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maio 13, 2015
Casa Daros fechará as portas no Rio depois de dois anos em atividade por Silas Martí, Folha de S. Paulo
Casa Daros fechará as portas no Rio depois de dois anos em atividade
Matéria de Silas Martí originalmente publicada no caderno Ilustrada do jornal Folha de S. Paulo em 12 de maio de 2015.
Inaugurada há dois anos, a Casa Daros se tornou um dos centros culturais mais importantes do Rio, mas será fechada ao público em dezembro. A decisão seria comunicada nesta tarde a funcionários da instituição e em entrevista coletiva na manhã desta quarta.
Bancada pela coleção Daros de arte latino-americana, com sede em Zurique, a instituição gastou R$ 83 milhões comprando e restaurando um casarão em Botafogo, na zona sul da cidade, onde realizou cerca de 20 exposições, algumas delas referência no cenário nacional, como as retrospectivas do argentino Julio Le Parc e do brasileiro Luiz Zerbini.
Sem dar detalhes, um comunicado divulgado nesta terça pelo museu não diz que a instituição fechará as suas portas, mas confirma, no entanto, que haverá uma última exposição no local dedicada à arte contemporânea de Cuba, com obras de 15 artistas, com estreia prevista para setembro e término em dezembro, quando o espaço será fechado ao público.
Com cerca de 1.200 obras de 120 artistas latino-americanos em seu acervo, a coleção Daros é uma das mais significativas do mundo para peças dessa região do planeta. Segundo a Folha apurou, Ruth Schmidheiny, que responde pela coleção e financia o museu em Botafogo, está comprometida a manter o espaço em condições adequadas de preservação até que novos parceiros apareçam para ocupar suas salas expositivas.
Essa é a primeira baixa entre as mais recentes instituições culturais abertas no Rio na escalada de reformas urbanas que precedem as Olimpíadas de 2016. Junto do Museu de Arte do Rio, a Casa Daros já havia se tornado um dos marcos dessa nova cena cultural carioca.
Um dos problemas apontados nos bastidores da decisão é a indisposição da família Schmidheiny de continuar mantendo a operação custosa do espaço no Rio, que não recorre a patrocinadores nem a recursos incentivados.