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novembro 21, 2018
Morre João Sattamini, um dos maiores colecionadores de arte do Brasil, G1
Morre João Sattamini, um dos maiores colecionadores de arte do Brasil
Matéria originalmente publicada no portal G1 em 20 de novembro de 2018.
Morte ocorreu na manhã desta terça-feira (20), após dois meses de internação no Hospital Pró-cardíaco, em Botafogo.
Um dos maiores colecionadores de arte do Brasil, João Sattamini morreu, aos 85 anos, na manhã desta terça-feira (20). Nos últimos dois meses, ele estava internado no Hospital Pró-Cardíaco, em Botafogo, na Zona Sul do Rio.
Sattamini era proprietário da coleção de cerca de 1,3 mil peças que forma o acervo do Museu de Arte Contemporânea (MAC), obra de Oscar Niemeyer, criado justamente para abrigar o acervo.
O corpo de Sattamini será velado nesta quarta-feira (21), a partir do meio-dia, na Capela 1 do Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap. O enterro será às 14h, no mesmo cemitério. Ele deixa mulher e quatro filhas.
O interesse de Sattamini pelas artes começou a se desenvolver a partir da década de 1950, quando era funcionário do extinto Instituto Brasileiro de Café, sobretudo durante o tempo em que viveu na Europa.
Sua coleção é formada por obras de alguns dos principais nomes das artes plásticas do Brasil, como Alfredo Volpi, Lygia Clark, Rubens Gerchman, Helio Oiticica, Tomie Ohtake, Ana Bella Geiger, Frans Krajcberg, Ivens Machado, Maria Leontina, Milton Dacosta, Jorge Guinle, Wanda Pimentel, Ernesto Neto, Antonio Dias, Aluísio Carvão, Djanira e Leda Catunda, entre outros.
Um dos maiores colecionadores de arte do país, ao lado de Gilberto Chateaubriand, Sattamini mantinha algumas peças em casa, mas quase toda sua coleção foi cedida, desde a década de 1990 e em esquema de comodato, ao MAC.
'Dono de grande sensibilidade'
Em uma nota conjuta, a Prefeitura de Niterói, a Secretaria Municipal das Culturas, a Fundação de Arte de Niterói e o MAC Niterói lamentam "profundamente a perda deste grande patrono, que contribuiu sobremaneira para a arte brasileira e para a cidade de Niterói". No texto, Sattamini é definido como "dono de uma grande sensibilidade e generosidade".
"Como disse Sattamini: 'Uma coleção só existe se puder ser vista, comparada com as outras, analisada em suas possíveis deficiências e na sua dinâmica de crescimento. Ela deve servir para que artistas a usem em seu processo de aprendizado, além de instrumento para a permuta entre instituições para suas exposições. Neste caso, Niterói, cidade intrinsecamente ligada à cultura, poderá ter acesso ao que de melhor puder ser mostrado em termos de artes'", acrescenta a nota.