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janeiro 9, 2018
Júri aponta 'Álbum', de Mauro Restiffe como melhor exposição; público elege 'Renato Russo', Folha de S. Paulo
Júri aponta 'Álbum', de Mauro Restiffe como melhor exposição; público elege 'Renato Russo'
Matéria originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 29 de dezembro 2017.
Na eleição de melhores eventos de 2017, os especialistas convidados pelo "Guia" escolheram a exposição "Álbum", de Mauro Restiffe, como a melhor exposição do ano.
Organizada na Estação Pinacoteca, a mostra reúne 143 fotografias analógicas nunca antes expostas, que retratam paisagens, cenas da cidade e momentos vividos com sua família. As obras dialogam com pinturas dos acervos do Masp e da Pinacoteca. A exposição acumulou seis pontos.
Dividiram o segundo lugar, com cinco pontos, as mostras "Levantes", do Sesc Pinheiros, e "São Paulo não É uma Cidade", do Sesc 24 de Maio.
Também ocorreu empate no terceiro lugar: "Agora Somos Todxs Negrxs", do Galpão VB e "The Clock", do IMS, somaram três pontos.
Na eleição entre os leitores, quem levou o prêmio foi "Renato Russo", exposição do MIS que apresentou ao público documentos, fotos, instrumentos musicais e outros itens encontrados no apartamento no Rio de Janeiro em que o líder do Legião Urbana passou seus últimos anos de vida.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Cada integrante do júri elegeu três destaques em ordem de preferência. Foram distribuídos pontos da seguinte maneira:
1º lugar = 3 pontos
2º lugar = 2 pontos
3º lugar = 1 ponto
Os vencedores foram determinados pela soma dos pontos dos eleitos de cada jurado. Não houve desempate. Os jurados também puderam indicar, em suas categorias, o pior do ano (alguns preferiram não fazê-lo).
CONFIRA OS VOTOS DOS JURADOS
Celso Fioravante, editor do Mapa das Artes
1º lugar: "São Paulo não É uma Cidade", no Sesc 24 de Maio: São Paulo: a tua mais completa e complexa tradução
2° lugar: "Levantes", no Sesc Pinheiros: Levanta-te, cobre tua face e atire uma pedra
3º lugar: "Bompas and Parr", no MAM: Doce, doce... E, sob a marquise, os preços não são salgados...
Pior do ano: Os ataques à liberdade de expressão, a violência no MAM e a autocensura no Masp
Eduardo Biz, curador e pesquisador do aplicativo Artikin
1º lugar: "Agora Somos Todxs Negrxs?", no Galpão VB: Amadurece discussão sobre questões raciais e de gênero
2º lugar: "Histórias da Sexualidade", no Masp: Dá espaço e mostra a necessidade de discutir liberdade de expressão
3° lugar: "Siron Franco em 38 obras", na Mário de Andrade: É inspiradora sua produção, associada à crítica social
Pior do ano: A reação de quem viu nas exposições um palco para esbravejar conservadorismo e preconceito
Fabio Cypriano, crítico de artes plásticas da Folha
1º lugar: "Levantes", no Sesc Pinheiros: Panorama das manifestações em momento conturbado da humanidade
2º lugar: "São Paulo não É uma Cidade", no Sesc 24 de Maio: Reúne facetas controversas da cultura paulistana
3º lugar: "Álbum", na Estação Pinacoteca: Seleção surpreendente da obra de Restiffe, disposta fora do padrão
Pior do ano: "Histórias da Sexualidade", no Masp: Ao proibir a mostra para menores, o Masp se mostra um museu elitista
Gisele Kato, editora do canal Arte 1
1º lugar: "Álbum", na Estação Pinacoteca: As memórias dos Restiffe vão muito além do registro de férias
2º lugar: "Osso", no Instituto Tomie Ohtake: Quantos Rafael Braga há por aí? Arte por direitos da Constituição
3º lugar: "Alair Gomes e Robert Mappelthorpe", na Fortes DAloia e Gabriel: O corpo que é desejo e escultura
Pior do ano: "Histórias da Sexualidade", no Masp: O veto a menores de 18. Ficou a impressão de medo da onda moralista
Úrsula Passos, editora-assistente de Cultura
1º lugar: "The Clock", no IMS: Foi "o" programa na Paulista e deixou o público confortável
2º lugar: "Álbum", na Estação Pinacoteca: Fotos de família nada triviais conversaram com pinturas
3º lugar: "Bestiário", no CCSP: Essa pequena exposição, num lugar apertadinho, uniu obras que faziam sentido juntas
Pior do ano: "Histórias da Sexualidade", no Masp: Masp cedeu à pressão dos que discutem arte sem falar de arte