao Exmo. Sr. Governador,
1 - A garantia de autonomia para as Organizações Sociais de Cultura, condição básica para o funcionamento deste modelo compartilhado de gestão que visa preservar a estabilidade de nossas instituições culturais;
2 - A manutenção e o incentivo do projeto de reposicionamento do museu, voltado para a experimentação artística e inovação tecnológica, com aumento de seu orçamento drasticamente reduzido recentemente;
3 – A formulação de programas interdepartamentais de governo com o objetivo de ampliar o público tanto do MIS como do Paço das Artes, também gerido pela mesma OS.
Em tempo: A programação do MIS foi sequestrada para dar lugar a mostra "90 anos da Folha", com duração de 90 dias, pelo Secretário de Cultura Andrea Matarazzo, que afirmou para a imprensa: "Tenho certeza de que será o maior público que o MIS vai receber desde a década de 80". No dia 21/05, o evento da dupla Test, agendado previamente para acontecer no auditório, foi realizado alternativamente (e com gerador próprio) na entrada do museu para um público de 100 pessoas, enquanto as quatro sessões de cinema, programadas por André Sturm, funcionário da Secretaria de Cultura que pretende dirigir e ampliar o público do MIS, atraíam juntas duas pessoas (0,5 por sessão).
Os signatários
LISTA EM ORDEM ALFABÉTICA
1;Abner da Silva Netto;São Bernardo do Campo/SP
2;Acaua Novais;São Paulo/SP
3;Acemir Sousa Mendes;Teresina/PI
4;Adelia Luzia de Souza klinke;Embú/SP
5;Adelino de Castro Oliveira Simões Gala;São Paulo/SP
6;Ademir Pacheco da Silva;Santo André/SP
7;Adenilza Pereira da Silva;Osasco/SP
8;Adriana Cristina da Silva;Santo André/SP
9;Adriana de Azevedo Pedrosa;São Paulo/SP
10;Adriana Flora Galanternick;Rio de Janeiro/RJ
11;Adriana Guimarães Andrade;São Paulo/SP
12;Adriana Matos Alves Duarte;São Paulo/SP
13;Adriana Pereira da Silva;São Paulo/SP
14;Adriana Soutello Araujo;São Paulo/SP
15;Adriana Varella;New York/EUA
16;Adriana Vóvio Spinola;São Paulo/SP
17;Adriano Vilela Mafra;Mauá/SP
18;Aidê Maria Zorek;Curitiba/PR
19;Aieda Freitas de Sousa;São Bernardo do Campo/SP
20;Aila Canto Oliveira Santos;Salvador/BA
21;Alberto Blumenschein;São Paulo/SP
22;Alberto Simon;São Paulo/SP
23;Alejandra Hernández Muñoz;Salvador/BA
24;Alessandra Ancona de Faria;Jundiaí/SP
25;Alessandra di Giorgi Chelest;São Paulo/SP
26;Alessandra Falbo Giacaglia;São Paulo/SP
27;Alessandra Ferreira de Souza;Barueri/SP
28;Alessandra Monachesi Ribeiro;São Paulo/SP
29;Alessandra Moreno;São Paulo/SP
30;Alessandra Paula de Noronha;São Bernardo do Campo/SP
31;Alessandro Carvalho Sales;São Paulo/SP
32;Alex Kleberson Honorio;São Paulo/SP
33;Alex Mineiro Topini;Rio de Janeiro/RJ
34;Alex Sérgio de Araújo;São Paulo/SP
35;Alexandra Gabriela da Rocha;São Paulo/SP
36;Alexandre Attia Palo;São Paulo/SP
37;Alexandre de Albuquerque Mourão;Fortaleza/CE
38;Alexandre Kriemann Baptista;São Paulo/SP
39;Alexandre Lambert Soares;Rio de Janeiro/RJ
40;Alexandre Martinello Sanches;Campinas/SP
41;Alexandre Massato Nakamura;São Paulo/SP
42;Alexandre Ruger;São Paulo/SP
43;Alexandre Sperandeo Fenerich;São Paulo/SP
44;Alexandro Rene Rodrigues Garcia;São Paulo/SP
45;Alfeu Engi Saito fundão;Rio de Janeiro/RJ
46;Alfredo Feres Neto;Brasília/DF
47;Alfredo Takashi Hisa;São Paulo/SP
48;Alice Guimarães Dalgalarrondo;São Paulo/SP
49;Alice Maria Gianini Buratto;São Paulo/SP
50;Alice Miceli de Araujo;Rio de Janeiro/RJ
51;Alice Moro Neocatto;Santa Maria/RS
52;Aline Carelli Salgado Antunes;São Paulo/SP
53;Aline Castro;São Paulo/SP
54;Aline Couri;Rio de Janeiro/RJ
55;Aline klimas;São Paulo/SP
56;Aline Oliveira e Silva;São Paulo/SP
57;Alírio de Castro Barros Júnior;São Paulo/SP
58;Alison Sales Bezerra;São Paulo/SP
59;Almerinda da Silva Lopes;Vitória/ES
60;Almiro Soares Filho;Paris/França
61;Álvaro Fernando de Araújo Filho;Fortaleza/CE
62;Amanda Miyuki de Sá;Guarulhos/SP
63;Amaury Alencar Neto;São Paulo/SP
64;Amina Urasaki;São Paulo/SP
65;Amir Rahamim Admoni;São Paulo/SP
66;Ana Beatriz Pereira de Andrade;Bauru/SP
67;Ana Cândida de Arruda Becker;São Paulo/SP
68;Ana Carmen R Longobardi;São Paulo/SP
69;Ana Carolina de Oliveira;Várzea Paulista/SP
70;Ana Carolina Mendonça Sanches;São Paulo/SP
71;Ana Carolina Shiokawa;São Paulo/SP
72;Ana Carolina Teixeira Chinen;São Paulo/SP
73;Ana Claudia Di Tullio Lopes;São Paulo/SP
74;Ana Cordeiro;São Paulo/SP
75;Ana Cristina Gomes Nadruz;Rio de Janeiro/RJ
76;Ana Cristina Matos;São Paulo/SP
77;Ana da Glória Costa Caiado;Vitória/ES
78;Ana Elisa Carramaschi V Soares;Barueri/SP
79;Ana Holck;Rio de Janeiro/RJ
80;Ana Karen Borba de Araujo Dybwad Fossa;São Paulo/SP
81;Ana Lígia Leite e Aguiar;Rio de Janeiro/RJ
82;Ana Lobato;Belém/PA
83;Ana Lucia Mitre;São Paulo/SP
84;Ana Luiza Palhares;São Paulo/SP
85;Ana Luzia de Lima Cunha;Rio de Janeiro/RJ
86;Ana Maria Anunciato de Souza;São Paulo/SP
87;Ana Maria da Silva;Socorro/SP
88;Ana Maria de Paula Gomes;Belo Horizonte/MG
89;Ana Maria Guimaraes Jorge;São Paulo/SP
90;Ana Maria Pinto de Lemos;Brasília/DF
91;Ana Martinelli;São Paulo/SP
92;Ana Pato;São Paulo/SP
93;Ana Paula;São Paulo/SP
94;Ana Paula Becker;Rio de Janeiro/RJ
95;Ana Paula da Silva;Santos/SP
96;Ana Paula Meira da Rocha;Porto Alegre/RS
97;Ana Paula Umeda;Osasco/SP
98;Ana Paula Wada Tomimori;São Paulo/SP
99;Ana Rita Bueno;São Paulo/SP
100;Ana Silvia Bloise;Arujá/SP
101;Ana Teresa Medeiros Nunes;São Paulo/SP
102;Ana Wainer;São Paulo/SP
103;Anaisa Franco Nascimento;São Paulo/SP
104;Ananda Carvalho;São Paulo/SP
105;Anderson Ferracini Gomes da Silva;Rio de Janeiro/RJ
106;André Blas;São Paulo/SP
107;André Damião Bandeira;São Paulo/SP
108;André de Souza Parente;Rio de Janeiro/RJ
109;André Felício Lobato Sobral;São Paulo/SP
110;André Habacuke Zeronian;São Paulo/SP
111;André Leal;São Paulo/SP
112;André Luis Menks Ribeiro;São Paulo/SP
113;André Luiz de Araújo;São Paulo/SP
114;André Luiz de Araújo Lima;Salvador/BA
115;André Luiz Ferreira Melo;São Paulo/SP
116;Andre Malekzadeh Fadel;Campinas/SP
117;André Meller;São Paulo/SP
118;Andre Mello;São Paulo/SP
119;Andre Minoru Souza Asai;São Paulo/SP
120;Andre Pereira Botelho;São Paulo/SP
121;André Pereira de Carvalho;São Paulo/SP
122;André Ribeiro;São Paulo/SP
123;André Ricardo de Souza;Várzea Paulista/SP
124;Andre Soares da Silva;São Paulo/SP
125;André Tiago Moreira;São Paulo/SP
126;Andrea Christine Bella Krotoszynski;São Paulo/SP
127;Andrea Feldon;São Paulo/SP
128;Andrea Fraga da Silva;São Paulo/SP
129;Andrea Gomes Stelet;Rio de Janeiro/RJ
130;Andrea Hunziker Lellis;São Paulo/SP
131;Andrea Jotta;São Paulo/SP
132;Andréa Maria Lourenço Teixeira;Rio de Janeiro/RJ
133;Andréa Mendes Cristini;São Paulo/SP
134;Andréa Portoghese;São Paulo/SP
135;Andrea Sant Anna;Campinas/SP
136;Andreia Machado Oliveira;Porto Alegre/RS
137;Andressa Valeriano;Suzano/SP
138;Andrez Lean Ghizze;São Paulo/SP
139;Ane Elisa Leite;São Paulo/SP
140;Angela Freiberger;Rio de Janeiro/RJ
141;Angela Gutierrez Marcotti;São Paulo/SP
142;Ângela Klippel da Silveira Reis;Niterói/RJ
143;Angela Maria Hoehne;Santo André/SP
144;Angela Marta Landim Luna;Salvador/BA
145;Angelica Neumaier;Criciúma/SC
146;Angelo Fiungo Marzano;Niterói/RJ
147;Aníbal Alexandre Lima Diniz;Águas Claras/DF
148;Anna Cristina Valente;Rio de Janeiro/RJ
149;Anna Maria de Carvalho Barros;São Paulo/SP
150;Anna Paula Guasti Diniz;Belo Horizonte/MG
151;Annateresa Fabris;São Paulo/SP
152;Anne Lopes;São Paulo/SP
153;Anne Vechi Torres;Brasília/DF
154;Antonia Petta;São Paulo/SP
155;Antonino Canetta;São Paulo/SP
156;Antonio Elisio Garcia Sobreira;Presidente Prudente/SP
157;Antonio José de Meira Valente;São Paulo/SP
158;Antonio Monteiro de Barros Sobral;São Paulo/SP
159;Antonio Orlando Alves da Silva;Santos/SP
160;Antonio Paiva Filho;Niterói/RJ
161;Antonio Paulo D'Aquino Noronha;Florianópolis/SC
162;Antonio Roberto Chiachiri Filho;São Paulo/SP
163;Aparecido Araujo Lima;São Paulo/SP
164;Aracely Ferreira Lucena;Teresina/PI
165;Aray Abujamra;São Paulo/SP
166;Ariane Figueiredo;Rio de Janeiro/RJ
167;Arianne Thrall;São Paulo/SP
168;Arlindo Ribeiro Machado Neto;São Paulo/SP
169;Artur Barrio;Rio de Janeiro/RJ
170;Auber Bettinelli;Salto/SP
171;Audrey Hojda;São Paulo/SP
172;Audrey Hojda;São Paulo/SP
173;Augusto Fidalgo Yamamoto;São Paulo/SP
174;Augusto Malaman;São Paulo/SP
175;Bárbara Ferreira Arena;São Paulo/SP
176;Barbara Miranda Motta;Belo Horizonte/MG
177;Bárbara Mól;Ouro Preto/MG
178;Barbara Targino;Rio de Janeiro/RJ
179;Beanka Paula Mariz da Silva de Rezende;Rio de Janeiro/RJ
180;Beatriz Brandão Polivanov;São Paulo/SP
181;Beatriz Morgado de Queiroz;Rio de Janeiro/RJ
182;Beatriz Pimenta Velloso;Rio de Janeiro/RJ
183;Benedito Possamai;Criciúma/SC
184;Bernadete de Paiva Miranda;São João da Boa Vista/SP
185;Bernardo Domingos de Almeida;Rio de Janeiro/RJ
186;Bernardo Gebara de Macedo;Rio de Janeiro/RJ
187;Bernardo Teodorico Costa Souza;João Pessoa/PB
188;Berta Díez;Barcelona/Espanha
189;Bessie Bastos;Piedade/SP
190;Beth Moyses;São Paulo/SP
191;Betty Leirner;São Paulo/SP
192;Bianca Ayumi Nakata;Piracicaba/SP
193;Bianca Gonçalves de Oliveira Giudici;São Paulo/SP
194;Branca Bueno de Arruda;São Carlos/SP
195;Brenno Cesar gomes de Almeida;Recife/PE
196;Brínea Lima Costa;Rio de Janeiro/RJ
197;Bruna Beatriz Spier;São Paulo/SP
198;Bruno Bocchese;São Paulo/SP
199;Bruno Caldas Vianna;Rio de Janeiro/RJ
200;Bruno Cesar Rossarola dos Santos;São Paulo/SP
201;Bruno Dias Pereira de Andrade;São Paulo/SP
202;Bruno Elias Gomes de Oliveira;Belo Horizonte/MG
203;Bruno Franco Nascimento;São Paulo/SP
204;Bruno Leote de Souza;São Paulo/SP
205;Bruno Nascimento De Abreu;São Paulo/SP
206;Bruno Nogueira de França Santos;São Paulo/SP
207;Bruno Penteado C. T. da Silva;Valinhos/SP
208;Bruno Vieira Maia;São Paulo/SP
209;Caetano Dias;Salvador/BA
210;Cafi Barbosa Otta;São Paulo/SP
211;Caio Vitor Bonvenuto;São Paulo/SP
212;Camila da Silva Santos;São Paulo/SP
213;Camila de Aguiar;São Paulo/SP
214;Camila Fanchini Rossi;São Paulo/SP
215;Camila Maria Silva;São Paulo/SP
216;Candice Didonet;Salvador/BA
217;Cândida Soares Leão Teixeira;Nova Lima/SP
218;Carla Alessandra Neves Maciel Berlim da Silva;Teresópolis/RJ
219;Carla Maria Forcinetti;São Paulo/SP
220;Carla Meurer Magalhães;Porto Alegre/RS
221;Carla Pigeard Del Claro;São Paulo/SP
222;Carla Tais dos Santos;São Paulo/SP
223;Carlos Alberto Aguilar;São Paulo/SP
224;Carlos Alberto Bauzys Filho;São Paulo/SP
225;Carlos Alberto Farias;Embú/SP
226;Carlos Alberto Negrini;São Paulo/SP
227;Carlos Augusto Joly Requena;São Paulo/SP
228;Carlos Augusto Moreira da Nóbrega;Rio de Janeiro/RJ
229;Carlos Clémen;São Paulo/SP
230;Carlos Cristiano Pereira;São Paulo/SP
231;Carlos Eduardo dos Santos;São Paulo/SP
232;Carlos Eduardo Fernandes Pires;São Paulo/SP
233;Carlos Eduardo Marques Andrade;Cotia/SP
234;Carlos Eduardo Pinto da Silva;São Paulo/SP
235;Carlos Francisco Livieres;São Paulo/SP
236;Carlos James Silva Campos;Fortaleza/CE
237;Carlos Rodrigues;Salvador/BA
238;Carmen Sylvia Vidigal Moraes;São Paulo/SP
239;Carminha F. Góngora;São Paulo/SP
240;Carolina Caldeira Felix;São Paulo/SP
241;Carolina Carmini Mariano Lúcio;Taboão da Serra/SP
242;Carolina Ciconet Marostica;Porto Alegre/RS
243;Carolina Citino de Arruda Botelho;São Paulo/SP
244;Carolina Coelho Soares;São Paulo/SP
245;Carolina Correia Ramalho;São Paulo/SP
246;Carolina Daffara Ferreira;São Bernardo do Campo/SP
247;Carolina Martins Capucelli;Ribeirão Preto/SP
248;Carolina Pons Esparo;São Paulo/SP
249;Carolina Santos Rodrigues;Salvador/BA
250;Carolina Striemer;Ubatuba/SP
251;Carolina Tami Umezawa;São Paulo/SP
252;Caroline Cristiane Pazian;São Carlos/SP
253;Caroline Lopes Casagrande;São Paulo/SP
254;Caroline Weiberg;Porto Alegre/RS
255;Caroll Alegra Cohen;São Paulo/SP
256;Cassia Helena Jose Barbosa;São Paulo/SP
257;Cássia Michellyne Silva de França;Natal/RN
258;Cassiane Desidera;São Paulo/SP
259;Cecília Bedê;Fortaleza/CE
260;Cecília Brandão Correa de Araujo;São Paulo/SP
261;Cecília Britode Lucca;São Paulo/SP
262;Cecília de Queiroz Shiki;Fortaleza/CE
263;Celeste Pancera;São Paulo/SP
264;Celia Maria Macedo E Silva;São Paulo/SP
265;Célia Midori Kuwajima;São Paulo/SP
266;Célia Regina Menezes Mello;São Paulo/SP
267;Célio Fernando Figueiredo Angolini;Campinas/SP
268;Cesar Augusto Baio Santos;São José dos Campos/SP
269;César Ramos;São Paulo/SP
270;Chantal Brissac;São Paulo/SP
271;Charly Ho;São Paulo/SP
272;Christian Von Ameln;São Paulo/SP
273;Christiane Whitaker;São Paulo/SP
274;Christine Pires Nelson de Mello;São Paulo/SP
275;Cibele Nakmaura;São Bernardo do Campo/SP
276;Cinthia Resende;Rio de Janeiro/RJ
277;Cintia Maria Falkenbach Rosa Bueno;Brasília/DF
278;Clara Roberta Novaes Raimundo;São Paulo/SP
279;Clarissa Ribeiro Pereira de Almeida;São Paulo/SP
280;Claudete Sampaio;São Paulo/SP
281;Claudia Duarte;Rio de Janeiro/RJ
282;Claudia Figueredo Barbisan;Porto Alegre/RS
283;Claudia Lima da Costa Oliveira;Rio de Janeiro/RJ
284;Claudia Loch;Brasília/DF
285;Cláudia Maria de Moura Pôssa;Salvador/BA
286;Claudia Naoum;São Paulo/SP
287;Claudia Pilibbossian;São Paulo/SP
288;Claudia Tamm Renault;Belo Horizonte/MG
289;Claudia Torikachvili;São Paulo/SP
290;Claudio Pereira Bueno;São Paulo/SP
291;Claudio Vieira;Cotia/SP
292;Clayton Policarpo Vicente;São Paulo/SP
293;Cleantho Viana;Rio de Janeiro/RJ
294;Cleber Tavano;São Paulo/SP
295;Cleiri Adriana Cardoso;São Paulo/SP
296;Clelia Ferraz Pereira de Queiroz;São Paulo/SP
297;Cleomar de Sousa Rocha;Goiânia/GO
298;Cleonice Dias Rodrigues;Salvador/BA
299;Clodualdo de Oliveira Lima;Aracaju/SE
300;Conceição de Maria de Almeida Costa Alles;Novo Hamburgo/RS
301;Consuelo da Luz Lins;Rio de Janeiro/RJ
302;Cora Rodrigues Junqueira;São Paulo/SP
303;Cosme Palma de Araujo;São Paulo/SP
304;Costis;Athens/Grécia
305;Cristiana Bernardi Isaac;São Paulo/SP
306;Cristiana de Souza Parente;Fortaleza/CE
307;Cristiane Mesquita;São Paulo/SP
308;Cristiano Espíndola de Carvalho;São Paulo/SP
309;Cristilene Carneiro da Silva;São Paulo/SP
310;Cristina Adam Salgado Guimarães;Rio de Janeiro/RJ
311;Cristina Andrade;São Paulo/SP
312;Cristina Maria Pape;Rio de Janeiro/RJ
313;Cristina Paiva;São Paulo/SP
314;Cristina Toledano dos Santos;São Paulo/SP
315;Cristine Nasario Gomes;Criciúma/SC
316;Cynthia Domenico;São Paulo/SP
317;Daiana Schvartz;Blumenau/SC
318;Daiane Fiorese;Várzea Paulista/SP
319;Daisy Braun;São Paulo/SP
320;Daisy Grisolia;São Paulo/SP
321;Damaris Lima Correia;São Paulo/SP
322;Damyler Ferreira Cunha;São Paulo/SP
323;Daniel Aigner Nogueira;Campo Grande/MS
324;Daniel Albernaz Acosta;Pelotas/RS
325;Daniel Alessandro Lourenço da Silva;São Paulo/SP
326;Daniel Caballero;São Paulo/SP
327;Daniel de Souza Neves Hora;Brasília/DF
328;Daniel de Vasconcelos Guimarães;Tokyo/Japão
329;Daniel Grizante de Andrade;São Paulo/SP
330;Daniel Henrique de Souza Pinto;São Paulo/SP
331;Daniel Marques de Oliveira;São Paulo/SP
332;Daniel Simoes;Salvador/BA
333;Daniel Zarvos Guinle;Rio de Janeiro/RJ
334;Daniela Blanco;São Paulo/SP
335;Daniela Chaves Santos;São Paulo/SP
336;Daniela Cristina Tolezano Madureira;São Paulo/SP
337;Daniela de Mello Castanho Maculan Wahlers;São Paulo/SP
338;Daniela de Oliveira Mattos;Rio de Janeiro/RJ
339;Daniela Kutschat Hanns;São Paulo/SP
340;Daniela labra;Rio de Janeiro/RJ
341;Daniele Albertini de Arruda;São Paulo/SP
342;Daniele Cristina Zacarão Pereira;Criciúma/SC
343;Daniele Leite da Silva;Guarulhos/SP
344;Daniella Domingues;São Paulo/SP
345;Danielle Menezes de Brito Semple;São Paulo/SP
346;Danillo Barata;Salvador/BA
347;Danilo Dilettoso;Santo André/SP
348;Dario Borim Junior;South Dartmouth/EUA
349;Davi Frederico do Amaral Denardi;Criciúma/SC
350;David Ferreira Santos;São Paulo/SP
351;David Rego Jr;São Bernardo do Campo/SP
352;Dayene Mari dos Santos;São Paulo/SP
353;Débora Aita Gasparetto;Santa Maria/RS
354;Débora Brandt Ledra;São Paulo/SP
355;Debora de Lima Bolzoni;São Paulo/SP
356;Debora Faccion e Ferreira Pinto;Belo Horizonte/MG
357;Débora Guimarães;Rio de Janeiro/RJ
358;Debora Molinari Murakami;São Paulo/SP
359;Deborah Rosenfeld;Vila Velha/ES
360;Deise Cristina Venson Pessi;Criciúma/SC
361;Deize Bélgamo;São Paulo/SP
362;Denis Barros de Carvalho;Teresina/PI
363;Denis Roberto Baptistella;Itatiba/SP
364;Denis Souza;São Paulo/SP
365;Denise Beatriz Bonfanti;São Paulo/SP
366;Denise Carvalho;Rio de Janeiro/RJ
367;Denise Cathilina;Rio de Janeiro/RJ
368;Denise Gariani Nascimento;São Paulo/SP
369;Denise Martins Agassi de Oliveira;São Paulo/SP
370;Denise Mendes;São Paulo/SP
371;Denise Velasco;Rio de Janeiro/RJ
372;Derli Escudeiro Godoy;santo andré/sp
373;Diana Patrícia Medina Pereira;Fortaleza/CE
374;Diane Boda;São Paulo/SP
375;Dirnei Freire Prates;Porto Alegre/RS
376;Donizetti Louro;São Paulo/SP
377;Dora Leirner;São Paulo/SP
378;Douglas Guenkitsi Higa;São Paulo/SP
379;Dr. Christopher Funkhouser;Newton/EUA
380;Dr. Michael Hohl;London/UK
381;Drieli Caroline Gaona da Silva;Itanhaém/SP
382;Duane Bahia Benatti;Campinas/SP
383;Ed Figueiredo;São Paulo/SP
384;Eder Roolt;Mauá/SP
385;Edgard Antonio Dos Santos;São Paulo/SP
386;Edgard Medeiros de Souza;São Paulo/SP
387;Edinilson Rosa Soares;São Paulo/SP
388;Edna Zannin Lopes;Urussanga/SC
389;Edson chocolate;Santo André/SP
390;Edson Costa Nunes;São Paulo/SP
391;Edson do Prado Pfuzenreuter;São Paulo/SP
392;Edson Luiz Marques;Recife/PE
393;Eduarda Hernandez;São Paulo/SP
394;Eduarda Kluppel;Rio de Janeiro/RJ
395;Eduardo Alfredo Bozza Haddad Junior;São Paulo/SP
396;Eduardo Araujo;Campinas/SP
397;Eduardo Cassol;Florianópolis/SC
398;Eduardo Castanho;São Paulo/SP
399;Eduardo Cerqueira Roberto;Sorocaba/SP
400;Eduardo Duwe;São Paulo/SP
401;Eduardo Kac;Chicago/EUA
402;Eduardo Luis de Oliveira Lopes;Brasília/DF
403;Eduardo M. Oliveira;São Paulo/SP
404;Eduardo Nespoli;São Carlos/SP
405;Eduardo Silva Salvino;São Paulo/SP
406;Eduardo Walter Leser;Tiradentes/MG
407;Eladia Martín Sánchez;São Paulo/SP
408;ELaine Pessoa;São Paulo/SP
409;Elaine de Sá Olivatti;São Paulo/SP
410;Elaine Eiger;São Paulo/SP
411;Eleonora Maria Lampert Fabre Miranda;Porto Alegre/RS
412;Eliana Markun;Jundiaí/SP
413;Eliane Aparecida Viveiros;Diadema/SP
414;Eliane Coster;São Paulo/SP
415;Eliane Cristina Testa;São Paulo/SP
416;Eliane Longo da Silva;Rio de Janeiro/RJ
417;Eliany Salvatierra Machado;Niterói/RJ
418;Eligilvan Manoel dos Santos;Pombos/PE
419;Elisa Maria Lopes Chaves;São Paulo/SP
420;Elisabete Regina Conceição Sousa;Salvador/BA
421;Elizabete Briani Macedo Gara;São Paulo/SP
422;Elizabeth Hermanny Jobim;Rio de Janeiro/RJ
423;Elizabeth Maria Freire de Araújo Lima;São Paulo/SP
424;Elka Andrello;São Paulo/SP
425;Elsio Ferrari;Ribeirão Preto/SP
426;Elson Luiz M T Silva;São Paulo/SP
427;Emiliano Zelada;Rio de Janeiro/RJ
428;Emily Odan;São Paulo/SP
429;Emily Staub;São Paulo/SP
430;Eráclito Pereira;Santa Maria/RS
431;Erick Eduardo Lima;São Paulo/SP
432;Erika Gonçalves Romaniuk;Pelotas/RS
433;Erika Higa;São Bernardo do Campo/SP
434;Erika Nozawa;São José dos Campos/SP
435;Erika Rufino de Souza;São Paulo/SP
436;Ernesto Neto;Rio de Janeiro/RJ
437;Estela Piccin;Campinas/SP
438;Ester França Monteiro de Barros;Belo Horizonte/MG
439;Estêvão Pessotta;São Paulo/SP
440;Eugenio Victor Follmann;Mairiporã/SP
441;Eunice Nogueira de França Santos;São Paulo/SP
442;Eva Gutjahr;São Paulo/SP
443;Eva Svecnik Castiel;São Paulo/SP
444;Evaristo Pereira de Souza Filho;Mogi das Cruzes/SP
445;Everaldo Rocha Ramos de Oliveira;Rio de Janeiro/RJ
446;Everardo Araujo Ramos;Natal/RN
447;Fabiana Young Ae Choi;São Paulo/SP
448;Fabiano Arantes de Morais;Brasília/DF
449;Fabiano Neves Marques Pereira;São Paulo/SP
450;Fabiano Peruchi;Criciúma/SC
451;Fábio da Silva Cândido;São Paulo/SP
452;Fabio Marques Prandini;São Paulo/SP
453;Fabio Moura Duarte;São Paulo/SP
454;Fabiola Oliveira Aliceda;São Paulo/SP
455;Fabricio Marques Franco;São Paulo/SP
456;Fátima Fernandes;Santo André/SP
457;Felipe Abe Pires de Almeida;São Paulo/SP
458;Felipe da Silva Ponte de Carvalho;Rio de Janeiro/RJ
459;Felipe dos Santos Cangussu;Santo André/SP
460;Felipe Ferreira da Silva Uchôa;São Paulo/SP
461;Felipe Fonseca;Ubatuba/SP
462;Felipe Frozza;São Paulo/SP
463;Felipe Naghirniac Bemfica;São Paulo/SP
464;Felipe Ribeiro;São Paulo/SP
465;Felipe Rizzo Prux;Porto Alegre/RS
466;Felipe Turcheti;Belo Horizonte/MG
467;Felipe Vieira Meres;São Paulo/SP
468;Felippe César Oliveira Santana;Aracaju/SE
469;Felippe Moraes Cardoso;São Paulo/SP
470;Fernanda de Oliveira Gomes;Rio de Janeiro/RJ
471;Fernanda de Oliveira Rbeiro Junqueira;Rio de Janeiro/RJ
472;Fernanda Jacques Cosenza;Belo Horizonte/MG
473;Fernanda Mafra;Rio de Janeiro/RJ
474;Fernanda Mayer Evangelista;Porto Alegre/RS
475;Fernanda Pimentel;São Paulo/SP
476;Fernanda Sayuri Echuya;São Paulo/SP
477;Fernanda Trindade;São Paulo/SP
478;Fernanda Valadares S Bastos;São Paulo/SP
479;Fernanda Vaz Sartoris;São Paulo/SP
480;Fernando Augusto M Paixão;São Paulo/SP
481;Fernando Feital;São José dos Campos/SP
482;Fernando Franco Codevilla;Santa Maria/RS
483;Fernando Jose Cherubim;São Paulo/SP
484;Fernando Michelini Valente;São Paulo/SP
485;Fernando Perelmutter;São Paulo/SP
486;Fernando Silveira Martins Ferreira;São Paulo/SP
487;Fernando Umpierre de Lima;Florianópolis/SC
488;Fernando Velázquez;São Paulo/SP
489;Fernando Vellozo Ribeiro;São Paulo/SP
490;Filipe Berndt Julio;São Paulo/SP
491;Filipe Lima Pinheiro;São Paulo/SP
492;Flávia de Mattos Salvador;São Paulo/SP
493;Flávia de Oliveira Lemos;São Paulo/SP
494;Flavia Klausing;Belo Horizonte/MG
495;Flavia Yue;São Paulo/SP
496;Flavio de Carvalho Trindade;São Paulo/SP
497;Flávio Eduardo Azevedo Alves Volcov;São Paulo/SP
498;Flavio Pontes Rodrigues Da Silva;São Paulo/SP
499;Florival Oliveira Carvalho Filho;Riachão do Jacuípe/BA
500;Francisco Arlindo Alves;São Paulo/SP
501;Francisco de Paula Barretto;São Paulo/SP
502;Francisco Jose Franco dos Santos;São Paulo/SP
503;Francisco Tamberlini;Arujá/SP
504;Frank Roy Cintra Ferreira;São Paulo/SP
505;Frederico Dalton de Moraes;Rio de Janeiro/RJ
506;Frederico Svendsen;João Pessoa/PB
507;Fulvia Bornstein Leirner;São Paulo/SP
508;Gabriel Brito Nunes;São Paulo/SP
509;Gabriel Felde Silva;São Paulo/SP
510;Gabriel Menotti M P Gonring;Vitória/ES
511;Gabriel Mungo;Presidente Prudente/SP
512;Gabriela Alves de Oliveira;São Paulo/SP
513;Gabriela Butcher;São Paulo/SP
514;Gabriela Canale Miola;São Paulo/SP
515;Gabriela Greeb;São Paulo/SP
516;Gabriela Joau Veloso Morais;Salvador/BA
517;Gabriela Mendes Cirelli;Osasco/SP
518;Gabriela Passos Alves dos Santos;Santo André/SP
519;Gabriela Pires Machado;São Paulo/SP
520;Gabriela Reis Brioschi;São Paulo/SP
521;Gabriela Ribeiro Alves dos Santos;São José dos Campos/SP
522;Genaldo Bispo dos Santos Junior;Guarulhos/SP
523;Genilson Soares da Silva;São Paulo/SP
524;Geraldo Paranhos de Almeida Junior;São Paulo/SP
525;Geraldo Souza Dias;São Paulo/SP
526;Gerty Saruê;São Paulo/SP
527;Gian Marco de Freitas Spina;São Paulo/SP
528;Gil Vicente Vasconcelos de Oliveira;Recife/PE
529;Gilberto B Cardoso;São Paulo/SP
530;Gilberto Vieira da Cruz Júnior;São Paulo/SP
531;Gilbertto Prado;São Paulo/SP
532;Gilnei Duarte;Florianópolis/SC
533;Giovani Hober Ghiggi;Porto Alegre/RS
534;Giovanna Cavalcante Cianelli;São Paulo/SP
535;Giovanna Graziosi Casimiro;Santa Maria/RS
536;Giovanna Zanet;Vila Velha/ES
537;Gisa Picosque;São Paulo/SP
538;Gisele Oliveira Lemos de Lima;Mogi das Cruzes/SP
539;Giselle Beiguelman;São Paulo/SP
540;Gizele e Silva Camargo;Rio de Janeiro/RJ
541;Glaucia Flügel;Curitiba/PR
542;Gloria Georgina Seddon;Rio de Janeiro/RJ
543;Goli Almerinda de Sales Guerreiro;Salvador/BA
544;Graziela Kunsch;São Paulo/SP
545;Graziele Lautenschlaeger;Rio Claro/SP
546;Gregory Combat;Niterói/RJ
547;Gregory Teixeira Pinto Gonçalves Valente;São Paulo/SP
548;Greice Antolini Silveira;Santa Maria/RS
549;Greice Cohn;Rio de Janeiro/RJ
550;Guilherme Aguiar Schmidt;Pindamonhangaba/SP
551;Guilherme Conde Neumann;São Paulo/SP
552;Guilherme de Oliveira Fonterrada;Carapicuíba/SP
553;Guilherme Fogagnoli;São Paulo/SP
554;Guilherme R Fernández;Rio de Janeiro/RJ
555;Guilherme Scalzilli;Campinas/SP
556;Guilherme Sertório Teixeira;São Paulo/SP
557;Guilherme Vassoler Benedet;Criciúma/SC
558;Guillermo Santamaría;Barcelona/Espanha
559;Guillermo Von Plocki;São Paulo/SP
560;Gustavo Araújo Morais;São Paulo/SP
561;Gustavo Côrtes Guimarães;Rio de Janeiro/RJ
562;Gustavo Oliveira Duarte;São Paulo/SP
563;Gustavo Scheffer;Curitiba/PR
564;Gustavo Vieira Dias;São Paulo/SP
565;Hannah Rosa Beineke;Guaíba/RS
566;Hans Walter Hosse;São Paulo/SP
567;Haroldo Cunha Lourenção;São Paulo/SP
568;Heberard de Souza Alves;São Paulo/SP
569;Hebert Gouvea;Campinas/SP
570;Heidi Kumao;Ann Arbor, Michigan/EUA
571;Heitor Franulovic Alcantara Pauferro;São Paulo/SP
572;Helena Gomes dos Reis Pessoa;São Paulo/SP
573;Helena Hofmeister Martins Costa;São Paulo/SP
574;Helena Okada;São Paulo/SP
575;Hélio Alvarenga Nunes;Belo Horizonte/MG
576;Heloisa Antonia de Oliveira Franco;São Paulo/SP
577;Heloiza Helena Gomes de Matos;São Paulo/SP
578;Henrique Gilberto Mendes Dantas;Salvador/BA
579;Henrique Iwao Jardim da Silveira;São Paulo/SP
580;Henrique Lauer;São Paulo/SP
581;Henry Jorge Bartholomeu;São Paulo/SP
582;Herbert Baglione;São Paulo/SP
583;Herbert Henrique Jesus de Souza;São Paulo/SP
584;Herica Rayane R. Araujo;Serra Branca/PB
585;Hermano Balbino dos Santos Neto;São Paulo/SP
586;Hermes Renato Hildebrand;Campinas/SP
587;Hermila Figueiredo;Rio de Janeiro/RJ
588;Hermuth Gripp;São Paulo/SP
589;Hernan Marina;Buenos Aires/Argentina
590;Hugo Fernando Salinas Fortes Júnior;São Paulo/SP
591;Hugo Houayek;Rio de Janeiro/RJ
592;Hui Jin Park;São Paulo/SP
593;Humberto Lima Pimentel;São Paulo/SP
594;Hyngryd Nunes;São Paulo/SP
595;Iêda Topanotti Teixeira;Criciúma/SC
596;Ieda Tucherman;Rio de Janeiro/RJ
597;Ignacio Duran Alvarez;Palmas/TO
598;Igor Penna Bordin;Salvador/BA
599;Ilaria Renata Bianca Maria Garbarino Affricano;São Paulo/SP
600;Ileane da Silva Ribeiro;São Caetano do Sul/SP
601;Ilza Ribeiro da Silveira;Goiânia/GO
602;Ina Heino;Teresópolis/RJ
603;Inaê Luz Rocha;São Paulo/SP
604;Inês de Araujo;Rio de Janeiro/RJ
605;Inês Janete Mattozo Takeda;Curitiba/PR
606;Inez Aparecida de Oliveira;São Paulo/SP
607;Ingrid Rodrigues Gonçalves;São Paulo/SP
608;Iraci de Jesus;São Paulo/SP
609;Iraí Amana Martins de Souza;São Paulo/SP
610;Irene Alhanati Cardillo;Rio de Janeiro/RJ
611;Isaac Wylliam Farias Loureiro;Belém/PA
612;Isabela Frade;Rio de Janeiro/RJ
613;Isadora Carvalho;Guarulhos/SP
614;Ismael Monticelli;Cachoeirinha/RS
615;Israel de Azevedo Lira;Recife/PE
616;Ivan Franco Falcão;São Paulo/SP
617;Ivani Lucia Oliveira de Santana;Salvador/BA
618;Ivani Pedrosa Moreira;Rio de Janeiro/RJ
619;Ivênio Joaquim de Barros Pires;Rafard/SP
620;Ivone Dare Rabello;São Paulo/SP
621;Ivonete Maria Pedrosa Requena;São Paulo/SP
622;Izabel Cristina Goudart da Silva;Rio de Janeiro/RJ
623;Izabel Cristina Romera Barbosa;São Paulo/SP
624;Izabel Murat Burbridge;São Paulo/SP
625;Jacqueline Siano;Rio de Janeiro/RJ
626;Jadiel Almeida Mascarenhas Junior;Salvador/BA
627;Jaime Bispo do Nascimento;Campo Grande/MS
628;Jaime Custodio da Silva Filho;Fortaleza/CE
629;Jaime K. Scatena;Atibaia/SP
630;Jair de Souza Alho Filho;Rio de Janeiro/RJ
631;Jamille Rodrigues Calil Daher;São Paulo/SP
632;Janaina Barros de Albuquerque;Cabo de Santo Agostinho/PE
633;Jandira de Barros Saraiva;Recife/PE
634;Janete Kirschbaum;São Paulo/SP
635;Janice de Piero;São Paulo/SP
636;Jaqueline Marcos de Araujo;São Paulo/SP
637;Jaqueline Rodrigues Dos Santos;São Paulo/SP
638;Jean Marcio Cardoso da Silva;Salvador/BA
639;Jeanete Musatti;São Paulo/SP
640;Jenifer Santos Souza;São Paulo/SP
641;Jennifer Tomomitsu;Lancaster/UK
642;Jessica Castelari Machado;São Paulo/SP
643;João Alberto Rodrigues;Porto Alegre/RS
644;Joao Atanasio dos Reis ;Rio de Janeiro/RJ
645;João Bosco de Oliveira;Hortolândia/SP
646;João Carlos Dos Santos;São Paulo/SP
647;Joao Francisco Teixeira Vaz de Magalhaes -Joao Magalhaes;Rio de Janeiro/RJ
648;João Gilberto da Silva Maciel;Belo Horizonte/MG
649;João Gomes Gonçalves;São Paulo/SP
650;João José de Maracajá Daltro;Florianópolis/SC
651;João Marcelo Lima Simões;São Paulo/SP
652;João Mauricio Teixeira da Costa;São Paulo/SP
653;João Paulo Rahal Polati;Embú/SP
654;João Paulo Rocha Alberto;Carapicuíba/SP
655;João Penoni;Rio de Janeiro/RJ
656;João Pinheiro Oliveira Pinto;São Paulo/SP
657;João Quintella;Rio de Janeiro/RJ
658;Jocilda Espindola Santos;Porto Alegre/RS
659;Joe Canônico;São Paulo/SP
660;John Cayley;Providence/EUA
661;Joice Paulo Constantini;São Paulo/SP
662;Jonas Esteves de Bem;Criciúma/SC
663;Jonatas Eliakim D'Angelo de Oliveira;São Paulo/SP
664;Jonia Corea Guimaraes;São Paulo/SP
665;Jorge da Silva Magalhaes;Vitória/ES
666;Jorge Jungi Bannoki Junior;Mauá/SP
667;José Antonio Vieira Flores;Rio Grande/RS
668;José Carlos Benfati Verdasca dos Santos;São Paulo/SP
669;José Carlos Porto Arcoverde Jr;Recife/PE
670;Jose Dardana Alsina;Barcelona/Espanha
671;José Dario Vargas Parra;São Paulo/SP
672;José dos Santos Laranjeira;Bauru/SP
673;Jose Eduardo do Nascimento Fernandes;São Paulo/SP
674;José Felix Vilanova Barros;Maceió/AL
675;Jose Fernando Miglioni Pigeard;Salvador/BA
676;Jose Geraldo Da Silveira Jr;São Paulo/SP
677;José Geraldo Resende;Barretos/SP
678;Jose Gilberto Sibin;Águas da Prata/SP
679;José Guedes;Fortaleza/CE
680;José Luciano de Queiroz Aires;Campina Grande/PB
681;Jose Mauricio Furtado Junior;São Paulo/SP
682;Jose Mauro Correa;São Paulo/SP
683;José Newton Sousa Filho;João Pessoa/PB
684;José Paiani Spaniol;São Paulo/SP
685;Jose Renato Bergo G. Pinto;São Paulo/SP
686;José Roberto Alves Olmos Fernandez;São Paulo/SP
687;Josely Carvalho;Nova York e Rio de Janeiro
688;Josué Mattos;Florianópolis/SC
689;Josue Nazareno Farias Claudiano;Vitória/ES
690;Josy Panao;São Paulo/SP
691;Jozelia Regina Segabinazzi;Mogi das Cruzes/SP
692;Juca Bartolini Martinez;São Paulo/SP
693;Julia Bevilacqua Alves da Costa;São Paulo/SP
694;Julia Crosman de Rezende;Belo Horizonte/MG
695;Julia Frazão Meirelles;São Paulo/SP
696;Júlia Milaré Gropo;São Paulo/SP
697;Júlia Souza Ayerbe;São Paulo/SP
698;Julia Teles Baptista;São Paulo/SP
699;Juliana Alarcon Manfrini;São Paulo/SP
700;Juliana Coutinho Bologna;São Paulo/SP
701;Juliana Darkoubi Chohfi;São Paulo/SP
702;Juliana de Oliveira Rocha Franco;São Paulo/SP
703;Juliana Duvique de Campos;São Paulo/SP
704;Juliana Froehlich;São Paulo/SP
705;Juliana Guimarães Moore;São Paulo/SP
706;Juliana Kase Tanno;São Paulo/SP
707;Juliana Monachesi;São Paulo/SP
708;Juliana Morgado Horta Corrêa;Vitória/ES
709;Juliana Piesco;Jandira/SP
710;Juliana Rocha;São Paulo/SP
711;Juliana Serri;Madrid/Espanha
712;Juliana Teixeira Nicolela;São Paulo/SP
713;Juliana Varella Coqueiro de Vasconcellos;Rio de Janeiro/RJ
714;Juliano Carlos Bilda;São Paulo/SP
715;Julio Cesar Martins da Silva;Vitória/ES
716;Julio Lucio;Rio de Janeiro/RJ
717;Jurandyr Belli Passos;São Paulo/SP
718;Kadhine Paiva Martins Amorim;São Paulo/SP
719;Kalinka Prates Dias;São Paulo/SP
720;Karen Cristina Kai;São Paulo/SP
721;Karen Ferreira Cerutti;Porto Alegre/RS
722;Karina Mendes;São Paulo/SP
723;Karina Pereira Montenegro;São Paulo/SP
724;Karlas Rodrigues de Souza;Brasília/DF
725;Katerina Volcov;São Paulo/SP
726;Katia A. Moreira de Souza;São Paulo/SP
727;Katia de Abreu Pereira;São Paulo/SP
728;Katia Fernanda Fiera;São Paulo/SP
729;Katia Maciel;Rio de Janeiro/RJ
730;Kátia Miyahira;Santos/SP
731;Katia Regina Pereira;São Paulo/SP
732;Katie van Scherpenberg;Rio de Janeiro/RJ
733;Kaue Santana da Costa;Florianópolis/SC
734;Kelly Adão;Guarujá/SP
735;Kelly Kalynka Damasceno Cruz;Belém/PA
736;Kenia Marli De Angeli;Indaiatuba/SP
737;Kennedy Rafael;Belo Horizonte/MG
738;Kira Santos Pereira;São Paulo/SP
739;kiyoe iizuka;São Paulo/SP
740;Laerth Motta;Holambra/SP
741;Lais Cerullo;São Paulo/SP
742;Laís Santoyo Lopes;São Paulo/SP
743;Laisangela Lopes Tavares;Rio de Janeiro/RJ
744;Lastênio João Scopel;Vila Velha/ES
745;Laura Bito de Souza;São Paulo/SP
746;Laura de Oliveira Calasans;São Paulo/SP
747;Laura Faerman;São Paulo/SP
748;Laura Moritz Fernandes;São Paulo/SP
749;Laura Trachtenberg Hauser;São Paulo/SP
750;Laurita Ricardo de Salles;São Paulo/SP
751;Layo Fernando Barros de Carvalho;São Paulo/SP
752;Leandra Duarte Lambert Soares;Rio de Janeiro/RJ
753;Leandro Benedito Kespers;Mogi das Cruzes/SP
754;Leandro Carvalho Coelho;São Paulo/SP
755;Leandro Pimentel Abreu;Rio de Janeiro/RJ
756;Leandro Tricarico;São Paulo/SP
757;Leila Sá Peixoto;Petrópolis/RJ
758;Lenir Maria da Silva;Nova Iguaçu/RJ
759;Lenita Bousso-O'Rourke;Miami/EUA
760;Lenora de Barros;São Paulo/SP
761;Leonardo Barbalho Faria;São Paulo/SP
762;Leonardo Bushatsky Mathias;São Paulo/SP
763;Leonardo de Lima Fernandes;São Paulo/SP
764;Leonardo Feltrin Foletto;São Paulo/SP
765;Leonardo Gomes de souza;São Paulo/SP
766;Leonardo Griz Carvalheira;São Paulo/SP
767;Leonardo Henrique da Vitória Martins;Vila Velha/ES
768;Leonardo Javier Ceolin;São Paulo/SP
769;Leonardo Lauricella;São Paulo/SP
770;Leonardo Tafuri Henriques;Belo Horizonte/MG
771;Leonel Paulo do Amaral;Porto Alegre/RS
772;Leonor de Souza Azevedo;Rio de Janeiro/RJ
773;Leonor Rufino;São Paulo/SP
774;Leonora Fink;São Paulo/SP
775;Letícia Baldan;São Paulo/SP
776;Letícia Pereira Simões Gomes;São Paulo/SP
777;Leticia Rheingantz;São Paulo/SP
778;Leticia Rita Souza Reis;São Paulo/SP
779;Leticia Sekito de Freitas Higuti;São Paulo/SP
780;Lia do Rio Cardoso Costa;Rio de Janeiro/RJ
781;Liana Cardoso Soares;São Paulo/SP
782;lidia rodrigues da silva;São Paulo/SP
783;Lidia Yogui;São Paulo/SP
784;Lídice Maria Matos de Pina;Rio de Janeiro/RJ
785;Ligia Tsue Oki;Diadema/SP
786;Lilia Tandaya;Cabedelo/PB
787;Lilian Akemi Chinem;São Bernardo do Campo/SP
788;Lílian Campesato Custódio da Silva;São Paulo/SP
789;Lilian Carla Muneiro;Natal/RN
790;Lilian Moraes;São Paulo/SP
791;Lilian Sally Chin;São Paulo/SP
792;Liliana Bellio;São Bernardo do Campo/SP
793;Lina Danielle Lopes da Paz;São Paulo/SP
794;Lina Kim;Berlin/Alemanha
795;Lina Wurzmann;São Paulo/SP
796;Lincoln Guimarães Dias;Vitória/ES
797;Lívia Diniz Ayres de Freitas;Campinas/SP
798;Livia Flores Lopes;Rio de Janeiro/RJ
799;Loise Rodrigues;Brasília/DF
800;Lorena Gobbi Ismael;São Carlos/SP
801;Luan Gonçalves da Silva;São Paulo/SP
802;Luana Pereira Saggioro;São Paulo/SP
803;Luana Veiga;Campinas/SP
804;Luca Motta Leal;São Paulo/SP
805;Lucas Alberto Souza Santos;Porto Alegre/RS
806;Lucas Bambozzi;São Paulo/SP
807;Lucas Dupin Melo;Belo Horizonte/MG
808;Lucas Odahara Monteiro;São Paulo/SP
809;Lucas Penido Gonçalves Sargentelli;Rio de Janeiro/RJ
810;Lucas Rampazzo Morelli;São Paulo/SP
811;Lucemar de Souza Ridisser;Rio de Janeiro/RJ
812;Lucia Avancini;Rio de Janeiro/RJ
813;Lucia Canetti;Rio de Janeiro/RJ
814;Lucia Cavalcante Pereira;Campinas/SP
815;Luciana Carla de Almeida;Recife/PE
816;Luciana de Castro Carneiro;São Paulo/SP
817;Luciana de Queiroz Lee;Carmo de Minas/MG
818;Luciana Espíndola Corrêa Louro;São Paulo/SP
819;Luciana Machado de Vasconcelos;Salvador/BA
820;Luciana Miyoko Massukado;Brasília/DF
821;Luciana Miyuki Takara;São Paulo/SP
822;Luciana Nobre Deliza;São Paulo/SP
823;Luciana Padilha Cardoso de Macêdo;Olinda/PE
824;Luciana Paula de Sousa Beloli;São Paulo/SP
825;Luciano Coutinho cardoso;Vitória/ES
826;Luciano Valério;São Paulo/SP
827;Luciano Zanette;São Paulo/SP
828;Lucila Giffoni Meirelles de Andrade;São Paulo/SP
829;Lucila Tragtenberg;São Paulo/SP
830;Lucimar Bello Pereira Frange;São Paulo/SP
831;Lucio José de Sá Leitão Agra;São Paulo/SP
832;Ludmila Eliza Rocha Alves da Matta Fonseca;Belo Horizonte/MG
833;Ludmila Nascimento Monteiro;Teresina/PI
834;Ludmilla Picosque Baltazar;São Paulo/SP
835;Luis Andrade;Rio de Janeiro/RJ
836;Luis Eduardo Ponciano Aragon;São Paulo/SP
837;Luis Fernando Reis;São Carlos/SP
838;Luis Henrique Camargo Duarte;Bragança Paulista/SP
839;Luis Paulo Valente;Presidente Prudente/SP
840;Luisa Beçak Egydio Martins;São Paulo/SP
841;Luísa Fedrizzi Machado;Porto Alegre/RS
842;Luisa Moser Oberg Carvalho;Brasília/DF
843;Luiz Carlos de Carvalho e Silva;Niterói/RJ
844;Luiz Claudio Gabriel Serra;Rio de Janeiro/RJ
845;Luiz Gonzaga de Paula Vieira Jr;São Paulo/SP
846;Luiz Mauricio Pereira;Uberaba/MG
847;Luiz Mauricio Pereira Brandao;São Paulo/SP
848;Luiz Nogueira;Rio de Janeiro/RJ
849;Luiza Cascon Nogueira;Rio de Janeiro/RJ
850;Luiza Crosman de Rezende;Rio de Janeiro/RJ
851;Luiza Valentina Garcia Pereira Pagliarini;São Paulo/SP
852;Luna Silva Matos Oliveira;Recife/PE
853;Luzia Monteiro Araújo Soares;São Paulo/SP
854;Luzia Renata da Silva;Florianópolis/SC
855;Lyara Luisa de Oliveira Alvarenga;São Paulo/SP
856;Lydia Okumura;New York/EUA
857;M Beatriz G de Souza Dias;São Paulo/SP
858;M. Claudia Marchetti B. P. De Araujo;São Paulo/SP
859;Mabe Machado Bethônico;Belo Horizonte/MG
860;Maicyra Teles Leao e Silva;Aracaju/SE
861;Maida Withers;Washington/EUA
862;Maira Yuri Fukimoto De Oliveira;São Paulo/SP
863;Malcolm Levy;Vancouver/Canadá
864;Malu Schmidt;São Paulo/SP
865;Manoela Freitas Vares;Santa Maria/RS
866;Manuela Monti;São Paulo/SP
867;Manuela Napchan;São Paulo/SP
868;Marcel Esperante;Uberlândia/MG
869;Marcel Recioli de Souza;São Paulo/SP
870;Marcela Fleury;São Paulo/SP
871;Marcela Severino Teixeira;São Paulo/SP
872;Marcello Vitorino;São Paulo/SP
873;Marcelo;São Paulo/SP
874;Marcelo Arend Madalozzo;São Paulo/SP
875;Marcelo Claro Silva;São Paulo/SP
876;Marcelo Moscheta;Campinas/SP
877;Marcelo Peres;São Paulo/SP
878;Marcelo Santos de Moraes;São Paulo/SP
879;Marcelo Simon Wasem;Rio de Janeiro/RJ
880;Marcelo Zelic;São Paulo/SP
881;Marcia Guimaraes Caminha de Castro;São Paulo/SP
882;Marcia Pereira Estellita Lins;Rio de Janeiro/RJ
883;Marcia Rezende;Itu/SP
884;Márcia Teles da Conceição;São Paulo/SP
885;Marcileia Soares de Lacerda;São Paulo/SP
886;Marcio Antonio de Oliveira;São Roque/SP
887;Marcio Hirokazu Shimabukuro;São Paulo/SP
888;Marcio March;São Paulo/SP
889;Marcio Marques de Carvalho;São Paulo/SP
890;Marcio Oberlaender Coelho;Rio de Janeiro/RJ
891;Márcio Rodrigo Vermelho;São Paulo/SP
892;Marcio Santos;Valinhos/SP
893;Márcio Seligmann-Silva;Campinas/SP
894;Marcius Hess;Criciúma/SC
895;Marcos Araujo Ribas de Faria;Rio de Janeiro/RJ
896;Marcos Augusto Fernandes Nascimento;São Paulo/SP
897;Marcos Castello Barbosa Oliveira;São Paulo/SP
898;Marcos Costa Jr;São Paulo/SP
899;Marcos José Henrique;Santo André/SP
900;Marcos Kaiser Mori;São Paulo/SP
901;Marcos Roberto Gorgatti;São Paulo/SP
902;Marcus Murilo Lacerda;Brasília/DF
903;Margareth Silva de Oliveira;Campinas/SP
904;Margarita Schultz;Buenos Aires/Argentina
905;Maria Agustina Comas Oyenard;São Paulo/SP
906;Maria Angélica Souza Ribeiro;São Paulo/SP
907;Maria Ap. Klinkerfus Bueno;Bragança Paulista/SP
908;Maria Aparecida Bonfily Pimentel;São Paulo/SP
909;Maria Aparecida Candido;São Paulo/SP
910;Maria Beatriz de Medeiros;Brasília/DF
911;Maria Beatriz Gomes Nogueira;São Paulo/SP
912;Maria Carolina Bastos;São Paulo/SP
913;Maria Carolina Moreira de Azevedo;Ribeirão Preto/SP
914;Maria Carolina Whitaker;São Paulo/SP
915;Maria Cecilia Miglorancia Carnelós;Mairiporã/SP
916;Maria Cecilia Ribeiro Lima Peirao;São Paulo/SP
917;Maria Cleidejane Silva;São Paulo/SP
918;Maria Cristina Sinkevicius;São Paulo/SP
919;Maria da Conceição de Andrade Viana;Recife/PE
920;Maria da Gloria Araujo Ferreira;Rio de Janeiro/RJ
921;Maria da Penha Gatti;Vitória/ES
922;Maria de Fatima Coelho da Costa Ferreira;Rio de Janeiro/RJ
923;Maria del Pilar Trincas Assad Sallum;Campinas/SP
924;Maria do Socorro Leonardo da Silva;Rio de Janeiro/RJ
925;Maria Elisa Campelo de Magalhães;Rio de Janeiro/RJ
926;Maria Elisa Mendes Miranda;Belo Horizonte/MG
927;Maria Elizabeth Monfroni Carneiro;São José dos Campos/SP
928;Maria Eugênia Abatayguara Silva Savioli;São Paulo/SP
929;Maria Fernanda dos Santos;São Paulo/SP
930;Maria Fernanda Gama;São Paulo/SP
931;Maria Ferrari Agustoni;Porto Alegre/RS
932;Maria gilka bastos da cunha;São Paulo/SP
933;Maria Inês Alves de Souza;Brasília/DF
934;Maria Isabel Porazza Mendes;São Paulo/SP
935;Maria José Garcia Reser;São Paulo/SP
936;Maria José Montenegro;São Paulo/SP
937;Maria Lucia Santaella Braga;São Paulo/SP
938;Maria Luiza Fragoso;Rio de Janeiro/RJ
939;Maria Marta D'Angelo Pinto;Niterói/RJ
940;Maria Paula Ferraz Dias;Campinas/SP
941;Maria Regina Sarreta;São Paulo/SP
942;Maria Rita do Amaral Assy;São Paulo/SP
943;Maria Sofia Vb Guimaraes;Salvador/BA
944;Maria Sueli Neves Espicalquis;São Paulo/SP
945;Maria Teresa Acioli;Rio de Janeiro/RJ
946;Maria Teresa de Arruda Campos;Rio Claro/SP
947;Maria Teresa Santoro;São Paulo/SP
948;Maria Teresa Tavares Costa;São Paulo/SP
949;Maria Thereza Salazar Drumond;São Paulo/SP
950;Mariana Benatti;Jundiaí/SP
951;Mariana Bueno de Camargo;São Paulo/SP
952;Mariana Cardoso Victorino;São Paulo/SP
953;Mariana Cerroti Shellard;São Paulo/SP
954;Mariana do Amaral Campos;Osasco/SP
955;Mariana Galender;São Paulo/SP
956;Mariana Hamsi Filosof;São Paulo/SP
957;Mariana Lage Miranda;Belo Horizonte/MG
958;Mariana Leme Barbosa;São Paulo/SP
959;Mariana Lemos;São Paulo/SP
960;Mariana Manhães;Rio de Janeiro/RJ
961;Mariana Mello Brandao;Salvador/BA
962;Mariana Riera Niederauer;Porto Alegre/RS
963;Mariana Rodrigues Pimentel;Rio de Janeiro/RJ
964;Mariana Serri Francoio;São Paulo/SP
965;Mariana Sesma;São Paulo/SP
966;Mariana Thome Moreira;São Paulo/SP
967;Mariane Cavalheiro;São Paulo/SP
968;Mariane Soares Gennari;São Paulo/SP
969;Marianna Olinger;Rio de Janeiro/RJ
970;Marianne Crestani;São Paulo/SP
971;Mariarosaria Fabris;São Paulo/SP
972;Marilene Maria de Oliveira;São Bernardo do Campo/SP
973;Marilia Carboni;Londrina/PR
974;Marilia Maria Sales de Andrade;Recife/PE
975;Marina de Abreu S. Potrich;Goiânia/GO
976;Marina de Falco;São Paulo/SP
977;Marina Frederico de Oliveira;São Paulo/SP
978;Marina Jerusalinsky;Porto Alegre/RS
979;Marina Machado Ferreira;Guarulhos/SP
980;Marina Reis Correa;São Paulo/SP
981;Marina Zalszupin;São Paulo/SP
982;Marinelza Maccari;Morro da Fumaça/SC
983;Mario Rabelo de Lima;São Paulo/SP
984;Marion Luiza Pfeffer;São Paulo/SP
985;Marisa Trench de Oliveira Fonterrada;Carapicuíba/SP
986;Maristela Gava Pinheiro;São Paulo/SP
987;Maristela Santi Pereira Winck;São Leopoldo/RS
988;Mariza Monteiro Borges;Brasília/DF
989;Marlene Wenzel;São Paulo/SP
990;Marli Tassinari Tassinari;São Paulo/SP
991;Marly Lima dos Santos Lunardelli;Brusque/SC
992;Marta de Oliveira Fonterrada;Carapicuíba/SP
993;Marta Maria Hanser;Campinas/SP
994;Marta Regina Rodrigues;São Paulo/SP
995;Martinho Patrício Leite;João Pessoa/PB
996;Mason Hiatt;São Paulo/SP
997;Mateus Knelsen;São Paulo/SP
998;Mateus Vieira Villela de Lima;São Paulo/SP
999;Matheus Machado;Jacareí/SP
1000;Mathias Pape;São Paulo/SP
1001;Mauricio Geraldo Martins de Lara;Jaboticabal/SP
1002;Maurício Lopes Correia;São Paulo/SP
1003;Mauricio Santana Dias;São Paulo/SP
1004;Mauricio Taveira;São Paulo/SP
1005;Mauro Andre Mendes Finatti;São Paulo/SP
1006;Mauro Eidi Villela Assano;São Paulo/SP
1007;Megumi Hisamura;São Paulo/SP
1008;Meise Halabi;Rio de Janeiro/RJ
1009;Michel dos Santos Alves;São Paulo/SP
1010;Michele Piacente;São Paulo/SP
1011;Michelle Maciel Aguieiras;Rio de Janeiro/RJ
1012;Milena Marques Lopes;São Paulo/SP
1013;Milton Chelli Junior;São Paulo/SP
1014;Milton Coster;São Paulo/SP
1015;Mirela Luz do Amarante;Rio de Janeiro/RJ
1016;Mirella Brandi;São Paulo/SP
1017;Mirelle Sampaio Pereira;Cabaceiras/PB
1018;Miriam Chiara Oliveira dos Santos;Belo Horizonte/MG
1019;Miriam Duarte Teixeira;São Paulo/SP
1020;Miriam Rinaldi Goldbaum;São Paulo/SP
1021;Mirian Loro;São Paulo/SP
1022;Mirian Peretiatko;São Paulo/SP
1023;Mirieli Costa;Santa Maria/RS
1024;Mirla Fernandes Ribeiro;São Paulo/SP
1025;Mirna Tonus;Uberlândia/MG
1026;Mitsy Tamara Cruz de Queiroz;Recife/PE
1027;Moacir Carnelos Filho;Mairiporã/SP
1028;Mônica Leite Lessa;Rio de Janeiro/RJ
1029;Monica Magalhaes Seincman;São Paulo/SP
1030;Mônica Schmidt;Canoas/RS
1031;Monica Tavares;São Paulo/SP
1032;Monica Zanetti Nascimbeni Gabriolli;São Paulo/SP
1033;Monique Marie Allain e Palomino;São Paulo/SP
1034;Monique Porto;Rio de Janeiro/RJ
1035;Nadia Basto;Rio de Janeiro/RJ
1036;Nadja Cecilia Silva Mello Isnard;São Paulo/SP
1037;Nahama Baldo Santos;Belo Horizonte/MG
1038;Nancy Betts;São Paulo/SP
1039;Nara Cristina Santos;Santa Maria/RS
1040;Natacha Maurer;São Paulo/SP
1041;Natália Aly Menezes;São Paulo/SP
1042;Natália Gomes Corrêa;Guaíba/RS
1043;Natalia Regina Dragoni da Costa;São Paulo/SP
1044;Natalia Zapella R Andrade;São Paulo/SP
1045;Natasha Barricelli;São Paulo/SP
1046;Natercia Pacheco;Porto/Portugal
1047;Nathalia Ottoni Candido Bastos;São Paulo/SP
1048;Nayre Carolina Gomes Luz;São Paulo/SP
1049;Nayse Lopez;Rio de Janeiro/RJ
1050;Nedson Barbosa Silva;São Paulo/SP
1051;Nei Vargas da Rosa;Porto Alegre/RS
1052;Neide da Cunha Pinto;Porto Alegre/RS
1053;Neide Jallageas;São Paulo/SP
1054;Neiliane Silva Araújo;São Paulo/SP
1055;Nelci Lima;São Paulo/SP
1056;Nelma Aronia Santos;São Paulo/SP
1057;Neusa Maria Costa;São Paulo/SP
1058;Neusa Maria Mendes;Vitória/ES
1059;Neusa Mendes;Vitória/ES
1060;Nicolas Hallet;Salvador/BA
1061;Nicolas Zak Kudrna;Rio de Janeiro/RJ
1062;Nilson da Costa Lopes;São Paulo/SP
1063;Nilza Maria da Rocha Cruz;Campinas/SP
1064;Nina Gazire;São Paulo/SP
1065;Nina Giovelli;São Paulo/SP
1066;Nona Rostagno;Vitória/ES
1067;Norma Tait;Rio de Janeiro/RJ
1068;Odete Coster;São Paulo/SP
1069;Olívio Mendes Júnior;São Paulo/SP
1070;Orfeu Adonis Gasparini;Osasco/SP
1071;Orlando José Vieira Francisco;Curitiba/PR
1072;Orlando Maretti;São Paulo/SP
1073;Osni Winkelmann;Cruz Machado/PR
1074;Osvaldo Horbilon;São Paulo/SP
1075;Oswaldo Santana de Souza;São Paulo/SP
1076;Otavio Do Nascimento (Donasci);São Paulo/SP
1077;Ozelio de Almeida Arruda;Santana de Mangueira/PB
1078;Pablo Souza de Villavicencio;São Paulo/SP
1079;Paloma Andrade de Oliveira;São Paulo/SP
1080;Paloma Nóbrega Ariston;Rio de Janeiro/RJ
1081;Paloma Pájaro;Madrid/Espanha
1082;Paloma Telles Bosquê;São Paulo/SP
1083;Pamela Bassi;São Paulo/SP
1084;Paola Musatti;São Paulo/SP
1085;Paola Pardini Gaeta;Guarulhos/SP
1086;Patricia Cordeiro de Abreu Alessandri;São Paulo/SP
1087;Patrícia de Azevedo Noronha;São Paulo/SP
1088;Patricia de Lourdes D'Angelo de Amorim;Rio de Janeiro/RJ
1089;Patricia de Oliveira Gouvêa;Rio de Janeiro/RJ
1090;Patricia Dias Franca-Huchet;Belo Horizonte/MG
1091;Patrícia dos Santos Sueza;São Paulo/SP
1092;Patricia Duarte Pinheiro dos Santos;Rio de Janeiro/RJ
1093;Patricia Fernandes Fiorindo;São Paulo/SP
1094;Patrícia Francisco;São Paulo/SP
1095;Patricia Gomide de Recoder;São Paulo/SP
1096;Patricia Gouvea;Rio de Janeiro/RJ
1097;Patricia Kunst Canetti;São Paulo/SP
1098;Patricia Martinelli;São Paulo/SP
1099;Patricia Moran Fernandes;São Paulo/SP
1100;Patricia Peruchi;São Paulo/SP
1101;Paula Almozara;Campinas/SP
1102;Paula Alzugaray van Steen;São Paulo/SP
1103;Paula Caetano;Santos/SP
1104;Paula Caroline Zanotti;São Paulo/SP
1105;Paula Cristina Luersen;Santa Maria/RS
1106;Paula Gasparini Araujo Costa;São Paulo/SP
1107;Paula Mayse da Silva Reis;São Paulo/SP
1108;Paula Priscila Braga;São Paulo/SP
1109;Paula Salazar;São Paulo/SP
1110;Paula Salvatore Condini;São Paulo/SP
1111;Paula Trope;Rio de Janeiro/RJ
1112;Paula Vizaco Rigo Cuéllar Tramujas;Curitiba/PR
1113;Paula Von Atzingen Tavares;São Paulo/SP
1114;Paulo Adolfo Martins;Osasco/SP
1115;Paulo Alves de Lima;São Paulo/SP
1116;Paulo de Araujo Meira Junior;Arcoverde/PE
1117;Paulo Eduardo de Lima Neves;Bragança Paulista/SP
1118;Paulo Favaro;São Paulo/SP
1119;Paulo Henrique Marcondes;São Paulo/SP
1120;Paulo Marcotti;São Paulo/SP
1121;Paulo Mattos Angerami;São Paulo/SP
1122;Paulo Monteiro;São Paulo/SP
1123;Paulo Murilo Abreu Fonseca;São Paulo/SP
1124;Paulo Rafael França Dos Anjos;Rio de Janeiro/RJ
1125;Paulo Renato de Souza Weidebach;São Paulo/SP
1126;Paulo Renato Gaiad;Florianópolis/SC
1127;Paulo Ricardo Betencourt;São Paulo/SP
1128;Paulo Roberto de Souza Junior;João Pessoa/PB
1129;Paulo Roberto Tinoco Goulart;Marília/SP
1130;Paulo Sérgio Rangel Garcia;São Paulo/SP
1131;Paulo Vinicius Kishimoto;São Paulo/SP
1132;Pedro Anderson;Caruaru/PE
1133;Pedro Alberto Alves de Ávila;São Paulo/SP
1134;Pedro Augusto Soares Fiuza;Natal/RN
1135;Pedro da Mata Machado;Rio de Janeiro/RJ
1136;Pedro de Freitas Veneroso;Belo Horizonte/MG
1137;Pedro José de Toledo Carvalho;São Paulo/SP
1138;Pedro Leme Consorte;São Paulo/SP
1139;Pedro Maia Nogueira;São Paulo/SP
1140;Pedro Paulo de Toledo Gangemi;Rio de Janeiro/RJ
1141;Pedro Paulo dos Santos;Diadema/SP
1142;Pedro Sergio Carvalho Gonçalves;São Paulo/SP
1143;Pedro Smilari Iacovini;São Paulo/SP
1144;Pedro Thiago Silva;Belo Horizonte/MG
1145;Peter Michael Striemer;São Paulo/SP
1146;Peterson Ruiz;Sorocaba/SP
1147;Poliana de Souza Santos Pinto;São Paulo/SP
1148;Priscila Aline Candido Barbosa;São Paulo/SP
1149;Priscila Arantes;São Paulo/SP
1150;Priscila da Costa Fraga Nascimento;Serra Branca/PB
1151;Priscila de Souza Gonzaga;Recife/PE
1152;Priscila Maria da Silva Pinto;São Paulo/SP
1153;Priscila Monteiro Borges;Belo Horizonte/MG
1154;Priscila Silva Torres;São Paulo/SP
1155;Priscilla Davanzo;São Paulo/SP
1156;Queli Cristina Martins Coelho;Suzano/SP
1157;Rachel Feldon Jonas;São Paulo/SP
1158;Rachel Rosalen;São Paulo/SP
1159;Rafael Augusto Farina Pereira;São Paulo/SP
1160;Rafael Gatuzzo Barbieri;São Paulo/SP
1161;Rafael Mantovani;São Paulo/SP
1162;Rafael Marchetti;São Paulo/SP
1163;Rafael Novais Mendes;Goiânia/GO
1164;Rafael Nunes de Sousa;São Bernardo do Campo/SP
1165;Rafael Oliveira Leite;Embú/SP
1166;Rafael Perpetuo de Souza;Belo Horizonte/MG
1167;Rafael Stucchi da Silva;São Paulo/SP
1168;Rafael U Esteves;São Paulo/SP
1169;Ramon Martins;São Paulo/SP
1170;Raphael Franco F. Silva;London/UK
1171;Raphael Grazziano;Osasco/SP
1172;Raquel de Holanda Rufino;Recife/PE
1173;Raquel fonseca;Santa Maria/RS
1174;Raquel Kogan;São Paulo/SP
1175;Raquel Rennó;São Paulo/SP
1176;Raul Couto Leal;Rio de Janeiro/RJ
1177;Rebeca Lenize Stumm;Santa Maria/RS
1178;Regiane Franzé;São Paulo/SP
1179;Regiane Varela;São Paulo/SP
1180;Regiha Helena Pereira Johas;São Paulo/SP
1181;Regina Daher Rocha;São Paulo/SP
1182;Regina Elza Solitrenick;São Paulo/SP
1183;Regina Marques Magalhães;São Paulo/SP
1184;Regina Pelegrini Parra;São Paulo/SP
1185;Reginaldo Santos Pereira;São Paulo/SP
1186;Reinaldo Jose Luz Lee;Niterói/RJ
1187;Reinaldo Roberto;São Paulo/SP
1188;Rejane Caetano Augusto Cantoni;São Paulo/SP
1189;Rejane Spitz;Rio de Janeiro/RJ
1190;Renan Lucas Lucio de Araujo;Ribeirão Preto/SP
1191;Renata Amarante Alves Barreto Lunardelli;São Paulo/SP
1192;Renata Azambuja de Oliveira;Brasília/DF
1193;Renata M. Siqueira;São Paulo/SP
1194;Renata Macedo;São Paulo/SP
1195;Renata Padovan;São Paulo/SP
1196;Renata Tamie Nakao;Ribeirão Preto/SP
1197;Renata Tavares da Silva Lemos;São Paulo/SP
1198;Renato Coppe;Rio de Janeiro/RJ
1199;Renato de Castro Dionisio;São Paulo/SP
1200;Renato de Melo Medeiros;Açu/RN
1201;Renato Varteresian Patriota;São Paulo/SP
1202;Rennan Albano;Guarulhos/SP
1203;Ricardo Augusto Romano Sant'Anna;São Paulo/SP
1204;Ricardo Basbaum;Rio de Janeiro/RJ
1205;Ricardo Borges Brazileiro;Recife/PE
1206;Ricardo Davino Fonseca;São Paulo/SP
1207;Ricardo de Oliveira Nascimento;São Paulo/SP
1208;Ricardo Luiz Neves;São Paulo/SP
1209;Ricardo Resende;São Paulo/SP
1210;Ricardo Valle Aleixo;Curitiba/PR
1211;Ricelle Erika Marinho Alonso;Belo Horizonte/MG
1212;Rinaldo Façanah Morelli;Brasília/DF
1213;Rino Borgonovi;São Paulo/SP
1214;Rita Wu;São Paulo/SP
1215;Rob van Kranenburg;Gent B
1216;Roberta Benevit;Pelotas/RS
1217;Roberta Helena de Abreu Rodrigues;Belo Horizonte/MG
1218;Roberta Mahfuz;São Paulo/SP
1219;Roberta Melissa de Souza Neves Maciel;Teresópolis/RJ
1220;Roberta Sampaio Da Costa;Rio de Janeiro/RJ
1221;Roberto Chaves Spoglianti de Souza;São Paulo/SP
1222;Roberto Moreira Junior;Rio de Janeiro/RJ
1223;Roberto Oliveira;Piracicaba/SP
1224;Roberto Righi;São Paulo/SP
1225;Roberto Teixeira de Carvalho;São Paulo/SP
1226;Roberval Passos de Oliveira;Salvador/BA
1227;Roderick Steel;São Paulo/SP
1228;Rodolfo Caesar;Rio de Janeiro/RJ
1229;Rodolpho Parigi Corsini Moura;São Paulo/SP
1230;Rodolpho Ruffino de Souza Junior;São Paulo/SP
1231;Rodrigo Albert dos Santos;Belo Horizonte/MG
1232;Rodrigo;São Paulo/SP
1233;Rodrigo Chohfi;São Paulo/SP
1234;Rodrigo Cordeiro Pereira Cardoso;Rio de Janeiro/RJ
1235;Rodrigo da Silva Gonçalves;Barueri/SP
1236;Rodrigo Guerrero Zerbini;São Paulo/SP
1237;Rodrigo Matheus;São Paulo/SP
1238;Rodrigo Rodrigues Torres;Rio de Janeiro/RJ
1239;Rogerio Camargo;São Paulo/SP
1240;Rogerio Damasceno de Medeiros;São Paulo/SP
1241;Rogério Issao Degaki;São Paulo/SP
1242;Rogério Rauber;São Paulo/SP
1243;Rommel Antonio Nogueira de França Santos;São Paulo/SP
1244;Ronaldo Grossman;São Paulo/SP
1245;Ronaldo Ribeiro da Silva;Riacho Fundo/DF
1246;Rosa barreiros;São Paulo/SP
1247;Rosa Cohen;São Paulo/SP
1248;Rosa Coimbra;Brasília/DF
1249;Rosana Krug;São Leopoldo/RS
1250;Rosana Silva Portela;São Paulo/SP
1251;Rosane Acedo Vieira;Bragança Paulista/SP
1252;Rosangela da Silva Leote;São Paulo/SP
1253;Rosangela Maria da Silva Guedes;Salvador/BA
1254;Roseli Margarete de Almeida;São Paulo/SP
1255;Rossana Martinez;Rio de Janeiro/RJ
1256;Rubens Aniz;Osasco/SP
1257;Rubens Pilegi da Silva Sá;Rio de Janeiro/RJ
1258;Rubens Pontes Rocha;São Bernardo do Campo/SP
1259;Ruth Vaz Costa;Recife/PE
1260;Samantha Moreira;Campinas/SP
1261;Samantha Ribeiro de Oliveira;Rio de Janeiro/RJ
1262;Samara dos Santos Carvalho;Santos/SP
1263;Sami Hassan Akl;São Paulo/SP
1264;Samila Luiza Xavier De Queiroz;Cachoeira do Campo
1265;Sandoval Junior Paixão;São Paulo/SP
1266;Sandra Carucci Figliolino Lucena Oliveira;São Paulo/SP
1267;Sandra Guardini Teixeira Vasconcelos;São Paulo/SP
1268;Sandra Regina M OLiveora;São Paulo/SP
1269;Sandra Souza Freitas;São Paulo/SP
1270;Sandra Terezinha Rey;Porto Alegre/RS
1271;Sandro Aurelio Gatti;Guarapari/ES
1272;Sanzia Pinheiro Barbosa;Natal/RN
1273;Sara Vasconcelos Cruz;Fortaleza/CE
1274;Saul Kirschbaum;São Paulo/SP
1275;Selma Felix;Matinhos/PR
1276;Sérgio Baptista;São Paulo/SP
1277;Sergio Cascaes;São Paulo/SP
1278;Sergio de Moraes Bonilha Filho;São Paulo/SP
1279;Sérgio Jacarandá de Sousa;Goiânia/GO
1280;Sérgio Neves da Rocha;São Paulo/SP
1281;Sergio Reynaldo Allevato Filho;Rio de Janeiro/RJ
1282;Sérgio Roclaw Basbaum;São Paulo/SP
1283;Sergio Ulhoa;Amsterdam/Holanda
1284;Serguei Dias;São Paulo/SP
1285;Setuko Katayama;São Paulo/SP
1286;Sheila Canevacci Ribeiro;São Paulo/SP
1287;Sheyla Francisco Fernandes;Tubarão/SC
1288;Sibele Lemes;Uberlândia/MG
1289;Silvana Aparecida Costa;São Paulo/SP
1290;Silvana Brunelli;São Paulo/SP
1291;Silvana Montenegro;São Paulo/SP
1292;Silvana Rabello;São Paulo/SP
1293;Silvia Helena Souza Dias;São Paulo/SP
1294;Silvia Regina Guadagnini;Jundiaí/SP
1295;Sílvio Antonio Luiz Anaz;São Paulo/SP
1296;Silvio Helder Lencioni Senne Junior;São Caetano do Sul/SP
1297;Silvio Paulo Ariente Filho;São Paulo/SP
1298;Simone Alves de Carvalho;São Paulo/SP
1299;Simone Alves Ferreira;Itu/SP
1300;Simone Maria Da Silveira;Belo Horizonte/MG
1301;Simone Michelin;Rio de Janeiro/RJ
1302;Simone Veloso;São Paulo/SP
1303;Solange Borelli;Santo André/SP
1304;Sonia Bogaz;São Paulo/SP
1305;Sonia Guggisberg;São Paulo/SP
1306;Sonia Lansky;Belo Horizonte/MG
1307;Sonia Maria Bettio Pigeard;Salvador/BA
1308;Soraya Cristina Braz Nunes;São Paulo/SP
1309;Stela Costa;Rio de Janeiro/RJ
1310;Stela Preisser;Belo Horizonte/MG
1311;Stella Francesca Carrozzo;Salvador/BA
1312;Stéphane Dimocostas Marcondes;Niterói/RJ
1313;Sueli Chaves Andrade;São Paulo/SP
1314;Suéllen Sulamita Gentil de Oliveira;São Paulo/SP
1315;Suely Martins de Oliveira;São José dos Campos/SP
1316;Susana Leirner;São Paulo/SP
1317;Susana Margarida Maiani;Ubatuba/SP
1318;Suzete Venturelli;Brasília/DF
1319;Sylvie Parent;Montreal/Canadá
1320;Tainá Basilio De Barros;Rio de Janeiro/RJ
1321;Talita Alves Zaffani;Jundiaí/SP
1322;Talita Caselato;São Paulo/SP
1323;Talita de Jesus Noronha Sanchez;São Paulo/SP
1324;Talita Nolvia Toledo;Jundiaí/SP
1325;Talita Sousa Pedrosa Paes;São Paulo/SP
1326;Talita zaragoza e almeida;São Paulo/SP
1327;Tamara Cervi;Santa Maria/RS
1328;Tania Callegaro;Santo André/SP
1329;Tania Mara dos Santos;São Paulo/SP
1330;Tania Regina Fraga da Silva;São Paulo/SP
1331;Tania Telma da Silva;Rio de Janeiro/RJ
1332;Tarcisio de Sa Cardoso;São Paulo/SP
1333;Tássia Dias Carneiro;São Paulo/SP
1334;Tatiana Bauer Nolla;São Paulo/SP
1335;Tatiana Prado;São Paulo/SP
1336;Tatiane Cristina Gusmão;São Paulo/SP
1337;Tayna Menezes;São Paulo/SP
1338;Tercio de Lima Rimoli;Goiânia/GO
1339;Teresa Berlinck;São Paulo/SP
1340;Teresa Cristina Salemi Cury;São Paulo/SP
1341;Tereza Loparic;São Paulo/SP
1342;Thais da Costa Gomes;São Paulo/SP
1343;Thais de Almeida Prado;São Paulo/SP
1344;Thais de Lima Gualberto;João Pessoa/PB
1345;Thais Gouveia Corrêa Leite;São Paulo/SP
1346;Thais Juliana de Barros;São Paulo/SP
1347;Thais Mayumi Nihi;São Paulo/SP
1348;Thais Thomaz Bovo;São Paulo/SP
1349;Thays Echeverria Baes;Campo Grande/MS
1350;Thembi Rosa Leste;Nova Lima/MG
1351;Thiago Colombo Bertoncello;São Paulo/SP
1352;Thiago da Mata Santos;Goiânia/GO
1353;Thiago Galvao Hersan;São Paulo/SP
1354;Thiago Gomes Ferraz Taboada;São Paulo/SP
1355;Thiago Henrique Cordeiro Martins;São Bernardo do Campo/SP
1356;Thiago Machado Balbi;São Paulo/SP
1357;Thiago Martins de Melo;São Luís/MA
1358;Thiago Minoru Silva Hirata;São Paulo/SP
1359;Thiago Pedro Cavallucci Tenorio Dias;São Paulo/SP
1360;Thiago Pereira Carrapatoso;São Paulo/SP
1361;Thiago Ricardo Soares;Osasco/SP
1362;Thiago Ruiz da Silva Matos;São Paulo/SP
1363;Thiago Silva de Araujo;Porto Alegre/RS
1364;Thomás Cairo de Moraes e Silva;São Paulo/SP
1365;Tiago da Cruz Bartholo;São Paulo/SP
1366;Tiago dos Santos Mesquita;São Paulo/SP
1367;Tiago Otani Rocha;São Paulo/SP
1368;Tiele Marie Bertol;Porto Alegre/RS
1369;Tomaz Morgado Françozo;São Paulo/SP
1370;Tony Ramos de Camargo;Curitiba/PR
1371;Trajano Pontes Neto;São Paulo/SP
1372;Tyãga Sá Brito;São Paulo/SP
1373;Ubirajara Gonçalves Filho;São Paulo/SP
1374;Valdenio Jose da Silva;São Paulo/SP
1375;Valdirene Marques De Souza;Jundiaí/SP
1376;Valéria de Arruda Campos Rodrigues;São Paulo/SP
1377;Valéria Dias Barzaghi Toloi;São Paulo/SP
1378;Valéria Hevia Cabello;São Paulo/SP
1379;Valeria Mauro;Rio de Janeiro/RJ
1380;Valéria Menezes Scornaienchi;Campinas/SP
1381;Valéria Naslausky;São Paulo/SP
1382;Valeria Rossi Rodrigues Silva;São Paulo/SP
1383;Valter Paduguschi;São Paulo/SP
1384;Vancleires Ribeiro de Souza;Barueri/SP
1385;Vander Clementino Guedes;São Paulo/SP
1386;Vanessa Campos De Michelis;Belo Horizonte/MG
1387;Vanessa Correa Mariano;Florianópolis/SC
1388;Vanessa Curci;São Paulo/SP
1389;Vanessa Lopes;São Paulo/SP
1390;Vanessa Pedote;São Paulo/SP
1391;Vera Bighetti;São Paulo/SP
1392;Vera Christina Georges;São Paulo/SP
1393;Vera Lucia Oria;São Paulo/SP
1394;Vera Marcia Branco Rocha;São Paulo/SP
1395;Vera Maria Chalmers;São Paulo/SP
1396;Vera Maria Rausch;Dois Irmãos/RS
1397;Veronica Pereira Pinto;São Paulo/SP
1398;Victor Hugo Soares Valentim;Brasília/DF
1399;Victor Lema Riqué;São Paulo/SP
1400;Victor Santana;São Paulo/SP
1401;Victoria Crosman de Rezende;Rio de Janeiro/RJ
1402;Vinicius Berton de Oliveira;São Paulo/SP
1403;Vinícius Corrêa Mariano;São Paulo/SP
1404;Vinícius Ramos Bezerra;Campina Grande/PB
1405;Virginia Cerioni Souto Vilhena;São Paulo/SP
1406;Vitor Pinheiro Grunvald;São Paulo/SP
1407;Vivian Caccuri;São Paulo/SP
1408;Vivian do Carmo Rosa;São Paulo/SP
1409;Viviana Senra Venosa;São Paulo/SP
1410;Viviane de Oliveira Souza Gerardi;São Paulo/SP
1411;Viviane Furlan Silvino;São Paulo/SP
1412;Wagner Gasparini Araujo Costa;São Paulo/SP
1413;Wagner Jack Neves;Vila Velha/ES
1414;Wagner Malta Tavares;São Paulo/SP
1415;Walkiria de Assis;São Paulo/SP
1416;Wallace Roy Málaga;São Paulo/SP
1417;Walmeri Ribeiro;Fortaleza/CE
1418;Walter Novaes de Oliveira Filho;São Paulo/SP
1419;Washington João Ignacio;São Joaquim da Barra/SP
1420;Washington Jose Tomaz de Souza;São Paulo/SP
1421;Wesley Valiukevicius;São Paulo/SP
1422;Wilian Carlos de Siqueira;São Paulo/SP
1423;William Torres dos Santos;São Paulo/SP
1424;Wilton Montenegro;Rio de Janeiro/RJ
1425;Winfried Maximilian Noth;São Paulo/SP
1426;Wladimir Lima Da Hora;Rio de Janeiro/RJ
1427;Yael Dikstein Crosman;Rio de Janeiro/RJ
1428;Yamê Gabriella de Oliveira Borges;Campina Grande/PB
1429;Yara Rondon Guasque Araujo;Florianópolis/SC
1430;Yiftah Peled;Florianópolis/SC
1431;Ynaiê Cintra Dawson;Rio de Janeiro/RJ
1432;Yurê Abondanza Kuhlmann;São Paulo/SP
Faça a sua adesão online no Petição Pública (depois confirme clicando na mensagem que lhe será enviada na sua caixa postal).
A cultura como palco de carreira política por Lucas Bambozzi
A cultura como palco de carreira política
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
Me permito dar uma palavra sobre as questões que envolvem o MIS porque acompanho os caminhos do Museu com uma atenção bem especial. Vim morar em São Paulo em função de um convite do Amir Labaki (com Ricardo Ohtake na Secretaria de Cultura) para coordenar o departamento de vídeo do MIS. Foi uma empatia imediata, com todos que ali trabalhavam, e também pelo que o Museu era e poderia vir a ser – uma perspectiva particularmente fascinante. Era uma de suas melhores fases, entre 93 e 95, tudo fervilhando, muitas possibilidades e acontecimentos em todas as áreas, mas música, cinema, vídeo, design e fotografia, os departamentos existentes, ainda eram coisas mais ou menos separadas. As confluências se intensificaram nos anos seguintes, deixando perdidos muitos que se julgavam donos e detentores de uma linguagem estanque.
Esse incômodo, de que os meios se transformam, de que as linguagens se cruzam e o que era absoluto deixa de ser, era sentido na programação, nos debates, nos corredores e nas reuniões de coordenação – instigados pela necessidade de intersecção e reflexão que as mudanças instigavam. O Museu ficava cheio constantemente, mas tenho a sensação de que isso acontecia não apenas pela programação, mas em especial por conta das reuniões semanais da ABD e pelo bar e restaurante, que sendo único na região, reunia e fazia permanecer muita gente ali, não apenas por conta das mostras e exposições, mas muitas vezes concorrendo com ela. Ou seja o público que realmente se adentrava nas salas não era exatamente maior do que o de hoje, quando havia menos engarrafamento na Av Europa e há muito mais ofertas de fruição de imagem e som, dentro de casa, diante das telas que se multiplicam e relativizam a hegemonia do cinema. Não haviam oficinas, não havia estrutura de produção, não haviam possibilidades de trabalhos laboratoriais, não havia um público tão diversificado (e diferenciado – sic) como há hoje.
É lamentável que esse pensamento de que cultura e arte se faz apenas com números, vem exatamente de onde não deveria vir. Enquanto as empresas privadas, parecem disfarçar a ganância e cada vez mais aceitam fazer menos marketing e investir em situações processuais, laboratoriais e de pesquisa, o Estado deixa de dar bom exemplo e transforma em mercado o que deveria ser estimulado por vias de apoio e fomento. Não são filas que medem a qualidade de um serviço, bem como não é a quantidade de views de uma ‘videocassetada’ na rede que o torna um bom trabalho artístico. Quem se envolve com produção cultural sabe o quanto é difícil fazer as pessoas enfrentarem todo tipo de dificuldade para atenderem a seus eventos, e que isso depende de outras estratégias, para além da qualidade da programação.
Se aprofundamos um pouco essas questões, vemos que o debate que existe em torno do MIS hoje deveria deixar de lado o tom personalista e de favorecimento de um ou outro nome, a favor de uma política de atuação, em consonância com uma atualização de suas vocações. Esse sim me parece um posicionamento político mais essencial.
É inegável o sinal de retrocesso na gestão cultural do governo (para além dos anacronismos do Minc) algo que vem sendo gerado em São Paulo como um dos piores exemplos de como se faz cultura. Já vi isso acontecer de perto outros desmandos, como por exemplo a ação da Secretaria de Cultura (Claudia Costim) que acabou com todo o acervo digital da Casa das Rosas, eliminando da história o que foi produzido na Internet (em atividades pioneiras, no mundo) quando o Aguilar foi diretor. Uma outra história, claro, mas conectada a um pensamento igualmente torto. Os argumentos de intervenção e mudança conceitual da vocação do MIS por parte dos senhores da Cultura são mesmo falhos e fracos. Apenas nos afirmam que pouco se interessam por cultura (nem cabe falar de arte) e a fazem apenas como palco para suas carreiras políticas, igualmente anacrônicas, interesseiras, toscas e feias.
Canal Contemporâneo recomenda:
Leia e participe do abaixo-assinado SOS MIS - Contra a intervenção do Governo do Estado de São Paulo no Museu da Imagem e do Som - MIS-SP no Petição Pública.
maio 26, 2011
Bienal do Mercosul quer ir além da exposição de obras de arte por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Bienal do Mercosul quer ir além da exposição de obras de arte
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 26 de maio de 2011.
Oitava edição do evento começa em setembro, em Porto Alegre
A oitava Bienal do Mercosul, prevista para ser aberta em 10 de setembro, em Porto Alegre, será a edição mais internacional do evento, com cem artistas de 32 países.
"Isso não foi um princípio, mas uma decorrência de nossa própria pesquisa, que aborda a questão dos territórios e partiu de buscar entender o que significa uma bienal que tem no nome um tratado comercial", diz o colombiano José Roca, curador-geral do evento.
Anteontem, uma das quatro sedes da mostra, a Casa M, um local no centro da cidade, já foi aberta ao público.
Até o fim do ano, além de obras em exposição na vitrine, o espaço abrigará debates, performances, oficinas e mostras de vídeo.
Para Roca, a inauguração desse espaço responde a uma de suas indagações centrais: como é possível fazer uma bienal cuja ênfase não seja a exposição.
"Com a Casa M, estamos criando uma infraestrutura local, criando possibilidades de intercâmbio e até mesmo que ela continue depois da bienal ", diz o curador.
A Bienal do Mercosul irá ocupar quatro galpões do Cais do Porto, o Santander Cultural e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul. Nove obras estarão em locais públicos de Porto Alegre, na seção Cidade Não Vista.
maio 25, 2011
Uma semente aberta por Paula Alzugaray, Istoé
Uma semente aberta
Matéria de Paula Alzugaray originalmente publicada no caderno de Cultura da revista Istoé em 25 de maio de 2011.
A multidisciplinar Lygia Pape, que inaugurou a arte contemporânea brasileira e atuou entre 1950 e 2004, ganha retrospectiva na Europa.
Essa “história da arte brasileira”, segundo Lygia Pape, começa com as pinturas abstratas de tendência orgânica, realizadas quando a artista integrava o Grupo Frente. A guinada para a geometria como caminho de experimentação ocorre com força na segunda metade da década de 1950, quando realiza os “Ballets Neoconcretos I e II”. Com a tradução musical de um poema e a colocação das formas geométricas em movimento no espaço tridimensional de um palco, Lygia dava o passo definitivo para a instauração da arte contemporânea brasileira: o neoconcretismo.
As conquistas neoconcretas – especialmente a participação do público na obra – continuariam guiando a trajetória da artista, mesmo depois da dissolução do grupo, em 1963. Foi aí que Lygia se lançou à experimentação com outras mídias, como o cinema, o vídeo e as artes gráficas, produzindo os letreiros de “Deus de o Diabo na Terra do Sol” (1964), de Glauber Rocha, e o cartaz de “Vidas Secas” (1963), de Nelson Pereira dos Santos.
Os anos de chumbo invadiriam a obra de Lygia Pape com a mesma força da chegada da Nova Objetividade ao seu trabalho, e ela investiria, como metáforas da situação política, em obras de efeito repulsivo como “Caixa de Baratas” (1967) e “Caixa de Formigas” (1967). Finalmente, as instalações “Ttéias” formam o núcleo da mostra. Sua centralidade é um claro eco da realidade: os efeitos da luz dourada de “Ttéia 1” (2002) chamaram a atenção do mundo na 53ª Bienal de Veneza. A exposicão viaja para a Serpentine Gallery, em Londres, antes de chegar à Pinacoteca de São Paulo, em março de 2012.
Bienal do Mercosul vai homenagear Eugenio Dittborn - Agência Estado, O Estado de S. Paulo
Bienal do Mercosul vai homenagear Eugenio Dittborn
Nota da Agência Estado originalmente publicada no caderno de cultura do jornal O Estado de S. Paulo em 25 de maio de 2011.
Foi anunciada a lista de 106 artistas participantes da 8.ª Bienal do Mercosul, intitulada Ensaios de Geopoética e cujas mostras principais ocorrerão entre 10 de setembro a 15 de novembro em Porto Alegre. Com curadoria do colombiano José Roca, a edição homenageia o chileno Eugenio Dittborn, mas também vai reunir obras criadas por artistas como Anna Bella Geiger, André Komatsu, Francis Alys, Laís Myrrha, Santiago Sierra, Cao Guimarães, Marcelo Moscheta e Marina Camargo. Ao todo, foram selecionados pela equipe curatorial criadores de 32 países. As atividades do evento já começam no espaço Casa M. Mais informações no site www.bienalmercosul.art.br. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
maio 24, 2011
Entre futuro e passado por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Entre futuro e passado
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 24 de maio de 2011.
Inspirada na obra do pintor Tintoretto, Bienal de Veneza busca recuperar a dimensão histórica das artes plásticas
Não é a luz fria, racional, do minimalismo. É um farol dramático, teatral, que deve nortear a Bienal de Veneza, que começa em 4 de junho.
Se os brasileiros ficaram de fora da mostra principal, deixando espaço só para Artur Barrio -português radicado no Rio que vai ocupar o pavilhão do Brasil nos Giardini-, o resto da mostra tomou como lastro Tintoretto (1518-1594), artista que despontou em Veneza há nada menos que cinco séculos.
Bice Curiger, a curadora suíça que está à frente da mostra, decidiu buscar no artista do Maneirismo italiano uma dimensão histórica para a bienal, que é vitrine recorrente da vanguarda.
"Incluir um mestre do passado pode ser um pouco perigoso, já que podem interpretar isso como um resgate de valores ancestrais", diz Curiger em entrevista à Folha.
"Mas Tintoretto é um anticlássico, ele quebrou todas as regras do Renascimento." Quebrando as regras não escritas da Bienal, Curiger então decidiu ancorar uma seleção de jovens artistas (grande parte tem menos de 40 anos) em torno de três telas clássicas do pintor célebre por retratar a luz de Veneza, solar e estridente.
Não à toa, sua mostra se chama "ILUMInações", grafado assim mesmo, para destacar a luz das nações que mandam seus melhores artistas a cada dois anos para esse mesmo porto central.
Embora seja referência a poemas de Arthur Rimbaud (1854-1891) e ao famoso ensaio de Walter Benjamin (1892-1940) sobre o surrealismo, o nome quer ressaltar o lugar onde a mostra acontece: Veneza. Além disso, o título reafirma as representações nacionais de países que ainda têm na mostra italiana seus entrepostos de influência cultural dali para o mundo.
maio 23, 2011
MIS para pessoas por Malu Andrade e Lara Alcadipani
MIS para pessoas
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
Em 17 de maio de 2011, o atual Secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo, afirmou ao Caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo : “nossa ideia é aproximar o MIS das pessoas.” Mais adiante, no mesmo depoimento, ele sugeriu possíveis razões para o afastamento do público daquele espaço: "O MIS tem esse aspecto de vanguarda, sempre teve, mas hoje está um pouco restrito demais às novas mídias, quando na verdade não precisaria perder a sua origem, que é a de ser um Museu da Imagem e do Som".
Outro ponto crucial e que lança luz sobre o raciocínio empregado pelo Secretário em sua gestão e apontado durante sua entrevista deve ser mencionado aqui. Para Matarazzo "a fotografia se popularizou muito e poderia ser explorada melhor no MIS. O mesmo vale para os filmes e vídeos." E vale também para os jornais, que reúnem várias linguagens "que se encaixam perfeitamente no MIS (...) É uma das coisas que a gente pretende no MIS. Não que ele abandone a vanguarda nem as novas mídias, mas que ele volte às suas origens e que amplie o seu público."
Pois bem. A vanguarda, à qual o Secretário se refere, manifesta-se em pesquisas e trabalhos cuja essência está na hibridização das linguagens artísticas, na fronteira ampla e porosa entre os suportes tecnológicos - como a fotografia, o cinema, o vídeo e a hipermídia. Se a proposta feita pelo Secretário é voltar às “origens”, então qual é a grande mudança? Vale lembrar que todas as linguagens e formas de expressão artísticas são decorrentes e complementares umas das outras. Pois a fotografia nasce da pintura; o cinema acrescenta movimento à fotografia; o vídeo amplia e transforma a linguagem cinematográfica; as artes visuais se apropriam do cinema e modificam sua estética de forma marcante desde a década de 1960. Por fim, em resumo, todas as frentes de expressão artísticas se retroalimentam, constantemente, num exercício de apropriação e ressignificação necessário ao caráter reflexivo, questionador e inquieto da arte.
Com a era da computação, dos softwares e da internet, a informação é popularizada e catapultada a centro dos relacionamentos entre os humanos e de humanos com o ambiente que os cerca. Um novo paradigma é estabelecido. A rede, a nuvem de informação nos conecta via computador, tablets e dispositivos móveis. Nossa maneira de ver, ouvir, produzir, nos relacionar é a mesma do começo do século XX? Não.
Num ritmo cada vez mais veloz, participamos de mudanças de grande impacto em nosso cotidiano. Quer dizer, participamos agora, se escolhermos dizer sim à nossa vocação de agentes, nos envolvendo em pesquisas, debates e trabalhos dispostos a dialogar sempre com as novas mídias de maneira propositiva. Caso contrário, seremos engolidos passivamente, operando apenas como a ponta final desse sistema - meros consumidores de tecnologia, inebriados por seu feitiço imagético encantador.
A “origem”, mencionada pelo senhor Secretário como uma musa-mãe, é bastante difícil de indicar, já que sua existência é construída sempre social e culturalmente. Podemos tentar nomear o cinema moderno de narrativa clássica e sonoro, por exemplo, como “a” origem. Plano, contraplano, plano sequência, profundidade de campo, a câmera como personagem e som! Imagine se na época em que um Fritz Lang, um Orson Welles ou um Fellini estivessem pesquisando a linguagem do cinema fossem limitados pela obrigatoriedade de encher salas de cinema. Se deixassem sua gana de lado porque alguém lhes disse: “nao, não. O público não está acostumado com isso! Cinema para eles é o que foi feito na origem: câmera estática, película muda e em preto e branco”.
O MIS São Paulo deveria ser motivo de orgulho por abrir espaço e investir em pesquisa em novas midias; por dar espaço e incentivar a arte contemporânea na vertente mais pulsante do século XXI : as estéticas tecnológicas. Com esse discurso, o Secretário parece querer jogar fora a criança junto com a água do banho.
A falta de público que acomete a instituição não pode ser creditada ao nível de sua programação. Uma programação excelente, com ótimas exposições, grandes palestrantes, oficinas do LABMIS espetaculares, tudo com a presença e esforço de profissionais renomados. Só para mensurar os feitos dos últimos dois anos, a instituição recebeu, entre outros, Pipilotti Rist, Gary Hill, FLUXUS, Roj® e muitos outros. Em qual outro museu do mundo encontraríamos tal grade de programação? Talvez em Nova York ou Berlim, onde existem muito mais aparelhos culturais e com melhores infraestruturas.
Trazer o público ao MIS é sim uma necessidade urgente e que não deve ser tomada como tarefa das mais simples. Entretanto, isto não deve ser motivo ou justificativa para transformar o espaço num museu que usa da tecnologia como mero suporte técnico ou recurso discursivo para a reprodução de um modelo retrógrado, transformando o espaço em acervo e vitrine da grande e velha mídia brasileira.
Ao invés de aprisionar o visitante no conformismo, no “mais do mesmo” como pretende a Secretaria de Cultura, é necessário instigá-lo a conhecer coisas novas, a expandir seu repertório e a compreender a importância do investimento em pesquisa e novas linguagens. Se um garoto de 15 anos nunca for instigado a ver uma apresentação de videomapping, como ele poderá saber que, primeiro, tal coisa é possível, segundo, vir a apreciar e se interessar, modificando a sua relação com o mundo? Se o museu der a este garoto apenas o que ele já está acostumado, qual a importância de sua visita? Números? Queremos mais do que números, Secretário! Queremos um MIS para pessoas, sem negação de sua vocação vanguardista.
O MIS pode e deve ampliar sua parceria com escolas de ensino médio, tanto públicas quanto particulares, investindo em projetos a longo prazo, como oficinas e acompanhamento do setor educativo por instituições e organizações, na formação de pessoal cada vez mais capacitado a fomentar novos visitantes. A programação de palestras deve levar em conta horários mais viáveis para seu público-alvo, como universitários e jovens em formação, sendo deslocada talvez para os fins de semana e não para as noites durante a semana, como é no momento. Já existem bons parceiros como Senac, Kinoforum, Academia Internacional de Cinema, entre outros, só são precisos esforços para ampliar cada vez mais o número de interessados.
No site do museu há a informação que o acervo está para ser digitalizado. Deveria ser investido pesadamente numa plataforma multimídia para democratizar o acesso, incentivar a pesquisa e oferecer retorno imediato a tudo que o MIS já possui. Com o Plano Nacional de Banda Larga o acesso será ampliado e uma verdadeira rede entre instituições culturais, universidades, pontos de cultura, bibliotecas e ONGs pode ser criada.
Além disso, chegar ao MIS não é tarefa simples: existem poucas linhas de ônibus (Pinheiros, Butantã, Cidade Universitária - linhas estas que já demonstram, inclusive, um perfil de público possível, mas que se utilizam da avenida Europa apenas como via de passagem). O prédio, embora tenha passado por reformas recentes, ainda é um espaço frio e pouco convidativo ao convívio e permanência. Parecem detalhes, mas estes são alguns dos graves impecilhos para que o publico descubra e se aproprie do espaço.
É necessária uma ação pontual por parte do governo e que, diante de todo o esforço que o Secretário aparenta estar disposto a fazer, é bem simples. Micrônibus aos finais de semana poderiam ser disponibilizados, ligando regiões estratégicas, como a estação Consolação do metrô ou o Parque do Ibirapuera, ao MIS.
Este é um momento crucial para o MIS. Se a disposição demonstrada pelo Secretário em atrair público para o espaço for mesmo séria, pedimos que ele a faça como manda o regime democrático que o colocou nesta posição: com debate e rodada de conversas com o público, artistas, educadores, outras instuições, representantes da sociedade civil e formadores de opinião.
Não façamos do MIS mais um museu de cenografia suntuosa, midiático - no sentido mais raso que o termo pode ter -, amparado pelas pirotecnias tecnológicas e pobre em reflexão e inovação. Não vamos usar a necessidade da formação de público como pretexto para uma castração cirúrgica da vocação de um dos espaços mais importantes do país quando o assunto é arte e tecnologia. Pedimos, agora mesmo e sem demora, que o Secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Andrea Matarazzo, abra espaço para o debate e coloque a mão na consciência para os rumos que dará ao MIS, a partir do poder que lhe foi concedido pela sociedade.
Malu Andrade é produtora cultural. Lara Alcadipani é jornalista. Ambas são pós-graduandas em Estéticas Tecnológicas pela PUC-SP.
maio 20, 2011
Mapas del corazón humano por Diana Fernández Irusta, La Nación
Mapas del corazón humano
Matéria de Diana Fernández Irusta originalmente publicada no caderno Cultura do jornal La Nación em 20 de maio de 2011.
Pareja sentimental y creativa, los brasileños André Parente y Katia Maciel proponen temáticas subjetivas y nuevas fronteras para las instalaciones audiovisuales
"Quiero ver lo que tú estás viendo de mí dentro de ti." Mientras resuena esta frase, un hombre y una mujer se miran. Contemplamos en una enorme pantalla el rostro de uno de ellos, compuesto por infinidad de pequeños rostros del otro. Fractales que llevan al infinito la invocación formulada verbalmente, esa lógica fundante del amor: verse en los ojos del otro, ser sólo a partir de esa mirada. La complejidad de la instalación no se detiene aquí: la mutua visión que la funda no es más que el producto de una convención, la del campo y contracampo cinematográficos. Largamente entrenados en el lenguaje audiovisual, interpretamos la sucesión de planos y la continuidad de miradas que se establecen entre ellos como el registro de dos personas que están paradas una frente a la otra.
A este recurso heredado del cine analógico, André Parente, autor de la obra, suma las posibilidades del medio digital y logra la prodigiosa articulación de imágenes que se contienen a sí mismas y el zoom que nos sumerge en ellas. Así, en un solo trabajo, el artista logra interrogar los vínculos humanos, los códigos de la narración visual, el poder de las construcciones simbólicas y los recursos materiales que permiten expresarlas. Como si de otro juego fractal se tratara, Estereoscopia incluye las principales líneas que dan forma a Infinito paisaje , la espléndida muestra que Parente y su mujer, Katia Maciel, exhiben en el Espacio Fundación Telefónica.
Provenientes del cine y el video experimental, ambos artistas proponen, además, cierto ejercicio de toponimia: un entramado que alude tanto a la geografía de Río de Janeiro, la ciudad donde viven, como a las esquivas coordenadas que rigen la subjetividad.
Un árbol , la videoinstalación de Maciel que inaugura la exposición, es tan simple como hipnótica: las hojas de un árbol se mueven, inmersas en un entorno fijo, creando una extraña zona entre el realismo y la fantasmagoría. Con poética similar, Olas: un día de nubes rayadas venidas del mar se acerca a la idea de cine expandido, e invita al espectador a "sumergirse" en la pantalla que muestra los movimientos del mar. Unos sensores captan la proximidad del visitante y "estimulan" la acción de las olas, que avanzan hasta sus pies. Sobre la pared, los planos de las olas se superponen y ascienden en dirección al techo. Un reenvío al Kiarostami de Five y, de allí, a Ozu.
Diferente tipo de geografía es la que recrea André Parente en Visorama- figuras en un paisaje . Por medio de un dispositivo creado por él mismo (una especie de binocular que, en realidad, permite una visión inmersiva e interactiva, asimilable a la realidad virtual) propone realizar un recorrido por una biblioteca de Río de Janeiro. Según dónde el espectador haga foco (determinado estante, algún lector, una puerta), el sistema activa una voz en off que lee una cita literaria, habilita el ingreso a otro sector de la biblioteca o, inesperadamente, lo hace recalar en una playa carioca. Tanto esta obra como En el arte, nada de pierde, nada se crea, todo se transforma indagan la proliferación de sentidos que, en lugar de acumularse como capas, se articulan en redes de significado.
"Las instalaciones audiovisuales reinventan lo cinematográfico en sus dimensiones primordiales, produciendo una gran variedad de cines, arquitecturas, tecnologías y lenguajes", comenta Parente vía e-mail . "Debemos mucho al cine de los años 60 -apunta, por su parte, Maciel-. Las nuevas cinematografías ofrecieron al mundo imágenes inesperadas, cuestionadoras o encantadoras. El mundo se tornó cine. Y esto no sólo en un sentido político o social, sino también existencial."
Quizás en estas herencias radique, también, el fuerte anclaje que algunas de sus obras tienen en la intimidad. Katia y André son pareja y, a la vez, el hombre y la mujer que se abisman en Estereoscopia . Asimismo, asumen el protagonismo y la autoría conjunta de dos obras en video: +2 y Danza de las sillas . En la primera se acuestan, uno detrás de otro, en un embarcadero. La toma es fija, por lo que, a medida que avanza la performance , los vemos alejarse y confundirse con el paisaje: dos seres en clara sucesión de gestos. La vida en común, sin pinceladas rosas.
El segundo video, también con toma fija, los muestra girando en torno de dos sillas, remedando al tradicional juego infantil. Como la descripción que, en Fragmentos de un discurso amoroso , hace Barthes del niño que, en ese mismo juego, no puede sentarse ("el menos hábil, el menos brutal o el menos afortunado, que queda de pie, bobo, de más: el enamorado"), los artistas aparecen, al final del video, de pie, sin sillas, caminando en círculos, uno detrás del otro.
Hay ecos godardianos en el universo de Maciel-Parente. Tanto como lecturas estructuralistas y herencias conceptuales. La belleza de sus dispositivos audiovisuales sugiere maravilla, reflexión, inquietud. Experimentarlos merece la pena.
Veja informações sobre a exposição na Agenda de Eventos:
Infinito Paisage, Espacio Fundación Telefónica, Buenos Aires - AR, 08/04/2011 a 11/06/2011
Leia a matéria de Fabio Cypriano no jornal Folha de S. Paulo sobre a exposição Infinito Paisage.
maio 19, 2011
Ministra da Cultura participa de lançamento de Guia de Museus e diz que está em busca de diálogo por Simone Candida, O Globo
Matéria de Simone Candida originalmente publicada no caderno Cultura do jornal O Globo em 19 de maio de 2011.
RIO - Em vista ao Rio, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda participou na manhã desta quarta-feira do lançamento do Guia dos Museus Brasileiros, no auditório do Museu Histórico Nacional, no Centro. Alvo de pressões políticas e manifestações contra sua manutenção no Ministério da Cultura (MinC), ela minimizou as recentes polêmicas e afirmou que cumpre uma agenda de encontros com artistas e intelectuais para tentar acima de tudo o diálogo, e não apenas buscar apoios.
- O apoio já existe, o importante agora é que se encontre o diálogo. Esta semana tenho uma reunião coma a área de artes visuais, lá na Funarte, então vai ser um diálogo que eu acredito que seja importante, porque vamos estar formando e discutindo as políticas nesta área - disse ela, ao ser perguntada sobre uma série de encontros com a classe artística, agendados no Rio de Janeiro esta semana.
O apoio existe e eu não estou mais preocupada com a esta questão das turbulências porque elas foram muito forjadas
Questionada sobre o período de "turbulência" que vem enfrentando, Ana de Hollanda garantiu não estar preocupada:
- O apoio existe e eu não estou mais preocupada com a esta questão das turbulências porque elas foram muito forjadas. A imprensa está compreendendo que houve uma turbulência provocada por motivos que não têm nada a ver com a questão cultural e o importante é estarmos trabalhando, como aqui hoje - afirmou.
Ana de Hollanda disse, ainda que, considera superada a questão das diárias recebidas indevidamente quando estava de folga no Rio, cidade onde tem casa. Segundo a assessoria da ministra, o dinheiro " já foi ou será devolvido".
O evento desta quarta-feira, realizado no auditório do Museu Histórico Nacional, aconteceu em clima pacífico. Durante o lançamento do guia, reúne informações sobre cerca de 3 mil museus do país, o presidente do Instituto Brasileiro de Museus, José do Nascimento Júnior, fez questão de ressaltar que todos os diretores de museus, museólogos e pesquisadores presentes ao evento apoiam a gestão da ministra.
- Independente do que falam e do que tentam falar, o Ibram e o Ministério estão trabalhando e nestes 100 dias de sua gestão realizaram mais de 500 ações - disse o presidente do Ibram, que comparou os ataques políticos sofridos por Ana de Hollanda às pressões contra o ex-ministro Gilberto Gil durante o governdo Lula.
- O ministro Gil sofreu as mesmas coisas que a senhora sofreu, para depois, no final, ter o reconhecimento. Parece que existe uma lógica de quebrar pedras no início e de ter no final uma grande gestão - afirmou.
Matarazzo indica André Sturm para comandar o MIS por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Matarazzo indica André Sturm para comandar o MIS
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 19 de maio de 2011.
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
Secretário de Estado da Cultura quer museu menos hermético e mais dedicado ao cinema e à fotografia
Organização social que administra a instituição vai debater indicação do dono do Belas Artes em assembleia amanhã
André Sturm, coordenador de Fomento e Difusão da Produção Cultural da Secretaria de Estado da Cultura e proprietário do Cine Belas Artes, deve ser o novo diretor do MIS (Museu de Imagem e Som) de São Paulo.
Nos últimos dois meses, o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, passou a cobrar mudanças na orientação do MIS à OS (organização social) que a administra e que cuida também do Paço das Artes.
"O MIS precisa dar um salto, não pode ser tão hermético. Não se pode pôr R$ 12 milhões por ano para um público de apenas 80 mil pessoas", disse o secretário. Foi o próprio Matarazzo quem apresentou o nome de André Sturm ao conselho da OS.
"Ele tem o perfil ideal para a nova cara que queremos para o MIS", avaliou.
"A ideia é manter o foco nas novas mídias, mas fazer o museu voltar a ser referência no cinema e na fotografia", afirmou o secretário.
ASSEMBLEIA
Sturm ainda não foi convidado formalmente, mas seu nome deve ser tratado numa assembleia da OS de amanhã, na qual será apresentado um redesenho da instituição. Houve corte de 25% em seu orçamento, caindo de R$ 12 milhões para R$ 9 milhões "No começo da minha carreira, mostrei meu segundo curta no MIS. Era um lugar muito vivo", disse Sturm em conversa com a Folha.
Sua presença, contudo, não é defendida por todos os conselheiros do museu. "As OSs foram criadas para dar respeito a diretrizes. Que diretrizes são essas e como negociá-las é o que está em pauta", explicou o conselheiro Rubens Machado.
Para ele, "se o André vier, ele vem de paraquedas, mantendo uma ação que se tentou evitar".
Em busca de público, MIS muda direção por Camila Molina, O Estado de S. Paulo
Em busca de público, MIS muda direção
Matéria de Camila Molina originalmente publicada no caderno Cultura do O Estado de S. Paulo em 19 de maio de 2011.
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
André Sturm, do Belas Artes, foi indicado por governo; conselho tem de aprovar nome
O Museu da Imagem e do Som (MIS) deverá ser dirigido pelo cineasta André Sturm, até recentemente proprietário do Cine Belas Artes. A indicação foi feita há dois meses pelo secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, que, com a mudança, pretende "aproximar" o museu do público.
O nome de Sturm será amanhã discutido em assembleia do conselho da Associação de Amigos do Paço das Artes Francisco Matarazzo Sobrinho, organização social que administra o MIS e o Paço das Artes. Para a mudança ocorrer, o conselho da entidade precisa aprová-la.
"Acho que sair é uma questão de dignidade", afirmou ontem Daniela Bousso, atual diretora da instituição. Ela assumiu o MIS em 2007, a convite do secretário da Cultura anterior, João Sayad. Se deixar o museu, ficará responsável apenas pela direção do Paço das Artes, instituição da qual já é diretora desde 1997.
"Acredito que nos próximos 15 dias já ocorra a alteração", diz Matarazzo. "Foi uma sugestão (da substituição) compatível com o que nós queremos. O MIS precisa aproximar-se mais das pessoas", completa o secretário.
Mas, em entrevista ao Estado, a presidente do conselho administrativo da Associação de Amigos do Paço das Artes, a artista e designer Eide Feldon, afirmou que, apesar de os conselheiros estarem "divididos" até então entre Daniela Bousso e André Sturm, havia a vontade de que fosse negociada a permanência da diretora no MIS.
"André (Sturm) é a cara do mercado, de distribuição (de filmes). E não é essa a missão do MIS", disse Eide. "Gostaria que fosse preservado o investimento público no museu, para que ele não vire o antigo MIS. O museu tem uma vocação, todo um aspecto ligado ao fomento e à experimentação", afirmou. Já Matarazzo diz que "a política pública é traçada pela secretaria".
Ao propor André Sturm para o museu, o projeto do secretário é, segundo ele, realizar o Cine MIS, programação com exibição de obras do acervo da instituição e de filmes comerciais, que ainda seria levada para o interior do Estado. Outro objetivo é ampliar oficinas e atividades relacionadas à fotografia.
Proprietário da distribuidora de filmes Pandora, Sturm atualmente coordena a Unidade de Fomento e Difusão de Produção Cultural da Secretaria da Cultura. Se seu nome for aprovado pelo conselho do MIS, deixará seu cargo na pasta.
Perfil. Quando Daniela assumiu o MIS, seu projeto para o museu era fazer a instituição se voltar às novas mídias do século 21. Matarazzo considera que ela conduziu o MIS a um perfil "muito hermético" e de público limitado. Em 2008, 13 mil visitantes passaram pelo museu em um semestre - o local foi reaberto em agosto daquele ano, após reforma. Depois, em 2009, foram 51 mil; em 2010, 80 mil. "É um público que vem sendo formado lentamente", rebate Daniela.
Indagada sobre orçamento, ela afirma que o MIS e o Paço das Artes tiveram corte de 27% para 2011, ficando em cerca de R$ 9 milhões. Em sua gestão, a reforma custou R$ 4,5 milhões, dividida em duas fases. R$ 1,5 milhão foram para a construção da reserva técnica e do restaurante.
O MIS POR DENTRO
Criado em 1970 na pasta da Secretaria de Estado da Cultura, o Museu da Imagem e do Som (MIS) está desde 1975 abrigado em prédio na Avenida Europa, 158, nos Jardins. Nas décadas de 1970 e 1980, lá funcionou também o Paço das Artes, hoje na Cidade Universitária. O acervo do MIS tem cerca de 200 mil itens, entre discos, filmes, depoimentos, fotos e cartazes. A coleção está sendo inventariada e digitalizada.
maio 17, 2011
Retoques Finais por Camila Molina, O Estado de S. Paulo
Retoques Finais
Matéria de Camila Molina originalmente publicada no caderno Cultura do jornal O Estado de S. Paulo em 17 de maio de 2011.
Inauguração da sede ampliada do MAC-USP vem sendo adiada desde 2009
Há mais de 15 anos o Museu de Arte Contemporânea (MAC) da Universidade de São Paulo (USP) demanda uma sede à altura de seu acervo, com 9.512 obras. Mas foi apenas em 2008 que a Secretaria de Estado da Cultura cedeu a antiga sede do Detran, em frente do Parque do Ibirapuera, para que o grande complexo, com um prédio principal de 27 mil m² e ainda um anexo, pudesse abrigar o museu.
Inicialmente, ficou determinado que o MAC seria inaugurado no fim de 2009, mas, desde então sua abertura para o público vem sendo adiada, por conta de atrasos na reforma do imóvel. A previsão mais recente é a de que no segundo semestre de 2011, entre setembro e outubro, a nova sede do museu esteja liberada.
"É compreensível um atraso ou outro", diz o diretor do MAC-USP, Tadeu Chiarelli, que pretendia inaugurar a nova sede da instituição em dezembro do ano passado. "Reforma de prédio tombado é quase impossível prever (o término). Esse edifício, que é o principal, onde estarão as obras (do museu), deve ser entregue até o fim de maio", diz o secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, que acompanhou o Estado em uma visita ao edifício, projetado em 1951 por Oscar Niemeyer para ser o Pavilhão da Agricultura no Conjunto Arquitetônico do Ibirapuera.
A Secretaria de Estado da Cultura ficou responsável pela reforma do prédio, tombado pelo Conpresp e Condephaat - o Iphan ainda estuda seu tombamento. O governo de São Paulo gastou R$ 76 milhões nas obras para transformação da ex-sede do Detran em espaço museológico, com área total de 37 mil m². O prédio principal terá seis andares expositivos. E o anexo servirá para abrigar mostras e reserva técnica, prédio administrativo (construído) e jardim de esculturas.
Entraves contribuíram para a demora da reforma do edifício. No início do processo, Niemeyer foi convidado a fazer o projeto de reformulação do espaço, mas seu plano arquitetônico - considerado caro - não foi aprovado pelo Conpresp por propor uma mudança da fachada do local e instalação de escadas de emergência nas laterais do edifício. A reforma, então, ficou a cargo da Companhia Paulista de Obras e Serviços (CPOS) do governo estadual, sob a responsabilidade da arquiteta Valéria Rossi. Além de problemas estruturais normais de uma reforma, justamente a definição da localização de duas escadas de emergência, que implicava em alteração no plano inicial, foi demorada - elas ficam agora na parte de trás do prédio.
Mas há outra questão que ainda não está totalmente firmada. Para a abertura definitiva do museu, com série de exposições, Chiarelli afirma que é necessário fazer antes testes no prédio até ele receber as obras do acervo. Entretanto, segundo o diretor da instituição, não basta apenas a entrega do edifício reformado para a transferência. "Existe um processo a ser levado adiante. Uma coisa é o término da reforma e outra é a entrega oficial do prédio", diz.
Segundo Matarazzo, apenas em dezembro de 2010 foi formalizado o acordo entre a Secretaria de Estado da Cultura e a USP para a realização da sede do museu. "A parceria é tão afinada que a formalidade é menos importante. Até outro dia, não havia nenhum papel assinado entre as instituições e, no entanto, o prédio vem sendo feito e eles (MAC) estão participando das discussões", informa o secretário. "A passagem legal do edifício da secretaria para a USP é elemento fundamental para o MAC entrar no prédio", afirma Chiarelli. "O conselho do museu tem isso claro."
Matarazzo também rebate que os atrasos na reforma tenham ocorrido por falta de liberação de recursos. "Temos o orçamento de cerca de R$1 bilhão, quase o equivalente ao do Ministério da Cultura." Ele também conta que está nos planos da secretaria fazer convênio com a USP para destinar, anualmente, R$ 10 milhões para o MAC fazer exposições e adquirir obras - e, para isso, o órgão do Estado planeja entrar no conselho do museu.
Para se ter uma ideia, o MAC tem para 2011, pela USP, orçamento de R$ 2 milhões. Instituído em 1963, quando Ciccillo Matarazzo decidiu transferir sua coleção para o recém-criado museu, a instituição, atualmente, tem prédio exíguo no câmpus da USP e área no edifício da Bienal (que será desativada). Com a nova sede, em endereço mais acessível, o MAC terá de ampliar sua estrutura.
Belas Artes por Mônica Bergamo, Folha de S. Paulo
Belas Artes
Nota de Mônica Bergamo originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 14 de maio de 2011.
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
O governo de São Paulo quer colocar André Sturm, do extinto cinema Belas Artes, na direção do MIS (Museu da Imagem e do Som). Ficará com o novo diretor, por exemplo, a curadoria do CineMis, programa que leva kits com projetor, tela e os DVDs do acervo do museu a cidades sem cinema. Sturm diz que "gostaria muito" de assumir o cargo.
Secretaria da Cultura quer mudar foco de museu, Folha de S. Paulo
Secretaria da Cultura quer mudar foco de museu
Matéria originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 17 de maio de 2011.
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
O secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, acredita que a exposição "90 em Folha" é uma grande oportunidade para "atrair de volta ao MIS um grande público que hoje não vai lá".
Folha ganha mostra com fotos, cartuns e infográficos
Confira a programação completa do evento
Daí a iniciativa de propor uma mostra sobre os 90 anos do jornal: "Nossa ideia é a-proximar o MIS das pessoas. E nada como um jornal, que retrata o dia a dia, para aproximar o museu das pessoas".
O secretário avalia que o museu restringiu demais o seu foco: "O MIS tem esse aspecto de vanguarda, sempre teve, mas hoje está um pouco restrito demais às novas mídias, quando na verdade não precisaria perder a sua origem, que é a de ser um Museu da Imagem e do Som".
"A fotografia se popularizou muito e poderia ser explorada melhor no MIS. O mesmo vale para os filmes e vídeos." E vale também para os jornais, que reúnem várias linguagens "que se encaixam perfeitamente no MIS".
"É a oportunidade de você mostrar às pessoas toda a evolução do design gráfico e da fotografia, tudo isso contextualizado na história do Brasil." E ainda "a evolução do cinema, que a Folha sempre cobriu muito bem".
"É uma das coisas que a gente pretende no MIS. Não que ele abandone a vanguarda nem as novas mídias, mas que ele volte às suas origens e que amplie o seu público."
maio 16, 2011
O Elefante na sala do Ministério por Ronaldo Lemos, Revista Trip
O Elefante na sala do Ministério
Matéria de Ronaldo Lemos originalmente publicada na Revista Trip em 12 de maio de 2011.
Como o Ministério da Cultura retornou ao papel de coadjuvante, deixando de lado as grandes questões que ousou um dia levantar. Tudo trocado por um discurso desconexo e irreal.
O Ministério da Cultura, capitaneado por Ana de Hollanda, vem enfrentando críticas desde a troca de governo. A razão principal é um verdadeiro elefante na sala: o descompromisso da nova administração com as políticas e conquistas realizadas nos oito anos anteriores. Dentre elas, a transformação do Ministério da Cultura, com seu orçamento minguado, de coadjuvante em protagonista de debates nacionais e globais. Some-se a isso a frustração de quem é da área cultural e votou na presidente Dilma esperando continuidade e está pronta a receita para mais crises. Esses fatores colocaram a ministra sob o olhar atento de uma multidão de pessoas que, pela internet, acompanha, repercute e debate cada um dos seus passos. É só pesquisar no Twitter a qualquer momento para ver a constante discussão.
Um dos primeiros atos da nova ministra, realizado ainda em janeiro, foi a retirada da licença Creative Commons do site do ministério. A licença autorizava o uso amplo do conteúdo publicado, uma boa prática que faz sentido. Governos do mundo inteiro estão preocupados em promover o acesso amplo ao conteúdo que disponibilizam. Por isso adotam cada vez mais a licença Creative Commons (veja uma lista de projetos .gov em CC aqui: bit.ly/doBkKz).
alô, ministra
Na hora de justificar a remoção, a ministra deu uma explicação nada convincente. Alegou que foram retiradas porque são “propaganda” e que seria necessário fazer uma “licitação” antes de adotar o CC (bit.ly/ewl0iQ). O Creative Commons não é um serviço nem um produto, mas sim um padrão de licenciamento. Não faz sentido falar em licitação (Alô, ministra, aqui um livro para entender por quê: bit.ly/hDCss2).
A afirmação causou perplexidade especialmente porque o ministério traz com grande destaque na sua página principal as logomarcas do YouTube, do Flickr e do Twitter, todas empresas privadas com fins lucrativos. E isso acontece, obviamente, sem nenhuma licitação. Se essa é uma questão importante para a ministra, o Twitter poderia ser substituído pelo Identi.ca, site concorrente do microblog, só que baseado em código aberto (e todos os posts são automaticamente licenciados em Creative Commons).
O Flickr, escolhido pelo ministério para hospedar suas fotos, poderia ceder lugar para o Wikimedia Commons, projeto aberto e sem fins lucrativos para armazenar imagens e outros recursos audiovisuais. O próprio YouTube poderia dar espaço ao Archive.org, que funciona como um grande arquivo da internet e armazena coleções de vídeos, incluindo de arquivos governamentais. Só que diferentemente do YouTube, o Archive.org não exibe anúncios quando os vídeos são exibidos.
Em meio a todo esse debate, está uma questão de fundo pouco falada. Em dezembro de 2010 foi aprovado o Plano Nacional de Cultura (bit.ly/hBPlgS), transformando em lei um conjunto de diretrizes para as ações do ministério. O plano é ambicioso e complexo. Prevê desde passos amplos para universalizar o acesso e promover a diversidade até pontos específicos como reformar a lei de direitos autorais e regular o Ecad. Até agora ele está esquecido pelo novo ministério.
Com isso, cresce a impressão de que o MinC assume novamente o papel de coadjuvante, deixando de lado não só o Plano Nacional de Cultura, mas também as grandes questões que ousou um dia levantar. Tudo trocado por um discurso desconexo e irreal.
*Ronaldo Lemos, 34, é diretor do Centro de Tecnologia da FGV-RJ e fundador do site www.overmundo.com.br. Seu e-mail é rlemos@trip.com.br
Presente barroco por Ana Cecília Soares, Diário do Nordeste
Presente barroco
Matéria de Ana Cecília Soares originalmente publicada no caderno 3 do jornal Diário do Nordeste em 16 de maio de 2011.
Exposição reúne aproximações da Arte Contemporânea com o Barroco, traçando um diálogo entre artistas das mais diferentes gerações e linguagens
Inspirados no Barroco como temática e estética, muitos artistas contemporâneos têm revisitado dos modos mais criativos, este estilo artístico que floresceu entre o final do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente na Itália, difundindo-se, posteriormente, pelos países católicos da Europa e da América.
A pesquisadora Maria Leonor Barbosa Soares, do Departamento de Ciências e Técnicas do Patrimônio da Universidade do Porto, no artigo "Formas e sentidos do Barroco na Arte Contemporânea", nos diz que, apesar das diferenças nos conteúdos e nas linguagens, esses dois momentos apresentam alguns pontos em comum.
"Ambos são possuidores de muitas facetas no que diz respeito à forma de expressão, aos materiais e as técnicas. Além de fazerem da imagem o meio de comunicação privilegiado, por meio de um apelo multissensorial que provoca o maior grau de envolvimento possível do observador, cuja emoção e a reação completa a obra, conferindo-lhe por vezes o sentido", diz.
A partir da pergunta "que vestígios do Barroco ainda reverberam na arte atual?" os curadores Rafael Lima Verde e Simone Barreto pensaram o recorte curatorial de "Eco Barroco". A exposição será aberta, amanhã, às 18 horas, no Centro Cultural Banco do Nordeste (CCBNB), em Fortaleza. Reunindo trabalhos de artistas cearenses que, em algum momento de sua trajetória artística, apresentam traços e elementos próprios do Barroco.
Os artistas que participam de "Eco Barroco" são: Euzébio Zloccowick (fotocolagem); Robézio Marqs (técnica mista); Henrique Viudez (técnica mista); LeoBdss (técnica mista); Francisco de Almeida (xilogravura); Diogo Braga (vídeo-instalação); e o Grupo Acidum (grafite/stencil). As obras expostas, em suas várias linguagens (fotografia, grafite, pintura, videoarte e xilogravura), dialogam entre si destacando suas semelhanças e singularidades, oferecendo ao espectador uma visão abrangente do que constituiu o movimento Barroco e seus reflexos na produção contemporânea, (desconhecidos da maioria das pessoas).
Segundo Rafael Lima Verde, "Eco Barroco" faz parte de uma pesquisa que vem desenvolvendo a algum tempo, para a qual pretende dar continuidade mais a frente. A arte barroca sempre exerceu um certo encantamento no artista, desde a adolescência, quando entrou pela primeira vez numa igreja ornamentada nesse estilo artístico, localizada na cidade de Recife (PE).
Assim, em seu primeiro trabalho como curador, o artista põe em prática alguns de seus questionamentos sobre o assunto. "O artista contemporâneo divide olhar entre as inovações do mundo globalizado em frenética transição, suas tradições e sua espiritualidade. Experimenta um retorno às antigas técnicas e conhecimentos. Uma ressignificação de conteúdos e formas, um olhar não apenas técnico mais transcendente do mundo. A exposição permitirá esse diálogo entre tempos artísticos cronologicamente distantes, mas, em sua essência, próximos, pois tratam da busca do homem, através da arte, de respostas e perguntas para o mundo e para si mesmo. E isso é atemporal", conclui.
Fique por dentro
Arte de contrastes
A origem da arte barroca remete à Itália. Surgiu em meados do século XVII, mas não tardou a irradiar-se por outros países. As obras barrocas forma marcadas pelo rompimento do equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar. Nesta tendência artística predominam as emoções e não o racionalismo do Renascimento. O estilo barroco traduz a tentativa de conciliar forças antagônicas. Dentre suas características têm-se a busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas; entrelaçamento entre a arquitetura e escultura; violentos contrastes de luz e sombra; e a pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
MIS abre exposição sobre a Folha na terça, Folha de S. Paulo
MIS abre exposição sobre a Folha na terça
Matéria originalmente publicada na Folha.com em 15 de maio de 2011.
Leia também as matérias e respostas que compõem o Dossiê MIS e Paço das Artes: A morte anunciada de um modelo de gestão.
O MIS (Museu da Imagem e do Som) inaugura na próxima terça-feira a exposição "90 em Folha - Imagens do Brasil Moderno", um panorama histórico do jornal --e do país-- nos últimos 90 anos.
A nova mostra é mais abrangente que a exposição "Imagens de Fato - 80 anos de Folha", realizada pelo Masp em 2001 e formada por 315 fotos editadas no jornal.
"Optamos por não limitar a exposição apenas ao arquivo fotográfico", explica Fábio Marra, editor de Arte da Folha, para que "o visitante possa viajar pelos últimos 90 anos de história em diferentes formas de narrativas".
"Além das fotos, o visitante poderá acompanhar a evolução dos infográficos, das charges, das primeiras páginas, saborear a galeria de arte com obras da Ilustríssima, assistir a vídeos e entender como é o fluxo da notícia dentro do jornal", diz Marra.
A proposta da exposição partiu do secretário estadual da Cultura, Andrea Matarazzo: "O jornal reúne a história de várias coisas que se encaixam perfeitamente no MIS. É a oportunidade de você mostrar às pessoas toda a evolução do design gráfico e da fotografia, tudo contextualizado na história do Brasil".
"Tenho certeza de que será o maior público que o MIS vai receber desde a década de 80", diz Matarazzo: "As pessoas têm curiosidade e com isso podem se transportar no tempo".
HISTÓRIA
A Folha surgiu em 19 de fevereiro de 1921 sob o formato de um diário vespertino voltado às classes médias paulistanas --a "Folha da Noite".
A iniciativa foi ampliada com o lançamento da "Folha da Manhã" em 1925 e da "Folha da Tarde" em 1949. Os três jornais circularam juntos até serem unificados na Folha, em 1960.
A exposição apresenta a trajetória da Folha a partir de quatro áreas cruciais do jornalismo: o humor, a infografia, a ilustração e a fotografia.
No piso térreo, a série "Jornalismo Gráfico" revela toda a evolução visual dos infográficos nos últimos 90 anos.
"Galeria Ilustríssima" expõe as obras feitas com exclusividade para o caderno pelos principais artistas brasileiros contemporâneos.
A mostra "Humor Crítico" reúne uma seleção de charges desde os trabalhos clássicos de Belmonte (1896-1947) até os de Angeli, Laerte, Glauco (1957-2010) e outros.
No piso superior, a série "Imagens da História" apresenta fotos dos eventos sociais e políticos mais importantes do país desde 1921.
A sala "TV Folha" exibe videorreportagens sobre o tsunami no Japão e a guerra na Líbia, além de filmes sobre o processo de produção do jornal. As 90 Primeiras Páginas mais marcantes completam esta exposição.
O coquetel de abertura da exposição será na terça-feira (17), às 19h30. A mostra fica em cartaz na av. Europa, 158, até 14 de agosto. De terça a sábado, das 12h às 19h, domingo, das 11h às 18h. A entrada é grátis.
maio 13, 2011
Filmes-arte de brasileiros vão do lírico ao grotesco por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Filmes-arte de brasileiros vão do lírico ao grotesco
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 13 de maio de 2011.
Obras são versão nacional de projeto criado em NY por curador britânico
Curtas do Destricted.br serão exibidos neste domingo em SP e vão para mostra em julho na galeria Fortes Vilaça
Diante das cenas mais chocantes, a plateia reage com suspiros e gritinhos. Na saída da sessão privê do filme de Tunga, há alguns meses em São Paulo, convidados tentavam digerir aquilo que viram ser devorado nas cenas de sexo: suco de maracujá e sorvete.
"É uma história de amor. Trata de conectar coisas que não são conectáveis", disse o artista à Folha, resumindo sua obra no projeto Destricted. "Quando você rege esses contatos, faz uma alquimia e leva a imagem a ter carga integral na tela do cinema."
Esse foi o primeiro curta da perna nacional do projeto a ficar pronto. Por isso, acabou sendo lançado no pacote de filmes estrangeiros idealizado pelo curador britânico Neville Wakefield em Nova York no fim do ano passado.
"Os filmes do projeto norte-americano estavam mais crus", disse Wakefield. "Mas o que está na obra de Tunga é tão explícito quanto aquilo."
Marcia Fortes, da galeria Fortes Vilaça, que liderou o projeto no Brasil, discorda. "Artistas daqui tiveram uma relação mais física, mais carnal com essa proposta", explicou. "É menos estilizada a resposta dos brasileiros."
Tanto que, sem rodeios, Marcos Chaves define seu curta deturpando o lema do cinema novo. "É uma ideia na cabeça e uma câmera no pau", disse o artista. "Eu ficava com a câmera na altura do pênis enquanto filmava."
Seu filme traz homens de sunga na praia e orgias tanto em quartos escuros como ao ar livre, em pleno Carnaval.
Janaina Tschäpe, na mesma pegada voyeur, inverte a perspectiva, mostrando uma série de atos sexuais vistos por uma câmera subjetiva. É como se o espectador fosse agente das cenas.
SEREIAS E BAUDELAIRE
Mais alegórica, Adriana Varejão transpõe para o cinema erótico a estética barroca, de azulejos e desenhos, que marca sua obra artística.
Ela filmou uma sereia encalhada numa piscina vazia, toda azul, à espera de um amante para um affair de escamas e espuma do mar.
Em terra firme, Dora Longo Bahia e Julião Sarmento fizeram filmes mais cerebrais, que tentam verbalizar o sexo. Se as mulheres de Sarmento narram encontros tórridos em línguas diferentes, Bahia mostra uma mulher num exercício de masturbação radical, com um taco de beisebol, enquanto um poema de Charles Baudelaire desliza na tela em letras vermelhas. "Queria que ela não fosse vítima, que estivesse no comando, e que o sangue fosse um lubrificante", diz a artista. "Mas tem cenas em que ela parece um pernil, um pedaço de carne."
Porno arte por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Porno arte
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 13 de maio de 2011.
Artistas visuais dirigem curtas eróticos e novo festival celebra cultura do sexo em São Paulo
A pornografia está mudando de endereço.
Deixou de figurar só em revistas e sites para cruzar a linha das artes visuais, entrando em galerias e museus e pautando até um novo festival de cinema, que começa no fim do mês em São Paulo.
Nove artistas brasileiros só pensam naquilo desde que decidiram fazer no país uma versão do Destricted, projeto gringo que escalou Larry Clark, Matthew Barney e Marina Abramovic para filmar suas ideias e visões de sexo.
Neste domingo, sem pudor, serão exibidos juntos pela primeira vez no Museu da Imagem e do Som, em São Paulo. Em julho, vão estar em mostra na Fortes Vilaça.
Além do Destricted, o festival PopPorn, no fim do mês, promete exibir clássicos e produções recentes da chamada "pornografia alternativa". No Rio, a Caixa Cultural também exibe os filmes mais picantes de Andy Warhol.
Nuno Ramos lança volume sobre sua obra no evento por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Nuno Ramos lança volume sobre sua obra no evento
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de maio de 2011.
Numa obra que fez há 11 anos, Nuno Ramos espalhou móveis por covas feitas na areia de uma praia do Espírito Santo. A maré subia, engolindo cadeiras e armários.
A imagem de "naufrágio organizado", nas palavras do artista, serve de metáfora para a forma como seu trabalho é visto no mais extenso livro já feito sobre sua produção.
Esse volume de quase 600 páginas será lançado amanhã à noite, durante a sétima edição da feira SP Arte.
"É o movimento da maré, esse jogo de alteridade, disparidade e retorno, tem um motor, uma vida, uma espécie de ruína organizada", disse Ramos à Folha. "No meu caso, há mais contradições, divergências e descalabros."
Isso porque, no livro do artista que despontou nos anos 80, estão obras de toda sua carreira em ordem cronológica. A reunião das obras das últimas três décadas revela desvios da forma e oscilações de estilo e uso de materiais.
"Como eu trabalhei muito em gêneros diferentes, minhas coisas têm uma certa fratura estilística", diz o artista. "Mantendo as obras na ordem em que foram feitas, eu ressalto essa contradição."
Outro desvio, no caso, é jogar para a capa do livro uma não imagem. "Carolina" é uma obra em texto que cobre frente e verso do volume, um diálogo entre duas paredes.
"É diferente do que eu escrevo, mas há várias páginas com textos", diz Ramos, também autor de ensaios e poesias. "Quis dar a eles a mesma dignidade das imagens."
Para além das palavras e das imagens, a edição parece alcançar uma sonoridade com o texto que corre pelas bordas. É a língua, elemento central da obra de Ramos, que ganha corpo nessa montagem editorial, quase um desdobramento espacial dessa série de trabalhos falados.
Arte S.A. por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Arte S.A.
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de maio de 2011.
Maior feira do gênero no país cresce apoiada em dinheiro captado por meio da Lei de Incentivo à Cultura
O maior evento comercial das artes visuais no país, a SP Arte, abre hoje para o público com aval para captar nada menos que R$ 1,2 milhão por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O valor é mais da metade de seu orçamento, de cerca de R$ 2 milhões.
Até o momento, a feira conseguiu captar R$ 300 mil.
Embalada pelo momento econômico positivo, a sétima edição da SP Arte cresce em número de galerias -de 82, no ano passado, para 89-, e em espaço -de 9.000 m2 para 13 mil m2.
Ela ocupa agora também o segundo andar do pavilhão da Bienal, onde foram montadas 24 instalações.
"Não acho justo que um evento que é 100% comercial tenha incentivo. A feira deveria dar ao menos uma contrapartida social", diz José do Nascimento Júnior, diretor do Ibram (Instituto Brasileiro de Museus), vinculado ao Ministério da Cultura.
A SP Arte, que dura quatro dias, tem o ingresso mais caro que qualquer museu público brasileiro: R$ 30.
Os próprios expositores da feira tampouco sabiam que havia lei de incentivo.
Galeristas ouvidos pela Folha se espantaram. "Essa é a feira mais cara do mundo. Mas tudo bem, eu até entendo a Fernanda [Feitosa, diretora da feira], porque hoje o Brasil é mesmo o país mais caro do mundo", diz Márcia Fortes, da Fortes Vilaça.
A maioria dos galeristas, contudo, preferiu não ser identificada, mas as palavras "incompreensível", "inacreditável" e "absurdo" estiveram na boca de vários deles.
Em média, a SP Arte cobra R$ 1.000 (US$ 620) por m2, enquanto Basel, na Suíça, a mais importante, cobra US$ 514 (R$ 830), e a Frieze, de Londres, US$ 470 (R$ 760).
"O Governo não limita que os benefícios da lei sejam concedidos apenas a projetos não comerciais. Se assim fosse, não teríamos Fórmula 1 nem São Paulo Fashion Week", diz Feitosa.
PROCULTURA
Se a nova lei de incentivo (Procultura) já estivesse valendo, no entanto, a SP Arte não teria tanto apoio.
"Pela nova lei, a feira não conseguiria 100% de patrocínio, pois a Procultura tem um sistema de pontuação de acordo com o retorno para a sociedade", diz Henilton Menezes, secretário de Fomento do MinC.
Medidas para tornar a lei em vigor mais justa estão sendo feitas.
Uma delas, aprovada pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, estabelece que o cachê dos artistas não pode ultrapassar R$ 30 mil.
A partir do próximo dia 23, dez agentes do MinC passarão a acompanhar os projetos em vigor em São Paulo, Minas Gerais e Rio para fiscalizar o uso da lei.
Desde 2005, quando de sua criação, a SP Arte se utiliza da lei de incentivo.
Naquele ano foram aprovados para captação R$ 1,1 milhão, valor alcançado por meio do apoio de 20 empresas e gasto em três edições.
Em 2008, ela teve aprovados R$ 685 mil, tendo captado R$ 500 mil, e, em 2010, foram aprovados R$ 1,4 milhão e obtidos R$ 650 mil.
Como contrapartida do evento, Feitosa elenca que gera turismo para a cidade, com seus 16 mil visitantes.
O evento expõe 2.000 obras, promove debates gratuitos, disponibiliza seus catálogos para bibliotecas e possui um programa de estímulo à doação de obras de arte a museus.
PARALELA
Assim como ocorre no exterior, uma feira costuma estimular outras menores.
Em São Paulo, dois produtores organizaram uma feira em outro modelo. A Entretanto teve R$ 400 mil captados por lei de incentivo e também é aberta hoje.
"Não é um evento tão comercial como a SP Arte. O projeto inteiro é em torno dos artistas. É mais semelhante a uma exposição e é gratuita", diz Pedro Igor Alcântara, um dos organizadores.
A mostra reúne 20 artistas sem galeria, com curadoria de Luisa Duarte e Fernando Oliva, num casarão à venda (rua Groenlândia, 448). Todos os trabalhos são novos e podem ser comprados.
"Nós selecionamos os artistas, e a venda não é uma preocupação, já que algumas obras dificilmente serão vendidas, como a piscina do Henrique Cesar", diz Oliva.
"Buraco Negro", do artista citado pelo curador, é uma obra criada para o local, no caso, a piscina da mansão, que teve sua água tingida com nanquim preto.
Ao impossibilitar a visão do fundo da piscina, a obra se torna metáfora do uso da lei de incentivo em vigor.
maio 11, 2011
Artur Barrio é o segundo do país a ganhar o Velázquez por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Artur Barrio é o segundo do país a ganhar o Velázquez
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 11 de maio de 2011.
Português radicado no Rio, que representará o Brasil na Bienal de Veneza, foi anunciado ontem vencedor
Cildo Meireles recebeu o prêmio do Ministério da Cultura espanhol, um dos mais importantes do mundo, há três anos
Foi anunciado ontem vencedor do prêmio Velázquez o artista plástico Artur Barrio, português radicado no Brasil que representará o país na Bienal de Veneza deste ano, que começa no mês que vem.
Organizado pelo Ministério da Cultura espanhol, o Velázquez é um dos prêmios mais importantes do mundo nas artes visuais. Barrio vai receber 125 mil euros, cerca de R$ 290 mil, na premiação.
Cildo Meireles, vencedor do troféu em 2008, ano em que fez retrospectivas na Tate, em Londres, e no Reina Sofía, em Madri, era o único artista ativo no Brasil a ganhar esse prêmio até hoje.
Nascido em Portugal em 1945 e vivendo no Rio desde 1955, Barrio se tornou conhecido por suas ações performáticas usando material perecível e objetos cotidianos e registros em fotografia e filme dessas performances.
Uma de suas ações mais emblemáticas, da série "Situações", foi "Trouxas Ensanguentadas", em que espalhou tecidos envolvendo carne animal em putrefação num rio em Belo Horizonte.
Realizada em 1970, a performance foi interpretada como ato de protesto contra os abusos da ditadura militar no Brasil e a situação social na América Latina. Também levantou questões centrais à obra de Barrio, como a relação da obra com um mercado mais agressivo e acelerado.
Fotografias dessa ação estavam na última Bienal de São Paulo, que incluiu Barrio num recorte histórico de artistas que evocavam questões políticas em suas obras.
BIENAL DE VENEZA
Logo depois, o artista foi escolhido pelos curadores Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias para ocupar o pavilhão nacional do Brasil na próxima Bienal de Veneza.
Barrio já está trabalhando na Europa para construir seu trabalho. "Realizo meu trabalho no momento", diz Barrio. "Trabalho no local com os materiais que vou desenvolver naquele espaço."
Pouco antes de viajar, no entanto, o artista ainda aguardava a liberação de R$ 400 mil para a produção da obra, verbas da Funarte, órgão do Ministério da Cultura.
Planalto intervém para conter crise na pasta da Cultura por Natuza Nery, Fernanda Odilla e Catia Seabra, Folha de S. Paulo
Planalto intervém para conter crise na pasta da Cultura
Matéria de Natuza Nery, Fernanda Odilla e Catia Seabra originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 10 de maio de 2011.
Dirigente do PT assume posto-chave no ministério para ajudar Ana de Hollanda a controlar disputa política
Divergências com antecessor, suspensão de convênios e uso de diárias de viagem desgastam ministra
O governo decidiu intervir no Ministério da Cultura para tentar controlar o bombardeio sofrido pela titular da pasta, Ana de Hollanda.
Com o apoio do PT, escalou uma "interventora" para o órgão com o objetivo de represar a disputa política e evitar que a situação chegue ao ponto em que a presidente Dilma Rousseff se veja obrigada a demitir a ministra.
A secretária nacional de Cultura do PT, Morgana Eneile, foi nomeada assessora especial da ministra com a missão expressa de ajudá-la a debelar a crise e construir uma agenda positiva.
Eneile apoiou a indicação de Hollanda para o ministério, em dezembro passado.
A ministra tornou-se alvo de críticas por várias razões.
Ela quis rever a reforma na lei de direitos autorais prometida por seu antecessor, Juca Ferreira, e suspendeu o pagamento de convênios com indícios de irregularidades.
Também eliminou do site do ministério o selo "Creative Commons", licença para uso livre de conteúdo na internet.
Em outra frente, fragilizou-se entre os petistas. Provocou isso ao cancelar a nomeação do sociólogo Emir Sader para presidir a Fundação Casa de Rui Barbosa, depois que ele declarou em entrevista à Folha que a ministra era "meio autista".
Todos esses episódios, somados ao uso de diárias de viagem em finais de semana sem agenda oficial, transformaram Ana de Hollanda na mais frágil residente da Esplanada dos Ministérios.
Dilma autorizou a operação para salvar sua auxiliar, mas espera que ela dê demonstrações de que consegue neutralizar os ataques.
"Ela está sob uma guerra psicológica pesada", disse ontem o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral).
"A posição no Planalto é de apoio e respaldo a ela. Agora, tudo depende dela e da capacidade de sua equipe de cerrar fileiras em sua defesa."
CHORO
Em encontro com lideranças do PT ontem em São Paulo, Ana de Hollanda deu sinais de fragilidade.
Observada da plateia por Morgana Eneile, que estava com outros assessores, ela chorou no início de sua fala, pediu desculpas e disse que estava emocionada. Gaguejou ao explicar a estrutura da pasta e lamentou não ter tempo para responder perguntas.
Brevemente, comentou a crise: culpou a imprensa por publicar "intrigas" e afirmou em seguida: "Meus companheiros estão comigo".
Para interlocutores de Dilma, Ana de Hollanda sofre uma das campanhas mais "sórdidas" já protagonizadas por um ministro em apenas cinco meses de gestão.
No Planalto, o ex-ministro Juca Ferreira é visto como um dos interessados no enfraquecimento da sucessora, após ter feito intensa campanha para seguir no comando do ministério. A Folha não conseguiu localizá-lo para comentar o assunto.
Para demonstrar que, por enquanto, ela conta com a retaguarda do Planalto, Gilberto Carvalho visitará a colega amanhã. Nas palavras de um interlocutor da presidente, quando um técnico tira um jogador de campo antes do fim do primeiro tempo, é porque errou na escalação. Ou seja: por ora a demissão não interessa ao Executivo.
Dilma, contudo, não pretende segurar Ana de Hollanda a qualquer preço.
maio 10, 2011
Artista luso-brasileiro Artur Barrio vence o Prêmio Velázquez, oglobo.com
Artista luso-brasileiro Artur Barrio vence o Prêmio Velázquez
Matéria originalmente publicada no caderno de Cultura de oglobo.com em 10 de maio de 2011.
RIO - O artista plástico luso-brasileiro Artur Barrio é o vencedor do Prêmio Velázquez de Artes Plásticas 2011, no valor de 125 mil euros. O Ministério da Cultura da Espanha anunciou a premiação nesta terça-feira. As informações são do jornal espanhol "El País".
FOTOGALERIA : Veja obras de Artur Barrio
Para o júri, a escolha de Barrio deveu-se "à construção de uma poética radical, que produz uma relação e um eco com situações políticas e sociais. Pela universalidade de sua linguagem, desenvolvida através de materiais não convencionais, crus, perecíveis e degradáveis. Pelo radicalismo do uso que faz dos mesmos, dentro e fora da instituição do museu. Seu trabalho, desenvolvido através de ações, performances, instalações, vídeos, explora o efêmero e transitório, interessando-se pelos efeitos simbólicos e pela aparição de uma beleza inesperada".
Nascido na cidade do Porto, em Portugal, em 1945, Artur Barrio veio para o Rio de Janeiro ainda criança, onde começou a dedicar-se à pintura em 1965. Dois anos mais tarde, ingressou na Escola Nacional de Belas Artes. Em 1969, criou suas "Situações", obras feitas com lixo, materiais orgânicos e objetos fora do convencional. No mesmo ano, lançou "Manifesto", um protesto "contra as categorias da arte" e a situação política e social do terceiro mundo. Barrio também fez instalações ao ar livre, tais como "Blooshluss" (1972), e esculturas com objetos cotidianos.
Em 1975, mudou-se para Paris. O Centro Georges Pompidou adquiriu seus cadernos e livros, como o "Livro da carne". Durante este período, criou performances, arte postal, esculturas, livros e cadernos de artista. Em 1982, expôs o conjunto de pinturas e desenhos intitulado "Série Africana", em que retomou a cor e a pintura. Três anos depois, participou da 17ª edição da Bienal Internacional de São Paulo.
Este ano, Barrio representará o Brasil na Bienal de Veneza, que começa no dia 4 de junho. Porém, até o momento, a Funarte ainda não liberou os R$ 400 mil destinados à produção do trabalho que será apresentado, ao transporte e aos custos do pavilhão brasileiro na bienal, o mais importante evento de arte contemporânea do mundo.
O Prêmio Velázquez de Artes Plásticas foi criado em 2002, em homenagem ao pintor espanhol Diego Rodríguez de Silva y Velázquez, com a intenção de ser uma premiação de caráter internacional para laurear a obra de um criador no âmbito das artes plásticas, em qualquer de suas manifestações. Em 2008, o brasileiro Cildo Meireles foi contemplado com o prêmio.
maio 9, 2011
Façam suas apostas por Nina Gazire, Istoé
Façam suas apostas
Matéria de Nina Gazire originalmente publicada na Istoé em 6 de maio de 2011.
Feira SP-Arte inaugura novo espaço dedicado a obras de grande porte, onde galerias expõem seus projetos especiais
Com o crescimento do mercado de arte, estima-se que as vendas e cifras da sétima edição da SP-Arte, a maior feira de arte da América Latina, também tenham aumento significativo. Em 2010, o recorde ficou com uma tela de Cândido Portinari, que não teve o título e o valor exato da venda revelados, mas especula-se que tenha ultrapassado os R$ 3 milhões. Embora a grande maioria das duas mil obras que estarão à venda este ano sejam contemporâneas, as maiores cifras das grandes feiras ainda são mesmo relativas à produção artística de meados do século XX. “As obras modernistas atingem valores mais altos por sua importância histórica.
É provável que esse padrão se repita, já que teremos artistas muito procurados, como Alfredo Volpi, Antônio Bandeira, o chileno Roberto Matta e o uruguaio Joaquín Torres García”, diz Fernanda Feitosa, diretora da SP-Arte. A expectativa também é alta em relação à arte contemporânea, alvo das novas gerações de colecionadores. Os brasileiros Waltercio Caldas, Antonio Dias e Cildo Meireles, bem cotados no mercado internacional, são citados por Fernanda como possíveis destaques.
Apostas feitas, o suspense em torno das vendas permanece. “O sucesso de um artista nunca é uma certeza”, pondera a galerista Luisa Strina, representante do baiano Marepe e do colombiano Gabriel Sierra. “Nunca sei qual será o resultado. Já levei para feiras internacionais artistas que estavam na Bienal de Veneza e nem por isso eles venderam bem”, comenta. Já a galerista Raquel Arnaud vincula o bom resultado à evidência. “Para a SP-Arte, levo todos os meus artistas, todos muito bons, mas hoje existe uma procura maior por Waltercio, Iole de Freitas e Carmela Gross, por terem exposto recentemente”, explica.
A presença de nomes internacionais também é uma tendência. A Galeria Leme traz o lituânio Zilvinas Kempinas, destaque da última Bienal de Veneza. Sua instalação “Lemniscate” estará exposta no 2º andar do Pavilhão da Bienal, novo espaço destinado a projetos especiais. O intuito é atrair instituições, museus e coleções corporativas interessadas em adquirir instalações artísticas, peças escultóricas e videoinstalações. Marepe, Gabriel Sierra e Marcelo Cidade são alguns dos artistas que desenvolveram trabalhos para essa sessão, obras que chegam a custar R$ 60 mil. “No ano passado vendemos para três grandes museus brasileiros e esperamos voltar a vender este ano para outras instituições”, comenta Eduardo Brandão, da Galeria Vermelho, que representa o artista Marcelo Cidade.
Assaltantes roubam obras de arte de caminhão em SP por Pedro Leal Fonseca, Folha de S. Paulo
Assaltantes roubam obras de arte de caminhão em SP
Matéria de Pedro Leal Fonseca originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 7 de maio de 2011.
Crime aconteceu em Mairiporã na rodovia Fernão Dias; carga iria para Bahia e Ceará
Um caminhão com obras de arte foi roubado às 23h30 da última terça-feira, na rodovia Fernão Dias, na altura do município de Mairiporã (a 37 km de São Paulo). O caso foi divulgado pela polícia apenas anteontem.
As peças -coletadas no Rio e em São Paulo, que seguiriam para Bahia e Ceará- incluíam trabalhos de Bruno Giorgi, Daniel Senise, Mario Cravo Júnior, Nelson Leirner, Rosângela Rennó e Tunga.
De acordo com o boletim de ocorrência divulgado pela polícia, o motorista e um ajudante foram rendidos por três homens armados em um veículo preto.
Parte do grupo rodou com as vítimas por cerca de 40 minutos no carro. Em seguida, eles foram levados para um matagal na região.
Por volta da 1h, a outra parte do bando, segundo o relato à polícia, foi até o local onde estavam as vítimas e entregou o caminhão vazio.
Em Salvador, 12 obras (de todos os artistas, menos de Rosângela Rennó) seriam entregues ao galerista Paulo Darzé, que avalia o conjunto que receberia em R$ 500 mil.
"É difícil vender essas obras. Acredito que os bandidos tenham se confundido, já que as peças estavam embaladas em caixas. Eles não deviam saber que eram quadros", afirmou.
Já a obra da fotógrafa mineira Rosângela Rennó havia sido vendida a um colecionador do Ceará pelo galerista carioca Artur Fidalgo.
Segundo ele, a fotografia é uma das mais importantes da artista. A obra faz parte da "Série Vermelha" e foi exposta na Bienal de Veneza.
Artistas de Recife deslocam eixo criativo para o Nordeste por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Artistas de Recife deslocam eixo criativo para o Nordeste
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 9 de maio de 2011.
Solares e selvagens. Essas são as palavras que uma nova leva de artistas de Recife mais usam para definir a natureza do que fazem e suas vidas na cidade que vem roubando os holofotes do saturado eixo Rio-São Paulo.
Talvez porque mesmo na época das chuvas fortes, o calor não dá um minuto de trégua. "Isso dilata, não deprime os corpos", diz o artista Aslan Cabral à Folha. "A gente tem certa selvageria."
Ele é um dos nomes mais novos a engrossar uma leva de artistas de pegada um tanto visceral que despontou em Recife. Antes dele, Rodrigo Braga, hoje no Rio, já fazia performances sugerindo uma comunhão viril com aspectos da flora e fauna locais.
Quer dizer, já costurou partes de um cachorro à própria cara, afundou em pântanos lamacentos com bodes e se cobriu de plantas e terra.
Nesse time, estão também artistas de fora que construíram seus trabalhos na capital pernambucana, como o alagoano Jonathas de Andrade, revelação que esteve na Bienal de São Paulo e foi um dos vencedores do último prêmio Marcantonio Vilaça, o gaúcho Cristiano Lenhardt e a artista paulista Violeta Cenzi.
Kilian Glasner, artista de Recife, não sente falta do movimento das metrópoles e diz que é possível montar o ateliê à beira da praia. Mas já viu que céu e mar, jangadas ao vento e outras paragens tropicais também estão ameaçados pela forte especulação imobiliária e o boom econômico que atinge a região.
"Isso que acontece aqui agora aconteceu em São Paulo há 30 anos", diz Glasner. "A gente vive um momento de grande transformação."
É um ponto contraditório na evolução da cidade, já que Recife virou ao mesmo tempo um centro regional, que atrai artistas de fora, e gira em torno do mercado concentrado no Sudeste. "É receber pessoas do entorno e orbitar centros maiores", diz o artista Jeims Duarte. "Essa ambivalência nos domina."
Domina e acelera ao mesmo tempo. Lenhardt, por exemplo, diz que é por causa do mercado de arte emergente na cidade que artistas ali têm mais liberdade, sem sofrer a pressão das grandes e mais poderosas galerias.
BRASILIDADE
Essa mesma pujança está agora em Recife numa grande mostra do Santander Cultural. Arrebanhadas por seus rastros de brasilidade, estão lá obras dos artistas mais caros no mercado de arte atual.
Adriana Varejão, Cildo Meireles, Beatriz Milhazes e Ernesto Neto são algumas grifes de um elenco estelar. Juntos, são artistas que desembarcam ali com o aval dos leilões e a fúria das feiras.
No vernissage, estavam todos esses jovens artistas recifenses, esperando a hora de entrar para a constelação.
maio 6, 2011
Mostra reúnes grandes artistas em torno da brasilidade por Flávia de Gusmão, jconline
Mostra reúnes grandes artistas em torno da brasilidade
Matéria de Flávia de Gusmão originalmente publicada no cultura do jconline em 5 de maio de 2011.
Obras de vários autores, de épocas distintas, utilizando os mais variados suportes questionam se é possível encontrar uma identidade nacional na arte contemporânea
Não está fácil encontrar ânimo para, em vez de ir direto para casa, dar uma parada em algum lugar ou, ainda, deixar o conforto do lar sequinho e se meter por ruas alagadas. A exposição Vestígios de brasilidade, que o Santander Cultural Recife inaugura nesta quinta-feira, às 19h30, para convidados e sexta para visitação pública, é um desses motivos de força maior, maior do que tudo. Se fôssemos pensar isoladamente nos argumentos que justificam a abertura deste parágrafo, poderíamos citar algumas obras de grandes artistas contemporâneos como Adriana Varejão e Beatriz Milhazes, que lá estarão, e também alguns modernistas famosos como Alfredo Volpi e Cícero Dias (que tem nesta mostra uma tela nunca antes vista em Pernambuco). No entanto - e aqui retomamos a ideia de algo superior que se sobrepõe à própria natureza individualista e imperiosa - o conceito que se esconde por trás do todo é ainda mais apetecível aos olhos e à mente, mais instigante.
O trabalho do carioca Marcelo Campos, professor Adjunto do Departamento de Teoria e História da Arte e coordenador da graduação em artes do Instituto de Artes da UERJ, nos pega delicadamente pelos dedos já a partir do título. Ao sugerir que vai nos ofertar “apenas” vestígios ele abdica da pretensão de entregar um pacote lacrado, com conteúdo delimitado. Mas nem de longe o curador se exime de uma tomada de posição: “Existe, sim, uma contemporaneidade com identidade brasileira”, defende Campos.
Como um detetive em busca de pistas, ou vestígios, Marcelo Campos dividiu a exploração em sete eixos temáticos, distribuídos em 57 obras de 42 artistas, começando com “Quarta-Feira de Cinzas” e terminando com “Casa”. Artistas de várias épocas estão presentes nesta grande reunião de brasilidade, mais ou menos explícita: Ana Elisa Igreja, Chelpa Ferro, Cildo Meireles, Luiz Zerbini, Guignard, Nelson Leirner, Mauro Piva, Carybé e os pernambucanos Roberto Lúcio, Cícero Dias e Marcelo Gomes (cineasta).
maio 4, 2011
Ministra na berlinda por Jotabê Medeiros, estadao.com.br
Ministra na berlinda
Matéria de Jotabê Medeiros originalmente publicada no cultura do estadao.com.br em 4 de maio de 2011.
No Congresso, no PT e entre os ativistas, crescem boatos sobre sua queda iminente
Cresce a possibilidade concreta de a presidente Dilma Rousseff trocar a chefia do Ministério da Cultura. Após 5 meses à frente da pasta, a ministra Ana de Hollanda dá sinais de esgotamento e isolamento - e fontes do governo dizem que a presidente está incomodada com a "paralisia" no setor cultural. No Congresso Nacional, os deputados da base de apoio ao governo já pressionam fortemente para que seja tomada uma decisão que destrave o MinC - falando abertamente na demissão da ministra.
"Uma pessoa não pode continuar no Ministério da Cultura para barrar uma política que já foi aprovada nas urnas. É isso que está em jogo. Se não existisse uma política construída, poderíamos ter um grau de tolerância maior (em relação à ministra), mas se ela achar que não pode conduzir essa política, deve ser substituída. Senão, pode acabar respingando na presidenta", disse o deputado José Nazareno Cardeal Fonteles, do PT do Piauí.
Fonteles assinou o manifesto que circula na internet, subscrito até ontem por mais de 2 mil pessoas, e que pede mudança urgente nos rumos do MinC. Nazareno integra a Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Ontem, o deputado Alexandre Molon (PT-RJ) pediu uma audiência na Comissão de Educação e Cultura da Câmara para discutir as relações entre o MinC e o Ecad.
Os rumores sobre a queda de Ana de Hollanda tiveram o volume aumentado após revelações, pelo Estado e pelo jornal O Globo, de fraudes no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad). A ministra manifestou-se abertamente, repetidas vezes, contra a fiscalização no órgão. O Globo chegou a divulgar emails de dirigentes do Ecad que se referem a uma certa "amiga do Ecad" no MinC.
Em Brasília, dois nomes já foram até cogitados publicamente para substituir Ana de Hollanda. Ambos são seus secretários: Marta Porto e Sérgio Mamberti. O primeiro surgiu no blog do jornalista Renato Rovai, que tem relações próximas no PT e edita a revista Forum. "Uma parte do setor petista que está no Ministério da Cultura tem conversado sobre o nome de Marta Porto, atual secretária de Cidadania e Diversidade Cultural, para substituir a atual ministra Ana de Holanda", escreveu Rovai.
"Este blogue conversou com diferentes pessoas que foram consultadas sobre o que achavam da substituição. A articulação passa pela sala do presidente da Funarte, Antonio Grassi, que teria se convencido de que não está valendo à pena sustentar Ana de Holanda no cargo. Grassi, um dos principais articuladores do nome de Ana, discordou dela quando da retirada do Creative Commons do site do MinC, mas não levou o debate a público", finaliza o texto.
A contrariedade com a ministra também chegou ao Senado. Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) diz que já há elementos suficientes para pedir uma CPI "sobre as relações do Ministério da Cultura com o Ecad", o que ele pretende fazer nos próximos dias. O senador Rodrigues pensa em inquirir a ministra sobre recente sabatina a que ela foi submetida no Congresso, na qual ela teria dito: "Vocês acham que a Dilma nomearia uma ministra com relações com o Ecad?" A se confirmar o conteúdo nos emails trocados entre dirigentes do Ecad, a ministra poderia ter mentido no plenário sobre suas relações com o órgão. "A gente parte do pressuposto de que o que é dito por um ministro de Estado é a verdade, mas o que ela disse não está combinando com os fatos que estão surgindo", afirmou.
Nota do MinC, ontem, dizia o seguinte: "Nessa reta de finalização do anteprojeto que atualiza a Lei de Direitos Autorais, é papel do MinC ter interlocução com todos os segmentos envolvidos no tema. Isso não significa, de maneira alguma, dar abertura para quaisquer tratativas que não as estritamente permitidas e recomendadas pela ética".
O ator José de Abreu, que manteve uma postura ponderada até alguns dias atrás, dizendo torcer pelo sucesso de Ana de Hollanda e de uma agenda positiva, já aderiu também ao movimento pela substituição da ministra. "Conversei com companheiros da base aliada. Parlamentares, membros dos partidos, ministros e ex-ministros. Refleti e cheguei a uma conclusão", disse o ator. "Na semana passada comuniquei à ministra que retirava meu apoio." Segundo Abreu, a Carta Aberta à Presidente Dilma já deveria ter circulado há dois meses, mas ele próprio pediu paciência aos militantes para segurar o documento.
Consultadas, fontes oficiais do MinC dizem considerar tudo uma boataria, plantada por interesses alheios ao debate que se trava no MinC neste momento. Mas os atos da ministra têm provocado reações imediatas. Nota do ministério desmentindo qualquer vinculação da pasta com o Ecad, ontem, indiretamente acusava a gestão anterior, de Juca Ferreira e Gilberto Gil, de não ter feito o debate sobre o direito autoral de forma transparente e democrática. Com isso, a grita contra Ana só fez crescer no Twitter.
Debret retrata vastidão do Sul do país por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Debret retrata vastidão do Sul do país
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 4 de maio de 2011.
Numa série pouco conhecida de aquarelas, artista que integrou missão francesa vai além da crônica da corte
Composições revelam talento colorístico do autor e o surgimento de um olhar mais moderno lançado às paisagens
Longe da vida na corte, de senhoras abastadas e mucamas que se arrastam pelo chão, o francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848) retratou um Brasil vasto e vazio, num conjunto de aquarelas até agora quase desconhecido.
Historiadores divergem se esses trabalhos do começo do século 19 foram fruto de viagens para o Sul ou se suas vistas de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram reinterpretadas de desenhos de terceiros.
Mas não importa. Nas obras agora reunidas na Caixa Cultural, Debret, que integrou a missão francesa ao Brasil, surge como um colorista virtuoso. Suas paisagens destoam da mera catalogação que marcou boa parte de sua obra e vão muito além do pendor tímido de suas pinturas neoclássicas.
No meio dos descampados, orlas brilhando num sol difuso, Debret arriscou até mesmo toques modernos em suas composições. Uma vista de Florianópolis corta sem dó os mastros dos barcos, o mesmo enquadramento fotográfico que marcaria mais tarde as obras de artistas impressionistas como Degas.
Também retrata uma igreja vista de costas, invertendo a reverência aos ícones católicos e arriscando um olhar atípico sobre as vilas do Sul.
"Ele parece sempre olhar de longe, de cima, como se estivesse num mirante", observa a curadora da mostra, Anna Paola Baptista. "Existe essa amplidão, enquanto no Rio ele é o artista que se confunde com a vida da cidade."
Tanto que algumas de suas aquarelas do Rio vão além da ilustração de cenas de costume e se tornam crônicas ácidas da vida na corte.
Numa delas, Debret mostra uma senhora branca sentada num banco com suas escravas no chão, algumas delas com feições animalescas. Atrás dela, um chicote aparece encostado na parede.
Noutra obra, o artista mostra o porão de uma casa de ricos, expondo a arquitetura de segregação que regia a corte. "Ele vem da França iluminista e chega a uma sociedade muito diferente", resume Baptista. "Debret é a memória que ficou dessa época."
maio 3, 2011
Europalia: Carta à Ministra da Cultura Ana de Hollanda / Ao Presidente da FUNARTE Antonio Grassi
Europalia: Carta à Ministra da Cultura Ana de Hollanda / Ao Presidente da FUNARTE Antonio Grassi
À Ministra da Cultura Ana de Hollanda
Ao Presidente da FUNARTE Antonio Grassi
Excelentíssima Senhora Ministra da Cultura,
Ilustríssimo Senhor Presidente da Funarte
Nós, artistas visuais e profissionais da área, reunidos nacionalmente em torno do Festival Europalia 2011 - mostra de repercussão internacional que acontece bienalmente desde 1969 na Bélgica, cujo tema deste ano será o Brasil - manifestamos nossa apreensão quanto à condução da organização do referido projeto por este Ministério, órgão que deve implementar a política que promoverá a cultura produzida no
país, dentro e fora deste.
Desde maio de 2010 vínhamos desenvolvendo um diálogo com os curadores do Festival sobre as obras que deveriam ser elaboradas para o evento. Datam de novembro de 2010 e janeiro de 2011 as cartas-convites oficiais que recebemos da produção do evento e do MHKA - Museu de Arte Contemporânea da Antuérpia - para participar da exposição intitulada “Rua”, assinadas pelo curador, Dieter Roelstraete, por Bart De Baere, curador da exposição e diretor do Museu, e por Paulo Herkenhoff, curador geral do Festival Europalia 2011 e co-curador da exposição.
Foi com espanto e descontentamento que ficamos sabendo, através da imprensa, praticamente às vésperas do evento, da drástica mudança conceitual e estrutural dasmostras. Um evento desta grandeza não se organiza de uma hora para outra. É inviável, a menos de 8 meses da abertura do Festival, reinventar-se um projeto que vinha sendo desenvolvido há pelo menos um ano. Além disso, alguns trabalhos já vinham sendo desenvolvidos pelos artistas, tal a sua complexidade. Outros não poderão mais ser concluídos pois não haverá tempo hábil para a concretização da pesquisa, feita in loco.
A decisão de suspender o processo já em curso nada mais é do que um sintoma da falta de maturidade e falta de continuidade da parte de nossa política cultural, um desserviço que não está à altura da Arte produzida no Brasil, em todas as suas manifestações. A Arte Contemporânea Brasileira conquistou respeito e notoriedade internacionais por conta da excelência de seus artistas e curadores, e merece ser tratada com mais responsabilidade.
Estamos num momento ímpar de construção e afirmação do Brasil enquanto nação, que ocupa hoje posição de destaque no cenário político mundial. A cultura aqui produzida contribui sobremaneira para fazer reverberar essa atenção. O Estado tem uma responsabilidade com a Arte e a Cultura Brasileira como bens maiores, moedas de troca de valor incomensurável. É exigido de seus agentes institucionais tal compreensão.
Neste sentido, esperamos transparência e zelo das instituições envolvidas - no caso, o Ministério da Cultura (MinC) - quanto ao processo de organização e condução de programas dessa magnitude, capazes de projetar internacionalmente a imagem do Brasil de maneira exemplar, bem como sua capacidade de integração e interlocução com seus artistas, pensadores e produtores de cultura.
Assim, solicitamos ao MinC que tome uma posição sobre o Festival Europalia 2011, prestando aos artistas e profissionais envolvidos esclarecimentos cabíveis sobre essa constrangedora situação. Que comissão de notáveis comporá esta nova curadoria? Que conceitos nortearão estas mostras? Nós, artistas, entendemos que honrar um compromisso não significa apenas realizar o evento, mas zelar por seu
profissionalismo e excelência. Limitações orçamentárias não justificam uma apresentação aquém da riqueza da Arte Brasileira. Condenar ao esquecimento e ignorar o trabalho já desenvolvido por artistas convidados é um crime contra a cultura.
Não podemos deixar de manifestar também nossa frustração de não vermos concretizado o projeto que vinha sendo desenhado pelo Curador Geral, Paulo Herkenhoff. Herkenhoff é um curador respeitado internacionalmente, notório conhecedor da arte brasileira em toda a sua diversidade e em sua dimensão
continental. O Festival Europalia é um evento de grande porte, ocupando dezenas de instituições belgas, e exige uma abordagem ambiciosa. O projeto que Herkenhoff, elaborava, como curador oficial, estava à altura deste desafio. Tudo estava sendo feito com o apoio explícito da equipe do Europalia e diretores das instituições na Bélgica, com a aprovação tácita do MinC no Brasil. A classe artística estava muito
confiante de que o Festival seria uma mostra memorável, capaz de revelar em profundidade a força da Arte Brasileira.
Certos de que a nova gestão assumiu o compromisso de afirmação dos propósitos maiores deste Ministério, solicitamos para o mais breve possível uma audiência de um grupo de representantes dos artistas, curadores e produtores brasileiros envolvidos com o evento com o Presidente da Funarte Antonio Grassi e com a Ministra Ana de Hollanda, a fim de esclarecermos esse processo e discutirmos providências e desdobramentos cabíveis das questões mais relevantes aqui apontadas.
Atenciosamente,
Signatários em ordem alfabética
Exposição “A Rua” - MuHKA - Museu de Arte Contemporânea da Antuérpia
Artistas:
01- Alexandre Vogler – artista visual
02- Antonio Manuel – artista visual
03- Arthur Omar – artista visual
04- Carlito Carvalhosa – artista visual
05- Ernesto Neto – artista visual
06- Evandro Teixeira - fotojornalista
07- Guga Ferraz – artista visual
08- Joana Traub Cseko – artista visual
09- Jorge Mario Jáuregui – arquiteto
10- Lucia Laguna – artista visual
11- Marcio Botner – artista visual
12- Marcos Chaves – artista visual
13- Miguel Rio Branco – artista visual
14- Mauricio Dias – artista visual
15- Montez Magno – artista visual
16- Paula Trope – artista visual
17- Raul Mourão – artista visual
18- Ricardo Basbaum – artista visual
19- Ronald Duarte – artista visual
20- Rosana Palazyan – artista visual
21- Simone Michelin - artista visual
22- Walter Carvalho - cineasta
23- Waltercio Caldas – artista visual
24- Walter Riedweg – artista visual
Galerias, Produtores e Instituições:
25- A Gentil Carioca – galeria de arte
26- Alessandra Clark – Associação Cultural "O Mundo de Lygia Clark"
27- Laura Marsiaj Arte Contemporânea – galeria de arte
28- Paula Pape – Projeto Lygia Pape
29- Suzy Muniz - Suzy Muniz Produções Produções
Outras mostras do Festival (entre artistas, curadores e instituições):
30- Adriana Varejão – artista visual
31- Alexandre Veras – artista e curador - Alpendre
32- Alpendre - Casa de Arte Pesquisa e Produção - Fortaleza
33- Bel Fernandes - Vertigo Produção Cultural
34- Clarissa Diniz – curadora
35- Eduardo Frota – artista e curador - Alpendre
36- Eli Sudbrack – Assume Astro Focus – artista e curador
37- Fernando Cocchiarale – curador
38- Lisette Lagnado - curador
39- Margareth de Moraes - MM Museologia e Projetos Culturais
40- Maria Julia Vieira Pinheiro – produtora
41- Orlando Maneschy – artista e curador
42- Rafael Cardoso – curador
43- Roberto Conduru – curador
44- Solon Ribeiro – artista e curador - Alpendre
45-Wilson Lázaro - curador do Museu Bispo do Rosário
Entre outros
Em 3 de março de 2011.
*** Esta carta será encaminhada à Bart De Baere , diretor do MuHKA – Museu de Arte Contemporânea da Antuérpia – e curador da exposição “A Rua” , e para Dieter Roelstraete, curador da exposição "A Rua", para que estejam cientes dos fatos aqui relacionados.
Leia : Europalia: Relato das negociações por artistas, curadores e produtores
Adriano de Aquino cria projeto enxuto para o festival Europalia por Suzana Velasco, O Globo
Europalia: Relato das negociações por artistas, curadores e produtores
Aos artistas, produtores, curadores, críticos, professores e demais profissionais de artes visuais
Rio de Janeiro, 29 de abril de 2011.
Os que assinam este RELATÓRIO são artistas, curadores e produtores formalmente convidados a participar do festival Europália, a se realizar na Bélgica ainda em 2011. O engajamento nas ações abaixo relatadas se deu de maneira voluntária, independente de qualquer órgão ou associação representativa, como resposta ao modo pelo qual o Ministério da Cultura do Brasil conduziu as negociações em curso desde a gestão passada.
Inicialmente, relatamos as etapas de nossa mobilização; no final do documento, apontamos uma pauta de sugestões encaminhadas ao MinC/Funarte.
Cronologia dos Fatos:
1- Como é publicamente conhecido, em 20 de maio de 2010 o ex-ministro Juca Ferreira assinou
o acordo que oficializou a participação do Brasil na 23ª edição do festival Europalia, como país
homenageado, num projeto que inicialmente congregava mais de 20 exposições, seminários, etc,
ocupando dezenas de instituições. Em edições anteriores, já participaram Itália (2003), Russia (2005)
e China (2009), entre outros países. (ver: http://www.cultura.gov.br/site/2010/05/24/europalia-brasil/).
2- Durante o ano de 2010 o festival foi sendo estruturado, com convites de participação a artistas,
curadores e produtores, feitos com o aval e acompanhamento do MinC. Foram realizadas dezenas
de reuniões entre os curadores, produtores e representantes do MinC, além de sistemática troca
de e-mails (processo que consta em um dossiê que apresentamos em reunião com a Ministra
Ana de Hollanda e ao Presidente Antonio Grassi em 18/03/2011). Esses profissionais vinham
trabalhando durante todo esse período, em vista do curto prazo até a realização do evento, cuja
abertura está programada para 4 de outubro de 2011. Em 17/11/2010, na Conferência de Imprensa
em Bruxelas, Paulo Herkenhoff, como Curador Geral do evento, juntamente com o Comissário
Geral para Europalia, Sergio Mamberti, anunciaram a programação de artes visuais, já discutida e
preliminarmentedesenvolvida com as instituições belgas. (ver http://www.europalia.be/IMG/pdf/press-
dossier_en.pdf).
3- Em fevereiro deste ano, o MinC brutalmente interrompeu o desenvolvimento do projeto original,
causando a perplexidade de todos nós, profissionais envolvidos no evento.
Ainda que alguns de nós tenhamos trabalhado por quase um ano, sem nenhuma remuneração,
tivemos conhecimento apenas através da imprensa das drásticas mudanças conceituais e estruturais
no evento, ocorridas em fevereiro de 2011. Com a troca no governo federal, meses antes da abertura
do Festival, quase todo o programa original do evento foi cancelado (com algumas poucas exceções,
eventualmente reformuladas), pondo em risco a consistência e a profundidade de um programa de
importância para a Arte Brasileira e sua visibilidade na cena internacional.
4- Ao reconhecer o que parece ser uma crônica desorganização na gestão pública da cultura
brasileira, enviamos uma carta, dirigida à ministra da Cultura, Sra. Ana de Holanda, e ao Presidente
da Funarte, Sr Antonio Grassi, manifestando nossas críticas e apreensões na condução do referido
evento, e solicitando uma audiência. O documento, com 45 assinaturas de participantes, foi
encaminhado ao MinC e Funarte no dia 03/03/11. Todos os profissionais contactados aderiram
ao documento. Ficou claro o desconforto da classe com o mau gerenciamento do MinC sobre o
Europalia 2011.
5- A carta foi respondida pelo MinC/Funarte, com proposta de reunião para 18/03/11, na sede da
Representação do MinC no Rio de Janeiro. Na reunião, estavam presentes a Ministra da Cultura Sra.
Ana de Hollanda, o Presidente da Funarte Sr. Antonio Grassi, o Diretor do Centro de Artes Visuais
da Funarte Sr. Xico Chaves, e um grupo de artistas e profissionais participantes, que assinaram a
carta inicial, composto por Ernesto Neto (artista), Jorge Jauregui (arquiteto), Margareth de Moraes
(produtora), Maurício Dias (artista), Paula Trope (artista), Rafael Cardoso (curador), Ricardo Basbaum
(artista), Rosana Palazyan (artista) e Suzy Muniz (produtora).
A pauta do encontro, elaborada pelo grupo, se concentrou em dois pontos:
1- A solicitação de esclarecimento sobre a organização do evento Europália pelo MinC. Manifestamos
nosso descontentamento com as radicais mudanças no projeto, a menos de um ano de sua abertura;
2- A visível falta de continuidade e de transparência no conceito e na condução das políticas de
representação internacional da arte e cultura brasileiras no exterior, sintoma da falta de um programa
mais efetivo e democrático para a Cultura no país.
Como sabíamos que o processo de modificação e redirecionamento do festival Europália era àquela
altura irreversível, a principal argumentação do grupo visou reivindicar que o MinC cumpra as
responsabilidades que lhes são cabidas.
Nesse sentido, sugerimos:
1- A criação imediata de uma comissão permanente, legitimada publicamente, composta por
representantes dos diferentes segmentos do circuito de artes (artistas, curadores, críticos de
arte, diretores de museus e instituições de arte e representantes de órgãos governamentais), que
participem na elaboração e implementação de políticas para a área. No modelo atual, os artistas e
profissionais brasileiros não contam com nenhum apoio governamental pré-definido, tal como: (a)
verbas de apoio para transporte de obras; (b) passagens e estadia de artistas; (c) honorários por
projetos novos; (d) facilitações para exportações temporárias das obras que representam o país
em tais certames; (e) não há políticas de apoio à participações e convites aos artistas brasileiros
no calendário regular das exposições internacionais tais como a Documenta de Kassel, a Bienal de
Veneza e outras bienais e festivais de arte contemporânea. Isto torna-se um erro grave, com riscos
de perpetuação, no momento em que o mercado e a pesquisa de arte contemporânea internacional
enfatizam a presença da produção brasileira moderna e contemporânea.
A proposta acima foi apresentada na primeira reunião e bem recebida pelos membros do MinC e da
Funarte.
É importante lembrar que embora o MinC tenha criado o Programa Brasil Arte Contemporânea,
(Portaria Nº 61 de 28/08/09), “com o objetivo de estabelecer instrumentos à internacionalização da
arte contemporânea brasileira”, nos parece que este não foi ainda implantado. O gerenciamento
do festival Europalia talvez pudesse ter sido melhor conduzido se estivesse sob responsabilidade
do “Comitê Brasileiro de Internacionalização e Economia da Arte Contemporânea - CBIEAC” (Art.
7º), composto por representantes de diversos segmentos do circuito de arte. Consideramos que este
instrumento deve ser discutido, implementado e aperfeiçoado. Desde já, apontamos que o CBIEAC
deve ser modificado para incluir uma representação mais significativa de artistas, que não estão
corretamente contemplados na sua atual formulação.
Consideramos que a participação da classe – artistas e demais profissionais do circuito, assim
como representantes do Colegiado Setorial de Artes Visuais e demais órgãos de representação –
seja fundamental para a implementação e fiscalização desse Comitê e Programa. Essa posição, já
manifestada no primeiro encontro, será mantida na reunião que está para ser confirmada pelo MinC.
Estamos no momento em contato com o MinC aguardando a data para uma nova reunião para
continuar a tratar deste assunto.
Seguem em anexo a carta encaminhada à ministra, com a relação dos profissionais que assinaram o
documento, assim como o cronograma do processo relatado acima.
Atenciosamente,
Ernesto Neto (artista), Jorge Jauregui (arquiteto), Margareth de Moraes (produtora), Maurício Dias
(artista), Paula Trope (artista), Rafael Cardoso (curador), Ricardo Basbaum (artista) e Rosana
Palazyan (artista)
Anexo I – CARTA À MINISTRA
Anexo II – CRONOGRAMA
04/10/09 - assinatura do protocolo de intenções do festival Europalia por Sergio Manberti, na
Presença do Presidente Lula e do Primeiro Ministro Belga Herman Van Rompuy;
http://www.cultura.gov.br/site/2009/10/05/festival-cultural-europeu/
20/05/10 - assinatura do acordo entre Juca Ferreira e Claude Misson (Embaixador da Belgica no
Brasil) para a realização do festival Europalia Brasil;http://www.cultura.gov.br/site/2010/05/24/
europalia-brasil/
17/10/10 - Conferência de imprensa no Palais d'Egmont, Bruxelas, lança o primeiro esboço do
programa para o festival Europalia, que indica a presença de Paulo Herkenhoff como "curador geral
de exposições" do evento; http://www.europalia.be/IMG/pdf/press-dossier_en.pdf
24/02/11 - O Globo: "Adriano de Aquino cria projeto enxuto para o festival Europalia";
26/02/11 - O Globo: "Mudança no festival Europalia revolta os artistas convidados";
03/03/11 - envio da carta à Ministra/Funarte pelo grupo de artistas e profissionais;
17/03/11 - primeira reunião preparatória dos artistas e profissionais;
18/03/11 - encontro com a Ministra e Presidente da Funarte; http://www.cultura.gov.br/site/2011/03/
17/18-de-marco/
20/03/11 - O Globo, nota sobre o encontro;
30/03/11 - segunda reunião preparatória dos artistas e profissionais;
31/03/11 - encontro com Diretor do Centro de Artes Visuais da Funarte, adiado;
em data a ser definida - novo encontro com MinC/Funarte
Leia : À Ministra da Cultura Ana de Hollanda / Ao Presidente da FUNARTE Antonio Grassi
Adriano de Aquino cria projeto enxuto para o festival Europalia por Suzana Velasco, O Globo
maio 2, 2011
Novos laços por Paula Alzugaray, Istoé
Novos laços
Matéria de Paula Alzugaray originalmente publicada na Istoé em 29 de abril de 2011.
Galerias recém-abertas em São Paulo e no Rio resgatam e lançam artistas
O jovem colecionador João Grispum Ferraz percebeu que poderia diversificar sua relação com a arte contemporânea e virar marchand quando, no ano passado, intermediou a venda de dois trabalhos de Rodrigo Andrade e de Fabio Miguez, dois artistas que integram sua coleção. “Eles estavam em fase de mudança de galeria e acabei recomendando seus trabalhos para outros colecionadores”, conta o cientista político João Ferraz, que nos últimos anos também exerceu a função de curador em diversas ocasiões. Outros sinais – como o definitivo aquecimento do mercado de arte brasileiro – foram determinantes para que ele encontrasse no empresário Jayme Vargas, no advogado Rodrigo Monteiro de Castro e no engenheiro químico Francisco de Assis Esmeraldo – todos colecionadores – a parceria ideal para a criação da Galeria Transversal. Cada um contribuiu com seu estilo próprio para a formação de um elenco eclético. Inaugurada em abril, em São Paulo, a galeria reúne artistas de várias gerações: desde veteranos, como a escultora e desenhista Esther Grispum, da geração 80, que inaugura individual no sábado 7 de maio, até aqueles que nunca foram representados por uma galeria, como o pintor Felipe Góes, o fotógrafo Nelson Kon e o grafiteiro André Farkas, que pintou a fachada do edifício na Barra Funda.
No Rio, a novíssima Luciana Caravello Arte Contemporânea inaugurou na quarta-feira 27 com uma mostra coletiva na qual participam seus 20 artistas, entre os quais o veterano Luiz Hermano e os estreantes Felipe Bertarelli e Ricardo Villa. “Acho que o Rio de Janeiro, como todo o Brasil, está num momento muito bom. Muitos artistas, com visibilidade no Exterior, são daqui e moram aqui. Eu participo da SP-Arte, sempre com bons resultados.
E agora também teremos uma feira local, a Feira de Arte do Rio, e acredito que ficaremos mais em evidência, fazendo parte do circuito. Estou muito otimista”, diz Luciana Caravello, que desfez a sociedade da Arte em Dobro para começar o novo projeto solo, em um sobrado em Ipanema totalmente reformado.
Mostra em SP explora viés tecnológico da arte por Fabio Cypriano, Folha de S. Paulo
Mostra em SP explora viés tecnológico da arte
Matéria de Fabio Cypriano originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 2 de maio de 2011.
O binômio arte e tecnologia tem se constituído, ao menos no Brasil, num segmento composto especialmente por pesquisadores ligados ao mundo acadêmico.
"Perceptum Mutantis", mostra no MIS (Museu da Imagem e do Som), em São Paulo, aponta que essa característica não se restringe ao território nacional.
"Na Argentina também se percebe que grande parte dos artistas ensinam na universidade e possuem forte relação com o mundo acadêmico, pois ele é quem fomenta o experimentalismo", diz Daniela Bousso, diretora do MIS e curadora da mostra.
Ela selecionou para a exposição os argentinos Leo Nuñez, Augusto Zanela, Mariano Sardón e Hernán Marina, além dos brasileiros Katia Maciel e André Parente, que também estão em cartaz na Fundación Telefônica, até 11 de junho, com a retrospectiva "Infinito Paisage", em outra curadoria de Bousso.
As duas exposições foram feitas por meio de uma iniciativa da Fundación Telefônica argentina, que se dedica exclusivamente à pesquisa de arte e tecnologia.
"Para nós faz todo sentido esse intercâmbio com o Brasil, pois a produção de vocês é de ponta, e já vínhamos trabalhando com vários artistas daí, como Eduardo Kac, e os próprios André Parente e Katia Maciel", disse Alejandrina D'Elia, gerente do Espacio Fundación Telefonica, em Buenos Aires.
CENAS ANTOLÓGICAS
Na capital argentina, o casal de artistas brasileiros pode ser visto em 11 trabalhos. Entre eles, está "Circuladô", de Parente, única presente tanto na mostra de Buenos Aires como na de São Paulo, onde ela ocupa o espaço central do MIS.
A obra é composta por uma série de cenas antológicas de cinema com personagens que ficam dando voltas em si mesmo e multiplicadas em formato circular, como o Corisco, de "Deus e o Diabo na Terra do Sol".
O visitante pode, então, acionar um mecanismo no centro da sala, o que costuma ser chamado de arte interativa, escolhendo qual personagem ele quer que gire.
Em Buenos Aires, contudo, está a obra mais complexa de Parente, "Visorama" (2010), uma sala que tem uma projeção com o Gabinete Real de Leitura, no Rio, e que, por meio de um binóculo suspenso por uma grua, o visitante pode percorrer o espaço, como se estivesse voando nele.
De forma geral, nas duas mostras, a técnica é sempre algo surpreendente, mas ela nem sempre consegue escapar de ser apenas um mostruário de novos aparatos sofisticados e complexos usados com boas ideias.
Após revoltas, arte do Egito ganha Bienal de Veneza e mostra em SP por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Após revoltas, arte do Egito ganha Bienal de Veneza e mostra em SP
Matéria de Silas Martí originalmente publicada na Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 2 de maio de 2011.
No dia depois da queda do ditador egípcio Hosni Mubarak, deposto em fevereiro a um custo de 300 mortes, começou a limpeza da praça Tahrir, epicentro da revolta no Cairo. Tentavam devolver a ordem, apagando marcas da revolução, entre elas pichações e desenhos nas ruas.
Um rosto estampado nos muros era o de Ahmed Bassiouny, artista morto ao filmar os conflitos que puseram fim à ditadura.
Sua obra, ao contrário da cara apagada na faxina, vai estar no pavilhão egípcio da Bienal de Veneza no mês que vem --reflexo da revolução na cena estrelada das artes.
Mas, fora da grande vitrine que é a mostra italiana, uma produção urgente surgiu nas ruas do Cairo. São vídeos e músicas feitos no calor do confronto, divulgados nas redes sociais, além de desenhos pelos muros da cidade.
Numa ponte direta com São Paulo, esses trabalhos viscerais chegam aos poucos à Matilha Cultural, no centro, que organiza uma espécie de mostra em progresso com vídeos e arte de rua enviados à galeria a todo instante.
"São manifestações artísticas da revolta", diz o curador Demétrio Portugal. "Sintonizamos um canal e veio uma enxurrada de informação."
No caso, o canal é o mesmo que turbinou a revolta popular no Egito. Maya Gowaily, jovem artista do Cairo, documentou todo grafite que viu pelas ruas e postou numa página do Facebook.
"Não viram que isso faz parte da revolução", diz ela. "Há muito mais a fazer ainda e tudo tem de ser documentado, é parte da história."
Essas imagens, aliás, mostram como a história foi reescrita em tempo real. Grafiteiros adotaram a águia de cabeça para baixo, inversão do símbolo do ditador, como um dos ícones da mudança.
Nos mesmos moldes, pouco apuro estético e muita agressividade, o ativista Aalam Wassef revela num vídeo como criou um herói falso para destronar o regime.
Foi sua alcunha virtual, Ahmad Sherif, que liderou revoltas contra o ditador. Um dos líderes do partido aparece comparado a um doberman num vídeo, hoje entre os primeiros resultados de uma busca do Google.
"Estética, na hora, não era minha preocupação", diz Wassef à Folha. "Mas sem dúvida isso é arte. Pensei, enquanto fazia isso, que um outro tipo de estética pudesse surgir dessa situação."