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março 5, 2017
Economista e colecionador: conheça novo diretor do Parque Lage, O Globo
Economista e colecionador: conheça novo diretor do Parque Lage
Matéria originalmente publicada no jornal O Globo em 3 de março de 2017.
Dono de uma coleção de 400 obras, Fabio Szwarcwald foi vice-presidente da OS Oca Lage
RIO - Anunciado como novo diretor do Parque Lage, conforme antecipou a coluna Gente Boa, o economista Fabio Szwarcwald vai substituir Lisette Lagnado no cargo. Lisette, porém, não deixará o Parque Lage e assumirá a curadoria dos programas públicos, vinculado ao Ensino. Escolhido pelo secretário estadual de Cultura, André Lazaroni, que o definiu como "um ótimo gestor", Szwarcwald é um colecionador de arte reconhecido no meio. Também foi um dos diretores da Associação de Amigos da EAV Parque Lage (AMEAV) e, depois, vice-presidente da OS Oca Lage, criada para administrar o Parque Lage e Casa França Brasil. O contrato entre a OS e o governo do Estado foi rompido no ano passado após o estado não conseguir pagar os repasses devidos à organização por conta da crise financeira do governo Pezão.
Ex-vice-presidente do banco Credit Suisse e membro do Conselho de aquisição do Museu de Arte Moderna (MAM), ele investe principalmente em artistas contemporâneos desde 2002. Tem obras valiosas, como uma fotografia da série "Chocolate", de Vik Muniz, mas também trabalhos de artistas menos conhecidos, como a holandesa Anne Wenzl e o brasileiro Pedro Varela. Sua coleção de 400 peças ainda inclui nomes como Amilcar de Castro, Lygia Clark e Abraham Palatinik.
"Comprar arte consagrada é muito fácil. Depois vou ter o tesão de falar 'comecei a colecionar este artista quando ele era desconhecido'", disse Szwarcwald ao GLOBO, em uma entrevista no ano passado. "São artistas da minha idade, que vivenciam o que eu vivencio, além de ser uma arte mais acessível para quem começa a colecionar. E a arte contemporânea choca, incomoda, não é algo só plástico, e eu gosto disso".
Szwarcwald, que já foi casado com a artista plástica Gabriela Moraes, também adquire obras de arte para diversificar seus investimentos. Antenado nas novidades, ele levou, há poucos meses, todas as 400 peças da sua coleção para um novo espaço do Cosme Velho, a galeria Z42, com artistas ainda emergentes. Em 2007, ajudou, como um dos diretores da AMEAV, a organizar um leilão com obras doadas por artistas, cujas vendas renderam R$ 1 milhão para o parque.
"Queremos fazer com que artistas se tornem padrinhos das salas de aula da escola: cada sala levaria o nome de um deles, em troca de ajuda financeira. Isso é feito em muitos museus pelo mundo. Nunca foi pensado para cá porque o Parque Lage nunca foi visto como uma empresa cultural, só como algo dos seus professores e alunos, o que é bonito mas não sustenta", disse o colecionador ao GLOBO na época.