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fevereiro 27, 2008
Abaixo-assinado pela manutenção da sub-área do CNPq para Ensino da Arte
Abaixo-assinado pela manutenção da sub-área do CNPq para Ensino da Arte
Somos inúmeros pesquisadores que dependem do CNPq onde absurdamente a área de ensino de arte (Ed. Artística) fora retirada da subárea de Artes, o que certamente implica em retrocessos e perdas para todo nós - o meio produtivo da Arte. (trecho retirado de mensagem que circula na internet)
Ao CNPq
Caro Professor Marco Antônio Zago,
Na tabela de identificação de áreas e sub áreas que será futuramente adotada pelo CNPq não consta a subárea hoje denominada Educação Artística.
Pedimos, encarecidamente, que na nova tabela conste a sub área Arte/Educação ou Ensino da Arte, que são designações mais atualizadas.
Manifestei-me na ocasião em que a atualização da tabela foi proposta e me surpreendi com o fato de que a sub-área "Educação Artística" foi eliminada e não renomeada, como pretendíamos.
Atenciosamente,
Profa. Dra. Ana Mae Tavares Bastos Barbosa e, em apoio, os Abaixo-assinados.
Assine a petição juntando-se às atuais 2800 assinaturas no Petitiononline.
Masp vai do modernismo à arte contemporânea, por Silas Martí, Folha de São Paulo
Masp vai do modernismo à arte contemporânea
Matéria de Silas Martí, originalmente publicada na Folha de São Paulo, no dia 27 de fevereiro de 2008
Mostra reúne trabalhos de nomes como Portinari, Malfatti, Volpi, Geraldo de Barros, Rego Monteiro, Tarsila e Flavio de Carvalho
Seria preciso encavalar os espaços para contar esta história. Na porta do primeiro andar do Masp (Museu de Arte de São Paulo), o curador Teixeira Coelho conclui que é difícil dispor as obras da exposição que inaugura hoje sem criar uma falsa cronologia e, ao mesmo tempo, tentar ser fiel ao conceito de modernidade que quis ilustrar.
Reunindo 135 obras de 74 artistas brasileiros, a mostra abarca um período que vai de 1911 a 1980, ou seja, do início do modernismo à era contemporânea. "Vi que, enquanto havia artistas que queriam ser modernos, como Portinari e Segall, outros queriam ficar de fora dessa modernidade", diz Coelho, que escolheu os trabalhos entre os 3.500 da coleção particular do banco Itaú.
Obras antes expostas na sede do banco, na zona sul de São Paulo, agora ganham o espaço do Masp, na primeira grande exposição de artistas brasileiros após o furto de duas telas do museu, um Picasso e um Portinari, em dezembro de 2007.
Divididas em cinco grupos, as obras da exposição que será aberta hoje mostram como Lasar Segall, Flavio de Carvalho, Candido Portinari, Anita Malfatti, Vicente do Rego Monteiro, Maria Martins, Alfredo Volpi e Geraldo de Barros, entre outros, aderiram ou não aos cânones do modernismo.
Percurso comportado
Longe da polêmica causada pelo projeto da cenógrafa Bia Lessa, que pôs algumas obras no chão do Itaú Cultural no ano passado, quando o banco expôs destaques de sua coleção de arte contemporânea, a museografia de Daniela Thomas é mais comportada e tenta juntar, com portas e janelas, idéias simultâneas de modernidade.
A grande tela "Transporte do Café" (1960), de Portinari, recebe o público da mostra. Os retratos "A Pequena Aldeã" (1911), de Lasar Segall, e "Retrato de Renato Magalhães Gouvêa" (1964), de Flavio de Carvalho, seguem, neste primeiro momento, a preocupação exacerbada com a forma que marcou o modernismo brasileiro.
Um retorno à simplicidade, retratos imediatistas da paisagem do país em mutação, marca o segundo momento da exposição. "Marinha" (1953), de José Pancetti, é uma vista quase fotográfica do mar. Ao lado, uma foto de Pierre Verger, que retratou o pintor na praia, dá a dimensão desse realismo.
Abandonando o modernismo de toada clássica, que desbancou a perspectiva e deu novo peso à tinta sobre a tela, Anita Malfatti retrata, nos anos 50, um vaso de flores simplório, quadro raro da exposição. "Ela entrou para a modernidade, levou uma cassetada e se retirou", opina o curador.
No terceiro momento, sai a forma e entra o conteúdo. Gravuras de artistas gaúchos, como Glênio Bianchetti, preocupados com o trabalhador na era do Estado Novo, e grandes telas de Carybé e de Clóvis Graciano, estas com temas como a colheita do café e do algodão, dão o tom de uma arte engajada, que dispensava os arroubos formais do primeiro modernismo.
A escultura "O Impossível", de Maria Martins, peça-chave da artista que foi amante de Marcel Duchamp e parece ter herdado dele um matiz subversivo, introduz o quarto grupo de obras, que fogem das linhas gerais de um movimento para mergulhar no mundo individual de cada artista.
As obras abstratas -que dialogam com o modernismo, mas vão além dele- estão organizadas em três grupos: o abstracionismo figurativo, exemplificado por telas de Aldo Bonadei; experimentos geométricos, com destaque para as colagens fotográficas de Geraldo de Barros; e o informalismo de Wega Nery e Maria Bonomi.
A mostra reúne ainda artistas que fizeram uma ponte com o contemporâneo. Cildo Meireles é um dos destaques, ao lado de Hélio Oiticica e Lygia Pape.
fevereiro 20, 2008
Cildo Meireles ganha prêmio na Espanha, Folha de São Paulo
Cildo Meireles ganha prêmio na Espanha
Matéria originalmente publicada na Folha de São Paulo, no dia 20 de fevereiro de 2008
O artista plástico brasileiro Cildo Meireles ganhou o Prêmio Velázquez 2008 de artes plásticas, o principal prêmio de arte da Espanha.
Com a premiação, o artista receberá 90.450 (cerca de R$ 230 mil). O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Cultura espanhol, César Antonio Molina.
Entre os trabalhos mais conhecidos de Meireles estão "Inserções em Circuitos Ideológicos" e "Malhas da Liberdade".
fevereiro 15, 2008
Galeristas brasileiros celebram vendas na Arco, por Fabio Cypriano, Folha de São Paulo
Galeristas brasileiros celebram vendas na Arco
Matéria de Fabio Cypriano, originalmente publicada na Folha de São Paulo no dia 15 de fevereiro de 2008
Ao atravessar o corredor que une 32 galerias brasileiras em Madri, os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofía, junto com o ministro da Cultura, Gilberto Gil, inauguraram, ontem, a 27ª Arco, a feira espanhola de arte contemporânea.
Desde anteontem, contudo, a feira já estava aberta para profissionais, e galeristas brasileiros comemoravam o objetivo central de um evento desse porte: as vendas. "Duas obras já foram adquiridas por instituições espanholas", disse Ricardo Trevisan, da Casa Triângulo, menos de uma hora após a abertura da feira.
Com curadoria de Moacir dos Anjos e Paulo Sergio Duarte, o Brasil, país convidado da Arco, está representado por 108 artistas, em um espaço de 1.000 m2. "Buscamos mostrar a diversidade da produção brasileira e romper com os estereótipos", disse o curador Dos Anjos à Folha.
A proposta obteve repercussão positiva, com destaque nos jornais espanhóis, como o "La Vanguardia", que descreveu a missão nacional como "ni tan alegre, ni tan sensual".
Aproveitando a presença brasileira na Arco, anteontem, o ministro Gilberto Gil e o ministro da Cultura da Espanha, Cesar Antonio Molina, lançaram, no museu Reina Sofía, a programação do ano ibero-americano de museus, que irá abarcar 900 iniciativas em 22 países.
fevereiro 11, 2008
Missão brasileira, por Fabio Cypriano, Folha de São Paulo
Missão brasileira
Matéria de Fabio Cypriano, originalmente publicada na Folha de São Paulo, no dia 11 de fevereiro de 2008
Com aporte de R$ 2,6 milhões do governo, mais de cem artistas do Brasil participam da Arco, feira de arte espanhola a partir de quarta
Com um substancial aporte do governo brasileiro, em cerca de R$ 2,6 milhões, mais de cem artistas brasileiros participam da feira de arte espanhola Arco, em Madri, a partir da próxima quarta, e ainda ocupam alguns dos principais museus da capital espanhola.
Em sua 27ª edição, a Arco tem o Brasil como convidado, iniciativa que ocorre no evento desde 1994. "Esse tem sido um elemento-chave na estratégia de internacionalização da feira, dirigido a impulsionar a participação das galerias estrangeiras, ao mesmo tempo em que abre ao público a oportunidade de conhecer um panorama artístico contemporâneo de diferentes países", disse Lourdes Fernandez, diretora da Arco, à Folha, por e-mail.
A participação brasileira começou a ser negociada, em 2004, pelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, que irá inaugurar a feira com os reis da Espanha. "Esta é a maior concentração de artistas numa ação do governo, que não visa apenas um evento mas uma política de artes visuais", afirma o diretor do Departamento de Museus do Ministério da Cultura (MinC), José do Nascimento Júnior.
Estranho que tal ação seja numa feira comercial? "O princípio não foi o de mercado e, sim, o de apoiar artistas contemporâneos brasileiros no estabelecimento de relação mais clara com as galerias. Não podemos desconhecer o fato de que a cultura representa, hoje, aproximadamente 8% do PIB nacional", conta Paulo Brum, coordenador da Arco no MinC.
A participação oficial brasileira terá como evento principal uma exposição com curadoria de Paulo Sergio Duarte e Moacir dos Anjos, que ocupará uma área de 1.000 m2 na Arco, reunindo 108 artistas brasileiros de 32 galerias do país. O MinC está bancando ainda a programação de mostras paralelas.
Críticas
A ação direta do governo tem gerado não só apoio dos galeristas, mas também críticas.
"É fato que nunca houve tanto incentivo, mas é preciso desburocratizar", diz Luisa Strina, que há 20 anos participa de feiras de arte no exterior.
Entre as dificuldades elencadas pela galerista, está a impossibilidade de dar descontos na venda das obras. "Passamos os valores para o governo, por conta do seguro das obras, e não vamos poder mudar os preços. Isso é um absurdo, pois é prática comum dar desconto para museus e colecionadores importantes", afirma.