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dezembro 11, 2016
Depois da Bienal de São Paulo, Jochen Volz assume direção da Pinacoteca por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Depois da Bienal de São Paulo, Jochen Volz assume direção da Pinacoteca
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no jornal Folha de S. Paulo em 8 de dezembro de 2016.
Jochen Volz, curador alemão à frente da atual Bienal de São Paulo e um dos diretores do Inhotim, vai assumir a direção geral da Pinacoteca em maio. Ele substitui Tadeu Chiarelli, que deixa o cargo depois de dois anos.
Chiarelli, que já esteve à frente do MAM e do Museu de Arte Contemporânea da USP, afirma que o acordado era que ele ficasse no máximo dois anos na função desde que assumiu e que agora vai voltar a dar aulas na universidade.
Volz vivia em Londres, onde era um dos diretores artísticos das Serpentine Galleries, antes de ser escalado para dirigir a 32ª edição da Bienal de São Paulo, que termina neste fim de semana.
Nos bastidores, a troca de comando é vista como reflexo da ambição da Pinacoteca de se firmar no circuito internacional. Volz, que também já foi curador-adjunto de uma edição da Bienal de Veneza, tem amplo trânsito no exterior e laços estreitos com outras instituições de peso no tabuleiro global, entre elas a Tate Modern, de Londres.
Ele também está à frente da seleção de artistas do pavilhão brasileiro na próxima Bienal de Veneza, marcada para maio do ano que vem.
Sua mudança para a Pinacoteca, no entanto, não ocorre num momento fácil. O museu sofre com um aperto financeiro que deve se agravar.
Isso não impediu, no entanto, que Chiarelli levasse a cabo a reorganização do acervo, estabelecendo no prédio principal, na Luz, uma narrativa completa da evolução da arte no país do século 19 até a atualidade, abrindo duas novas alas permanentes.
"Executei um plano que vinha sendo gestado", diz Chiarelli. "Isso é um índice de maturidade da instituição. É claro que, quando o Volz assumir, haverá adaptações, mas ele foi pensado como alguém que pode dar continuidade aos planos do museu."
Volz toma as rédeas da instituição, no ano que vem, com um cronograma já em parte acertado. Estão nos planos mostras da fotógrafa alemã Candida Höfer, do belga David Claerbout e uma retrospectiva de Di Cavalcanti. Em 2018, o museu pretende inaugurar uma exposição com peças do Museu d'Orsay, de Paris.
O Inhotim, ciente da negociação de Volz com a Pinacoteca, ainda não acertou se ele deixará a instituição mineira ou acumulará os cargos.