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março 10, 2017
Marta Mestre deixa a curadoria do Inhotim após menos de um ano por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Marta Mestre deixa a curadoria do Inhotim após menos de um ano
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 20 de fevereiro de 2017.
Menos de um ano depois de assumir parte da curadoria do Instituto Inhotim, o megamuseu de arte contemporânea nos arredores de Belo Horizonte, a portuguesa Marta Mestre está deixando seu cargo em meio a uma reestruturação da alta cúpula do museu.
No curto período em que esteve no museu do empresário Bernardo Paz, Mestre se dedicou à programação das comemorações dos dez anos da instituição no ano passado, centrada numa homenagem a Tunga, morto no ano passado, além da mostra da artista Claudia Andujar agora em cartaz em Lisboa.
"Meu objetivo foi concretizar uma experiência pontual, focada na especificidade desta instituição por um lado, e tomar contato com a expertise do Inhotim em dinamização de projetos culturais num modelo entre público e privado, por outro", diz Mestre. "Entrei num momento de passagem, os dez anos da instituição, que serviram para indagar sobre o que foi feito e como será daqui para a frente."
O americano Allan Schwartzman, que integra o time de curadores do museu desde sua fundação em 2006, agora assume a direção artística do Inhotim, subsituindo o interino Antonio Grassi, que vinha acumulando o cargo com o de diretor executivo.
Schwartzman vive em Nova York e terá o apoio de María Eugenia Salcedo, ex-curadora-assistente agora alçada ao cargo de diretora artística adjunta do museu. De acordo com o museu, o Inhotim agora mudará sua estratégia de curadoria, contratando profissionais para atuar de forma temporária em projetos pontuais.
Além de assumir o comando do Inhotim, Schwartzman acaba de vender sua agência de consultoria, a Art Agency, Partners para a Sotheby's, uma das maiores casas de leilão do mundo. Na negociação de US$ 85 milhões, ou R$ 263 milhões, Schwartzman agora é responsável também pela consultoria aos clientes da casa de leilões, entre eles Bernardo Paz, fundador do Inhotim.